sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

o Professor não resiste a uma boa reflexão... então, vamos pensar e agir mais

A valorização docente e a qualidade da educação: equação necessária

Isabel Letícia Pedroso de Medeiros (*)

A rede municipal de ensino de Porto Alegre, já há alguns anos, é alvo de questionamentos sobre a qualidade de ensino ofertada, seja pela organização em ciclos de formação (que supostamente, pelo “afrouxamento” da avaliação entendida como reprovação, estimularia professores e alunos à indolência), seja pelo resultado dos estudantes nas avaliações padronizadas, sempre inferiores a outras redes, não obstante o bom salário, boa formação acadêmica dos docentes e as boas condições das escolas.

Muito embora esse questionamento tenha origem na perspectiva mercadológica em educação, na “gestão de resultados”, feita via de regra por atores que ocuparam funções de gestão educacional ser ter deixado no seu legado nenhuma evidência/resultado de elevação da qualidade, ao contrário, em geral contribuíram para a precarização e sucateamento das redes públicas, devemos levá-la a sério, buscar analisá-la e respondê-la não a partir do intencional simplismo matemático que povoa o questionamento, mas na sua complexidade e profundidade que merece, com o compromisso genuíno com a elevação da qualidade social da educação, reconhecendo que no nosso país recém podemos falar em educação como política pública e direito de todos a partir das duas últimas décadas, período bastante tardio no qual estamos acompanhados apenas pelos países mais miseráveis do globo, bem como concordando que os professores podem e devem avançar nas suas estratégias didático metodológicas, o que certamente contribuirá para um cenário mais favorável nos processos de ensino aprendizagem. Não é pretensão aqui fazer esse necessário aprofundamento analítico, mas apenas apresentar alguns elementos para a reflexão.

O primeiro elemento a considerar são as avaliações padronizadas, importadas de modelos educacionais de outros países: como todo o padrão, esse tipo de avaliação é questionável por “passar uma régua cega” sobre uma população cuja diversidade cultural e desigualdade social atingem níveis abismais. A padronização que buscam estabelecer é firmemente criticada pelos defensores do respeito às diferenças e à diversidade. Sem querer banalizar a discussão, é como se todos devessem ter altura suficiente para firmar-se no varão dos ônibus, ou usar o mesmo número de roupa, ou caber nas poltronas dos cinemas. Por que deveria haver um padrão cognitivo?

Essas avaliações, a partir das análises feitas nos Estados Unidos inclusive por eximplementadores dessas políticas, não elevam a qualidade, apenas criam efeitos a partir do treinamento para responder a testes, deixando de lado a formação crítica e integral. Afortunadamente o Brasil deixou de gastar muito dinheiro público em vão com essas avaliações e aproveitou-as para uma iniciativa louvável: o Governo Federal passou a destinar mais recursos para aqueles municípios e escolas que não apresentam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), nos valores desejados.

Se faz necessário dar um salto qualitativo na gestão educacional e buscar modelos de avaliação institucional que considerem o “efeito escola”, ou seja, como o estudante chegou, qual o seu contexto de existência, e o que a escola agregou a ele e a sua comunidade. Quem é o melhor professor? Aquele que aprovou um estudante oriundo da classe média que já entrou alfabetizado na escola ou aquele que alfabetizou em um ou dois anos, mesmo que com ortografia insipiente, uma criança filha de analfabetos que desconhecia as letras e não sabia pegar o lápis? Quem tem mais condições de aprendizagem? O órfão do “crack” que consegue aprender a ler na escola ou a criança que, acolhida em uma família com condições afetivas, sociais e econômicas cria um ambiente alfabetizador desde o berço? São questões complexas e relativas que devemos considerar.

Ao focalizarmos no local, se faz necessário dizer que a rede municipal de ensino ampliou-se nas duas últimas décadas justamente na periferia, onde se concentram as populações em condições de miserabilidade. Conforme exaustivos estudos no campo da sociologia da educação, as condições sociais interferem significativamente na escolarização, o diferente e desigual “capital cultural”, como nos ensina o sociológo francês Bourdieu, constitui relações diferentes e desiguais com a cultura escolar. O sítio Observatório da Cidade de Porto Alegre” traz importantes informações que podem fundamentar projetos específicos para essa parcela da população, bem como mapear as diferenças e desigualdades no território da cidade.

Outro aspecto importante: apesar da cobertura relativamente reduzida de matrículas da cidade – vinte por cento do total -, a rede municipal de ensino é responsável por cinquenta por cento das matrículas ditas de inclusão/pessoas com necessidades especiais da cidade e sessenta por cento das matrículas em educação de jovens e adultos (EDUCACENSO 2010). Portanto, a rede municipal de ensino atua firmemente na inclusão de parcelas da população historicamente excluídas. Em nenhum outro período histórico o nível de escolarização na cidade (assim como no nosso país) foi tão alto, nunca antes as pessoas com necessidades especiais tiveram tanto acesso, nem os adultos excluídos, tampouco o índice de analfabetismo foi tão baixo no município. Esse cenário se deve ao trabalho dos professores da rede municipal de ensino, que diferente de outras redes, incluem essas populações que “baixam” os índices dos testes padronizados.

Assim, fazemos um apelo para que a mídia e as autoridades proponham uma discussão séria a esse respeito, e não busquem escusas para os baixos salários e a precarização das condições das escolas. Podemos qualificar nosso trabalho e elevar a qualidade social da educação? Certamente. Para isso continuaremos atuando na defesa de salários dignos, formação continuada, condições de trabalho para nós. E nos somando as lutas por uma vida digna, com trabalho, saúde, moradia digna, proteção à infância e à juventude, enfim, direito à cidadania, para a população de Porto Alegre.

(*) Professora da rede municipal de ensino de Porto Alegre desde 1989, doutora em educação pela FACED/UFRGS e diretora geral da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

essa o Professor mandou do litoral... e tem gentiti que paga todo dia o mico da banca, fazê o quê, né(?)

O vexame dos brasileiros que defenderam o golpe em Honduras


O vexame dos brasileiros que defenderam o golpe em Honduras

por Bruno Ribeiro, no blog A Trincheira

Se tivéssemos uma imprensa séria e profissional de verdade no país, determinados “comentaristas políticos” já teriam sido despachados e as empresas que eles trabalham veiculariam desculpas públicas pelas asneiras que disseram ou escreveram. Como não são e ainda duvidam da inteligência de quem os lê, vê e ouve, fica tudo por isso mesmo e quem falou ou escreveu a sandice continua ocupando espaço, ignorando solenemente a necessidade de se explicar ao distinto público.

Poderia citar aqui vários jornalistas e comentaristas que usaram os mesmíssimos argumentos, e isso mostra como a maioria reza pela mesma cartilha, mas dentre todos os entoadores de mantra ninguém defendeu o golpe em Honduras com mais paixão e afinco do que Alexandre Garcia e Arnaldo Jabor.

Quando em 2009 os milicos tomaram o poder em Honduras, expulsando o presidente eleito legitimamente, a opinião pública internacional condenou de imediato. O comportamento da imprensa nacional foi esquizofrênico, fazendo eco a princípio com a reação internacional, mas logo em seguida mudando lentamente de posição, até defender abertamente a “legalidade” de um vergonhoso golpe de estado.

Assim que o Brasil assumiu posição de protagonista ao enfrentar os golpistas e dar abrigo ao presidente legítimo na sua embaixada em Tegucigalpa, esse pessoal que ficou responsável por defender a legitimidade do golpe frente à opinião pública brasileira começou a repetir os argumentos fajutos dados pelos golpistas para tentar justificar o atentado contra a democracia daquele país.

Afirmaram enfaticamente que o golpe era legítimo porque Zelaya tentara mudar a constituição. Na verdade, o que Zelaya tentou fazer foi um plebiscito onde a população decidiria se o presidente poderia ser reeleito ou não. Muito mais democrático do que tentar o mesmo através de emenda constitucional, sem respaldo popular como fez FHC em 1997.

A desculpa oficial para justificar o golpe era uma cláusula pétrea na constituição que impedia a reeleição do presidente, portanto passaram a defender que não existiu golpe nenhum, e da mesma forma que vivem tentando reescrever a nossa história, determinaram que o que houve em Honduras em 2009 e no Brasil em 1964 foram “contra-golpes”.

Nem o fato do governo golpista ter fechado TV, rádios e jornais à força, além de ter reprimido com violência manifestações populares mexeu com os brios de quem trabalha com imprensa ou estimulou condenações contra a restrição às liberdades de imprensa. Até a população que protestava contra o golpe e tomou as ruas de Tegucigalpa, chegando a fazer um cerco de proteção à embaixada do Brasil foi classificada como “partidários de Zelaya” e não “dissidentes” como eles costumam classificar opositores de regimes que eles consideram ditaduras.

A humilhação já tinha vindo com uma das revelações do Wikileaks onde o embaixador americano em Honduras classificou o golpe como golpe, simples assim. Logo os EUA, por quem essas pessoas dedicam toda a sua reverência, vem a público ridicularizar suas teorias de “golpe branco”. Naquela ocasião já deveriam ter pedido o boné, como se diz no popular, mas o castigo tinha de ser maior.

Pois bem, nessa semana o governo atual de Honduras, eleito em pleito não reconhecido pela maioria dos países, inclusive o Brasil, e o congresso daquele país aprovaram, em uma ação pouco noticiada pela imprensa brasileira, uma modificação na constiuição que permitirá a reeleição do presidente. Exatamente o que Zelaya tentou fazer e virou desculpa para o golpe de estado (grifo do Professor).

Alexandre Garcia e Arnaldo Jabor não (grifo do Professor) vão se explicar, vão continuar com espaço para falar o que o diretor de jornalismo da Rede Globo e os diretores da emissora gostariam de dizer, mas não tem coragem, no entanto, a cada dia mais gente vai entendendo o papel a que essas se prestam.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

e você acreditando que está bem informado(a)(?)

Vira-lata Caramelo: aqui jaz a imprensa


Caramelo e o verdadeiro dono. Ele é o anti-herói do PiG


O Conversa Afiada reproduz texto do site Comunique-se que trata da verdadeira identidade de um vira-lata que desnudou o objetivo de uma parte da imprensa do Brasil: fazer de Teresópolis um símbolo da irremediável vira-latice do Brasil.

E da irreversível incompetência do Lula, da Dilma e do Cabral.

Imprensa dá barrigada com história de cão que guardava túmulo da dona no RJ


Da Redação

A imprensa brasileira conseguiu comover a muitos com a história do cão Caramelo, que supostamente guardava o túmulo da dona após ela ter sido soterrada pelos deslizamentos de terra que atingiram a região Serrana do Rio de Janeiro na última semana. A história foi noticiada pelo G1, UOL, Folha.com, R7, Extra e virou até charge de Chico Caruso no jornal O Globo, entre outros. No entanto, segundo o Diário de Teresópolis, a história, repercutida até pela imprensa portuguesa, não passou de uma grande confusão.


De acordo com a reportagem, Caramelo realmente existe e perdeu seus donos na tragédia, mas não era ele que aparecia ao lado de um túmulo e sim, John, o cachorro de Rodolfo Júnior, voluntário que trabalha no cemitério Carlinda Berlim.


“Isso é coisa de repórter que precisava chegar com uma história diferente para apresentar ao chefe… o John é meu há mais de um ano quando fiquei com ele pra mim! O antigo dono foi para o Rio e deixou ele por aí… ele chamava o cachorrinho de Leão, mas eu prefiro John… ele tem cara de John, afirmou Junior ao Diário de Teresópolis, que enfatizou que seu cachorro é dócil e o segue por todos os lugares, por isso estava ao seu lado, enquanto trabalhava. “No dia em que o rapaz tirou a foto dele eu estava trabalhando nas covas e ele ao meu lado como sempre… e aí depois veio essa maluquice toda”.


Não se sabe se a confusão começou após as fotos de John terem sido divulgadas pela agência AFP como as de Caramelo, ou se pela semelhança dos dois cachorros. Mas o caso irritou o administrador do cemitério, Márcio de Souza. “É lamentável que tal fato seja utilizado para causar comoção aos leitores! Fui contatado horas antes da notícia ser levada ao ar por um repórter e fui claro ao dizer que o cão da foto ao lado do túmulo é de propriedade de um de nossos voluntários que no momento faziam sepultamentos naquele local, logo não tem nada a ver com o cão adotado, disse.


As notícias sobre o cão “fiel” não paravam por aí. Esta semana vários portais divulgaram que o cachorro, que supostamente guardava o túmulo da dona, foi adotado por uma família da capital carioca, mas depois fugiu. Caramelo foi adotado e desapareceu, mas não era ele que aparecia na foto ao lado do túmulo. “Houve uma confusão que não se sabe onde começou”, afirma Anderson Duarte, autor da reportagem do Diário de Teresópolis.


Segundo o jornal, a confusão se torna evidente quando uma reportagem do Extra diz que o cão estava no cemitério Carlinda Berlim e que foi encontrado pela Comissão Especial de Proteção Animal da Alerj perambulando pelo bairro Caleme. “Para chegar de um bairro ao outro você tem que atravessar a cidade”, explicou o repórter do jornal de Teresópolis.













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BAITASAR

O Professor deu um pulinho do litoral

"Baitasar, requenta aquela notícia do Caramelo."

O Professor voltou pra reavivar o blog do baitasar.

Chegou dizendo que não estava mais se aguentado na vontade de publicar o Caramelo.

O Caramelo virou o herói do Professor.

Pergunto por que o Caramelo

"Em meio a toda essa tragédia humana, o Caramelo mostra que não é só o Estado brasileiro que se omite há 500 anos, mas todos e todas que fazem do lucro (vender jornal dá lucro?) a busca de suas vidas. a imagem é boa e vende? Então, coloca no ar!"

Ele já se foi para as praias, foi vapt vupt.

Deixou recado que está lendo do Juremir Machado da Silva a História regional da infâmia

"Gostaria de presentear os professores de história (das criancinhas!) com um exemplar."

Mas essa conversa por escrito ficou pra volta do Professor.

o silêncio e a tristeza do Caramelo

Folha (*) agasalha barriga do Caramelo


Na foto, Joe, o anti-herói do PiG


Saiu na Folha (*), página C6:

Cão em cemitério não estava “em luto” por causa de dona


O cachorro fotografado no cemitério e que comoveu o país por sua suposta fidelidade à dona, que teria sido morta na tragédia da região serrana, não viveu qualquer drama por causa das chuvas.


O animal que aparece deitado sobre uma cova em foto publicada na mídia chama-se Joe e pertence ao auxiliar de serviços gerais Rodolfo Silva de Oliveira Júnior.


Júnior mora ao lado do cemitério e, desde a tragédia, tem trabalhado como voluntário na abertura de covas. O cachorro, que ele adotou há um ano, após o animal ser abandonado na área do cemitério, fica atrás dele o tempo inteiro.


Segundo Júnior, um amigo dele viu a foto publicada na internet e reconheceu o cachorro, identificado erroneamente como Caramelo pela imprensa, Folha inclusive.


Ele afirma não ter ideia de como a confusão começou, mas brinca que o cachorro está tendo seus seis dias de fama.


O verdadeiro Caramelo não deitou sobre a cova de seus donos, mas passou pelo sofrimento de perdê-los.


Ele vivia no bairro Caleme, um dos mais atingidos pelas chuvas em Teresópolis, e foi batizado assim pela equipe de voluntários que o resgatou. Sua casa foi soterrada, matando seus quatro donos.


Quando os bombeiros chegaram, encontraram o cachorro tentando cavar a terra que havia deslizado. Caramelo acabou indicando o paradeiro dos corpos aos homens do resgate.


Sozinho, foi levado para o abrigo da cidade para animais resgatados nas ruas. Devido à semelhança com Joe, voluntários do abrigo informaram que Caramelo era o cão que havia aparecido na foto, no cemitério.


O cachorro que perdeu seus donos foi adotado pela advogada Márcia Xerez, e levado para a Barra da Tijuca.



Clique aqui para ler “Vira-lata Caramelo: aqui jaz a imprensa”.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

enquanto o poste cerra os dentes e corta...

Dilma investirá R$ 11 bilhões
em obras para contenção de enchentes


Presidenta Dilma comandou primeira parte da reunião do fórum de infraestrutura, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Saiu no blog do Planato:

Obras de drenagem e contenção de encostas terão R$ 11 bilhões do PAC

O Programa de Aceleração do Crescimento destinará R$ 11 bilhões para obras de contenção de encostas e drenagem contra enchentes, afirmou a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, nesta quinta-feira (20/1), em entrevista coletiva concedida após a primeira reunião do Fórum de Infraestrutura, aberta pela presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

A ministra ressaltou que R$ 10 bilhões serão destinados à drenagem e R$ 1 bilhão para contenção de encostas, sendo que metade desses recursos já está à disposição para ser liberado aos municípios que apresentarem projetos consistentes. No caso das obras de contenção de encostas, o governo federal destinou R$ 500 milhões para 99 cidades brasileiras que se encontram em situação de maior gravidade. A ministra ressaltou que muitas delas já apresentaram projetos e pediu aos demais prefeitos que priorize a questão, para que as obras sejam executadas no período de secas, impedindo que novos desastres como os que aconteceram na região Serrana do Rio de Janeiro se repitam no próximo verão.

“Nós vamos atender primeiro onde os problemas são mais graves”, alertou a ministra.

A ministra reafirmou o compromisso do governo federal de investir na prevenção de desastres naturais e disse que o PAC vem exatamente nesse sentido. Informou, ainda, que a população que vive em áreas de risco será retirada, mas que o programa Minha Casa, Minha Vida atenderá essas pessoas, que serão alocadas em locais seguros.

Questionada sobre a possibilidade de cortes nas verbas do PAC, a ministra afirmou que o contingenciamento de recursos não foi discutido na reunião, mas que “a última coisa que será cortada é o PAC”. Explicou ainda que o Fórum de Infraestrutura, sob coordenação do Ministério do Planejamento, é um dos quatro fóruns temáticos de gestão de governo instituídos pela presidenta Dilma – os outros são Combate à Miséria, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Desenvolvimento Econômico, liderado pelo Ministério da Fazenda, e acesso à Cidadania, sob gestão da Secretaria-Geral da Presidência da República.

A ministra relatou que a reunião foi aberta pela presidenta Dilma, que durante cerca de 30 minutos fez um balanço do PAC 1, que executou 82% do previsto, e pediu alinhamento entre os ministérios para a realização do PAC 2. Segundo Belchior, os grandes desafios do governo daqui para frente são aperfeiçoar o monitoramento do Programa e ampliar as condições para que os ministérios, os governos estaduais e municipais e a iniciativa privada consigam fazer as obras de infraestrutura.

“Nós estamos começando o trabalho com um balanço para que a gente consiga fazer o PAC 2 com tanto sucesso quanto o PAC 1 mas com menos suor do que nós tivemos nos primeiros quatro anos (…). Todo mundo está aprendendo a fazer obra de infraestrutura – o setor público, os três entes da federação, e o setor privado. Para isso a gente precisa simplificar ainda mais os procedimentos e acelerar processos internos”, afirmou.

Segundo a ministra, estão previstos para o PAC 2 R$ 955 bilhões até 2014, sendo que já começou a seleção de projetos. A partir de março de 2011, a verba começará a ser liberada aos municípios com projetos aprovados.

as metas de poste em poste a gentiti corta

Poste do Cerra corta metas para SP,
principalmente na área social


Famílias beneficiadas com urbanização de favelas passaram de 120 mil para 85 mil

Saiu no Estadão:

Kassab muda 18 metas. A maioria para baixo


Houve cortes principalmente na área social: famílias beneficiadas pelo programa de urbanização de favelas passaram de 120 mil para 85 mil


Diego Zanchetta e Renato Machado

O Estado de S.Paulo


O prefeito Gilberto Kassab (DEM) mudou 18 metas que deve concluir até o fim do mandato, no ano que vem. Nenhuma foi revisada para “mais”, com inclusão de novas obras e serviços. A Agenda 2012 previa, por exemplo, construir oito motofaixas, instalar 40 mil pontos de luz e construir 400 telecentros. Agora, a administração prevê, respectivamente, três corredores para motos, 16 mil novos pontos de iluminação e 200 telecentros.


O plano de metas foi o primeiro projeto da sociedade civil a virar lei. Os prefeitos precisam divulgar o plano de governo e cumpri-lo, sob risco de responder por improbidade administrativa. Modificações nas metas estão previstas. A primeira revisão foi aprovada pelo conselho das metas no fim de dezembro.


Uma das áreas mais atingidas foi o atendimento a moradores de regiões vulneráveis. A atual gestão reduziu de 120 mil para 85 mil famílias (-29%) que serão beneficiadas pelo programa de urbanização de favelas. Também houve cortes nas famílias atendidas pelo programa de regularização fundiária (-23%), de recuperação de cortiços (-25%), ou moradores de loteamentos irregulares em mananciais (- 20%) .


“Não há essa denominação nas metas, mas se deduz que sejam moradores de áreas de risco”, diz o coordenador do Nossa São Paulo Maurício Broinizi, entidade autora do projeto de lei sobre o plano de metas.


A Prefeitura afirma que não haverá nenhum risco para quem vive em área de risco com as reduções. Na justificativa, a Prefeitura informou que, na época da elaboração do programa, houve um problema de troca de informações entre as Secretarias de Habitação e Planejamento e, por isso, foi “superestimada” a quantidade de famílias que necessitam de atendimento. O município também afirma que algumas ações dependem de outros órgãos.


Kassab também usou uma brecha para reduzir a extensão de calçadas que serão reformadas, de 600 quilômetros para 600 mil m² . “Essa unidade de medida é a mais adequada para aferir a execução da meta”, justificou. Sobre as faixas para motos, que chegaram a ser classificadas como “sucesso”, a atual gestão agora afirma que não atingiram o objetivo de reduzir os acidentes com motos e que é necessário um período de avaliação.


Segundo a Prefeitura, a Agenda 2012 está com mais de 42% de média de eficiência e 88% das metas estão em andamento.


REDUÇÕES


Habitação

Programa de urbanização de favelas, regularização fundiária, recuperação de cortiços e para moradores de loteamentos em mananciais


Transportes

Terminais urbanos e motofaixas


Cultura

Construção de novos teatros


Outros

Telecentros, calçadas e iluminação de novos pontos

por esse vamuu a querra com os castelhianus

WikiLeaks: Heráclito Fortes quis armar Brasil contra Venezuela


E a classe média paulista preocupada com o Tiririca no Congresso


O Conversa Afiada reproduz post do Blog do Nassif:

O inacreditável senador Herácito Fortes no WikiLeaks


O parlamentar, que presidia na época a Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado, disse à Folha que a história não procede.


E a classe média paulista preocupada com a atuação do Tiririca no Congresso:


Senador Heráclito Fortes quis armar Brasil contra Venezuela


BERNARDO MELLO FRANCO

DE SÃO PAULO


O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) sugeriu a Washington estimular a produção de armas no Brasil para barrar supostas ameaças de Venezuela, Irã e Rússia, afirma um telegrama secreto obtido pelo site WikiLeaks.


Ele apresentou a ideia ao ex-embaixador americano Clifford Sobel, diz informe do diplomata de 2007.


Pelo relato, Heráclito pediu uma reunião “urgente”.


Ele disse estar “verdadeiramente preocupado” com a influência do presidente venezuelano Hugo Chávez e sugeriu um plano para armar Brasil e Argentina contra a suposta ameaça bolivariana, “antes que fosse tarde”.


Ainda segundo o telegrama, o senador sugeriu acionar empresas privadas, para mascarar a ação dos EUA. Não há registros de que a ideia tenha sido executada.


Em outro telegrama, de 2008, o embaixador conta que Heráclito relatou a suposta presença de terroristas em ONG controlada por petistas no Piauí e disse temer a instalação de guerrilha esquerdista em Rondônia.


As mensagens fazem parte do pacote com milhares de comunicados diplomáticos que o WikiLeaks começou a divulgar em novembro. A Folha e outras seis publicações têm acesso ao material antes da sua divulgação no site do grupo (www.wikileaks.ch).


O senador, que não se reelegeu, negou o relato. “Não tem fundamento. Sou pacifista. Seria idiotice minha fazer uma proposta dessas.”


Colaborou FERNANDO RODRIGUES, de Brasília


Clique aqui para ler “WikiLeaks: Heráclito Fortes, o “defensor” dos EUA”.

impacto ambiental no RS

Ibama não aceita EIA-RIMA da usina de Pai Querê

Da Ecoagência

Foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (19) uma comunicação do IBAMA em que o EIA-RIMA (Estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório) do empreendimento hidrelétrico (UHE) Pai Querê, projetado para o rio Pelotas (entre RS e SC) está sendo devolvido ao Consórcio CEPAQ (Alcoa, Votorantim e DME Energia).

O estudo tinha sido realizado pelas empresas de consultoria Bourscheid-Engenharia e Meio Ambiente, Aecogeo-Soluções Ambientais e Sigma-Pesquisas e Projetos, e entregue ao IBAMA, em meados de junho de 2010. Entretanto, em agosto do mesmo ano, uma nota técnica da equipe do Ibama, responsável pelo licenciamento de hidrelétricas, apontou várias questões que não estavam de acordo com o Termo de Referência. Este é o segundo estudo, pois o projeto já tinha uma versão de EIA-RIMA, feito em 2001 pela empresa Engevix (a mesma que fez o levantamento irregular da UHE de Barra Grande), que foi considerada profundamente incompleta.

Entre as questões que provavelmente levaram a negativa para este novo EIA-RIMA estão a ausência de alternativas tecnológicas e locacionais, inexistência de um prognóstico da região, com e sem o empreendimento, além de inadequação da linguagem, ausência de mapas apropriados e outros itens. Infelizmente, estes itens são incluídos pró-forma em estudos de impacto ambiental no Brasil.
Considerando-se os demais quatro empreendimentos em série, já construídos no rio Pelotas-Uruguai, abaixo do projeto da UHE Pai Querê, com destaque a Barra Grande (onde se perderam 6 mil hectares de florestas do domínio Mata Atlântica), o caso da UHE Pai Querê não pode ser avaliado isoladamente. Além disso, deve-se considerar que atingiria em cheio os principais e mais contínuos remanescentes da floresta com araucária, justamente na Zona Núcleo da Mata Atlântica, de toda a bacia do rio Uruguai, sem contar que ali está prevista, em um Termo de Compromisso, a constituição de um Corredor Ecológico do rio Pelotas-Aparados da Serra, o que coincide com o mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (MMA, 2007).

Em agosto de 2010, os professores do Instituto de Biociências da UFRGS, Georgina Buckup, Laura Verrastro, Ludwig Buckup, Luis R. Malabarba, Márcio Borges, Paulo Brack e João André Jarenkow reuniram-se a fim de avaliar este novo relatório. Eles avaliaram que o estudo deveria trazer a luz todos os impactos conjuntos e sinérgicos já existentes na bacia. “Tratam-se, na realidade, de impactos conjuntos de mais de 50 outras hidrelétricas, a maioria PCHs (pequenas centrais hidrelétricas, até 30 MW), em construção ou já finalizadas nos últimos dez anos, e mais de 100 outras previstas para a bacia”, entende o grupo de professores. (Clique aqui para ler mais)

como assim, caras pálidas(?)

Na Folha, embargo americano vira “apoio ao povo cubano”

Somos andando



Na última sexta-feira, o governo americano aliviou algumas das restrições a Cuba que mantém há décadas, bloqueando o desenvolvimento de muitos setores da ilha, por impedimentos severos a trocas comerciais, viagens, intercâmbio cultural e outros.

Quando se fala em levantar o bloqueio, muitos desinformados, sem nem pensar direito no que dizem, utilizam a retórica da diplomacia, afirmando enfaticamente que os dois lados têm que ceder. Acontece que Cuba não impõe restrições aos EUA, ou seja, não o que possa ceder. A ilha é vítima de um embargo severo, ao qual nunca correspondeu.

Agora, o vizinho mais poderoso diminui um pouco o enorme prejuízo que causa a Cuba, nada mais que sua obrigação e ainda muito menos que o necessário, e é apontado com grande benfeitor.

Causa especial comoção a frase cunhada pela Folha.com. Tão curta e de tamanha desfaçatez:

“A política de flexibilização faz parte de um novo esforço americano de apoio ao povo cubano.”

Como assim, cara pálida? Quando, desde 1959, os EUA empreenderam algum esforço em prol dos cubanos? Pode até estar paulatinamente melhorando sua relação com a ilha, mas atribuir ao governo norte-americano “apoio ao povo cubano” é no mínimo extremamente ordinário, quando diversas sanções ainda são mantidas, desde 1962. A Folha simplesmente inverte a notícia. Como, aliás, admite o mesmo jornal, na mesma matéria, alguns parágrafos depois, o que reforça sua cara de pau: “A nova bateria de medidas não afeta, no essencial, as formas do embargo comercial em vigor desde 1962″.

O Estadão também trata do tema. Sem pender descaradamente para um lado ou outro, de forma mais neutra e profissional – apesar de ter um posicionamento conservador mais explicitado, o Estadão costuma brigar menos com a notícia do que a Folha -, diz:

“Estudantes e grupos religiosos poderão visitar a ilha e cidadãos dos EUA poderão enviar até US$ 500 dólares por trimestre a cidadãos cubanos não vinculados ao regime para incentivar atividades econômicas privadas.” (O destaque é meu.)

Quer dizer, o governo norte-americano alivia restrições com restrições. Como se os vinculados ao regime fossem criminosos ou causassem qualquer tipo de ameaça. Os EUA condenam aqueles que ousam ter uma ideologia diferente da sua. Eles mantêm presos há 12 anos cinco ativistas cubanos acusados de espionagem, que alegam estarem combatendo o terrorismo contra Cuba.

Acrescente-se a isso o fato de que “trabalhos jornalísticos também terão menos restrições”. Isso significa que os EUA impõem restrições aos trabalhos jornalísticos, que agora serão menores mas continuarão existindo. Mas ninguém fala em ameaça à liberdade de expressão no país que restringe a atuação de seus comunicadores e pune quem pensa muito diferente.

a mídia é uma institução política e assim deve ser tratada

Tarso Genro: Estado atuante baseado no diálogo e na participação


Na abertura do Encontro Brasileiro de Legislativos, na manhã desta quarta-feira (19), o governador Tarso Genro defendeu o papel do Estado na realização de políticas para a sociedade, valorizou o diálogo e questionou a atuação da mídia. A conferência, realizada no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, teve como tema “O Rio Grande que saiu das urnas”.

“Através do Estado, os cidadãos podem promover a igualdade, buscar os seus direitos e também fazer a crítica às ações do Estado”, disse. Tarso garantiu que irá incentivar a participação, para que os cidadãos se apropriem dos dados e façam sua própria avaliação das questões políticas, além da leitura da mídia.

“A mídia também é uma instituição política”

Com isso, trouxe um questionamento ao papel da imprensa, com quem pretende estabelecer uma relação de transparência para que os jornalistas tenham acesso aos dados e possam tratar dos temas com conhecimento de causa, evitando simplificações.
Afirmou que nem tudo que é pautado pela imprensa é fundamental para o Estado e para a democracia. “A mídia é uma instituição política, e assim deve ser tratada e respeitada, e não como uma instituição neutra”, disse.

O diálogo como construção de alternativas

Por diversas vezes em sua fala, o governador valorizou a concertação no lugar do enfrentamento como uma alternativa para se buscar soluções coletivas. Essa perspectiva é favorecida, segundo ele, pelo momento positivo que o estado vive, que permite “um diálogo muito mais aberto com a comunidade política da mídia, do Estado e da sociedade civil”.

O “palco da concertação” será o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que atuará no controle das situações de conflito, evitando a radicalização do enfrentamento e encontrando pontos comuns que levem a um consenso. Mas o governador ressaltou também a importância de toda a comunidade política, inclusive a mídia, adotar uma postura favorável ao diálogo.

Tarso valoriza o Estado democrático

Para embasar a defesa do Estado, Tarso citou a queda do muro de Berlim, em 1989, e a crise do sistema financeiro global, em 2008, que teriam mostrado que o Estado é necessário dentro de um contexto de democracia. Para o governador, tanto a ditadura estatal do socialismo soviético quanto o Estado mínimo do neoliberalismo impedem o diálogo e a construção de soluções.

“Eu sou um apaixonado pelo Estado”, finalizou, argumentando que a estrutura estatal na democracia fornece alternativas para a execução das políticas públicas. Aos moldes do que foi feito entre as instituições federais, Tarso defendeu um pacto entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no qual o governo está trabalhando “para fundamentar um futuro melhor para todos”.

Julian Assange

Entreviste Julian Assange


Do blog Carta Capital WikiLeaks, por Natalia Viana:

O fundador do WikiLeaks vai dar uma entrevista exclusiva para o público brasileiro.

A ideia é aumentar a comunicação direta com o Brasil, abrindo espaço para perguntas dos internautas.

Todo mundo pode participar. Basta enviar a sua pergunta como um comentário neste blog, incluindo nome completo e email para contato.

Eu e o pessoal do WikiLeaks vamos selecionar dez perguntas que serão respondidas por Julian.

Vamos selecionar em especial perguntas originais – já que o Julian deu muitas entrevistas ultimamente – e que tenham relevância para o público brasileiro  e para o atual momento do WikiLeaks.

Claro, nem todo mundo será contemplado, mas a ideia que a entrevista seja o mais democrática possível.

As perguntas podem ser enviadas até as 18 horas da próxima sexta-feira, dia 21 de janeiro.

Já a entrevista vai ser publicada na próxima semana – somente na internet.

Contamos com a sua participação!

quem quer o Estado mínimo? ah... a banca(?)

Foto-Legenda: Um homem idoso...

Diário Gauche




Um homem idoso se abriga no que resta de sua casa destruída no bairro de Campo Grande, Teresópolis, estado do Rio, sexta-feira passada.

Mais de 600 pessoas morreram na região nesta semana em meio a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra.

O fenômeno natural - chuvas torrenciais de verão - é motivo de tragédia no Brasil há, pelo menos, 30 anos, sem que se tomem medidas e políticas públicas para diminuir os estragos materiais e as vítimas fatais, ano a ano.

O fato demonstra o quanto falta Estado no Brasil.

Antonio Lacerda/Agência Europeia Pressphoto

sábado, 15 de janeiro de 2011

Conselhão do RS

Tarso divulga nome dos 80 integrantes do Conselhão

Sul21

Bruno Alencastro/Sul21
Tarso Genro / Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Rachel Duarte

O governador gaúcho Tarso Genro assinou, na tarde desta sexta-feira (14), no Palácio Piratini, o ato de designação dos 80 representantes da sociedade civil, que integrarão o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS). O governo promoveu uma solenidade oficial, pois, segundo o governador, o Conselhão terá extrema importância para a gestão.

“Esta experiência, da qual eu me orgulho muito de ter participado da construção em nível nacional, é um marco de concertação social no Brasil”, disse Tarso. O governador leu trecho de uma das cartas de concertação, elaboradas antes das plenárias do Conselho nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, criado por ele, quando era ministro do governo Lula. “A construção de um espaço publico não estatal, a partir de uma representação plural da sociedade civil inaugura outro novo caminho no nosso país: a civilização do estado brasileiro. A subordinação do estado à sociedade civil”, afirmava o texto lido por Tarso.

A pompa palaciana, como batizou o governador, se justificou pelo peso dos nomes que foram convidados e aceitaram compor o CDES. Entre eles, estão os empresários André Bier Gerdau Johannpeter, Anton Karl Biedermann e Paulo Tigre; o escritor Luís Augusto Fischer; o cineasta Giba Assis Brasil; a cientista social Mercedes Cânepa; a desembargadora aposentada Maria Berenice Dias da Silva e o presidente da Federação das Associações dos Municípios do RS, Vilmar Zanchin. Também integram a lista divulgada na cerimônia, representantes dos trabalhadores, produtores rurais, agricultores familiares, movimentos sociais, universidades e sindicatos, além de outras lideranças setoriais.

Por parte do Governo, integrarão o grupo os secretários da Fazenda, Geral de Governo, do Planejamento, Gestão e Participação Popular, do Trabalho e do Desenvolvimento Social, da Ciência, Inovação, e Apoio à Micro Empresa e o chefe da Casa Civil.

Bruno Alencastro/Sul21
Marcelo Danéris / Foto: Bruno Alencastro/Sul21

A instalação do Conselho será em março e as reuniões ocorrem a cada dois meses. Segundo o secretário executivo do CDES, Marcelo Danéris, o órgão será de consulta e assessoramento do governador e integrará o Sistema Estadual de Participação. Ele explicou que em fevereiro devem ocorrer encontros preparatórios com os conselheiros. “Primeiro vamos informá-los sobre o funcionamento e a agenda do Conselho. Vamos repassar o termo de referência, o regimento interno e um manual de como proceder dentro do CDES”, disse.

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social é formado pelo Plenário, Presidência, Secretaria Executiva, Comitê Gestor e Câmaras Temáticas, e tem a finalidade de propor políticas e acordos de procedimento sobre diferentes temas. Entre os primeiros assuntos em debate está o Piso Salarial Regional, Previdência Pública, Pedágios e diferentes iniciativas para estimular o desenvolvimento regional. A intenção é aproveitar as sugestões que forem surgindo no CDES e aplicá-las ainda no primeiro semestre. Um dos desafios a médio prazo é a construção de um plano plurianual da gestão. Vale lembrar que o critério deliberativo do Conselho será por consenso e não por maioria.

o teatro midiático torto e enviesado

Marilena Chauí na Caros Amigos: dificuldade é desculpa para imobilidade?

Jornalismo B


A manchete de capa da última edição da Caros Amigos não representa satisfatoriamente o que foi a entrevista da revista com a filósofa Marilena Chauí. Mesmo as perguntas incisivas e críticas não conseguiram tirar da petista críticas ao governo Lula ou ao que se avizinha como marcos do governo Dilma. Quando o assunto foi mídia, principalmente, Chauí escapou pela tangente de mil e uma maneiras. A frase “Sem comunicação não há democracia”, que dá título à entrevista e é a manchete da revista, aparece deslocada em meio a uma crítica torta da mídia brasileira.

A lista dos entrevistadores é longa: Bárbara Mengardo, Baby Siqueira Abraão, Cecília Luedermann, Débora Prado, Gabriela Moncau, Hamilton Octavio de Souza, Lúcia Rodrigues, Otávio Nagoya, Renato Pompeu, Tatiana Merlino e Wagner Nabuco. Resolvi citar todos os nomes porque compraram uma briga das boas: fazer Marilena Chauí comentar os desvios pelo caminho do governo Lula. Incansável, a entrevistada refutou um a um, mas, incansáveis, os repórteres insistiram.

A questão da comunicação é chave. Quando perguntada sobre a cobertura das eleições pela mídia, a filósofa desenvolveu longos parágrafos criticando a mídia hegemônica por fazer campanha para o candidato do PSDB, José Serra. Esqueceu-se, porém, de citar a parte dessa mesma mídia dominante que defendeu a candidatura de Dilma Rousseff sem declarar esse apoio. Esqueceu-se também de que a mídia não se resume apenas às grandes corporações, mas também à mídia alternativa, ignorada na resposta. As críticas de Chauí à cobertura da grande imprensa são válidas, corretas e passam perto do que foi muitas vezes escrito aqui neste blog. Porém, o que se viu nessa resposta, a primeira da entrevista, foi apenas uma defesa chorosa do PT e de sua candidatura.

Por outro lado, quando perguntada sobre a outra direção da relação entre governo e mídia, a entrevistada foi renitente e evasiva. Fica tudo no “é, é difícil”. É necessário regular a mídia, mas é difícil. É necessário que se fortaleçam os veículos da esquerda, mas é difícil. E as dificuldades vão virando desculpas para a absoluta imobilidade do governo petista no que diz respeito à comunicação. As Conferências Nacionais são exaltadas (“73 Conferências Nacionais com 70 mil pessoas participando para decidir sobre todos…”), mas a resposta é interrompida para que se coloque a questão: “Mas, no caso da Comunicação, as 672 propostas não saíram do papel até agora”. E novamente a entrevistada escapa pela tangente.

A entrevista foi muito bem conduzida, como costuma ser na Caros Amigos. Crítica, questionadora, abordou temas como reforma agrária, alianças partidárias, capital financeiro, aborto e arquivos da Ditadura (os dois últimos apenas de forma superficial, é verdade). Respostas fugidias foram rebatidas com perguntas mais objetivas, mais incisivas.

Marilena Chauí é uma importante pensadora, e seu pensamento sobre mídia costuma encontrar grande respaldo na esquerda brasileira. Porém, a defesa intransigente e quase publicitária do PT parece a ter desviado da crítica mais abrangente. Uma entrevista que tinha tudo para trazer um grande painel da comunicação e, por que não?, da sociedade brasileira sob o governo Lula, perdeu-se em perguntas sem respostas. Os questionamentos foram feitos, mas o entrevistado também precisa questionar.

Postado por Alexandre Haubrich

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de um jeito ou de outro ninguém gosta

WikiLeaks e eu: O Tio Sam dourou minha pílula

Sakamoto
 
A maior parte das pessoas que aparece nos telegramas do governo norte-americano, divulgados pelo WikiLeaks, reclama que o interlocutor exagerou no registro, que nunca diriam algo tão forte, que não foi bem assim. Devo ser um dos primeiros a inaugurar a seção “O Tio Sam dourou minha pílula”. Pô, meu interlocutor pegou muito leve na transcrição do meu depoimento! Cadê a parte em que eu reclamava das coisas? Minha mãe, se ler isto, vai dizer que não criou um filho para ele parecer um banana.

Como pesquisador da área de trabalho escravo contemporâneo, sou consultado regularmente sobre a situação do problema no país, bem como sobre os sucessos e fracassos da política de enfrentamento. Vez ou outra, representantes de governos ou das Nações Unidas, da sociedade civil, de movimentos sociais e do setor empresarial vêm buscar uma análise sobre o estado das coisas. Menos pela qualidade do que posso acrescentar (eu, particularmente, não me ouviria) e mais pela falta de malucos que tratem dessa área.

O telegrama a que me refiro foi originado de uma entrevista que dei em 2008, em que analisava o combate ao trabalho escravo no país e explicava que a situação na pecuária bovina tem sido, historicamente, pior do que na cana. Contudo, ao mesmo tempo, a cana tem liderado as estatísticas em número de libertados nos últimos anos por necessitar de mão-de-obra em grande quantidade. Em uma única propriedade, centenas podem ser encontrados.

O problema é que, na transcrição, o meu interlocutor deve ter perdido alguma coisa. Há alguns erros. Eu não diria, por exemplo, que o problema é pior nas pequenas plantações, haja vista que o trabalho escravo é apegado a um latifúndio que só vendo. E, sim, cana tem sido uma das culturas mais problemáticas quanto a trabalho escravo nos últimos tempos. E, que eu me lembre, o relato não deu algumas críticas mais contundentes – por exemplo, sobre o controle do Congresso Nacional por parlamentares da bancada ruralista que não se esmeram em aprovar leis que ajudariam no combate a essa maçaroca. Ou sobre a inserção desse tipo de relação de trabalho dentro de nossa economia. Problema que também está inserido na economia deles – ou vocês acham que somos só nós que gostamos de explorar trabalhadores?

O telegrama é mais técnico, sem importância se comparado com outros que já vazaram, e parte dos achados vão na linha do que já se sabe ou já se faz por aqui. E antes que eu esqueça, toda força ao WikiLeaks.

Mas se eu aparecer mais um vez com esses depoimentos leves na boca, além da minha mãe estranhar, haverá gente na representação patronal que vai querer me mandar um mimo de agradecimento. Talvez até um vale-abastecimento de etanol ou umas caixas de açúcar refinado de graça…

o povo da Tunísia nas ruas, nas praças... vê a si próprio sem tutelas

ra só acerca do pão, era também contra a ditadura e a corrupção. A revolução foi apoiada por todos os segmentos da sociedade. Pobres, classe média e mesmo a classe média alta. Especialmente a classe média mostrou as suas unhas nos últimos dias em Túnis. Muitos amigos meus que viviam ali e que são estudantes universitários ou empregados em boas posições estiveram nas ruas, também a apanhar gás lacrimogéneo e balas. A juventude desempenhou um papel importante em tudo isto e os telemóveis combinados com o Facebook conectados através de serviços proxy foram os media da revolução. A central sindical ( UGT ) desempenhou o papel do regulador do momento e indicador político. Ficou claro que enquanto a central sindical mantinha-se a declarar greves a batalha avançava e que era o sinal para o povo ir às ruas. Mas não podemos dizer que a central sindical liderou a revolução; ela ao invés sincronizou-se com ela, especialmente nos últimos dois dias cruciais.

Ao nível político não havia nenhum partido ou corrente que por si mesmo desempenhasse um papel principal. A oposição tradicional que está principalmente no exílio tentou coordenar e pensou mesmo num governo no exílio. Mas o momento da revolução era demasiado rápido para que tais planos se materializassem. O povo não tinham nenhum líder excepto a si próprio. Isto entretanto colocou para a revolução o problema de como organizar a transição do poder: quem o tomará. Só havia três opções: governo no exílio (mas isso seria só a longo prazo); golpe militar; ou alguma figura institucional do regime a ocupá-lo. Agora parece que as duas últimas opções ainda estão abertas. Ghanoushi, o primeiro-ministro, é de dentro do establishment, mas é muito provável que venha a estar no poder por pouco dias, alguns acreditam que por poucas horas. Rumores acerca de o general Ammar tomar o comando e designar o porta-voz da casa El Mbazaa como curador até que sejam organizadas eleições em 60 dias estão agora a circular dentro das fileiras do Exército e da cena política.

Quanto às possíveis tentativas do regime de regenerar-se, isto talvez possa fazer-se através da criação de desordem e caos nas ruas. Relatos de violência, saqueio e incêndios são amplamente difundidos neste momento. Mas é muito improvável que conduzam a um sentimento contra-revolucionário, porque o povo percebe que são os aspectos negativos de qualquer revolução, não há parto sem sofrimento...

Quanto às repercussões sobre o mundo árabe e para além dele... Elas são espantosas. Todos os ditadores árabes agora são sacudidos nos seus tronos. Especialmente nos países do Magreb, mas também Mubarak terá uma noite de insónia. Os povos árabes agora viram em sabem com certeza o que um povo pode fazer. Viram um outro povo árabe deitar abaixo o mais brutal dos ditadores em menos de um mês. Tudo o que foi necessário foi a unidade e a determinação para ir até o fim. Isto certamente levará à revitalização de sonhos revolucionários entre as classes árabes oprimidas (classe média e massas) e anunciará a aurora da democracia. Os americanos e os sionistas – e também a França – hoje estão nervosos: o seu melhor amigo na área foi chutado... E o povo está em vias de governar-se na Tunísia com a sua própria agenda com todos os elementos anti-imperialistas e anti-sionistas da mesma. Uma Tunísia livre e democrática não será apenas um modelo de democracia para todos os árabes, ela será também um abrigo seguro para forças revolucionárias e um lugar de apoio à resistência contra Israel e os EUA. A aliança internacional contra a hegemonia do império terá um novo membro.

Agora finalmente, a Tunísia é um belo país que tem um povo altamente educado, muito crítico e muito interventivo. Os tunisinos são tanto Magreb como Mashrek, eles parecem como todos os árabes e falam como todos os árabes, podem formar o núcleo do povo árabe para a libertação. A Tunísia pode desempenhar o papel que o Egipto já não é capaz de desempenhar. Na era da democracia e da liberdade, a Tunísia deve exportar a sua revolução, mas, antes de tudo, a Tunísia deve consolidá-la e levá-la ao seu final feliz pela construção de um sistema baseado na liberdade, igualdade, diversidade e cidadania. Um real Estado legal e um modelo a seguir. Acredito que os tunisinos estão entre todos os árabes para esta tarefa. Observaremos e aprenderemos.


[*] Fundador e antigo presidente da Arab European League . 

Este artigo foi publicado anteriormente no seu blog Abou Jahjah Comments.

O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/2011/jahjah150111.html 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

o povo da Tunísia nas ruas, nas praças... e o Presidente abandona o barco

Que a fagulha tunisina abrase todo o mundo árabe!

luisnassif

Actualização em 14/Jan/11/17h30 – 

Presidente tunisino abandona o país !



por Mohamed Belaali
 
Um povo em luta merece respeito.Mais de quatro semanas de revoltas populares, o exército atira com balas reais sobre a multidão, mortos às dezenas, cessar-fogo, desaparecimento e execução de sindicalistas, prisão de bloguistas, etc, etc. Estes acontecimentos não se desenrolam nem em Cuba, nem na Venezuela, nem na Bolívia, nem na China e nem no Irão mas na... Tunísia! Os países europeus, a França de Sarkozy à cabeça, sempre prontos a se imiscuírem nos assuntos do Irão ou da Costa do Marfim, por exemplo, desta vez contentaram-se com alguns comunicados após semanas de silêncio cúmplice: "a Tunísia confronta-se com problemas económicos e sociais. Só o diálogo permitirá aos tunisinos ultrapassá-los" dizia servilmente um comunicado do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros.

Que contraste entre a violência da propaganda contra o Irão na Primavera de 2009 aquando das eleições presidenciais e o servilismo das declarações oficiais a propósito da revolta do povo tunisino. Bastaria na época ler os títulos dos jornais e olhar as imagens difundidas em cadeia pelas televisões americanas e europeias para perceber o ódio do imperialismo à República Islâmica do Irão. Mas a revolta do povo tunisino não merece senão o desprezo e o silêncio. Pois "A Tunísia é um país amigo, estamos extremamente vigilantes com o que se passa lá em baixo e muito preocupado (...) Ao mesmo tempo, a França não tem de se ingerir nos assuntos da Tunisia", declarava Luc Chatel na Radio Classique e i-Télé .

Sempre invocando cinicamente o direito de não ingerência nos assuntos dos outros países, os governo francês, através da sua ministra dos Negócios Estrangeiros Michèle Alliot-Marie, chega mesmo a propor aos regimes tunisino e argelino sua colaboração em matéria de seguranças e manutenção da ordem: "Propomos que o know how das nossas forças de segurança, reconhecido no mundo inteiro, resolva situações securitárias deste tipo. Esta é a razão pela qual propomos aos dois países [Argélia e Tunísia], no quadro das nossas cooperações, agir neste sentido para que o direito de manifestar possa ser feito ao mesmo tempo que a garantia da segurança" [1] . É que a França é um dos primeiros investidores estrangeiros na Tunísia. Ela ocupa mesmo o primeiro lugar quanto ao número de empresas instaladas neste país (1200 empresas). Pode-se citar dentre muitas Lacoste, Valeo, Sagem, Danone, Sanofi-Aventis, Fram, Accor, Club med, BNP-Paribas, Société générale, Groupe Caisse d'épargne etc. etc. [2]

As burguesias ocidentais que apregoam incessantemente desejarem difundir a democracia por todo o mundo, na realidade não fazem senão sustentar, directa ou indirectamente, as ditaduras e impedem deste modo todo progresso no caminho da democracia e do progresso social. Toda a história do imperialismo não é senão o apoio aos regimes mais ferozes, quando não são instalados directamente por ele. Seria difícil e fastidioso pretender estabelecer uma lista exaustiva destas ditaduras pois são demasiado numerosas. Citemos ainda assim as mais conhecidas e as mais terríveis: Augusto Pinochet no Chile, Videla na Argentine, Somoza na Nicarágua, Suharto na Indonésia, Marcos nas Filipinas, Musharraf no Paquistão, o xá Reza Pahleve no Irão, Hosni Mubarak no Egipto, Omar e Ai Bongo no Gabão, etc, etc. O apoio indefectível das burguesias ocidentais aos regimes mais sangrentos é uma constante na história do capitalismo.

Hoje, o levantamento do povo tunisino, sua coragem e sua determinação a enfrentar um dos regimes mais repressivos, mostra o caminho a seguir a todos os oprimidos não só do Magreb como de todo o mundo árabe!

As massas populares árabes sofreram demasiado desta cumplicidade objectiva das suas próprias burguesias corrompidas até a medula e da burguesia ocidental que os mantêm na dependência e na miséria. O mundo árabe hoje é uma verdadeira bomba que pode explodir a qualquer momento.

Exploradas, marginalizadas e humilhadas por longo tempo, as massas populares árabes lentamente levantam a cabeça e tentam sair desta longa noite na qual foram mergulhadas.

Trabalhadores, progressistas e democratas europeus: é nosso dever apoiar o povo tunisino na sua luta contra um regime de outra era. A sua vitória nesta região do mundo árabe será igualmente a nossa aqui na Europa.
14/Janeiro/2011

(1) http://www.rue89.com/2011/01/12/lindecence-au-pouvoir-mam-offre-une-aide-securitaire-a-tunis-185251
(2) http://www.ambassadefrance-tn.org/france_tunisie/spip.php?article619 


O original encontra-se em http://www.legrandsoir.info/Que-l-etincelle-tunisienne-embrase-tout-le-monde-arabe.html 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

o povo da Tunísia na s ruas, nas praças

Tunisia - Solidarité avec le peuple tunisien / Solidariedade com o povo tunisino




فيديو: اليوم في العاصمة: النشيد الوطني التونس #sidibouz ...

liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós

Tunisia, a primeira revolução WikiLeaks?



Manifestante cumprimenta soldado esta sexta-feira em Tunis.  
Manifestante cumprimenta soldado esta sexta-feira em Tunis.

Por MirianL

Tunísia: a primeira revolução Wikileaks?

A publicação dos telegramas da embaixada norte-americana com exemplos de corrupção no país foi a gota d'água para o povo tunisino se revoltar contra o poder ditatorial de Ben Ali. Artigo de Elizabeth Dickinson.

Artigo | 14 Janeiro, 2011 - 19:47


Os tunisinos não precisavam de qualquer novo motivo para protestar, quando tomaram as ruas nas últimas semanas – os preços dos alimentos subindo, corrupção incontrolável, desemprego assustador. Mas pode-se contar a Tunísia como o primeiro caso em que notícias publicadas por WikiLeaks foram, para o povo, a gota d’água. Os protestos são também contra a absoluta falta de liberdade de expressão – inclusive para a WikiLeaks.

No material publicado por Wikileaks, o governo da Tunísia faz triste figura. A família que governa é descrita como “A Família” – espécie de elite mafiosa que deixa impressões digitais em toda a economia. “O presidente Ben Ali está envelhecendo, seu regime está esclerosado e não há sucessor à vista”, lê-se num telegrama diplomático de junho de 2009. Quanto à cleptocracia governante, diz um telegrama de junho de 2008: “Rumores persistentes de corrupção, além da inflação crescente e continuado desemprego, ajudaram a fazer aumentar a frustração com o governo da Tunísia e têm contribuído para os protestos que acontecem no sudoeste do país. Com acusações que se acumulam contra os principais do regime, que tudo indica que continuarão no poder, não há qualquer controle possível.

Evidentemente, os tunisinos não precisavam que alguém lhes contasse tudo isso. Mas os telegramas trazem detalhes – por exemplo, a informação de que a primeira dama aufere lucros massivos de uma escola privada – aceleraram o processo de revolta. As coisas pioraram, em vez de melhorar (como o governo certamente esperava), quando as autoridades bloquearam completamente a divulgação dos telegramas e passaram a caçar dissidentes e ativistas das redes sociais.

Como PayPal e Amazon aprenderam ano passado, os apoiantes de WikiLeaks não reagem bem quando são impedidos de usar a internet. A rede de hackers Anonymous lançou uma operação,OpTunisia, contra as páginas oficiais da Tunísia, que continuará “até que o governo da Tunísia mude de atitude” – como disse ao Financial Times um dos hackers militante dos Anonymous.

Como as recentes chamadas “Twitter Revolutions” na Moldávia e no Irão, é claro que havia muita coisa errada na Tunísia, antes até de Julian Assange receber o arquivo dos telegramas diplomáticos. Mas WikiLeaks serviu como agente catalisador: como gatilho e ferramenta para ação política popular. Dificilmente haverá maior elogio, para uma página de internet de um novo jornalismo militante.

Elizabeth Dickinson escreve na revista Foreign Policy . Tradução Vila Vudu, publicado no blogueredecastorfoto

uma irresponsabilidade de 500 anos

CartaCapital: A culpa é do homem


Viomundo

da Redação de CartaCapital

Desde o início dos tempos é verão nos trópicos. A estação iniciada no dia 21 de dezembro trouxe as chuvas que, marcadamente, são fortes nas primeiras semanas do ano. A novidade nessa roda natural do tempo é que a partir da ocupação desordenada das serras e das planícies nas regiões metropolitanas o temporal desse período tem provocado mortes. Hecatombes.

Tem chovido bastante na Região Sudeste. A chuva já castigou São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Rio de Janeiro, no entanto, a situação é quase sempre mais dolorosa. A gravidade nunca havia alcançado a dimensão de agora nas primeiras 48 horas de temporal nos dias 11 e 12 sobre a região serrana do estado, castigadas mais seriamente as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Foram contadas mais de 550 mortes, até agora. Há milhares de desabrigados. O cenário é de destruição.
Não há como culpar a natureza. O País está diante de crimes cometidos pelos homens. Há uma irresponsabilidade contínua dos prefeitos de cada uma dessas cidades. Alguns por fazerem vista grossa para as ocupações desordenadas. Outros, por incentivar as moradias nas encostas. Os sucessores não fiscalizaram os antecessores, seja por camaradagem partidária, seja pela omissão provocada pela avidez de se manterem no poder a qualquer preço. E o preço é esse que se vê ao longo dos anos.

Naturalmente, a população pobre é a principal vítima desse comportamento criminoso. Vez por outra, como agora, os mais abastados tornam-se vítimas também. Mas, em regra, não são vítimas fatais. É o caso de dois filhos do saxofonista George Israel, da banda Kid Abelha, que passavam as férias em Teresópolis. A água ilhou a casa onde estavam e o pai pôde resgatá-los de helicóptero. Felizmente, somente um grande susto.
Diferente o destino do pedreiro Juacirde Ponte Rabelo, de 65 anos. Ele descreveu para o jornal O Globo um dos momentos do temporal que destruiu a casa onde vivia: “A correnteza era forte e carregava tudo o que havia no caminho. Para não ser levado tive de fazer um buraco no teto e subir no telhado com o meu irmão”. Infelizmente, não havia helicóptero para resgatá-los.

No jogo do acaso, a tragédia maior atingiu a estilista Daniela Conolly e sete parentes dela. Todos morreram afogados enquanto dormiam, hospedados em sítio alugado de um membro da tradicional família Gouveia Vieira, no fascinante Vale do Cuiabá. “É desesperador”, lamentou o vice-governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, na ausência do governador Sérgio Cabral, que, com a família, voltou ao Rio rapidamente, encerrando as férias no exterior.

Pezão sobrevoou a região e constatou: “É pior do que Angra dos Reis no ano passado”. O temor é o de que no ano que vem a situação seja ainda pior, a considerar que a sequência histórica tem sido assim.
A presidenta Dilma Rousseff conversou com Cabral por telefone, também sobrevoou a área atingida e visitou um desses locais. E -liberou imediatamente um repasse de 780 milhões de reais para socorrer as vítimas das chuvas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Diante da dimensão do que ocorreu no Rio, as chuvas em São Paulo, embora com consequências lamentáveis, foram gotas caídas do céu. São situações essencialmente diferentes.

O temporal na capital paulista também aconteceu na noite do dia 11 para o dia 12. Durou cerca de quatro horas. Houve 127 pontos de alagamento, o maior desde 2005, que praticamente pararam a cidade. A situação em São Paulo parece mais uma questão de má administração do que propriamente de irregularidades criminosas no processo de ocupação das áreas que circundam as cidades, como no Rio de Janeiro. Os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, embora no ano passado tenham sido inauguradas todas as obras de expansão da Marginal do Tietê pelo governo do estado. O investimento contra enchentes foi calculado em 8,7% menor que em 2008. Em qualquer circunstância, a irresponsabilidade é a grande promotora desses espetáculos.

imigrantes, sim...mas apenas os úteis

As restrições européias contra latino-americanos



Por wilson yoshio.blogspot
 
Restrição de migração para latino-americanos na Europa

Agência Brasil


UE adotará novas regras de política migratória para limitar acesso ao mercado de trabalho europeu


Brasília – A União Européia (UE) quer definir para breve uma nova política migratória que atingirá principalmente os latino-americanos. A exemplo do que foi adotado no Canadá, os europeus analisam a possibilidade de estabelecer regras a partir de uma relação de profissões úteis para cada país do bloco, além de outros critérios para a entrada de imigrantes.
deia é autorizar o ingresso apenas de profissionais de nível superior e técnicos cuja mão de obra seja necessária e onde houver carência desses profissionais.

O representante da UE no Brasil, o embaixador português João José Soares Pacheco, afirmou à Agência Brasil que a preocupação dos europeus é definir uma política para o ingresso de imigrantes na região “de forma ordenada”. Segundo ele, o objetivo é dar acesso a todos à segurança social e a garantias trabalhistas.
“Vamos continuar a aceitar os imigrantes. Eles são necessários e fazem parte da nossa política. Nós sabemos que vamos precisar da mão de obra dos imigrantes pois há um envelhecimento da população e faltam trabalhadores em áreas específicas”, disse Pacheco.

O embaixador disse que a relação das “profissões necessárias” ainda não está concluída, mas há subcomissões na União Europeia designadas exclusivamente para tratar do tema. No caso do Canadá, o interessado em migrar deve preencher uma longa ficha, com os dados sobre a profissão, a relação de títulos que afirma ter e ainda deve comprovar que dispõe de renda para sustentar a si e aos parentes ao chegar em território canadense.

Pacheco afirmou que outra preocupação da União Europeia é conter a ação das redes de tráfico de pessoas que atuam na imigração ilegal. Segundo ele, foi criado um órgão específico para cuidar exclusivamente do assunto, que é a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex).

“Temos de combater a imigração ilegal, as redes que atuam nesta área não tratam as pessoas como humanos, mas como animais, abandonando-as no deserto e no mar. Isso não pode continuar a ocorrer”, disse o embaixador.

A iniciativa da União Europeia ocorre no momento em que há inúmeras queixas sobre discriminação a imigrantes na Europa. No ano passado, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, apelou para que os europeus não sejam discriminatórios em relação aos imigrantes que vêm de países em desenvolvimento.
Em 2009, o Itamaraty, em nome do governo do Brasil, protestou formalmente em relação ao tratamento discriminatório dado aos turistas brasileiros que tentavam entrar na Espanha. Houve denúncias de restrições nos aeroportos e tratamento desrespeitoso por parte de algumas autoridades policiais.

Um dos casos emblemáticos de suspeita de discriminação a imigrantes envolveu o brasileiro Jean Charles de Menezes. O imigrante brasileiro, que vivia em Londres, foi morto por engano pela Scotland Yard, em 2005, depois de ser confundido com outro estrangeiro de origem árabe suspeito de promover um atentado na cidade. O assassinato gerou protestos no Brasil e na Inglaterra.

http://portalwebnews.com/index.php/2011/01/08/restricao-de-migracao-para-latino-americanos-na-europa/

EUA se aproxima de Cuba e vice-versa(?)

Obama relaxa embargo contra Cuba



Por Andre Araujo
 
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2011/01/14/AR201101...

Materia que passou batida na nossa imprensa, o Presidente Obama  relaxou  esta semana varias regras do embargo contra Cuba, permitindo voos de todos os aeroportos internacionais dos EUA para Havana, até agora so eram permitidos voos de Miami e Dallas, espera-se uma explosão do turismo de americanos para Cuba.

permitindo remssa de dinheiro até 500 dolares por remetente mesmo que não seja para a familia, remessa de pacotes livremente e o mais importante do que tudo PERMITINDO INVESTIMENTO DE AMERICANOS EM CUBA, o que no momento é retorico mas que abre uma porta para pequenos negocios que podem ser o inicio da reinserção de Cuba do modelo concorrencial.

A Deputada Federal Ileana Ros Lehtinen, Republicana de Miami, nova Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Camara e que nasceu em Havana,  protestou, como não poderia deixar de ser mas outros deputados da Florida apoiaram o Presidente. Lembremos que desde 2002 a exportação de trigo e grãos em geralestá fora do embargo, com o que os EUA se tornaram o maior fornecedor de alimentos para Cuba, na escala de US$2 bilhões, pagos por Cuba em dinheiro, que vem da venezuela direta ou indiretamente, via petroleo dado a Cuba (80 mil barris dia).

A imprensa americana e inglesa ( Guardian)  acredita que há um entndimento discreto entre o Governo americano e Raul Castro para a doção dessas medidas, que só tem sentido se tiverem a concordancia do Governo cubano, pois aviões só podem pousar com o consentimento dos cubanos, da mesma forma que as remessas de dinheiro e de produtos e mais ainda, a possibilidade de investimentos.

É bom lembrar que os EUA possuem em Havana um grande escritorio, sem o status de representação diplomatica, com o nome de SEÇÃO DE INTERESSES DOS ESTADOS UNIDOS, que funciona sob a bandeira suissa. Esse escritorio se localiza no mesmo predio de nove andares aonde funcionava a antiga Embaixada americana em Havana, foi recentemente reformado e abriga cerca de 600 funcionarios. A SEÇÃO DE INTERESSES tem feito muitos seminarios para cubanos, sobre administração municipal, comercio exterior, informatica, etc., o que pressupõe ao menos a não oposição do Governo cubano a essas atividades.

Se existir uma possibilidade de melhoria das relações EUA-Cuba será com Obama, que tem demonstrado coragem mesmo tendo agora uma Camara controada pelos Republicanos e pior ainda, uma Comissão de Relaçoes Exteriores presidida por uma cubana de Miami.