domingo, 27 de dezembro de 2015

Cunha, o tucanato e os coxinhas não curtem reunião com portas abertas


O xeque mate de Lewandowski em Cunha ao fazer uma reunião de portas abertas.






Postado em 23 dez 2015
por : Kiko Nogueira


Repare na foto abaixo. É a imagem de um homem derrotado.




“Corcunda é a mãe”



Aquele é Eduardo Cunha no momento em que saiu de uma reunião com Ricardo Lewandowski, presidente do STF.

Ela foi provocada por Cunha. Há alguns dias, Cunha afirmou numa coletiva que queria “esclarecer algumas dúvidas” sobre o rito do impeachment. O voto de Fachin fora destroçado no Supremo, destroçando seu projeto de tabela.

Diante dos microfones, o velho Eduardo desfiou um rosário de incertezas: “Se a comissão for rejeitada pelo plenário, como fica? Vai submeter de novo? De que forma vai submeter? Mesmo que a comissão seja aprovada, instala-se a comissão especial, a Mesa Diretora vai ser eleita com voto secreto ou aberto? Vai ter disputa, ou não?”

Na verdade, estava, como de costume, exercendo seu talento na área da empulhação e da intimidação. O encontro acabou acontecendo na tarde de quarta, 23, durou perto de 30 minutos e deu ruim para EC.

Contrariando uma prática desse tipo de evento, Lewandowski abriu seu gabinete para a imprensa. Cunha, acostumado à conspiração e aos arranjos de bastidores, levou um xeque mate.

Ao recusar as portas fechadas, Ricardo Lewandowski ficou automaticamente resguardado de manipulações que Cunha pudesse fazer a posteriori — como, por exemplo, divulgar uma versão particular dos fatos. É o que vive fazendo em seus shows nas entrevistas (eis algo que fará falta na tragicomédia nacional quando ele for preso).

Na frente de dois paus mandados do presidente da Câmara, Lewandowski entregou a seu interlocutor constrangido um documento e explicou-lhe do que se tratava. “A ata da sessão reflete o mais fielmente possível o que aconteceu na sessão, além do voto do ministro Barroso”, afirmou.

“Não há margem para dúvida pela minuciosidade e a forma explícita como foi decidida a questão. Não podemos antecipar qualquer dúvida da Câmara porque não podemos responder nada hipoteticamente”.

A luz do sol ainda é o melhor detergente, especialmente com mestres das sombras e nosferatus das propinas.



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Haja manipulação!

Justiça bloqueia bens da Vale. Finalmente!







Por Altamiro Borges

Na semana passada, finalmente a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens das empresas Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, donas da Samarco, a responsável pelo rompimento das barragens no Complexo de Germano, em Mariana, no início de novembro. A mídia privada, que garfa milhões em publicidade das corporações criminosas, quase não deu destaque à inédita decisão da Justiça. Ela foi assinada pelo juiz Marcelo Aguiar Machado, da 12ª Vara Federal em Minas Gerais, atendendo às ações impetradas pela União e pelos governos mineiro e capixaba. Ela determina que a Samarco faça um depósito judicial de R$ 2 bilhões para execução do plano de recuperação dos danos ambientais e sociais em um prazo de 30 dias.

Pela Ação Civil Pública, Vale e BHP são poluidoras indiretas e devem sofrer punições, já que a Samarco não tem patrimônio para o ressarcimento integral dos danos, estimados em mais de R$ 20 bilhões. “A efetiva garantia financeira da reparação integral do dano ambiental causado depende do estabelecimento de outras garantias, sendo pertinente, tendo em vista a gigantesca extensão dos danos socioambientais e socioeconômicos causados, que se aplique, com base no artigo 461, parágrafo 5º, do CPC, a medida prevista no artigo 7º da Lei 8.429/92, de indisponibilidade de bens dos réus a fim de se assegurar o integral ressarcimento do dano”, destaca a decisão de Marcelo Aguiar Machado.

Ele também determinou que a Samarco impeça, no prazo de 10 dias, o vazamento de rejeitos que ainda escorrem da barragem rompida e comprove que as medidas já foram adotadas, bem como comprove a execução das medidas de segurança em outras barragens da mineradora. “Neste prazo, as empresas deverão iniciar a avaliação da contaminação de pescados e os riscos para a população, assim como os riscos de proliferação de doenças nas áreas atingidas”, informa o site do Jornal do Brasil. A Vale, que fatura bilhões com a extração de minérios, anunciou que pretende recorrer da decisão. Já a multinacional anglo-australiana BHP Billiton não se manifestou sobre a sentença.

A mídia privada – nos dois sentidos da palavra – fez campanha ostensiva pela privatização da lucrativa estatal Vale do Rio Doce. Apesar dos vários protestos nas ruas e no parlamento, a empresa foi vendida a preço de banana pelo ex-presidente FHC, num processo criminoso que já foi batizado de “privataria tucana”. Se o crime em Mariana, que matou 15 pessoas – segundo estimativas oficiais – e devastou o meio ambiente, tivesse sido cometido por uma empresa estatal, a mídia venal faria o maior escarcéu contra a “ineficiência” do setor público e as maravilhas da iniciativa privada – com o objetivo de forçar sua privatização. Já a Vale privada, com seus milhões em anúncios publicitários, quase não é citada nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. Haja manipulação!




***


Leia também:


- Não foi tragédia em Marina. Foi crime!

- A Vale da morte e a impunidade

- A tragédia de Mariana e a Lista de Furnas

- Tragédia em Mariana é herança do PSDB

- Aécio Neves chafurda na lama da Vale

- O maior desastre ambiental do Brasil

jornalismo e o desvio de caráter


A imundície do jornalismo “limpinho” no caso Cunha-Cuba


Tijolaço


POR FERNANDO BRITO · 27/12/2015








Não é nenhum absurdo errar no jornalismo.

Recebe-se uma informação falsa, por falta de meios ou de tempo não se a verifica e, pronto, lá se foi a “barriga” jornalística, que é com a gente chama a notícia falsa ou improcedente.

Pode acontecer, ninguém está livre. Se é muito grave, dizia-se no meu tempo, “dá demissão”. É risco do ofício.

O que não pode acontecer foi o que ocorreu neste ridículo episódio da “viagem” de Eduardo Cunha a Cuba noticiada na coluna de Lauro Jardim, no site de O Globo, que parece estar se tornando a recordista em publicação de notícias falsas sobre políticos e seus filhos.

O tema era atraente e a baixaria irrelevante de uma filha do deputado (irrelevante mesmo, porque é uma simples grosseria e a moça não é a que tem conta na Suíça) era irresistível para quem quer ficar dando lições de comportamento aos outros.

Gabriela Amorim, ao que se saiba, não é uma figura pública, não tem nenhum interesse jornalístico e sua postagem no Instagram não faz nenhuma referência política.

Com o perdão da expressão,o que o jornal fez foi simples uso escandaloso de bunda e dedo alheio, tal como fez a mocinha mal-educada ao usar uma imagem de uma dona que tem como profissão ser irmã da “celebridade” Kim Kardashian.

Muito pior, porém, porque não num perfil particular, mas numa coluna que se pretende o máximo do jornalismo sob a marca de um grande jornal.

Não se justifica por ser filha de Cunha e Cunha ser quem é, porque não se justifica com ninguém.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar e a coluna piorou.

Passou da má informação, da baixaria e da irrelevância para o mau-caratismo.

Publicou uma “atualização” que não é um desmentido, mas um “arranjo”, sem referência ao erro.

Troca-se, como se vê na imagem, algumas palavras e faz-se o leitor de idiota.

Fere-se, assim, a primeira e maior regra do jornalismo, da qual todas as outras advém: respeite o leitor.

O mínimo que se espera quando se faz algo que pretenda ser chamado de jornalismo é ter dignidade.

Aqui chega lixo de toda espécie, como chega a todos os blogueiros que Lauro e O Globo chamam de sujos.

Na campanha, falou-se da família de Aécio Neves, mas só quando seus atos os envolviam em situações públicas e nunca se explorou situações familiares que não tivessem este viés.

Não é digno de elogios agir assim, é obrigação.

Infelizmente, está deixando de ser a regra.

Ao contrário: a regra parece estar virando o deboche, a grosseria, o uso do jornalismo para um tipo de “fofocagem” mau-caráter.

Nada a ver com informalidade, com fazer polêmica, com ter posição política ou mesmo paixões ideológicas.

Mas quem não pratica no seu próprio trabalho o mínimo ético a que deveria estar obrigado só pode ser um fariseu quando pretende dar lições de ética aos outros.

PS. O erro grosseiro pode ter sido do repórter da coluna de Jardim. O desvio de caráter na “emenda pior que o soneto” é degraus acima, certamente.

Bom dia, Pato...


Eles já não pagam o pato e querem cobrar de você:
Brasil não taxa dividendos e cobra menos imposto sobre propriedade ou herança que outros países



Viomundo


publicado em 26 de dezembro de 2015 às 00:36




18/12/2015 09:35



No Brasil, ricos pagam pouco imposto e convencem os patos

Róber Iturriet Avila e João Batista Santos Conceição, no Brasil Debate


Uma das discussões atuais é sobre o tamanho do Estado, seus papéis e quem o financia. Em comparação com outros países, no Brasil os impostos incidem muito mais sobre consumo e salário do que sobre renda e patrimônio, o que dificulta cumprir os direitos sociais definidos na Constituição de 1988

A cobrança de tributos conforma um relevante aspecto da relação do Estado com a sociedade. Ao longo da história, os papéis do Estado foram alterando, absorvendo cada vez mais funções sociais como saúde, educação, previdência, assistência social, políticas de moradia, para além das básicas como segurança, defesa territorial e mediação de conflitos.

Tais transformações não ocorreram por acaso e tampouco espontaneamente. O processo de acumulação extremamente desigual e a oligopolização da economia constituíram o caldo de cultura para que o sindicalismo e os partidos operários e trabalhistas reivindicassem direitos sociais e distribuição da riqueza por meio de ação do Estado. Isso se deu, sobretudo, após a crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial.

As políticas econômicas keynesianas, o aparelho estatal de oferta de bens e serviços e o sistema de bem-estar social do período 1945-1980 foram identificados, na crítica neoliberal, como elementos que traziam pesado ônus à situação financeira dos Estados.

Após 1980, essa “nova” sistematização de ideias foi implementada. Os resultados de tais políticas consistiram em fragilização dos sindicatos, ampliação das desigualdades, perda de direitos, descompasso entre variação salarial e produtividade do trabalho e ampliação significativa da participação do 1% mais rico na renda. Piketty (2014) quantificou essa concentração.

Presentemente, a disputa de ideias se dá, em grande medida, em relação ao “tamanho” do Estado, seus papéis e quem o financia.

No Brasil, em 2013, 51,3% dos impostos recolhidos nas três esferas de governo tiveram origem no consumo de bens e serviços, 25,0% na folha de salário, 18,1% na renda, 3,9% na propriedade e 1,7% em demais impostos (1).

Quando é efetuada uma comparação com outros países, se observa que na Dinamarca e nos Estados Unidos, por exemplo, metade da arrecadação está centrada em impostos sobre a renda e lucros (gráfico 1).

No que tange à América Latina, os países que mais tributam renda e lucros são: Peru, Chile e Colômbia, representando, respectivamente, 39,9%; 35,8% e 33,5% da arrecadação.

Os impostos sobre patrimônio também são mais baixos no Brasil. Eles alcançaram 3,9% da carga tributária em 2013. Já no Reino Unido, na Colômbia e na Argentina os impostos sobre patrimônio representaram, respectivamente, 12,3%; 10,6% e 9,2% da carga total.

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) representam, respectivamente, 1,7%, 1,4%, 0,6% e 0,2% da arrecadação brasileira.

A participação do Imposto Territorial Rural (ITR) é de 0,04%do total. Não passa despercebido que o Brasil é um país extenso, conformado por vastas áreas rurais.

O Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) representou 2,7% do produto brasileiro em 2013. Nos países que integram a OCDE, esse valor corresponde a 8,5%, em média. Mesmo ao se comparar com países com níveis de renda semelhante, observa-se que no Brasil a relação é inferior. Na Turquia, por exemplo, é 13,5% e no México 13,6%.

Quanto às alíquotas marginais brasileiras, tanto a mínima, quanto a máxima estão entre as mais baixas. Desde 1998, a alíquota máxima, no Brasil, é de 27,5%. Já na Alemanha é de 45%, na Turquia é de 35% e no México é de 30%.

Além de alíquotas relativamente menores, no Brasil, é possível deduzir do imposto de renda as contribuições à previdência, despesas médicas, dispêndio com dependentes, pensão alimentícia, entre outros. Em 2013, as deduções foram de R$ 295,1 bilhões, 17,4% da arrecadação e 6,1% do produto.

Os 71.440 brasileiros mais ricos declaram deduções na ordem de R$ 100,1 milhões com dependentes, R$ 82,5 milhões com instrução e R$ 804,2 milhões em despesas médicas. No total, os abatimentos representaram uma média de R$ 13,8 mil por indivíduo.

Desses mais ricos, 51.419 são os recebedores de lucros e declararam um patrimônio total de R$ 1,1 trilhão. Dessa maneira, a renda média individual anual é de R$ 4,5 milhões e a média patrimonial é de R$ 20,8 milhões por pessoa.

Os rendimentos isentos e não tributáveis somaram R$ 632,2 bilhões em 2013. Os 71.440 mais ricos obtiveram R$ 297,9 bilhões, dos quais R$ 196,0 bilhões estão isentos, 65,8% do total.

O valor mais significativo dessa categoria provém dos lucros e dividendos distribuídos ao declarante e/ou dependentes. O total foi de R$ 231,3 bilhões. Cumpre frisar que no ano de 1995 a Lei nº 9.249 isentou a tributação sobre os dividendos.


[Nota do Viomundo: Veja lá quem assinou a Lei 9.249]


Dentre o grupo de 34 países que integram a OCDE, apenas a Estônia aplica o modelo de isenção sobre os dividendos. No Reino Unido, a alíquota é de 36,1%; no Chile, 25%; nos Estados Unidos, 21,2%; e, na Turquia, 17,5%. O México passou a tributar em 17,1% os dividendos em 2014.

Ao se efetuar comparações das alíquotas do imposto sobre herança e doação, observa-se que o desalinhamento persiste sob o aspecto de justiça fiscal. A alíquota no Reino Unido é de 40%. Em outros países, ela é variável: nos Estados Unidos, a média é de 29%; no Chile, 13%. No Brasil a cobrança de ITCMD varia de acordo com cada estado. A alíquota média é 3,9%, porém, elas variam entre 1% e 8%, com faixas díspares.

Países como Argentina, Colômbia, França, Índia, Noruega, Suécia e Uruguai adotam o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), com alíquotas que estão entre 0,4% a 4,8%. O Brasil não cobra esse imposto.

Os direitos sociais no Brasil foram aprimorados na Constituição de 1988. Eles exigiram maior tributação. Assim como a Constituição, a configuração tributária brasileira não foi gerada espontaneamente. Ela representa interesses e o poder de segmentos da sociedade. Mesmo que haja uma constante tentativa de convencimento de que os ricos e os grandes empresários “pagam o pato”, ao se comparar os dados com outros países, observa-se o contrário. Os ricos no Brasil nunca pagaram o pato. Eles apenas convencem os patos que pagam.








Notas

(1) Impostos indiretos são regressivos, pois sua incidência não têm como referência a renda, apenas o consumo. Não diferencia, portanto, os diferentes níveis de poder aquisitivo. A maior participação deste tipo de tributo vai de encontro ao princípio de equidade.

Referências

PIKETTY, T. Capital in the twenty-first century.Londres: The Belknap press of Harvard University press, 2014.

Leia também:

Boulos diz que a mágica do ajuste de Dilma é que ampliou o rombo


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Até 2018, amigo !

Por que você pede o impítim da Dilma?


Até 2018, amigo !


Conversa Afiada


publicado 27/12/2015


Do facebook "Golpe Nunca Mais":

Conteúdo relacionado

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Quem lê Veja não está dividido com nada

é absolutamente fascista



Reflexões sobre o ser historiador


Leandro Karnal




Aula inaugural do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia proferida pelo prof. Dr. Leandro Karnal (Unicamp).


Qual o sentido de fazer história?

O trono do ESTUDAR

André Whoong Arnaldo Antunes Chico Buarque Dado Villa-Lobos Dani Black Felipe Catto Felipe Roseno Fernando Anitelli Hélio Flanders Lucas Santtana Lucas Silveira Miranda Kassin Paulo Miklos Pedro Luís Tetê Espíndola Tiago Iorc Tiê Xuxa Levy Zélia Duncan









O Trono de estudar

Ninguém tira o trono do estudar

Ninguém é o dono do que a vida dá

E nem me colocando numa jaula Porque sala de aula

Essa jaula vai virar

A vida deu os muitos anos de estrutura do humano à procura do que Deus não respondeu

Deu a história, a ciência, a arquitetura, deu a arte e deu a cura e a cultura pra quem leu

Depois de tudo até chegar neste momento me negar conhecimento é me negar o que é meu

Não venha agora fazer furo em meu futuro, me trancar num quarto escuro e fingir que me esqueceu

Vocês vão ter que acostumar porque

Ninguém tira o trono do estudar Ninguém é o dono do que a vida dá

E nem me colocando numa jaula Porque sala de aula

Essa jaula vai virar

E tem que honrar e se orgulhar do trono mesmo e perder o sono mesmo para lutar pelo que é seu

Que neste trono todo ser humano é rei seja preto, branco, gay, rico, pobre, santo, ateu

Pra ter escolha tem que ter escola ninguém quer escola, isto ninguém pode negar

Nem a lei, nem estado, nem turista, nem palácio, nem artista, nem polícia militar

Vocês vão ter que me engolir, se entregar

Porque ninguém tira o trono do estudar








Picolé de Chuchu saiu da caverna


Pendurado pela PM de cabeça para baixo, este estudante derrotou Alckmin.



Blog do Baitasar

Diário do Centro do Mundo




Por Kiko Nogueira



Postado em 03 dez 2015
por : Kiko Nogueira


Elissandro da Siqueira dialoga com a PM de Geraldo Alckmin (FOTO MARIVALDO OLIVEIRA)



Geraldo Alckmin foi derrotado pelo estudante Elissandro Dias Nazaré da Siqueira, de 18 anos. Elissandro foi preso, com mais cinco pessoas, num protesto contra a “reorganização” da educação pelo governo de São Paulo.

Tomou as costumeiras cacetadas da PM e, em seguida, foi algemando e carregado de cabeça para baixo numa rua de Pinheiros. “Estou com muito medo. Eles me ameaçaram para ficar calado e sumir, mas vou continuar na guerra”, disse para a reportagem do Uol.

Alessandro resume o espírito dos garotos que estão desmascarando, de maneira implacável, um governante inepto e autoritário. Um cascateiro cuja faceta de coroinha interiorano está sendo atirada no lixo.

Ontem, Alckmin perpetrou mais um de seus disparates: “A polícia dialoga, a polícia conversa, a polícia pede para as pessoas saírem, a polícia dá tempo de as pessoas saírem”, disse.

A polícia bate, não dialoga e Geraldo tem alguma noção disso (embora, a essa altura, é provável que já esteja confundindo as coisas em seu delírio). Quem deveria dialogar é o governador e seus homens, a começar pelo secretário de educação Herman Vorwaald, para quem o ensino no estado é “uma vergonha” — o resultado confesso de duas décadas de PSDB, portanto.

Alckmin terá o mesmo destino de seu colega de partido Beto Richa, do Paraná. Richa, classificado por Aécio como “um dos mais qualificados gestores públicos do país”, viu sua popularidade despencar depois de mandar seus soldados descerem o pau nos professores, com direito a cenas dantescas como um cachorro tirando um naco da perna de um cinegrafista.

Beto Richa, hoje, é um morto vivo. Ninguém, a não ser um psicopata como, por exemplo, Eduardo Cunha, gosta de ver professores ou estudantes apanhando.

Em 2014, uma matéria laudatória sobre Geraldo na Época o saudava como um dirigente que conseguiu “ler as ruas” e os protestos de 2013. “Alckmin sabia, por intuição e por pesquisas, que a população queria um governo tolerante com os manifestantes pacíficos”, afirmava a revista.

Tolerante com revoltados online, kataguiris e débeis mentais que pedem intervenção militar e truculento com alunos da rede de ensino estadual. O Picolé de Chuchu saiu da caverna e mostrou quem é: um rotweiller. Devidamente subjugado e desmoralizado pelos elissandros.



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domingo, 20 de dezembro de 2015

Quá, quá, quá! Quá, quá, quá! Quem são os intelectuais do Golpe de 2015?


Por que Golpe de 64 jamais se repetiria em 2015


Coloque os bacharéis da UDN Golpista ao lado do Gilmar PSDB-MT!​


Conversa Afiada



publicado 20/12/2015




Em 1964, o Golpe tinha os Estados Unidos, o embaixador americano, o chefe da CIA no Brasil e a Quinta Frota a caminho.

Em 2015 não tinha.

Em 1964, o Golpe tinha o mensalão do IBAD.

Tinha o IPES do General Golbery com sua plêiade de empresários paulistas e intelectuais de renome.

O Golpe de 2015 não tinha Golbery: seus substitutos e exegetas não chegam perto em esperteza.

Embora sejam igualmente golpistas e americanófilos.

O Golpe de 64 contou com intelectuais equivocados, mas, de respeitáveis: Antonio Callado, Carlos Heitor Coni, que estudou para padre, Otto Lara Resende, Odylo Costa, filho, Rubem Fonseca, Alberto Dines, Wilson Figueiredo.

Quem são os intelectuais do Golpe de 2015?

Ataulpho Merval de Paiva, a Urubóloga, essa Ilustre colonista da Fel-lha, e o Gaspari (se você conseguir entender o que ele diz, ao fim da décima leitura do mesmo parágrafo).

Por isso, o Gaspari se chama, aqui, de o dos chapéus.

Uns medíocres que se fazem importantes com a repetição: como se a estultice tantas vezes repetida se tornasse sabedoria.

Repetição no jornal, na rádio, na tevê aberta, na tevê paga, nos blogs - e nas conferências que os bancos pagam, como subsídio velado.

Ponha um Merval ao lado do Callado.

A Urubóloga ao lado do Coni.

A Ilustre ao lado de … do … qualquer um.

O Gaspari ao lado do Dines.

(Ele, o de chapéu, vai adorar a sugestão...)

A comparação revelará o abismo que os separa: uns tinham solidez, quilômetros de livros lidos, tinham abrangência, alcance.

Eram Golpistas, mas não eram parvos.

Sabiam escrever o próprio nome.

Não são os “intelectuais” do Golpe de 2015.

(Suspeita-se que a Ilustre jamais tenha lido um único livro.)

São esses intelectuais de 2015 que usam o amplo espaço da Democracia brasileira para tentar destrui-la.

Outro intelectual de 2015 é o Ministro do PSDB-MT, o Ministro Sic Gilmar, do Supremo.

Coloque-o, amigo navegante, ao lado dos “bacharéis da UDN”.

Da UDN de 1964.

Todos Golpistas como o Ministro do PSDB-MT.

Mas, compare Gilmar com Milton Campos, Prado Kelly, Bilac Pinto, Pedro Aleixo, Adauto Lucio Cardoso.

Gilmar fica do tamanho de um rábula de Diamantino.

Um provincianoto com verniz de germanófilo.

Nunca viveu fora do eixo Diamantino-Brasilia.

Tem a visão de mundo de uma barata.

O Golpe de 1964 tinha no Congresso o Carlos Lacerda, máximo Golpista, profissional do Golpe.

Mas, compare-o com os congressistas Golpistas de 2015.

O Eduardo Cunha.

Ponha Cunha, Aecím, Ferraço, Pauzinho, Caiado, Mendonça Filho, Cunha Lima – essa armada brancaleone ao lado do Lacerda.

Lacerda diria deles: são o efeito do purgante , como disse a um Cunha que o chamou de “purgante”.

O Golpe de 1964 tinha as Forças Armadas.

Hoje não tem.

As Forças Armadas se dedicam exclusivamente à superior tarefa de defender a Soberania Nacional dos que cobiçam as riquezas da Amazônia Azul.

O Golpe de 1964 tinha uma razão Moral, digamos assim.

No ambiente da Guerra Fria, o Brasil fazia parte do quadro de valores impostos pelos americanos, os vencedores da II Guerra – ao lados soviéticos, que entraram primeiro em Berlim, e dos chineses do Mao, que massacraram e imobilizaram os japoneses, depois de Nanquim.

Mas, aqui, parecia que só os americanos ganharam a Guerra.

E, na luta entre a Democracia americana e o Comunismo, a classe média brasileira se inclinou para o lado americano.

Qual é o argumento “moral” do Golpe de 2015?

O combate à corrupção?

É uma tentativa de recriar a polaridade.

Se, antes, era a Democracia vs o Comunismo que comia criancinhas, agora é a corrupção do Estado (petista) vs a virtude privada.

A virtude do André Esteves, esse campeão do empreendedorismo pátrio!

Esse herói da Avenida Faria Lima!

Das empreiteiras que fizeram o Alckmin e o Cerra naufragar nas mãos da Conceição Lemes.

A virtude privada do Ricardo Sergio de Oliveira.

Do Preciado.

Do Paulo Afrodescendente.

Do sócio da filha do Cerra naquela sorveteria.

Quá, quá, quá!

A virtude privada dos sonegadores da Zelotes.

À falta de um argumento “moral”, os Golpistas tentaram usar o coitado do vice decorativo.

Um inocente (em termos) útil.

Só ele achava que os tucanos iam dar o Golpe para que Temer e o Wellington, aquele amigão do Paulo Dote, governassem o Brasil.

Os tucanos já tinham até nomeado o Ministro da Fazenda, o Padim Pade Cerra.

O Temer seria promovido de mordomo a rainha da Inglaterra.

O Golpe de 2015 não tinha uma linha de comando definida, clara, como em 1964.

Ia ser um general.

A Vaca Fardada, o Castello ou o Costa.

E foi um general.

(Os dois segundos mereciam o epíteto do primeiro.)

O Golpe de 2015, não!

Podia ser o Cunha, o Temer, o Cerra, o Aecím!

O FHC, por aclamação – em Higyenopolis!

Os Golpistas estavam e estão irremediavelmente divididos.

E tomara que a Presidenta tenha a clareza de manter a Casa Grande dividida como está hoje.

E governar também com a franja progressista da Casa Grande.

Floriano enfrentou a monarquia e os carcomidos em aliança com a cafeicultura paulista, que, naquela altura, significa progresso.

Vargas não se cansou de recorrer a empresários – Horácio Lafer, José Ermirio de Moraes – para fazer avançar a agenda social.

Porque a Casa Grande que tem a sede em São Paulo não tem base social.

Os tucanos não têm candidato a governador e o candidato a Prefeito da preferência do Alckmin vai fazer comício em Sapopemba numa BMW.

Quem simboliza a Casa Grande paulista, hoje?

O Skaf, presidente da FIE P, um industrial da galpão?

O João Dória, que vive de apresentar ricos a políticos e políticos a ricos?

O Cerra, o Alckmin, que ainda serão tragados na Lava Jato?

O Otavím?

O FHC, que não controla a… nem a vaidade?

O Golpe de 1964 não se reproduziria jamais em 2015.

Porque, se, em 1964, o Golpe tinha líderes civis, em 2015 não teve nada que se possa chamar de “líder”.

Os Golpistas de 2015 são diferentes dos Bourbon.

Os Golpistas de 2015 não aprenderam nada e esqueceram tudo.

Dilma governará até o dia 1º de janeiro de 2019, quando passará o poder ao Lula ou a quem o Lula apoiar.

Porque os defensores da Legalidade botam mais gente na rua que os Golpistas.


Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

o vixinhu tá no bolso do paletó de Cunha? Duvido. O vixinhu tá no divã da grobobo rbs_zelotes... levanta daí!


Quem colocou o Brasil no bolso do paletó de Cunha?





POR FERNANDO BRITO · 17/12/2015







Os jornais dão conta hoje de que a busca policial encontrou, no bolso de um dos paletós de Eduardo Cunha, uma cópia do registro das ameaças sofridas pelo ex-relator de seu processo ético na Câmara dos Deputados, Fausto Pinatto.

Como na imagem clássica, Cunha – ao pedir a investigação sobre as declarações de Pinatto de que havia sido intimidado daquela forma – revela neste pequeno detalhe o que todos sabem: é um mafioso, cínico ao ponto de ordenar a morte e levar flores ao enterro.

Aliás, natureza que bem pode ser ilustrada com seu cartão de Natal a Dilma Rousseff.

Dito o que todos já sabem, resta saber quem permitiu a um desclassificado, um marginal com traços de psicopatia, um ladrão público, chegar aonde chegou e ter, hoje, no bolso de seu paletó, os destinos de um país continental e o governo que 54,5 milhões de votos legitimou.

Porque agora, na desgraça, salvo seus capangas com mandato, ninguém assume mais o patrocínio deste inacreditável processo de chantagem política a que foi submetido o nosso país.

Calhordas na política sempre houve, aqui e em toda parte do mundo, mas é preciso que haja uma estufa para que atinjam o grau letal que Cunha alcançou.

Cunha chegou à Presidência da Câmara com mais que o apoio do PMDB e da bancada de deputados que financiou, agora se sabe com que recursos.

Seu caminho contou com o PSDB, com o DEM e com os festejos da mídia que o via como era: uma víbora enrodilhada, pronta a acuar e paralisar o Governo Dilma, com as presas venenosas de seu poder institucional no parlamento.

Suas pautas-bomba, uma a uma, acossaram uma administração forçada, todo o tempo, a mendigar apoio para limitar os danos que elas causavam.

A demora imposta por Gilmar Mendes à decisão de vetar o financiamento privado das campanhas permitiu-lhe arregimentar maiorias para – a pretexto, recordem, de preservar os dinheiros públicos, ideia francamente apoiada pela mídia – manter abertas as burras que transformaram em negócio a política brasileira.

E vieram a terceirização, a redução da maioridade e tudo o mais que lhe valia os aplausos do “Brasil moderno”, já se vê o quanto, pela vocação escravagista.

Pensávamos que o ápice tinha chegado com a chantagem do impeachment, que levou a seu lado, posando sorridentes para a posteridade, todo o lixo perfumado de nossa política, os guris fascistóides, os moralistas possuídos, os juristas senis.

As contas na Suíça, as latas de carne moída, o “usufrutário” dos trusts e muito mais já haviam desnudado Cunha na praça ao ponto de um cego ver suas vergonhas.

Ainda assim, num ato em que ninguém teve a coragem de considerar institucional, mas um gesto de vingança e retaliação por tentar fazer com que ele respondesse pelo que fez, ele acolheu o pedido de impeachment e lançou o país na crise institucional que agora enfrenta.

Coisa de bandido, mas bandido útil.

Lançaram-se todos , sem cogitar um segundo sobre quem lhes servia o pasto, sobre o prato saboroso do poder.

Até a atitude aética e imoral de um vice-presidente sem votos, desavergonhado ao ponto de oferecer-se como capaz de “unir o Brasil”, não teve nos sábios da mídia uma palavra sobre quem lhe propiciava a perspectiva indigna de poder.

Tudo valeu, tudo valia e, esperam, tudo valerá.

Restava, ou ainda resta hoje e talvez amanhã, a Corte Suprema do país.

Veremos se seguirá o caminho do cínico opróbrio que lhe abriu ontem o Ministro Luís Fachin, ao dizer que, no Olimpo da pureza, o crime se perpetra “dentro da lei”.

Claro: os histéricos do fascismo e os patronos do golpe o observam e sua excelência talvez não lhes queira nos calcanhares, a chamá-lo de “governista” porque põe algum freio ao que fez um bandido útil que escancarou-lhes as portas do poder.

Afinal, eles sabem ser mais convincentes e mais gentis que os emissários de Cunha mandados dar recados para Fausto Pinatto, que registrou o boletim de ocorrência que repousava no bolso do paletó do “capo”.

No mesmo bolso do paletó onde repousou por meses o pedido de impeachment que há dias ele afinal sacou e disparou contra o Governo, na ilegítima defesa de suas falcatruas.

É isso o que está, afinal, em julgamento hoje, embora suas excelências portem-se com maneiras e palavras de ascetas.

E, na sua pureza hipócrita, terminem de enfiar o país de 200 milhões de habitantes e o voto da maioria de seus cidadãos na imundície do bolso do paletó do Cunha.


Vosmecê que não gosta do PT... esse mafioso é o seu herói?


O STF dirá: “sim, Cunha é criminoso, mas nós somos covardes”?






POR FERNANDO BRITO · 16/12/2015







No encerramento das 183 páginas descritivas das falcatruas, chantagens e crimes de toda espécie cometidos por Eduardo Cunha, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, escreve um libelo impressionante:
Realmente, conforme visto acima, o Eduardo Cunha já demonstrou cabalmente – e por mais de uma vez – que persegue e se vale de suas funções para atingir seus objetivos ilícitos. Caso o contraditório seja exercitado previamente, neste período em que continuar no cargo, Eduardo Cunha não tardará em realizar manobras e condutas, ainda mais agressivas, ainda que por intermédio de outros Deputados, com o intuito de prejudicar não apenas o andamento de seu processo no Conselho de Ética, mas também para atingir todos aqueles que possam vir a colocar-se contra ele. Em outras palavras, é urgente que o Eduardo Cunha seja privado de seus poderes como Deputado Federal e como Presidente da Câmara, pois, do contrário, criará ainda maior instabilidade política para o país e, ainda, não hesitará em perseguir e utilizar todos os instrumentos que possua para retaliar e se vingar de seus adversários, como faz habitualmente.

Há um pedido de liminar, o que torna, ao menos moralmente, obrigatório que -pela gravidade do caso – se anteponha ao debate conclusivo sobre o rito do impeachment.

O Supremo Tribunal Federal estará diante da situação constrangedora de confirmar que pode seguir, na forma e nos métodos adotados por um celerado, o processo de destituição de Dilma Rousseff.

Irão dizer algo como “sim, ele é um criminoso, mas nós somos uns covardes”?

Pobres e negros ocupam a Paulista onde antes só se manifestaram brancos


Dilma mostrou que tem as ruas
Golpe não tem votos - nem as ruas!




Conversa Afiada


publicado 16/12/2015


Na manifestação contra o impeachment da Presidenta Dilma, nesta quarta-feira (16) em que aequipe da Rede Globo foi expulsa dos protestos, os movimentos sociais defendem a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Em São Paulo, milhares foram às ruas. O Conversa Afiada reproduz o que viu.

Em tempo: Pobres e negros ocupam a Paulista onde antes só se manifestaram brancos.






Veja algumas fotos dos manifestantes:
























segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Só você pode responder: por omissão ou interesse ou está sendo ingênuo, ou irresponsável, ou mal intencionado.


A Nova Marcha dos Insensatos e a sua Primeira Vítima

Texto integral




Mauro Santayana







(Do Blog) - Para amanhã, dia 13 de dezembro, estão programadas novas manifestações pelo impeachment da Presidente da República, por parte de pessoas que acusam o governo de ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.

Se esses brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o FMI - Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que se o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso.

Segundo o Banco Mundial, (worldbank1) o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois.



Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em 2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.

E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.

Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial - (worldbank2) - caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder.

O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora.

As reservas monetárias internacionais - o dinheiro que o país possui em moeda forte - que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares - (worldbank3) nos oito anos do governo FHC.

Nessa época, elas eram de fato, negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI.

Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 370,803 bilhões de dólares, em dados de ontem (Bacen), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI, depois do pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008.

E, também, no terceiro maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano -(usa treasury).

O IED - Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: (worldbank4), passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014.

A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder (aqui).

Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 - segundo Ipeadata e o Banco Central.

E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha - cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” - ou o Canadá (economichelp).

Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois (worldbank5), e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20 (quandl).

Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais - reforçados por um verdadeiro estelionato midiático - do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores.

Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola - ou da "cachola" - o absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo Fernando Henrique foi um tremendo sucesso econômico, e de que deixou “de presente” para a administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem sucedido.

Nefasto paradigma, este, que abriu caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual acreditam piamente muitos dos cidadãos que saíram às no dia dezesseis: a de que o PT estaria, agora, jogando pela janela, essa - supostamente maravilhosa - “herança” de Fernando Henrique Cardoso.

O pior cego é o que não quer ver, o pior surdo, o que não quer ouvir.

Está certo que não podemos ficar apenas olhando para o passado, que temos de enfrentar os desafios do presente, fruto de uma crise que é internacional, e que é constantemente alimentada e realimentada por medidas de caráter jurídico que afetam a credibilidade e a estabilidade de empresas e por uma intensa campanha antinacional, que fazem com que estejamos crescendo pouco, neste ano, embora haja diversos países ditos “desenvolvidos” que estejam muito mais endividados e crescendo menos ainda do que nós.

Assim como também é verdade que esse governo não é perfeito, e que se cometeram vários erros na economia, que poderiam ter sido evitados, principalmente nos últimos anos, como desonerações desnecessárias e um tremendo incentivo ao consumo que prejudicou - entre outras razões, também pelo aumento da importação de supérfluos e de viagens ao exterior - a balança comercial.

Mas, pelo amor de Deus, não venham nos impingir nenhuma dessas duas fantasias, que estão empurrando muita gente a sair às ruas para se manifestar: nem Fernando Henrique salvou o Brasil, nem o PT está quebrando um país que em 2002, era a décima-quarta maior economia do mundo, e que hoje já ocupa o sétimo lugar.

Muitos brasileiros também saem às ruas por acreditar - assim como fazem com relação à afirmação de que o PT quebrou o país - que o governo Dilma é comunista e que ele quer implantar uma ditadura esquerdista no Brasil.

Quais são os pressupostos e características de um país democrático, ao menos do ponto de vista de quem "acredita" e defende o capitalismo?

a) a liberdade de expressão - o que não é verdade para a maioria dos países ocidentais - dominados por grandes grupos de mídia pertencentes a meia dúzia de famílias, mas que, do ponto de vista formal, existe plenamente por aqui;

b) a liberdade de empreender, ou de livre iniciativa, por meio da qual um indivíduo qualquer pode abrir ou encerrar uma empresa de qualquer tipo, quando quiser;

c) a liberdade de investimento, inclusive para capitais estrangeiros;

d) um sistema financeiro particular independente e forte;

e) apoio do governo à atividade comercial e produtiva;

f) a independência dos poderes;

g) um sistema que permita a participação da população no processo político, na expressão da vontade da maioria, por meio de eleições livres e periódicas, para a escolha, a intervalos regulares e definidos, de representantes para o Executivo e o Legislativo, nos municípios, Estados e União.

Todas essas premissas e direitos estão presentes e vigentes no Brasil.

Não é o fato de ter como símbolo uma estrela solitária ou vestir uma roupa vermelha - hábito que deveria ter sido abandonado pelo PT há muito tempo, justamente para não justificar o discurso adversário de que o PT não é um partido "brasileiro" ou "patriótico" - que transformam alguém em comunista - e aí estão botafoguenses e colorados que não me deixam mentir, assim como o Papai Noel, que se saísse inadvertidamente às ruas, no dia 16, provavelmente teria sido espancado, depois de ter o conteúdo de seu saco de brinquedos revistado e provavelmente “apreendido” à procura de dinheiro de corrupção.

Da mesma forma que usar uma bandeira do Brasil não transforma, automaticamente, ninguém em patriota, como mostrou a foto do Rocco Ritchie, o filho da Madonna, no Instagram, há alguns meses, e os pavilhões nacionais pendurados na entrada do prédio da Bolsa de Nova Iorque, quando da venda de ações de empresas estratégicas brasileiras, na época da privatização.

Qualquer pessoa de bom senso prefere um brasileiro vestido de vermelho - mesmo que seja flamenguista ou são-paulino, que não são, por acaso, times do meu coração - do que um que vai para a rua, vestido de verde e amarelo, para defender a privatização e a entrega, para os EUA, de empresas como a Petrobras.

O PT é um partido tão comunista, que o lucro dos bancos, que foi de aproximadamente 40 bilhões de dólares no governo Fernando Henrique Cardoso, aumentou para 280 bilhões de dólares nos oito anos do governo Lula.

É claro que isso ocorreu também por causa do crescimento da economia, que foi de mais de 400% nos últimos 12 anos, mas só o fato de não aumentar a taxação sobre os ganhos dos mais ricos e dos bancos - que, aliás, teria pouquíssima chance de passar no Congresso Nacional - já mostra como é exagerado o medo que alguns sentem do “marxismo” do Partido dos Trabalhadores.

O PT é um partido tão comunista, que grandes bancos privados deram mais dinheiro para a campanha de Dilma e do PT do que para os seus adversários nas eleições de 2014.

Será que os maiores bancos do país teriam feito isso, se dessem ouvidos aos radicais que povoam a internet, que juram, de pés juntos, que Dilma era assaltante de banco na década de 1970, ou se desconfiassem que ela é uma perigosa terrorista, que está em vias de dar um golpe comunista no Brasil ?

O PT é um partido tão comunista que nenhum governo apoiou, como ele, o capitalismo e a livre iniciativa em nosso país.

Foi o governo do PT que criou o Construcard, que já emprestou mais de 20 bilhões de reais em financiamento, para compra de material de construção, beneficiando milhares de famílias e trabalhadores como pedreiros, pintores, construtores; que criou o Cartão BNDES, que atende, com juros subsidiados, milhares de pequenas e médias empresas e quase um milhão de empreendedores; que aumentou, por mais de quatro, a disponibilidade de financiamento para crédito imobiliário - no governo FHC foram financiados 1,5 milhão de unidades, nos do PT mais de 7 milhões - e o crédito para o agronegócio (no último Plano Safra de Fernando Henrique, em 2002, foram aplicados 21 bilhões de reais, em 2014/2015, 180 bilhões de reais, 700% a mais) e a agricultura familiar (só o governo Dilma financiou mais de 50 bilhões de reais contra 12 bilhões dos oito anos de FHC).

Aumentando a relação crédito-PIB, que era de 23%, em dezembro de 2002, para 55%, em dezembro de 2014, gerando renda e empregos e fazendo o dinheiro circular.

As pessoas reclamam, na internet, porque o governo federal financiou, por meio do BNDES, empresas brasileiras como a Braskem, a Vale e a JBS.

Mas, estranhamente, não fazem a mesma coisa para protestar pelo fato do governo do PT, altamente “comunista”, ter emprestado - equivocadamente a nosso ver - bilhões de reais para multinacionais estrangeiras, como a Fiat e a Telefónica (Vivo), ao mesmo tempo em que centenas de milhões de euros, seguem para a Europa, como andorinhas, todos os anos, em remessa de lucro, para nunca mais voltar.

A QUESTÃO MILITAR

Outro mito sobre o suposto comunismo do PT, é que Dilma e Lula, por revanchismo, sejam contra as Forças Armadas, quando suas administrações, à frente do país, começaram e estão tocando o maior programa militar e de defesa da história brasileira.

Lula nunca pegou em armas contra a ditadura. No início de sua carreira como líder de sindicato, tinha medo “desse negócio de comunismo” - como já declarou uma vez - surgiu e subiu como uma liderança focada na defesa de empregos, aumentos salariais e melhoria das condições de classe de seus companheiros de trabalho, operários da indústria automobilística de São Paulo, e há quem diga que teria sido indiretamente fortalecido pelo próprio regime militar para impedir o crescimento político dos comunistas em São Paulo.

Dilma, sim, foi militante de esquerda na juventude, embora nunca tenha pego em armas, a ponto de não ter sido acusada disso sequer pela Justiça Militar.

Mas se, por esta razão, ela é comunista, seria possível acusar desse mesmo “crime” também José Serra, Aloísio Nunes Ferreira, e muitos outros que antes eram contra a ditadura e estão, hoje, contra o PT.

Se o PT tivesse alguma coisa contra a Marinha, ele teria financiado, por meio do PROSUB, a construção do estaleiro e da Base de Submarinos de Itaguaí, e investido 7 bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a França, de vários submersíveis convencionais e do primeiro submarino nuclear brasileiro, cujo projeto se encontra hoje ameaçado, porque suas duas figuras-chave, o Presidente do Grupo Odebrecht e o Vice-Almirante Othon Pinheiro da Silva, personalidades públicas, com endereço conhecido, estão desnecessária e arbitrariamente detidos, no âmbito da "Operação Lava-Jato"?

Teria, da mesma forma, o governo do PT, comprado novas fragatas na Inglaterra, voltado a fabricar navios patrulha em nossos estaleiros - até para exportação para países africanos - investido na remotorização totalmente nacional de mísseis tipo Exocet, na modernização do navio aeródromo (porta-aviões) São Paulo, na compra de um novo navio científico oceanográfico na China, na participação e no comando por marinheiros brasileiros das Forças de Paz da ONU no Líbano ?

Se fosse comunista, o governo do PT estaria, para a Aeronáutica, investindo bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a Suécia, de mais de 30 novos caças-bombardeio Gripen NG-BR, que serão fabricados dentro do país, com a participação de empresas brasileiras e da SAAB, com licença de exportação para outras nações, depois de uma novela de mais de duas décadas sem avanço nem solução, que começou no governo FHC ?


Se fosse comunista - e contra as forças armadas - teria o governo do PT encomendado à Aeronáutica e à Embraer, com investimento de um bilhão de reais do governo federal, o projeto do novo avião cargueiro militar multipropósito KC-390, desenvolvido com a cooperação da Argentina, do Chile, de Portugal e da República Tcheca, capaz de carregar até blindados, que já começou a voar neste ano - a maior aeronave já fabricada no Brasil ?


Teria comprado, para os Grupos de Artilharia Aérea de Auto-defesa da FAB, novas baterias de mísseis IGLA-S; ou feito um acordo com a África do Sul, para o desenvolvimento conjunto - em um projeto que também participa a Odebrecht - com a DENEL Sul-africana, do novo míssil ar-ar A-Darter, que será usado pelos nossos novos caças Gripen NG BR?


Se fosse um governo comunista, o governo do PT teria financiado o desenvolvimento, para o Exército, do novo Sistema Astros 2020, e recuperado financeiramente a AVIBRAS ?

Se fosse um governo comunista, que odiasse o Exército, o governo do PT teria financiado e encomendado a engenheiros dessa força, o desenvolvimento e a fabricação, com uma empresa privada, de 2.050 blindados da nova família de tanques Guarani, que estão sendo construídos na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais?

Ou o desenvolvimento e a fabricação da nova família de radares SABER, e, pelo IME e a IMBEL, para as três armas, da nova família de Fuzis de Assalto IA-2, com capacidade para disparar 600 tiros por minuto, a primeira totalmente projetada no Brasil ?


Ou encomendado e investido na compra de helicópteros russos e na nacionalização de novos helicópteros de guerra da Helibras e mantido nossas tropas - em benefício da experiência e do prestígio de nossas forças armadas - no Haiti e no Líbano?

Em 2012, o novo Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, então Comandante Militar da Amazônia, respondeu da seguinte forma a uma pergunta, em entrevista à Folha de São Paulo:

Lucas Reis:


“Em 2005, o então Comandante do Exército, general Albuquerque, disse “o homem tem direito a tomar café, almoçar e jantar, mas isso não está acontecendo (no Exército). A realidade atual mudou?


General Eduardo Villas Bôas:


“Mudou muito. O problema é que o passivo do Exército era muito grande, foram décadas de carência. Desde 2005, estamos recebendo muito material, e agora é que estamos chegando a um nível de normalidade e começamos a ter visibilidade. Não discutimos mais se vai faltar comida, combustível, não temos mais essas preocupações.”

Deve ter sido, também, por isso, que o General Villas Bôas, já desmentiu, como Comandante do Exército, neste ano, qualquer possibilidade de "intervenção militar" no país, como se pode ver aqui (O recado das armas).


A QUESTÃO EXTERNA

A outra razão que contribui para que o governo do PT seja tachado de comunista, e muita gente esteja saindo às ruas, é a política externa, e a lenda do “bolivarianismo” que teria adotado em suas relações com o continente sul-americano.

Não é possível, em pleno século XXI, que os brasileiros não percebam que, em matéria de política externa e economia, ou o Brasil se alia estrategicamente com os BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), potências ascendentes como ele; e estende sua influência sobre suas áreas naturais de projeção, a África e a América Latina - incluídos países como Cuba e Venezuela - porque não temos como ficar escolhendo por simpatia ou tipo de regime - ou só nos restará nos inserir, de forma subalterna, no projeto de dominação europeu e anglo-americano?

Ou nos transformarmos, como o México, em uma nação de escravos, como se pode ver aqui (O México e a América do Sul) que monta peças alheias, para mercados alheios, pelo módico preço de 12 reais por dia o salário mínimo ?

Jogando, assim, no lixo, nossa condição de quinto maior país do mundo em território e população e sétima maior economia, e nos transformando, definitivamente, em mais uma colônia-capacho dos norte-americanos?


Ou alguém acha que os Estados Unidos e a União Europeia vão abrir, graciosamente, seus territórios e áreas sob seu controle, à nossa influência, política e econômica, quando eles já competem, descaradamente, conosco, nos países que estão em nossas fronteiras?


Do ponto de vista dessa direita maluca, que acusa o governo Dilma de financiar, para uma empresa brasileira, a compra de máquinas, insumos e serviços no Brasil, para fazer um porto em Cuba - a mesma empresa brasileira está fazendo o novo aeroporto de Miami, mas ninguém toca no assunto, como se pode ver aqui (A Odebrecht e o BNDES)- muito mais grave, então, deve ter sido a decisão tomada pelo Regime Militar no Governo do General Ernesto Geisel.

Naquele momento, em 1975, no bojo da política de aproximação com a África inaugurada no Governo Médici, pelo embaixador Mario Gibson Barbosa, o Brasil dos generais foi a primeira nação do mundo a reconhecer a independência de Angola.

Isso, quando estava no poder a guerrilha esquerdista do MPLA - Movimento Popular para a Libertação de Angola, comandado por Agostinho Neto, e já havia no país observadores militares cubanos, que, com uma tropa de 25.000 homens, lutariam e expulsariam, mais tarde, no final da década de 1980, o exército racista sul-africano, militarmente apoiado por mercenários norte-americanos, do território angolano depois da vitoriosa batalha de Cuito-Cuanavale.

Ao negar-se a meter-se em assuntos de outros países, como Cuba e Venezuela, em áreas como a dos “direitos humanos”, Dilma não faz mais do fez o Regime Militar brasileiro, com uma política externa pautada primeiro, pelo “interesse nacional”, ou do “Brasil Potência”, que estava voltada, como a do governo do PT, prioritariamente para a América do Sul, a África e a aproximação com os países árabes, que foi fundamental - com a ajuda de nossas grandes empresas de engenharia e exportação de serviços - para que vencêssemos a crise do petróleo.


Também naquela época, o Brasil recusou-se a assinar qualquer tipo de Tratado de Não Proliferação Nuclear, preservando nosso direito a desenvolver armamento atômico, possibilidade essa que nos foi retirada definitivamente, com a assinatura de um acordo desse tipo no governo de Fernando Henrique Cardoso.


Se houvesse, hoje, um Golpe Militar no Brasil, a primeira consequência seria um boicote econômico por parte do BRICS e de toda a América Latina, reunida na UNASUL e na CELAC, com a perda da China, nosso maior parceiro comercial, da Rússia, que é um importantíssimo mercado para o agronegócio brasileiro, da Índia, que nos compra até mesmo aviões radares da Embraer, e da Àfrica do Sul, com quem estamos também intimamente ligados na área de defesa.

O mesmo ocorreria com relação à Europa e aos EUA, de quem receberíamos apenas apoio extra-oficial, e isso se houvesse um radical do partido republicano na Casa Branca.

Os neo-anticomunistas brasileiros reclamam todos os dias de Cuba, um país com quem os EUA acabam de reatar relações diplomáticas, visitado por três milhões de turistas ocidentais todos os anos, em que qualquer visitante entra livremente e no qual opositores como Yoani Sanchez atacam, também, livremente, o governo, ganhando dinheiro com isso, sem ser incomodados.

Mas não deixam de comprar, hipocritamente, celulares e gadgets fabricados em Shenzen ou em Xangai, por empresas que contam, entre seus acionistas, com o próprio Partido Comunista.

Serão os "comunistas" chineses - para a neo-extrema-direita nacional - melhores que os "comunistas" cubanos ?

A QUESTÃO POLÍTICA

A atividade política, no Brasil, sempre funcionou na base do “jeitinho” e da “negociação”.

Mesmo quando interrompido o processo democrático, com a instalação de ditaduras - o que ocorreu algumas vezes em nossa história - a política sempre foi feita por meio da troca de favores entre membros dos Três Poderes, e, principalmente, de membros do Executivo e do Legislativo, já que, sem aprovação - mesmo que aparente - do Congresso, ninguém consegue administrar este país nem mudar a lei a seu favor, como foi feito com a aprovação da reeleição para prefeitos, governadores e Presidentes da República, obtida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Toda estrutura coletiva, seja ela uma jaula de zoológico, ou o Parlamento da Grã Bretanha, funciona na base da negociação.

Fora disso, só existe o recurso à violência, ou à bala, que coloca qualquer machão, por mais alto, feio e forte seja, na mesma posição de vulnerabilidade de qualquer outro ser humano.

O “toma-lá-dá-cá” nos acompanha há milhares de anos e qualquer um pode perceber isto, se parar para observar um grupo de primatas.

Ai daquele, entre os macacos, que se recusa a catar carrapatos nas costas alheias, a dividir o alimento, ou a participar das tarefas de caça, coleta ou vigilância.

Em seu longo e sábio aprendizado com a natureza, já entenderam eles, uma lição que parece que há muito esquecemos: a de que a sobrevivência do grupo depende do comportamento de cada um e da colaboração e de todos.

O problema ocorre quando nesse jogo, a cooperação e a solidariedade, são substituídas pelo egoísmo e o interesse de um indivíduo ou de um determinado grupo, e a negociação, dentro das regras usuais, é trocada por pura pilantragem ou o mero uso da ameaça e da pressão.

O corrupto, entre os primatas, é aquele que quer receber mais cafuné do que faz nos outros, o que rouba e esconde comida, quem, ao ver alguma coisa no solo da floresta ou da savana, olha para um lado e para o outro, e ao ter certeza de que não está sendo observado, engole, quase engasgando, o que foi encontrado.

O fascista é aquele que faz a mesma coisa, mas que se apropria do que pertence aos outros, pela imposição extremada do medo e da violência mais desatinada e injusta.

Se não há futuro para os egoístas nos grupos de primatas, também não o há para os fascistas.

Uns e outros terminam sendo derrotados e expulsos, de bandos de chimpanzés, babuínos e gorilas, ou da sociedade humana, a dos "macacos nus", quando contra eles se une a maioria.

Já que a negociação é inerente à natureza humana, e que ela é sempre melhor do que a força, o que é preciso fazer para diminuir a corrupção, que não acabará nem com golpe nem por decreto ?

Mudar o que for possível, para que, no processo de negociação, haja maior transparência, menos espaço para corruptos e corruptores, e um pouco mais de interesse pelo bem comum do que pelo de grupos e corporações, como ocorre hoje no Congresso.

O caminho para isso não é o impeachment, nem golpe, mas uma Reforma Política, que mude as coisas de fato e o faça permanentemente, e não apenas até as próximas eleições, quando, certamente, partidos e candidatos procurarão empresas para financiar suas campanhas, se elas estiverem, ainda, dispostas a financiá-los, como se pode ver aqui (A memória, os elefantes e o financiamento empresarial de campanha) - e espertalhões da índole de um Paulo Roberto Costa, de um Pedro Barusco, de um Alberto Youssef, voltarão a meter a mão em fortunas, não para fazer “política” mas em benefício próprio, e as mandarão para bancos como o HSBC e paraísos fiscais como os citados no livro "A Privataria Tucana".

O que é preciso saber, é se essa Reforma Política será efetivamente feita, já que é fundamental e inadiável, ou se a Nação continuará suspensa, com toda a sua atenção atrelada a um processo criminal, que tem beneficiado principalmente bandidos identificados até agora, que, em sua maioria, devido a "delações" que não se sustentam, na maioria dos casos, e em mais provas que a sua palavra, sairão dessa impunes, para gastar o dinheiro que quase certamente, colocaram fora do alcance da lei, da compra de bens e de contas bancárias.

Pessoas falam e agem, e saem às ruas, também por causa disso, como se o Brasil tivesse sido descoberto ontem e o caso de corrupção da Petrobras, não fosse mais um de uma longa série de escândalos, a maioria deles sequer investigados antes de 2002.

Se a intenção é passar o país a limpo e punir de forma exemplar toda essa bandalheira, era preciso obedecer à fila e à ordem de chegada, e ao menos reabrir, mesmo que fosse simultaneamente, mas com a mesma atenção e "empenho", casos como o do Banestado - que envolveu cerca de 60 bilhões - do Mensalão Mineiro, o do Trensalão de São Paulo, para que estes, que nunca mereceram o mesmo tratamento da nossa justiça nem da sociedade, fossem investigados e punidos, em nome da verdade e da isonomia, na grande faxina "moral" que se pretende estar fazendo agora.

Ora, em um país livre e democrático - no qual, estranhamente, o governo está sendo acusado de promover uma ditadura - qualquer um tem o direito de ir às ruas para protestar contra o que quiser, mesmo que o esteja fazendo por falta de informação, por estar sendo descaradamente enganado e manipulado, ou por pensar e agir mais com o ódio e com o fígado do que com a cabeça e a razão.

Esse tipo de circunstância facilita, infelizmente, a possibilidade de ocorrência dos mais variados - e perigosos - incidentes, e o seu aproveitamento por quem gostaria, dentro e fora do país, de ver o circo pegar fogo.

Para os que estão indo às ruas por achar que vivem sob uma ditadura comunista, é sempre bom lembrar que em nome do anticomunismo, se instalaram - de Hitler a Pinochet - alguns dos mais terríveis e brutais regimes da História.

E que nos discursos e livros do líder nazista podem ser encontradas, sobre o comunismo as mesmas teses, e as mesmas acusações falsas e esfarrapadas que se encontram hoje disseminadas na internet brasileira, e que seus seguidores também pregavam matar a pau políticos, judeus, socialistas e comunistas, como fazem muitos fascistas hoje na internet, com relação aos petistas.

A questão não é a de defender ou não o comunismo - que, aliás, como "bicho-papão" institucional, só sobrevive, hoje, em estado "puro", na Coréia do Norte - mas evitar que, em nome da crescente e absurda paranoia anticomunista, se destrua, em nosso país, a democracia.

Esperemos que as manifestações não sejam utilizadas. nem agora, nem mais tarde, por inimigos internos e externos, por meio de algum "incidente" provocado, para antagonizar e dividir ainda mais os brasileiros, e nem tragam como consequência, no limite, a morte de ninguém, além da Verdade - que já se transformou, há muito tempo, na sua primeira e mais emblemática vítima.

Há muitos anos, deixamos de nos filiar a organizações políticas, até por termos consciência de que não há melhor partido que o da Pátria, o da Democracia e o da Liberdade.

O rápido fortalecimento da radicalização direitista no Brasil - apesar dos alertas que tem sido feitos, nos últimos três ou quatro anos, por muitos observadores - só beneficia a um grupo: à própria extrema direita, cada vez mais descontrolada, odienta e divorciada da realidade.

Na longa travessia, pelo tempo e pelo mundo, que nos coube fazer nas últimas décadas, entre tudo o que aprendemos nas mais variadas circunstâncias políticas e históricas, aqui e fora do país, está uma lição que reverbera, de Weimar a Auschwitz, profunda como um corte:

Com a extrema-direita não se brinca, não se alivia, não se tergiversa, não se compactua.

Quem não perceber isso - e esse erro - por omissão ou interesse - tem sido cometido tanto por gente do governo quanto da oposição - ou está sendo ingênuo, ou irresponsável, ou mal intencionado.

domingo, 13 de dezembro de 2015

O Chico é impecável, irretocável, incomparável.

Chico Buarque e um novo Brasil


A Bossa Nova não seria mais possível


Conversa Afiada



publicado 13/12/2015

Coincidência?


Os brasileiros tem a fortuna de assistir, na mesma semana, a dois filmes espetaculares: o de Guilherme Fontes, sobre “Chatô”, e “Chico, artista brasileiro”, documentário de Miguel Faria Jr.

Chatô resulta mais divertido e menos safado que Roberto Marinho, a quem precedeu na luta para derrubar presidentes trabalhistas.

O Chico é impecável, irretocável, incomparável.

Miguel Faria, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e Luiz Claudio Ramos mostram o que a cinematografia brasileira - e carioca ! - pode fazer.

E Chico, esse artista brasileiro, de Paratodos !

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

Chico tem a elegancia de Pixinguinha.

E, assim, nessa chave, dá um murro no estomago desses impeacheiros mediocres, que se escondem no “constitucionalismo” e na fossa do PiG.

A certa altura, Chico fala da Bossa-Nova.

E diz que a Bossa Nova só foi possivel porque o Brasil era atrasado.

Só assim, atrasado, foi possivel uma musica de elite, de Ipanema se impor como um cânone para o Brasil inteiro.

Um Brasil, diz ele, que não ia ao aeroporto …

Agora, não.

Goste ou não goste, o Brasil menos atrasado incorporou novos padrões culturais – o Chico não fala assim, fala mais facil e melhor !

E a Bossa Nova não seria possivel, hoje, com aquela hegemonia.

Com o devido respeito ao seu maestro soberano, Antonio Brasileiro Chico se contém, aí, no rigor de um “retrato em preto e branco”.

Mas, não é dificil ir mais longe.

O Brasil trabalhista, do Lula e da Dilma, levou o povão ao aeroporto.

E trouxe ao palco a musica sertaneja, o forró, o axé - o que ele, sem mencionar, chama de musica “brega”.

Tudo bem, diz ele.

Voce pode gostar ou não gostar, mas é a musica do povo brasileiro.

A música que estava escondida, lá atrás, na desigualdade, na falta de inclusão.

Ele e Miúcha, a irmã, lembram que o pai, Sergio Buarque de Holanda, incutiu nos filhos desde cedo a aversáo à desigualdade.

(O filme não trata disso, mas Sergio foi um dos fundadores do PT.)

Amiga navegante baiana – linda e fã do Chico desde o Teatro Castro Alves, no lançamento do Paratodos - anota que Chico abre e fecha o filme com um elegante paletó vermelho.

Como diria o Cae, quer dizer muito, ou não …

Uma única restrição, mínima, irrelevante: faltou o Fluminense no documentário.

Mas, também, do jeito que o Fluminense anda …


Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

enquanto isso o vixinhu senta no colo do cunha...

Neta do Lula enfrenta o Globo!





O Globo não vai fazer comigo o que fez com a minha mãe!




publicado 10/12/2015

(Fotos: Facebook de Bia Lula)



O Conversa Afiada reproduz post de Bia Lula, neta do presidente Lula, no Facebook:
Venho publicamente relatar o que vem acontecendo comigo nos últimos dias, e de tão indignada, resolvi compartilhar com vocês que venho sendo incomodada, da maneira inconveniente e porque não dizer, assediada pela repórter Fernanda Krakovics, do Jornal O Globo, que diz que irá publicar uma matéria a meu respeito, eu querendo ou não.

Quero deixar claro que o Grupo Globo não me pauta, e que não vai fazer comigo o que tem feito com minha mãe, desde as eleições de 89, e com os meus tios, diariamente difamados e caluniados pela imprensa golpista.

Sem contar o que fazem com o maior amor da minha vida e o melhor Presidente que este País já teve, meu avô, Luiz Inácio Lula da Silva. Sim, meu nome é Bia Lula e tenho SIM, o maior orgulho de toda sua trajetória de vida.

Meu avô, minha liderança, tirou milhões de brasileiros do mapa da FOME e da MISÉRIA, e milita em nível mundial na erradicação da FOME e da POBREZA.

Mas ok, na verdade, o que incomoda essa gente, é o fato dele ser um retirante nordestino, que sobreviveu à fome, uma liderança que surgiu do chão da fábrica, um verdadeiro BRASILEIRO.

Não me venham com este procedimento baixo e truculento.

Não devo satisfações da minha vida e não devo nada a ninguém, quem deve é o Grupo Globo, que nada mais é que uma concessão pública que subestima e tenta manipular a inteligência do nosso povo.

Sei me defender, esta prática mesquinha de terrorismo midiático não me mete medo, se querem conhecer minha militância, ai vai.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

E se o vixunhu num fosse canalha...

"E SE DILMA...


E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por 3,6 bilhões, como FHC(PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?

E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves(PSDB)?

E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alkimin, José Serra, Aécio Neves(todos do PSDB)... Entre outros?

E se Dilma estivesse acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes(PSDB)?

E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e ter achacado o Detran do seu estado, em um milhão de reais, como Agripino Maia(Dem)?

E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado(Dem)?

E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes(Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?

E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, o que gerasse diversas reportagens na televisão norte americana, agentes do DEA, Departamento Anti Drogas, dos Estados Unidos, tivessem vindo ao Brasil, para investigá-la, e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de amigo pessoal e sócio dela, em negócios não muito claros, como Aécio Neves(PSDB)?

E se a filha da Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha(PMDB)?

E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro(PSDB)?

E se Dilma, quando prefeita de Salvador, tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassay(PSDB)?

E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a colocasse como detentora de um das maiores fortunas brasileiras, caso do Serra(PSDB) e sua filhinha?

E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra(PSDB)?

E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha(PMDB)?

E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres(Dem); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazi-fascista”(sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes (Ministro do STF)?

E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alkimin(PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?

E se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois. Como Cássio Cunha Lima(PSDB)?

E se Dilma, em sociedade com Mário Covas(PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC(PSDB), sócio de Covas?

E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias(PSDB)?

E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio(PSDB)?

E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos para tê-lo comprado, caso de FHC(PSDB)?

E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?

E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha(PMDB)?

Certamente Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento, sem sequer evidências de crimes, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos advogados dos réus, “uma mulher honrada”, não estaria com os citados pedindo o seu impeachment.

O seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois. Isto é pedalada e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.

Porque é desonesta ou porque é um risco para os desonestos?

Para apressar a tramitação dos processos em curso ou para arquivá-los?"

Francisco Lúcia Costa

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Democracia é acatar o resultado das urnas


Maio de 68 em São Paulo, capitães do golpe e o melhor discurso de Dilma



por Juremir 



O Brasil vive um momento especial.

A gurizada de São Paulo fez o maio de 1968 brasileiro: derrubou a burrice do poder burocrático, que pretendia reformar escolas levando jovens a estudar mais longe de casa sem razão alguma.

A meninada ocupou escolas, deu lições de cidadania, retomou o melhor sentido da política, invalidou a estupidez da tecnocracia, que reagiu mandando a polícia bater em adolescentes e, no melhor estilo já conhecido do governo paranaense, perdeu a compostura.

Em Brasília, as coisas começaram a definir-se. Eduardo Cunha acionou o golpe. Eliseu Padilha saltou do barco para ser o tenente do capitão golpista Michel Temer, que enviou carta à presidente Dilma choramingando por ter sido supostamente desvalorizado. Segundo ele, Dilma não confiaria no PMDB. Que razão teria Dilma para confiar num partido que a trai desde sempre? Um partido que não vota unido na chapa do seu presidente nacional.

O golpe está na pauta. Sem qualquer crime de responsabilidade da presidente da República.

As pedaladas fiscais são um pretexto pífio. As de 2014 estão invalidadas por artigo da Constituição, que impede de responsabilizar presidentes por atos de outro mandato. As de 2015 foram anuladas pelo PLN 5, que alterou a meta fiscal. Qualquer criança sabe disso.

Dilma fez um discurso corajoso. Assumiu que mandou bancos públicos adiantarem o pagamento do bolsa-família e do Minha Casa Minha Vida. Não fez empréstimo, não roubou. Apenas não deixou que pessoas ficassem sem o pouco que recebem para sobreviver.

“Uma parte do que me acusam é de ter pago o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Paguei sim. Nós pagamos com o dinheiro do povo brasileiro. Não foi empréstimo, foi o dinheiro legítimo dos tributos pagos pelo povo deste país”, disse a presidente.

Fez bem.

Devia ser condecorada.

Por que a direita nunca pediu o impeachment de governadores de todos os partidos que descumpriram leis como a do piso do magistério?

Adiantar benefícios não pode.

Deixar de pagá-los, sim.

A oposição brasileira precisa aprender com a Venezuela.

Lá, o resultado eleitoral foi acatado pelos perdedores.

Dito isso, o PT paga por muitos dos seus erros, por ter feito alianças espúrias, por ter vendido a alma ao diabo, por ser arrogante, por ter tolerado a corrupção e por sua soberba.

O PT quis golpear Itamar e FHC.

Na época, tucanos denunciavam o golpismo petista.

No Brasil, como na época de Carlos Lacerda, todos continuam golpistas.

Constitucional é o golpe que cada um, conforme a circunstância, apoia.

Democracia é acatar o resultado das urnas, salvo se houver crime indiscutível, e poder trancar ruas para protestar quando não se é ouvido ou se é vítima de injustiças flagrantes.

O conservadorismo adora a paz dos cemitérios.

Quer manifestações que não atrapalhem e que não surtam efeito.

Já era assim quando os negros lutavam pela abolição da escravatura.

Os escravocratas diziam que não eram contra, só não aceitavam os “métodos”, que consideravam radicais, e o momento. Entendiam que os escravos podiam esperar.

Quem não tem onde morar e não recebe ajuda das autoridades só tem uma coisa a fazer:

Parar o trânsito.