terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Cafezinho de novo... na íntegra

Coxinhas terroristas ameaçam suicídio coletivo

Perdão se estou exagerando no sarcasmo hoje, mas não consigo evitar. É mais forte que eu. Ver um candidato a presidente no Brasil mendigar apoio de ator de holliwood, e depois ver o mesmo ator tripudiar em cima do mesmo candidato, é engraçado demais.

Não consegui nem me concentrar direito hoje, de tanta risada.

Sobretudo quando eu fui lá fuçar a time line no twitter de Mark Ruffalo, e vi as conversas entre ele e alguns coxinhas marinistas, desesperados com o vexame de sua candidata.

Um deles, perdendo a noção do ridículo, diz para Ruffalo que “soldados do partido da Dilma estão por toda a parte”.

Pausa para rir até o final do ano.

Estão vendo porque está difícil trabalhar hoje?

Abaixo, alguns dos tweets que me divertiram esta manhã.

A própria Marina, ou a operadora de seu Twitter, aborda-o diretamente para tentar apagar o incêndio. Contrariando seu entendimento com Malafaia, Marina diz que apoia casamento gay sim e pede para Ruffalo ler o seu programa.
Só que Ruffalo não sabe português, então pergunta a ela se há uma versão em inglês.

O mico só vai crescendo…

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Não se sabe o DM que Marina mandou para o Incrível Hulk.

Mas ele não deve ter gostado muito, pois pediu um posicionamento direto e público.

ScreenHunter_4981 Sep. 30 14.41

Marina não respondeu até agora.

Os coxinhas marinistas começaram a ficar histéricos. É aí que um deles vem com o alerta:

“Cuidado! Soldados do partido da Dilma estão em toda parte. ”

O vitimismo marinista globalizou-se!
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Eu precisava mesmo rir um pouco, depois do terrorista coxinha ontem em Brasília, querendo renúncia da Dilma.

OAB-DF e o ex-ministro do STF... falta de ética?


OAB-DF ameaça negar registro de Barbosa







Por Altamiro Borges

O UOL divulgou nesta terça-feira uma notícia bombástica. O presidente da sessão do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ibaneis Rocha, deu parecer negando o pedido de Joaquim Barbosa para reativar sua carteira de advogado. “Sem ela, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) não pode exercer a profissão. Ele não pretende atuar na defesa de acusados, mas sim elaborar pareceres jurídicos. ‘Eu não acredito que a OAB tomará, em caráter final, uma decisão tão arbitrária. Ainda há juízes e leis no Brasil’, declarou Barbosa à coluna. A decisão de Rocha ainda será submetida à comissão de seleção da entidade, que pode seguir ou não a sua orientação”.

Já o site Brasil-247 trouxe a íntegra do despacho do presidente da OAB-DF. O texto é elucidativo e vai causar muita irritação nos seguidores fanáticos de Joaquim Barbosa, que virou o herói da direita nativa durante o midiático julgamento do chamado “mensalão do PT”. Vale conferir:


*****

Excelentíssimo senhor presidente da Comissão de Seleção da Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Seccional do Distrito Federal

“O desapreço do Excelentíssimo Sr. Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal pela advocacia já foi externado diversas vezes e é de conhecimento público e notório”. Márcio Thomaz Bastos, Membro Honorário Vitalício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por ocasião do desagravo realizado em 10.06.2014 de que foi o orador.

IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/DF sob o n.º 11.555, vem à presença de V. Exa. propor IMPUGNAÇÃO ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pelos fatos a seguir aduzidos.

Em 23 de novembro de 2006 o Requerente, na condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal, atacou a honra de Membro Honorário desta Seccional, o advogado Maurício Corrêa, a quem imputou a prática do crime previsto no art. 332 do Código Penal, verbis : “Se o ex-presidente desta Casa, Ministro Maurício Corrêa não é o advogado da causa, então, trata-se de um caso de tráfico de influência que precisa ser apurado”, o que resultou na concessão de desagravo público pelo Conselho Seccional da OAB-DF (Protocolo nº 06127/2006, cópia em anexo).

Quando o Requerente ocupou a Presidência do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal seus atos e suas declarações contra a classe dos advogados subiram de tom e ganharam grande repercussão nacional. Vejamos, segundo o clipping em anexo:

a)​ Em 19 de março de 2013, durante sessão do CNJ, generalizou suas críticas afirmando a existência de “conluio” entre advogados e juízes, verbis: “Há muitos [juízes] para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras”, o que resultou em manifestação conjunta do Conselho Federal da OAB, da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB);

b) ​Em 08 de abril de 2013, sobre a criação de novos Tribunais Regionais Federais aprovada pela Proposta de Emenda Constituição nº 544, de 2002, apoiada institucionalmente pela Ordem dos Advogados do Brasil, afirmou o seguinte: “Os Tribunais vão servir para dar emprego para advogados...”; “e vão ser criados em resorts, em alguma grande praia...”; “foi uma negociação na surdina, sorrateira”; o que redundou em nota oficial à imprensa aprovada à unanimidade pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

c) ​Em 14 de maio de 2013, também em sessão do CNJ, o então Ministro-Presidente afirmou, em tom jocoso, que: “Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11h mesmo?” e “A Constituição não outorga direito absoluto a nenhuma categoria. Essa norma fere o dispositivo legal, ou são os advogados que gozam de direito absoluto no país?”, o que foi firmemente repudiado por diversas entidades da advocacia, notadamente pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, pelo Movimento de Defesa da Advocacia, pela Associação dos Advogados de São Paulo e pela Diretoria do Conselho Federal da OAB;

d)​ Em 11 de março de 2014 o Requerente votou vencido no Conselho Nacional de Justiça contra a isenção de despesas relativas à manutenção das salas dos advogados nos fóruns. Na oportunidade, criticou duramente a Ordem dos Advogados: “Precisa separar o público do privado. Que pague proporcionalmente pela ocupação dos espaços. Não ter essa postura ambígua de ora é entidade de caráter público, para receber dinheiro público, ora atua como entidade privada cuida dos seus próprios interesses e não presta contas a ninguém. Quem não presta contas não deve receber nenhum tipo de vantagem pública”; o que também resultou em nota da Diretoria do Conselho Federal da OAB; e,

e)​ Em 11 de junho de 2014, numa das últimas sessões do Supremo Tribunal Federal que presidiu, o Requerente “expulsou da tribuna do tribunal e pôs para fora da sessão mediante coação por seguranças o advogado Luiz Fernando Pacheco, que apresentava uma questão de ordem, no limite de sua atuação profissional, nos termos da Lei 8.906”, conforme nota de repúdio subscrita pela diretoria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Por fim, em 10 de junho de 2014, este Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal concedeu novo desagravo público, desta feita ao advogado José Gerardo Grossi, atingido em suas prerrogativas profissionais pelo então Min. Joaquim Barbosa em decisão judicial assim lançada:

“No caso sob exame, além do mais, é lícito vislumbrar na oferta de trabalho em causa mera action de complaisance entre copains, absolutamente incompatível com a execução de uma sentença penal. (...) É de se indagar: o direito de punir indivíduos devidamente condenados pela prática de crimes, que é uma prerrogativa típica de Estado, compatibiliza-se com esse inaceitável trade-off entre proprietários de escritórios de advocacia criminal? Harmoniza-se tudo isso com o interesse público, com o direito da sociedade de ver os condenados cumprirem rigorosamente as penas que lhes foram impostas? O exercício da advocacia é atividade nobre, revestida de inúmeras prerrogativas. Não se presta a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça” (Processo nº 07.0000.2014.012285-2, cópia em anexo).

Diante disso, venho pela presente apresentar impugnação ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pugnando pelo indeferimento de seu pleito, que não atende aos ditames do art. 8º da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e OAB), notadamente a seu inciso VI, pelos fundamentos já expostos.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Brasília/DF, 26 de setembro de 2014.

IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR
OAB/DF n.º 11.5554

*****

O mais provável é que o despacho do presidente da OAB-DF seja rejeitado. A pressão neste sentido será violenta – em especial da mídia, que deu palanque ao vaidoso e truculento ex-presidente do STF. De qualquer forma, a postura de Ibaneis Rocha é corajosa e representa um duro baque para Joaquim Barbosa, que parece caminhar para o ostracismo. Na posse de Ricardo Lewandowski como novo presidente do STF, em 9 de setembro, o desgaste do ex-ministro já ficou evidente. Em seu discurso, ele condenou o “exagerado” protagonismo do seu antecessor. Outros ministros também criticaram a atuação do ex-presidente, que num gesto de descortesia nem compareceu à solenidade de posse.

*****

Leia também:

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Sinceramente, Mark Ruffalo


Hulk apoiou Marina Silva, mas já caiu fora


Dilma Muda Mais







Ao que parece, Hulk ficou furioso com Marina Silva. Assim como o programa de governo da pessebistanão durou 24 horas, o apoio do ator estadunidense Mark Ruffalo a Marina , divulgado em vídeo pelas redes sociais no domingo, já não existe mais.

Em texto divulgado hoje em seu site(link is external), Ruffalo afirma que ficou surpreso ao saber que Marina Silva não apóia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “O que me colocaria diretamente em conflito com ela”, afirmou, lembrando que ele lutou pelo casamento igualitário em seu país e que ele “vê isso como reflexo da qualidade de um candidato”. Ruffalo acabou de lançar o filme The Normal Heart, em que seu personagem é um escritor homossexual que se torna um grande ativista (parece que na vida real também).

Ruffalo declarou ainda que não sabia que ela tinha esta postura quando gravou o vídeo de apoio à candidata. “Eu não posso, de forma consciente, apoiar uma candidata que tenha tal abordagem de extrema direita com relação a questões como casamento gay e direitos reprodutivos das mulheres, ainda que esta candidata tenha intenções certas sobre as questões ambientais”.

Veja abaixo a tradução da declaração de Mark Ruffalo. Para ter acesso à íntegra em inglês, clique aqui(link is external):



Olá a todos,

Chegou ao meu conhecimento que Marina Silva, candidata a presidente do Brasil, seria contra o casamento gay. Isso me colocaria em conflito direto com ela. Como vocês sabem , eu luto pelo casamento igualitário no meu país e encaro isso como um reflexo da qualidade do candidato. Eu não sabia que esse era o posicionamento dela quando fiz o vídeo apoiando sua candidatura. Eu tinha visto apenas o debate em que Marina falava que apoiava o casamento gay e só soube posteriormente que seu partido retirou seu apoio à causa. Eu não posso, com consciência, apoiar uma candidata que tenha uma visão de extrema direita em assuntos como o casamento gay e direitos reprodutivos, mesmo se essa candidata está disposta a fazer a coisa certa na causa ambiental.

Eu não sou expert em política brasileira, mas eu posso dizer que os direitos das mulheres, os direitos LGBTQ+ e os direitos ambientais são todos parte de um tipo de visão de mundo com o qual eu me identifico. Ter uma visão de mundo que não inclui essas três posições torna impossível que eu endosse qualquer candidato.

Eu tenho de me desculpar por não ter feito um trabalho melhor ao embasar minha decisão [de apoiar Marina]. Eu peço desculpas se decepcionei alguém ou se fiz alguém pensar que fiz vista grossa para esses assuntos, pelos quais eu sempre lutei.

Nesse momento, seria bom saber, definitivamente, como a candidata Silva se posiciona com relação a esses assuntos, sem termos incertos. A questão está um pouco obscura e incerta atualmente. Até lá, baseado no que pude apreender de algumas postagens aqui, e pelo que está disponível na internet, eu estou retirando meu apoio. Eu solicito à campanha de Marina que não utilize meu vídeo de apoio até que eles afirmam seu apoio ao casamento gay e aos direitos reprodutivos das mulheres, ou que deixem claro seu posicionamento sobre esses assuntos. Sem isso, meu apoio é nulo e vazio.

Eu peço desculpas à campanha de Silva por não ter tido melhor conhecimento de suas políticas e por haver criado essa incoveniência. Eu fiquei desapontado ao ver seu apoio ao casamento gay ser retirado por seu partido no dia seguinte ao discurso de apoio. Eu peço que levem meus votos em boa fé.

Sinceramente,
Mark Ruffalo

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Marina: votou a favor da CPMF, mas votou contra... ocê entende?


Tratoraço de Dilma no debate da Record








Por Luiz Carlos Azenha, no blogViomundo:

Sorteada para fazer a primeira pergunta no debate promovido pela TV Record, no domingo à noite, a candidata Dilma Rousseff acionou o tratoraço contra a adversária Marina Silva. No preâmbulo da pergunta, disse que a candidata do PSB “mudou de partido” e de posição e perguntou por que Marina, quando senadora, “votou quatro vezes contra a criação da CPMF”, o imposto do cheque já extinto cujos recursos eram voltados exclusivamente para o orçamento da Saúde.

Marina não respondeu diretamente à pergunta.

Eram 11h50 da noite quando, num dos intervalos do debate, entrou um comercial de 15 segundos da campanha de Dilma batendo na mesma tecla. Depois de demonstrar que Marina falou uma coisa em um debate anterior — que apoiava a CPMF — e de mostrar os registros de votos contrários dela no Senado, o narrador concluiu: “Agora, falar que fez o que nunca fez, isso tem nome”. O comercial leva o telespectador a concluir que Marina mentiu.

A agressividade de Dilma Rousseff, que buscou confrontos diretos com Marina e Aécio Neves (PSDB) durante o debate da Record, é reveladora da estratégia petista na reta final. Expressa a crença na cúpula da campanha de que é possível garantir a vitória já no primeiro turno.

As pesquisas mais recentes mostram que Dilma cresceu tomando votos de Marina e convencendo indecisos. Na mais recente pesquisa Datafolha a presidente atingiu 45% dos votos válidos. Para chegar aos 50%, é indispensável que continue ganhando votos diretamente de Marina no mesmo ritmo que ganhou na semana passada.

A audiência do debate na Record demonstra interesse do eleitor na reta final. O programa bateu em 10 pontos, chegou a líder da audiência na Grande São Paulo e quando terminou, por volta de 30 minutos de segunda-feira, estava em segundo lugar com 8 pontos. Cada ponto equivale a cerca de 100 mil domicílios da região metropolitana.

A estratégia dos marqueteiros de Dilma Rousseff tem sido a de usar os debates para produzir trechos de fala que serão reaproveitados no programa eleitoral da candidata, de mais de 12 minutos. Por isso, no debate da Record Dilma falou mais de uma vez em sua estratégia para combater a corrupção atacando a impunidade.

É a defesa antecipada numa semana que deve ser marcada por novas denúncias de corrupção envolvendo a coalizão governista, como é tradicional desde que o ex-presidente Lula assumiu o Planalto, em 2003.

Em 2006 e 2010, os eleitores foram às urnas em meio às denúncias de escândalos propagados pela mídia corporativa, especialmente pela coalizão Globo-Abril-Folha-Estadão.

Uma dica de que novas denúncias virão foi dada pelo próprio candidato Aécio Neves, que durante o debate na Record confrontou Dilma, lembrando que uma revista “de credibilidade” — certamente ele se referia àVeja — tinha noticiado que a campanha do PT em 2010 teria pedido dinheiro, através do ex-ministro Antonio Palocci, ao esquema montado na Petrobras pelo então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, com a participação do doleiro Alberto Youssef.

Desta feita, tudo indica que a “bala de prata” normalmente disparada pela mídia em véspera de votação será relacionada ao doleiro Youssef, que desde o escândalo do Banestado operou amplamente nos bastidores da política e do empresariado brasileiros.

No debate da Record, Aécio argumentou que só o dinheiro desviado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, daria para colocar 450 mil crianças em creches e construir 50 mil casas do Minha Casa, Minha Vida. Com isso, sinalizou que na reta final deverá concentrar seus esforços para chegar ao segundo turno usando o tradicional “mar de lama” contra os governistas.

O tucano relacionou o desperdício de recursos públicos essenciais com a corrupção na Petrobras durante resposta à candidata Dilma, que quis saber se Aécio assumia o compromisso público de não privatizar a petrolífera.

Para a presidente, bater ao mesmo tempo em Marina e Aécio faz sentido, para evitar que o tucano fique com os eleitores que desistirem da candidata do PSB.

No embate com Aécio, Dilma sugeriu que por trás das denúncias contra a Petrobras existem os que pretendem enfraquecer a estatal para depois vendê-la. Teve a oportunidade de encaixar dois fatos notórios, o de que os tucanos venderam ações da petrolífera na bolsa de Nova York e tentaram mudar o nome da empresa para Petrobrax.

Marina Silva usou seu tempo no debate para dizer que vem sendo vítima de boatos: desmentiu que pretende mexer com o Bolsa Família e com o direcionamento do crédito público, que sustenta tanto o crédito rural quanto programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.

Foram entrevistas de assessores de Marina Silva que levaram outros economistas, como André Biancarelli, da Unicamp, a sustentar que mudanças no direcionamento de crédito poderiam colocar em risco setores importantes da economia brasileira.

Durante o debate na TV Record, em um dos embates que travou com Marina, a presidente Dilma lembrou que o crédito direcionado dos bancos públicos representa mais de R$ 1,3 trilhão.

Não há qualquer dúvida de que o programa de governo de Marina Silva considera “exausto” o modelo de crédito que vigiu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. É só conferir no programa:






Segundo o programa da coalizão liderada pelo PSB, um dos objetivos de Marina será o de reduzir o custo do crédito para as classes mais baixas.

Durante o debate, além de reclamar de que é vítima de boatos infundados, Marina Silva prometeu extinguir o papel do BNDES como favorecedor “de meia dúzia” de empresários, reafirmando acusação que já foi rebatida pelo assessor da presidência, Fábio Kerche, que apontou que Marina foi “imprecisa” sobre a atuação do BNDES 4 vezes em uma única frase.

*****

Demonstrando qual será o foco dos ataques contra Marina nos próximos dias, ainda na madrugada a equipe de Dilma distribuía por e-mail o seguinte texto:

Marina diz que votou a favor da CPMF, mas votou contra, e Dilma diz que ‘governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme’

Durante o debate entre candidatos à Presidência da República promovido pela Rede Record, Dilma Rousseff questionou a constante mudança de posicionamento da candidata Marina Silva sobre assuntos importantes ao País, e afirmou que “Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”.

A candidata do PSB afirmou ter votado a favor do Fundo de Combate à Pobreza, cuja composição seria feita por meio de recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e impostos sobre cigarro. Contudo, Marina Silva votou contra a CPMF. Registros do site do Senado Federal (“votações nominais”) mostram que Marina ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002, a candidata do PSB não registrou seu voto, o que, no caso de propostas de emenda constitucional, equivale a ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos “sim” para a aprovação.

Confira abaixo a tramitação da CPMF no Senado e os votos da então Senadora Marina Silva:

PEC 40/1995: Dispõe sobre a instituição de contribuição social para o financiamento das ações e serviços de saúde. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 12/1996).

Votação em 1º turno (18/10/1995) = Senadora Marina Silva votou
contra

Votação em 2º turno (08/11/1995) = Senadora Marina Silva votou contra

PEC 34/1998: Prorroga, alterando a alíquota, a cobrança da contribuição a que se refere o artigo 74 do ato das disposições constitucionais transitórias por 36 meses. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 21/1999).

Votação em 1º turno (06/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra

Votação em 2º turno (19/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra

PEC 18/2002: Altera os artigos 100 e 156 da Constituição Federal e o artigo 81 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e acrescenta os artigos 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Prorroga a vigência da CPMF até 31/12/2004). Proposta foi aprovada.

Votação (04/06/2002) = Senadora Marina Silva estava presente no plenário, mas não registrou voto.

*****

Nos bastidores do debate, quando os bancos e banqueiros foram citados pela primeira vez, a platéia buscou registrar a reação da educadora Neca Setubal, acionista do Banco Itaú, que chegou junto com a candidata Marina Silva. Entre Neca e o presidente do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, uma cadeira vazia foi ocupada por uma bolsa. “Entre a banqueira e o socialista, há uma Prada”, observou uma ferina observadora da cena.

*****

A baixaria da noite ficou por conta do candidato Levy Fidelix, do PRTB. Quando debatia com Luciana Genro (PSOL) sobre a união civil de iguais, Fidelix afirmou que “dois iguais não fazem filho e o aparelho excretor não reproduz”. “Vamos enfrentar essa minoria”, conclamou ele, se dizendo avô e pai com “vergonha na cara”. Fidelix sugeriu que “esses que tem esse problema”, os homossexuais, busquem atendimento psicológico, mas não por perto.

O candidato do PRTB produziu outras frases folclóricas no debate da Record. Disse, por exemplo, que o Brasil corre o risco de uma “invasão bolivariana” e que enfraquecer o Exército brasileiro é parte de uma estratégia calculada do governo Dilma para permitir o sucesso de tal invasão.

As frases de Fidelix sobre a união civil causaram repúdio e indignação nas redes sociais. Ele confundiu deliberadamente homossexualismo com pedofilia. Curiosamente, não foi cobrado na réplica pela candidata do PSOL. Os demais candidatos também não se manifestaram sobre o assunto nas entrevistas pós-debate.

Postado por Miro às 10:54

Postado conforme busquei no Cafezinho...

Maior cientista brasileiro declara voto em Dilma

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O maior cientista brasileiro vivo, Miguel Nicolelis, considerado um dos 20 maiores cientistas do mundo, segundo a revista “Scientific American”, abriu seu coração nas redes sociais.
Numa série de mensagens postadas em sua conta de twitter, Nicolelis explica a sua grande emoção de votar, pela primeira vez em sua vida, para presidente da república.
Lembra de parentes, que sonhavam com a democracia mas morreram antes de verem o sonho virar realidade.
Entretanto, Nicolelis não se emociona apenas com o direito formal de votar.
Ele se emociona, sobretudo, com o resgate da dignidade do povo brasileiro.
Ver uma liderança política, como fez Marina Silva, chorar lágrimas de crocodilo, tentando se vitimizar e enganar o povo, é uma lástima.
Ver um grande cientista, um homem que passou a vida usando apenas o cérebro, e cuja vida, aliás, foi dedicada ao estudo do cérebro humano, ver um homem assim chorar de emoção ao declarar um voto, é outra coisa.
Ver um cientista emocionar-se, de alegria, ao declarar, com altivez, coragem e orgulho, a sua opção política, é a melhor resposta que podemos dar à violência antidemocrática dos setores golpistas da nossa mídia e da nossa elite.
Mas deixemos o próprio dizer com suas próprias palavras.
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domingo, 28 de setembro de 2014

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Criolo
"Sucrilhos"





Sucrilhos
Criolo


Calçada pra favela, avenida pra carro,
céu pra avião, e pro morro descaso.
Cientista social, Casas Bahia e tragédia,
Gostam de favelado mais que Nutella
Quanto mais ópio você vai querer?
Uns preferem morrer ao ver o preto vencer
É papel alumínio todo amassado,
Esquenta não mãe é só uma cabeça de alho...
Cartola virá que eu vi,
Tão lindo e forte e belo como Muhammad Ali
Cantar rap nunca foi pra homem fraco
Saber a hora de parar é pra homem sábio
Rico quer levar uma com nóis, 'cê que sabe...
Quero ver pagar de loco lá em Abu Dhabi.
Eu sou nota 5 e sem provoca alarde,
Nota 10 é Dina Di DJ Primo e Sabotage.

Pode colar, mas sem arrastar,
Se arrastar, a favela vai cobrar...
Acostumado com sucrilhos no prato,
Morango só é bom com a preta de lado.

O planeta jaz e a trombeta do Satanás,
Usain Bolt se não correr fica pra trás
Querer tapar o sol com a peneira é feio demais
E cocaína desgraça a vida de um bom rapaz...
Trilha Sonora do Gueto, Rappin Hood e Facção,
Fazem o povo cantar com emoção
Zona Sul... Haja coração!
Dez mil pessoas numa favela, na quermesse do Campão,
Então Di Cavalcanti, Oiticica e Frida Kahlo
Têm o mesmo valor que a benzedeira do bairro
Disse que não ali o recém formado entende,
Não vou espera você ficar doente...
Cantar rap nunca foi pra homem fraco
Saber a hora de parar é pra homem sábio...
Vacilou no jab, fio, é lona!
Criolo Doido não é garapa,
A ideia é rapida mais soma.

Pode colar, mas sem arrastar,
Se arrastar, a favela vai cobrar...
Acostumado com sucrilhos no prato,
Morango só é bom com a preta de lado.

Eu tenho orgulho da minha cor,
Do meu cabelo e do meu nariz.
Sou assim e sou feliz.
Índio, caboclo, cafuso, criolo! Sou brasileiro!

Mas que horror! Como é que pode?


Desmascarando a manipulação da Globo e da Folha de São Paulo





"O navio "Cidade de Ilhabela" saiu quietinho, tendo como companhia apenas a bruma da tarde, porque este país não dá valor àquilo que constrói e que o pode fazer independente.

Em outras terras, o gigante sairia escoltado por recadores e seus apitos, batizado por jatos d´água merecidos por um herói que, durante 20 anos, vai dar ao Brasil, todos os dias, perto de US$ 15 milhões."

Conheça mais uma triste história protagonizada pela grande mídia brasileira nessa segunda-feira:

A TRISTE HISTÓRIA DO NAVIO "INVISÍVEL"

Segunda-feira à tardinha, o cidadão que cruzava a ponte Rio-Niterói “deu falta” de um imenso navio azul, coberto de torres, que se encontrava à direita de quem sai da ponte, logo após a Base Naval de Mocanguê.

Não que fosse um navio digno de se notar: afinal, tem 345 metros de comprimento e 58 de largura, o que resulta numa área de três campos de futebol “padrão Fifa”. Nem que, por “baixinho”, pudesse escapar à visão de quem passava: afinal, tem 30,3 metros de altura máxima, o que chega perto da metade do imenso vão central da ponte.

Pois acredite o amigo leitor que este navio, cujos complicadíssimos módulos de convés, que filtram, separam, processam e deixa prontos para irem para os tanques de armazenamento nada menos que 150 mil barris de petróleo por dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural, partiu “incógnito”, quase às escondidas, para o campo de Sapinhoá Norte.

Lá, ele vai tirar o petróleo do pré-sal da Bacia de Campos.
Porque Sapinhoá, que opera hoje com apenas três poços ligados à plataforma Cidade de São Paulo, reúne os maiores poços em produção já registrados no Brasil, com médias que superaram 42 mil barris por dia. E lá há poços que esperam apenas por um navio-plataforma para produzir.

O navio "Cidade de Ilhabela" saiu quietinho, tendo como companhia apenas a bruma da tarde, porque este país não dá valor àquilo que constrói e que o pode fazer independente.

Em outras terras, o gigante sairia escoltado por recadores e seus apitos, batizado por jatos d´água merecidos por um herói que, durante 20 anos, vai dar ao Brasil, todos os dias, perto de US$ 15 milhões.

Isso mesmo, todos os dias, com o petróleo nos preços de hoje e sem contar o gás.

Mas que horror!

Não se pode deixar que notícias assim se espalhem. É um mau exemplo.

Independência é só aquele quadro dos cavalos à beira do riacho e de um homem de bigodes e espada na mão.

É preciso silêncio total na mídia.

E a Petrobras, devassada e detratada todos os dias na imprensa, “republicanamente” apanha quieta.

Senão, é capaz de dizerem que o navio sumiu porque o Paulo Roberto Costa deu sumiço nele. Guardou na garagem de casa, quem sabe?



sábado, 27 de setembro de 2014

"Nunca Mais!"


Israel: soldados de unidade de elite dizem “nunca mais!”



setembro 26, 2014 14:45






Veja também

Robert Fisk: A política de Israel “vidas em troca de terra” é roubo. Puro e simples 010.set
Ex-presidente de Israel propõe ao papa presidir “ONU das religiões” 0 04.set
Como os palestinos venceram Israel 0 30.ago



“Carta aberta” assinada por 43 oficiais e soldados da reserva diz que a partir de agora, eles se negam a servir nos territórios palestinos ocupados. Todos fazem parte da Unidade 8200, uma das mais prestigiadas do corpo de segurança militar

Por Michael Warschawsky | Tradução: Carlos Santos, em Esquerda.net

Há um mês, durante a agressão criminosa contra Gaza, escrevi no meu blog “Mas, onde estão os refuseniks?”*. Há que recordar que durante a guerra no Líbano (1982-1985) e durante a Intifada (1987-1990) milhares de oficiais da reserva e soldados no ativo negaram-se a reintegrar as suas unidades, e centenas deles foram condenados a pequenas penas de prisão (digamos que só de várias semanas). Ficaram conhecidos como refuseniks.

Apesar da evidente natureza agressiva dos atuais ataques israelense a Gaza dirigidos contra civis e que causaram mais de 2.000 mortes, nesta ocasião não houve movimento refusenik. Só uma meia dúzia de soldados se negou a intervir, o que está muito longe do que se pode chamar um movimento refusenik. Há que encontrar as razões disso nas mudanças estruturais que, durante as últimas duas décadas, se deram na sociedade israelense e, evidentemente, não foram em boa direção.

No entanto, há poucos dias, o jornal Yediot Aharonot, o diário israelense mais lido, publicou uma “carta aberta” assinada por 43 oficiais e soldados da reserva, em que anunciaram que a partir de agora se negam a servir nos territórios palestinos ocupados. Não se trata de uns soldados quaisquer: todos eles pertencem à Unidade 8200, uma das mais prestigiadas do corpo de segurança militar. Na carta denunciam o que durante anos têm estado a ordenar: espionar a vida privada de centenas de milhares de palestinos e utilizar a informação para chantagear e recrutar muitos deles como colaboradores das forças de ocupação. O objetivo da informação que reuniam era dirigido a “recrutar colaboradores e chantageá-los, inclusive mediante o uso de informação sobre a sua vida sexual, as suas doenças ou outros problemas de palestinianos inocentes” (publicado no diário Haaretz, 15 de setembro de 2014).

A classe política reagiu de forma brutal: “põem em perigo a segurança de Israel“, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu; e o Ministro da Defesa acrescentou: “estão a atirar lenha para a fogueira da campanha internacional de deslegitimação contra Israel”. O ministro dos transportes, Israel Katz, sugeriu que fossem transladados como simples soldados para Negev, e o presidente do Comitê de Segurança e Relações Externas do Parlamento, Zeev Elkin, acusou-os de ”darem uma facada nas costas ao Exército israelense”. O general (na reserva) Hanan Gefen, ex-chefe dessa unidade de elite, foi ainda mais longe: “devem ser levados às salas de interrogatório do SSG (Serviço de Segurança Geral) ou da segurança militar”. A “esquerda” não foi melhor que a direita, e como de costume, Yair Lapid foi um dos piores na denúncia da “carta aberta” dos soldados.

Uma vez mais, o diário Haaretz constitui uma exceção. No seu editorial de 15 de setembro, intitulado “Escutem os refuseniks”, pode ler-se: “Seria bom que os chefes dos aparelhos de segurança e os líderes do Estado compreendessem que este protesto vem do próprio coração de uma unidade de elite como a Unidade 8200. O que deveria ter provocado indignação não é a sua posição, mas sim o que isto significa [...] Em lugar de atacar os 43 subscritores, seria mais sábio escutar o que têm para dizer”.

Se os membros da Unidade 8200 estão a levantar a bandeira da rejeição, pode prever-se que uma nova onda de soldados de outras unidades dirá “nunca mais!” A estação seca da rejeição de que me queixava há um mês, está a chegar ao fim. Que assim seja!


* Objetores de consciência que se negam a servir no exército. Alguns soldados recusam, expressamente, intervir nos territórios palestinianos ocupados (nota de viento sur)

Foto de Capa: Esquerda.net

Mais razões para votar em Dilma13!


Eduardo Condé: Marina combina mundo bíblico com ecologismo



Viomundo


publicado em 26 de setembro de 2014 às 19:42






Porque voto em Dilma Rousseff



por Eduardo Salomão Condé*, no Facebook, sugerido por Tiago Rattes de Andrade, via Facebook



Nos últimos anos o Brasil iniciou uma rota de desenvolvimento que já produziu efeitos muito fortes no conjunto dos indicadores sociais e macroeconômicos.

Se compararmos o ano de 2002, o último do professor Cardoso, com 2014, não há um índice sequer que possa ser apresentado hoje que esteja em situação inferior àquele triste momento da trajetória brasileira.

Inflação, câmbio, dívida pública, relação dívida/PIB, taxa de investimento, a taxa de emprego, índice de formalização da força de trabalho e alhures, acrescidos do índice de Gini, salário médio, política de salário mínimo, contas previdenciárias e programas sociais, somente um desavisado, cego pela paixão partidária ou ódio, moralista de caserna e/ou indignado seletivo pode imaginar que o Brasil de hoje está em um patamar inferior às aventuras liberais dos anos de 1990 e que Dilma está mostrando um país pior que aquele de seu antecessor, justamente o que iniciou a trajetória de já doze anos de mudança.

Mesmo com velocidade ainda baixa, a educação apresenta melhorias, mas pode avançar muito mais.

A saúde debate-se com o gigantesco projeto de universalizar atendimento, conter o apetite privado e chegar a todos os cantos do país, mesmo importando médicos.

Sim, o PIB vem crescendo pouco, a taxa de juros ainda é muito alta, a questão do câmbio e da poupança interna são temas sim de debate e a velocidade da queda da desigualdade não é mais tão espetacular. Mas o Brasil de 2014 está, em uma trajetória de melhorias, a anos-luz do Brasil de 2002.

O projeto atual de desenvolvimento envolve temas como a constituição de um mercado sólido de consumo de massas, bancos públicos em ação anticíclica e como agentes de provimento de crédito, o BNDES sendo parte de uma estratégia de financiamento de empresas e de empreendimentos aqui e no exterior alavancando negócios e investimentos, a Petrobrás gerenciando a maior parte das maiores reservas de petróleo descobertas nos últimos anos.

Marcos regulatórios importantes como o do setor elétrico, as obras de infraestrutura e a constituição de compras governamentais, incentivos à produção de conteúdo nacional e políticas de concessão de serviços, mais o estímulo à política industrial e aumento dos investimentos em pesquisa, indicam outro patamar de debate.

Houve mudanças na vida social ao ponto de produzir um relevante movimento para cima, trazendo à cidadania e ao próprio mercado um contingente muito apreciável de homens e mulheres. Este grupo agora mudou de patamar e espera mais, ele olha para o espelho e não mais se vê como o pobre ou envergonhado que não via futuro, ou preferia migrar em busca de emprego. Filhos tem trajetória superior às dos pais, e querem mais. Chegaram ao fim da adolescência em outro país. E querem mais. È justo e é da democracia. Agora podem reivindicar: em 2001 ele podia apenas esperar uma migalha ou o desemprego em um país estagnado e com inflação mais alta que os últimos anos.

Dilma não enfrentou o monopólio de mídia, não corrigiu a rota dos juros, perdeu parte da confiança de alguns setores industriais e poderia aprofundar mais sua política de direitos e mesmo avançar mais na universalização de políticas sociais. Mas, os passos dados até aqui não podem cessar.

Aécio Neves pode aprofundar isso e continuar com nossa trajetória de desenvolvimento? De forma alguma: ele inventou a máquina do tempo para 1995 ou 1999, com seu subinvestimento e desmonte estatal.

Marina? Não se sabe direito o que pensa e sua visão de mundo combina mundo bíblico, ecologismo e neoliberalismo, sem que ninguém saiba exatamente como essas forças convivem ou poderão conviver.

Marina não faz campanha: prega. Desconfia da ciência e da política. Se segue seus consultores de economia, retornamos ao tempo de FH, Malan e Armínio com ajuste fiscal draconiano, desemprego, contenção de gastos sociais. Se enveredar pelo campo dos avanços sociais desagrada seus parceiros e apoiadores do mercado. Como vai e vem, terminará indo para algum lugar ruim, pois parece ter a ilusão de que governaria com o “melhor de cada partido” e, ao mesmo tempo, sem negociar pelo que ela vagamente chama de “nova política” (com quem? Onde, de que forma?).

Somente Dilma pode, nessa conjuntura, permanecer à frente de um projeto de desenvolvimento dinâmico e inclusivo, pode seguir aprofundando-o. Quem sabe superar os temores em relação à mídia e aos rentistas, quem sabe aprofundando o diálogo social e com o empresariado, ouvindo as forças sociais e virando seu governo à esquerda,remando contra a maré de um vento que vem do passado e ameaça a todos nós com a receita da ortodoxia, do conservadorismo, de uma economia com inserção passiva no mercado internacional e uma política externa de costas para a América Latina, a Ásia e os novos parceiros estratégicos no G20.

O momento não permite hesitação. A conta é excessivamente alta e o risco altíssimo. Dilma é a esperança de aprofundar o que os governos do PT e das forças progressistas permitiram nos últimos 12 anos, ultrapassando todos os indicadores dos 12 anos anteriores a Lula. Votar Dilma é votar com a esperança de quem quer mais, muito mais, olhando, como disse Roosevelt na década de 30, para o fundo da pirâmide econômica, para a tradição que remonta aos governos trabalhistas de Vargas e os desenvolvimentistas como Celso Furtado, para aquilo que o presidente Lula denominava um novo Brasil para todos os brasileiros.

Aécio ou Marina? Espero que nunca mais. No dia 5 a esperança pode começar a renascer e Dilma carrega seu nome – com aqueles milhões de brasileiros que conseguem enxergar outro horizonte.




*Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (2004) e Mestre em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro IUPERJ (1996). É professor associado no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde também atua no programa de Pós-graduação (Mestrado-Doutorado) em Ciências Sociais. É pesquisador associado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Políticas Públicas e Desenvolvimento (INCT PPED), do qual participam UFRJ,UFF, UNICAMP e UFJF. Suas áreas de interesse abrangem a Ciência Política e suas fronteiras com a Economia, destacando-se os seguintes campos: políticas públicas, desenvolvimento,proteção social em perspectiva comparada e integração européia. Vem desenvolvendo projetos de pesquisa sobre bem estar, proteção social e variedades de capitalismo.Foi Diretor do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora entre 2006 e 2014.



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Dilma vira o jogo entre os jovens





27 de setembro de 2014 | 08:24 

Autor: Miguel do Rosário









Segundo o Painel, da Folha, Dilma está ultrapassando Marina Silva em todos os segmentos onde a neoliberal bornhausiana tinha vantagens. E onde Dilma já ganhava, ela ampliou ou mesmo dobrou sua diferença.

Dilma avançou na classe C, com renda familiar de 2 a 5 salários mínimos.

“Há uma semana, as duas estavam empatadas no grupo com 34%. Agora a petista abriu sete pontos: 37% a 30%. Na simulação de segundo turno, Marina viu sua vantagem de 11 pontos no Datafolha dar lugar a um empate técnico: 47% a 44%. O segmento é o principal alvo da propaganda de TV e concentra quatro em cada dez eleitores.”

O jornal informa ainda que, no Nordeste, no segundo turno, Dilma dobrou sua vantagem na região, de 13 para 26 pontos. “Se a eleição fosse hoje, ela venceria a rival por 59% a 33%“, na região.

“Marina encolheu nos dois maiores colégios eleitorais. Em São Paulo, perdeu seis pontos em duas semanas e agora tem 34%. Dilma ficou com 27%. Aécio Neves (PSDB) ganhou seis pontos e aparece com 22%.”

“Em Minas, Marina perdeu sete pontos em duas semanas e agora tem 19%. Seus eleitores se dividiram entre os mineiros Aécio e Dilma. A petista lidera com 36%, e o tucano foi a 29%.”

“Em uma semana, a presidente recuperou quatro pontos entre os eleitores que aprovam seu governo: subiu de 71% para 75%. Entre quem acha a gestão regular, ela ganhou três pontos, e Marina perdeu seis.”

Por fim, os neoaliados de Marina Silva, como Pastor Malafaia, símbolo máximo da homofobia e do reacionarismo religioso, e Paulo Bornhausen, do núcleo duro dos ruralistas, cujo pai, Jorge, ex-presidente do DEM, queria promover um “desmonte do Estado brasileiro”, não a estão ajudando a manter o eleitorado jovem e progressista.

Sua autorização para ser mostrada ao lado de Geraldo Alckmin, o governador que mais promoveu o uso de violência contra manifestantes e com fortes ligações com a extrema-direita católica, também não está empolgando muito a juventude rebelde.

Dilma virou o jogo na juventude.

Enquanto Marina caiu de 37% para 32% em uma semana, Dilma foi de 32% a 36%, junto à faixa mais jovem do eleitorado.

Os parvos do tripé


Nobel dá razão
a Dilma contra Urubóloga




Stiglitz e Dilma: se os fatos não comprovam a teoria, eles mudam os fatos !


Conversa Afiada





Sugestão do amigo navegante Piu-Piu


O amigo navegante talvez se lembre do Mau Dia Brasil em que os “entrevistadores” interromperam a Dilma a cada 16”.

(Conseguiram superar o frenesi do William Bonner, que tomou 40% do tempo da entrevista com seus editoriais em forma de perguntas – inúteis.)

No tal Mau Dia, a PhD pela Universidade Municipal de Caratinga (está no ABC) confundiu a época.

Ela pensa que a Alemanha da Merkel é a Alemanha do Adenauer, no retumbante sucesso do pós-Guerra com o dinheiro a jorrar do Plano Marshall americano.

Afinal, nem tudo se ensina na UM de Caratinga.

A PhD só faltou pular na presidencial jugular para demonstrar que a Alemanha, hoje, com o programa de asfixiante austeridade, cresce chinesamente !

Quando lhe concediam tempo para participar da entrevista, Dilma tentou ponderar que não era bem assim, que os fatos não mentem.

Nessa sexta-feira (26/09) , numa entrevista em Brasília, ela revelou a sua perplexidade com a tentativa de esconder os fatos: a Alemanha está numa draga monumental, segundo os fatos produzidos pela própria Alemanha !

Fatos são fatos, disse ela !

Pois é, quando os fatos atrapalham a teoria, mudam-se os fatos, diz o adágio que Joseph Stiglitz menciona em seu notável artigo “Os cadáveres da austeridade europeia”.

Stiglitz é Prêmio Nobel de Economia, o que não lhe dá, porém, credenciais para contestar a Urubóloga, o mais brilhante pensador neolibelês que o Brasil conseguiu produzir.

Mas, mesmo assim, vale a pena reter alguns pontos centrais do que diz o insignificante Stiglitz…

- Angela Merkel da Alemanha e outros lideres europeus pró-austeridade – aqui chamados de “idiotas do tripé” – continuam a negar a realidade.

- A austeridade (ou seja, o tripé da Bláblá, do aeroporto do Titio e da PhD de Caratinga) – é um fracasso !

- (Os parvos do tripé) dizem que, como a economia não está mais entrando em colapso, a austeridade deve estar funcionando.

- É o mesmo que dizer que se jogar de um despenhadeiro é a melhor forma de descer a montanha, porque, dessa forma, a queda deixa de acontecer.

- A recuperação eventualmente virá; o problema é saber quando.

- A austeridade é um desastre consumado. Cada vez fica mais claro que as economias da União Europeia estão estagnadas, se não for uma recessão, com desemprego alto e renda per capita inferior à de antes da crise de 2008.

- Mesmo nas melhores economias, como a da Alemanha, o crescimento desde 2008 tem sido tão lento, que, em qualquer outra circunstância (sem o apoio da Urubóloga – PHA) a Alemanha seria considerada um desastre também.

- Nos países mais atingidos, como a Espanha e a Grécia, a situação é de depressão econômica. Uma em cada quatro pessoas está desempregada. 50% dos jovens não conseguem emprego.

- Assim, defender a austeridade é como o barbeiro medieval para que o sangramento funciona porque o paciente não morreu – ainda.

- O produto europeu é mais de 15% abaixo do que seria sem a crise de 2008. É uma perda acumulada de US$ 6,5 trilhões (mais de duas vezes o GNP do Brasil ! – PHA).

- A Alemanha está obrigando os outros países a seguir políticas econômicas que enfraquecem suas economias.

- Três anos atrás, o eleitor da França votou para mudar de rumo. Mas, o assim chamado partido socialista francês (aqui também tem um partido socialista inscrito entre os parvos do tripé – PHA) está reduzindo os impostos das empresas e cortando gastos – receita garantida para enfraquecer a economia.

- A esperança é que cortar impostos de empresas estimule o investimento.

- Mas o que impede a Europa e os Estados Unidos de crescer é a falta de demanda (que aqui abunda, com licença da má palavra – PHA).

(Lembram quando o Dudu dizia que ia cortar o consumo ? Esses socialistas não podem ver um jatinho … PHA)

- A Itália está sendo encorajada a acelerar a privatização (que aqui resultou na Privataria - PHA). Mas, o primeiro-ministro Renzi teve o bom-senso de reconhecer que vender ativos nacionais a preço de banana (como o FHC fez com a Vale – PHA) não faz nenhum sentido (o Cerra venderia o Coliseu à Disney – PHA).

- A privatização do sistema de previdência social, por exemplo, demonstrou ser muito caro. O sistema previdenciário mais privatizado do mundo, o americano, é o menos eficiente do mundo.

(O FHC incumbiu o André Haras Resende de preparar a privataria da Previdência, no modelo do Chile de Pinochet. A eleição de Lula em 2002 interrompeu a sangria … – PHA)

- Embora os fatos demonstrem que a austeridade no funciona, ela continua a se espalhar. A Alemanha e outros falcões dobraram a aposta, jogando o futuro da Europa numa teoria desmoralizada há muito tempo.

(Aqui, na Colônia, ainda a levam a sério – PHA).



Tradução livre de Paulo Henrique Amorim





sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Um raro alento


O recado dos atleticanos aos torcedores racistas



Postado por José Antonio Lima 
em 26/09/2014




Diego Tardelli e Aranha no Independência: momento histórico (Foto: Bruno Cantini / Divulgação)




A torcida do Atlético-MG deu na noite de quinta-feira 25 um raro alento a quem busca traços de civilidade no futebol, e um recado aos torcedores racistas. Antes da partida entre o Galo e o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, os atleticanos aplaudiram e gritaram o nome de Aranha, o goleiro adversário.

A atitude da torcida do clube mineiro tem embutida em si uma mensagem fundamental: quando se trata de racismo, há muito mais “em jogo” do que os eventos unicamente esportivos. Ao denunciar as injúrias racistas que sofreu por parte de torcedores do Grêmio, Aranha não buscava benefício esportivo, mas dignidade e civilidade.

Ficou claro na semana passada que a torcida do Grêmio não entendeu do que se tratava aquele episódio. Como escreveu o atleticano Idelber Avelar, o segundo jogo entre Grêmio e Santos em Porto Alegre era uma oportunidade única, histórica, mas milhares de gremistas falharam miseravelmente. Ao vaiar Aranha, os torcedores do segundo jogo nada mais estavam fazendo do que referendando o crime cometido na partida anterior.

Depois das vaias, e das críticas, muitos gremistas inventaram toda sorte de desculpas para a atitude de seus colegas tricolores: Aranha não aceitou desculpas, Aranha não aceitou ser homenageado pelo Grêmio, Aranha generalizou os gremistas… Em meio ao chorume racista que acompanhava algumas dessas justificativas, e que, como já dito, nega ao negro até mesmo o direito de se sentir ofendido, esses torcedores tinham uma impressão em comum: o Grêmio está acima de tudo.

Não está, nunca estará. O amor pelo Grêmio ou por qualquer outro clube não pode suplantar a busca por uma sociedade civilizada. Quem luta contra o racismo deve ser apoiado, e não hostilizado. Assumir esse papel é tão difícil que Gil, zagueiro do Corinthians, desistiu de processar o torcedor são-paulino que o chamou de macaco após uma brincadeira com Alexandre Pato. “Fica muito vulnerável isso daí. Não é o meu caso que vai fazer isso acabar no futebol. Prefiro não falar mais, não vou levar isso adiante, caso encerrado. Acredito que não vai mudar muita coisa”, disse. A fala de Gil é a resignação diante da força brutal do racismo e de seus defensores e negadores.

Os estádios não são centro de barbáries, nos quais é permitido ser irracional e criminoso. Como microcosmo da vida, o futebol atrai seus aspectos positivos e negativos. Que a pressão para a evolução da sociedade continue adentrando também as arquibancadas.

1964: Um Golpe Contra o Brasil

Documentario de Alípio Freire







Nós sobrevivemos
ao pau-de-arara

Mas o pau-de-arara
também sobreviveu











quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A presidenta Dilma Rousseff declarou apoio às reivindicações


‘Plebiscito’ popular: 7,4 milhões de votos a favor da reforma política



Consulta informal foi realizada na semana da pátria. 97% dos participantes querem uma constituinte exclusiva para o tema 


 Carta Capital


por Piero Locatelli — publicado 24/09/2014 18:11




Divulgação


Plebiscito teve mais de sete milhões de votos


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Mais de 7 milhões de brasileiros querem uma constituinte exclusiva para uma reforma política no país. Esta é a constatação do “Plebiscito Constituinte” feito durante a semana da pátria por 477 organizações em todo o país. Mais de 6 milhões foram às urnas instaladas pelas entidades e outros 1,74 milhões votaram pela internet.

O plebiscito contava com uma única pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?” Entre os que votaram, 97% foram favoráveis à proposta - cerca de 7,4 milhões de pessoas. Outros 2,75% participaram da consulta e se mostraram contrários à reforma política.

Como não tinha um caráter legal, o objetivo da mobilização era demonstrar o desejo popular por mudanças no sistema político e pressionar o poder público a convocar um plebiscito oficial sobre a reforma política. Entre os apoiadores, estavam o PT, o PCdoB, correntes do PSOL, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento do Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), pastorais e ONGs.

Candidatos à presidência da República votaram no plebiscito. Entre eles, Marina Silva (PSB), Luciana Genro (PSOL) e o Pastor Everaldo (PSC).

A presidenta Dilma Rousseff declarou apoio às reivindicações, mas não participou da votação alegando que não poderia fazê-lo como chefe de Estado. Dilma lançou a possibilidade de uma Constituinte exclusiva para a reforma política em meio à crise provocada pelas manifestações de junho de 2013. Diante de críticas, inclusive de seus aliados, as ideias foram abandonadas.

Representantes destas organizações disseram que foram bem sucedidas, em balanço feito nesta quarta-feira 24 em São Paulo. “Tenho certeza que foi um grande sucesso, pois dá mais fôlego e vontade para termos uma constituinte oficial. E também não tenho dúvida nenhuma que o nosso plebiscito terá influência na disputa eleitoral,” disse Wagner Freitas, presidente da CUT.

O Brasil já teve outros plebiscitos semelhantes que serviram para pressionar o poder público. O maior deles foi em 2002 contra a Alca, a Área de Livre Comércio das Américas, quando 10,2 milhões de pessoas votaram contra a proposta. O plebiscito contribuiu para que o projeto fosse abandonado.

Próximos passos

A adesão de milhões de pessoas, segundo as entidades, mostra o respaldo necessário para que a constituinte aconteça. Para que ela seja convocado, é necessário um decreto legislativo, que só pode partir do próprio Congresso Nacional e por ele ser aprovado. Legalmente, a presidenta não tem poder para chamar um plebiscito.

A próxima ação das entidades será levar o resultado do plebiscito nos dias 14 e 15 de outubro aos chefes dos três poderes em Brasília. No mesmo dia, deve acontecer um ato de apoio à proposta nas ruas da capital.

As entidades que organizaram o plebiscito concordam em algumas propostas mais específicas, como o fim das doações privadas a candidatos. As organizações dizem que devem continuar uma campanha de mobilização, pois ela também evitaria que a reforma tome uma direção contrária a seus propósitos.

“A nossa expectativa é fazer grandes debates elaborando qual é a natureza de uma reforma política. A reforma, e o resultado dela, será fruto das mobilizações que nós vamos fazer. Se tivemos uma reforma em que não haja participação popular, o resultado vai ser outro,” diz João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

a "boca do jacaré" está se abrindo


Pesquisas mostram Dilma abrindo a boca do jacaré

Balaio do Kotscho





As curvas de todas as últimas pesquisas, desde a semana passada, incluindo o Ibope e o Vox Populi divulgados nesta terça-feira, mostram uma tendência clara: a "boca do jacaré" está se abrindo cada vez mais a favor da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, que vai aumentando a sua vantagem sobre Marina Silva

"Boca do jacaré" é uma figura de imagem utilizada pelos analistas e profissionais de pesquisa para definir o momento em que uma candidatura se descola da outra, uma curva apontando para cima e outra para baixo, saindo do empate técnico.

Na pesquisa Vox Populi, que foi para o ar no Jornal da Record, a diferença de Dilma para Marina é a maior: chegou a 18 pontos (40 a 22%), o que abre a possibilidade de uma vitória já no primeiro turno, pois Aécio Neves está com 17%. Por esta pesquisa, a presidente já teria um ponto a mais do que a soma dos outros dois.

A grande surpresa do levantamento ficou por conta das simulações para o segundo turno, em que Dilma, pela primeira vez, também aparece com uma larga vantagem: 46% das intenções de voto contra 39% da candidata do PSB.

Os índices do Ibope, levados ao ar pela TV Globo, confirmam essa tendência, mas com diferenças menores. Em relação à pesquisa da semana anterior, Dilma subiu de 36 para 38%, abrindo 9 pontos, enquanto Marina caia de 30 para 29%, e Aécio se mantinha firme no lugar com os mesmos 19%. No segundo turno, em que Marina já chegou a abrir 10 pontos de vantagem nas diversas simulações, as duas aparecem agora numericamente empatadas, pela primeira vez: 41 a 41.

À medida que vai arrefecendo a onda provocada por Marina Silva na campanha eleitoral, que cheguei a chamar de furacão, após a tragédia aérea de Eduardo Campos, o fenômeno me faz lembrar da trajetória do candidato Celso Russomanno, do pequeno PRB, na campanha municipal de São Paulo, em 2012.

Assim como Marina, ele surgiu como uma "terceira via" contra a polarização entre PT e PSDB, também sem ter uma aliança forte, nem ser apoiado por lideranças políticas importantes. Comunicador e defensor do consumidor, aparecia como uma espécie de "nova política" municipal. Em certo momento, antes do horário eleitoral, Russomanno disparou nas pesquisas, à frente do tucano José Serra e do petista Fernando Haddad, e alguns analistas chegaram a prever a possibilidade de uma vitória dele já no primeiro turno.

Assim como o foguete subiu, porém, em pouco tempo voltou a terra, ficando fora do segundo turno, vencido por Haddad. O que derrubou a zebra eleitoral foi a divulgação das suas propostas de governo, assim como está acontecendo com Marina agora, entre elas, a de implantar tarifas de ônibus cujo valor variava conforme a distância percorrida. Ou seja, o povo pobre da periferia distante pagaria mais do que os moradores da região central _ uma ideia de jerico sugerida por algum assessor lunático (não confundir com "sonhático"), como ele próprio reconheceu numa conversa que tivemos depois da eleição.

Claro que cada eleição é uma história diferente, e nada tem a ver uma com a outra, mas são muitas as coincidências entre as duas campanhas. O que há de bem diferente é que, na eleição presidencial, o PSDB, pela primeira vez nos últimos 20 anos, pode ficar de fora do segundo turno, se é que vai haver. Parece que Aécio não tem jeito mesmo, apesar de todo o empenho do empresariado paulista, da mídia amiga e de Fernando Henrique Cardoso, como apontei no post anterior.

Vamos agora ver o que nos reserva a nova pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada nesta quinta-feira e poderá confirmar, ou não, esta fome do jacaré na reta final da campanha.

Lamento muitíssimo


Moniz Bandeira a Amaral: Posições de Marina jogam no lixo a história do PSB


Viomundo







publicado em 24 de setembro de 2014 às 16:53






Carta do professor Luiz Alberto Moniz Bandeira a Roberto Amaral, presidente nacional do PSB, sugerida por El Cid

Estimado colega, Prof. Dr. Roberto Amaral

Presidente do PSB,

A Sra. Marina Silva tinha um percentual de intenções de voto bem maior do que o do governador Eduardo Campos, mas não conseguiu registrar seu partido – Rede Sustentabilidade – e sair com sua própria candidatura à presidência da República.

O governador Eduardo Campos permitiu que ela entrasse no PSB e se tornasse candidata a vice na sua chapa. Imaginou que seu percentual de intenções votos lhe seria transferido.

Nada lhe transferiu e ele não saiu de um percentual entre 8% e 10%. Trágico equívoco.

Para mim era evidente que Sra. Marina Silva não entrou no PSB, com maior percentual de intenções de voto que o candidato à presidência, para ser apenas vice.

A cabeça de chapa teria de ser ela própria. Era certamente seu objetivo e dos interesses que representa, como o demonstram as declarações que fez, contrárias às diretrizes ideológicas do PSB e às linhas da soberana política exterior do Brasil.

Agourei que algum revés poderia ocorrer e levá-la à cabeça da chapa, como candidata do PSB à Presidência.

Antes de que ela fosse admitida no PSB e se tornasse a candidata a vice, comentei essa premonição com grande advogado Durval de Noronha Goyos, meu querido amigo, e ele transmitiu ao governador Eduardo Campos minha advertência.

Seria um perigo se a Sra. Marina Silva, com percentual de intenções de voto bem maior do que o dele, fosse candidata a vice. Ela jamais se conformaria, nem os interesses que a produziram e lhe promoveram o nome, através da mídia, com uma posição subalterna, secundária, na chapa de um candidato com menor peso nas pesquisas.

O governador Eduardo Campos não acreditou. Mas infelizmente minha premonição se realizou, sob a forma de um desastre de avião. Pode, por favor, confirmar o que escrevo com o Dr. Durval de Noronha Goyos, que era amigo do governador Eduardo Campos.

Uma vez que há muitos anos estou a pesquisar sobre as “shadow wars” e seus métodos e técnicas de “regime change”, de nada duvido. E o fato foi que conveio um acidente e apagou a vida do governador Eduardo Campos. E assim se abriu o caminho para a Sra. Marina Silva tornar-se a candidata à presidência do Brasil.

Afigura-me bastante estranho que ela se recuse a revelar, como noticiou a Folha de São Paulo, o nome das entidades que pagaram conferências, num total (que foi, declarado) R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais), desde 2011, durante três anos em que não trabalhou. Alegou a exigência de confidencialidade. Por que a confidencialidade? É compreensível porque talvez sejam fontes escusas. O segredo pode significar confirmação.

Fui membro do PSB, antes de 1964, ao tempo do notável jurista João Mangabeira. Porém, agora, é triste assistir que a Sra. Marina Silva joga e afunda na lixeira a tradicional sigla, cuja história escrevi tanto em um prólogo à 8a. edição do meu livro O Governo João Goulart, publicado pela Editora UNESP, quanto em O Ano Vermelho, a ser reeditado (4a edição), pela Civilização Brasileira, no próximo ano.

As declarações da Sra. Marina Silva contra o Mercosul, a favor do subordinação e alinhamento com os Estados Unidos, contra o direito de Cuba à autodeterminação, e outras, feitas em vários lugares e na entrevista ao Latin Post, de 18 de setembro, enxovalham ainda mais a sigla do PSB, um respeitado partido que foi, mas do qual, desastrosamente, agora ela é candidata à presidência do Brasil.

Lamento muitíssimo expressar-lhe, aberta e francamente, o que sinto e penso a respeito da posição do PSB, ao aceitar e manter a Sra. Marina Silva como candidata à Presidência do Brasil.

Aos 78 anos, não estou filiado ao PSB nem a qualquer outro partido. Sou apenas cientista político e historiador, um livre pensador, independente. Mas por ser o senhor um homem digno e honrado, e em função do respeito que lhe tenho, permita-me recomendar-lhe que renuncie à presidência do PSB, antes da reunião da Executiva, convocada para sexta-feira, 27 de setembro. Se não o fizer – mais uma vez, por favor, me perdoe dizer-lhe – estará imolando seu próprio nome juntamente com a sigla.

As declarações da Sra. Marina Silva são radicalmente incompatíveis com as linhas tradicionais do PSB. Revelam, desde já, que ela pretende voltar aos tempos da ditadura do general Humberto Castelo Branco e proclamar a dependência do Brasil, como o general Juracy Magalhães, embaixador em Washington, que declarou: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”

Cordialmente,


Prof. Dr. Dres. h.c. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira
Reilinger Str. 19
68789 St. Leon-Rot – Deutschland

um embate glo­bal

A batalha do Brasil


Brasil de Fato





Se Dil­ma Rousseff alcançar a reeleição, o Brasil manterá (e, talvez, até aprofundará) seu papel entre os defensores de um mundo “multilateral”, palavra-código para a di­luição do poder imperial dos EUA

17/09/2014



Por Igor Fuser

Mais além das particularidades de cada um, os confli­tos políticos do mundo atual têm sua chave explicativa no modo como se inserem em um contexto maior, aque­le que dá a tônica das relações internacionais desde o fim da Guerra Fria. Trata-se do empenho dos Estados Unidos em estender sua hegemonia a todo o planeta, eliminando ou anulando qualquer ator com capacidade para se opor às preferências e interesses do Império, mesmo em esca­la regional.

Aí reside a dimensão geopolítica de conflitos tão dife­rentes quanto a campanha golpista contra o chavismo na Venezuela, a guerra civil na Síria e a ofensiva liberal-fas­cista contra a Rússia (e os russos) na Ucrânia. Aí se si­tua, igualmente, a importância do Brics e da Unasul, esses dois pedregulhos nos sapatos do Tio Sam. Por mais limi­tadas que sejam essas iniciativas, sua simples existência propicia um espaço mais favorável à construção de “um mundo onde caibam muitos mundos”, nas palavras do Subcomandante Marcos.

As eleições brasileiras fazem parte desse embate glo­bal. Nem o imperialismo estadunidense nem os variados atores que se antepõem a ele são indiferentes ao futuro político do Brasil – um país de destaque entre os perifé­ricos erroneamente chamados de “emergentes”. Se Dil­ma Rousseff alcançar a reeleição, o Brasil manterá (e, talvez, até aprofundará) seu papel entre os defensores de um mundo “multilateral”, palavra-código para a di­luição do poder imperial dos EUA. Na América Latina, o cenário será mais propício para uma integração regio­nal voltada para o desenvolvimento econômico e social e para a redução das diferenças, tanto as que separam os países uns dos outros quanto as existentes dentro de ca­da um deles.

Se, ao contrário, a atual presidenta for substituída por Marina Silva ou Aécio Neves (o que dá na mesma, vis­ta a crescente convergência entre eles), a política exter­na “ativa e altiva” desaparecerá. O que virá em seu lugar já se pode vislumbrar com nitidez: submissão aos inte­resses dos EUA, adesão aos blocos de livre-comércio de figurino neoliberal, distanciamento dos parceiros latino­-americanos que hoje compartilham o mesmo anseio de integração soberana.

Em síntese, festa em Wall Street, Tel Aviv e Miami; des­conforto em Moscou, Ramallah e Caracas. À parte tudo o que nos diz respeito na esfera doméstica, é também isso o que estará em jogo em outubro próximo.

(Aplausos frenéticos !, modestamente,)


Uma aula: as pesquisas
do PiG são manipulação!


As pesquisas demitem os repórteres e trocam fato por dado que elas mesmas criam 





Conversa Afiada





Nenhum país do mundo se deixa aprisionar em só dois institutos nacionais de pesquisa eleitoral.

Nenhum país do mundo tem uma rede de televisão que:

– contrata as duas pesquisas;

– fixa a data de coleta das informações;

- e decide quando, como e se vai exibir os resultados

(Sim, porque, muitas vezes, as pesquisas chegam a uma conclusão e sai outra no PiG…)

Em nenhum país do mundo existe uma rede de televisão como essa, que detém 80% da receita publicitária da tevê aberta, com menos de 40% da audiência.

E a tevê aberta ainda é 50% de toda a publicidade brasileira.

Logo, essa rede fica com R$ 0,40 de cada R$1 investido em publicidade em todo país.

Do tijolinho para vender moto em Brumadinho (onde mora o Governador Aécio Neves, que, nos dois dias da semana em que vem aqui, não dorme em BH), a um outdoor na Avenida Antônio Carlos.


(Aplausos frenéticos !, modestamente,)

Nenhum país do mundo põe resultado de pesquisa em manchete de jornal impresso.

Nenhum país do mundo põe resultado de pesquisa em manchete de telejornal.

E nenhum país do mundo os jornalistas e articulistas de “Política” se dedicam a “analisar” essas duas pesquisas, meses a fio.

Em nenhum país do mundo a imprensa divulga tantas pesquisas nos dias que precedem a eleição: não há dinheiro para isso !

Em muitos países do mundo – como na Inglaterra – é proibido fazer pesquisa “boca de urna”.

Nos Estados Unidos, calcula-se que, numa eleição presidencial, existam cerca de CEM pesquisas de âmbito nacional diferentes.

E os programas de computador que tentam ponderar as cem pesquisas para chegar a um resultado só … ERRAM.

Em nenhum país do mundo os institutos de pesquisa chegam na véspera da eleição e dizem que há “empate técnico”.

Em nenhum país do mundo se manipula a opinião publica com pseudopesquisas quanto no Brasil !


(Aplausos frenéticos, modestamente.)

E por que os jornais fazem tantas pesquisas ?

Porque eles demitem os repórteres e passam a “cobrir” as suas próprias pesquisas.

Sai mais barato.

E é mais fácil manipular.

Trocam informação por “pesquisa”.

Trocam “fato” por “dado” que elas mesmas produzem.

Ou seja, criam a sua própria realidade para “cobrir”.

E dizem que é a realidade do espectador, do leitor.

Em São Paulo, por exemplo, o PiG praticamente ignorou – quando não boicotou – a política do prefeito Haddad de cortar a cidade com ciclovias.

(São Paulo não tem o MOVE http://www.bhtrans.pbh.gov.br/move de Belo Horizonte, que, de forma exemplar, transporta uma massa de passageiros de bairros pobres para o centro.)

Um dia desses, uma dessas “pesquisas” descobriu que noventa por cento dos paulistanos aprovam as ciclovias.

Mas, como se esse mesmo jornal não contou aos leitores que elas existiam ?

Como diz o meu blog Conversa Afiada, essas duas pesquisas tupiniquins tem uma margem de “erro” ou “de acerto” tão flexível quanto bum-bum de assistente de palco: aumentam ou diminuem com as necessidades.


(Aplausos frenéticos !, modestamente.)

No inicio das campanhas, as pesquisas e, não, os bumbuns, ajudam os candidatos que precisam largar acelerados, vigorosos, para demonstrar invencibilidade.

Em São Paulo, o Cerra sempre larga imbatível.

Ele é amigo da casa.

Como o Aécio é do jornal O Estado de Minas …


(Aplausos frenéticos !, modestamente.)

No meio das campanhas, as pesquisas são muito úteis a candidatos que precisam mostrar aos financiadores que são viáveis.

No finalzinho da campanha, o objetivo é manipular a opinião, mesmo !

Como agora, por exemplo.

Esses institutos pigais precisam demonstrar, por “a” mais “bê”, que vai ter segundo turno, quando elas e a rede de televisão que as divulga poderão continuar a … manipular !

Mas é que em nenhum país (sério) do mundo se permitiu não fazer uma Ley de Medios !


(Aplausos frenéticos, modestamente.)

(Trechos de uma palestra do ansioso blogueiro em Belo Horizonte, na Uni BH, nesta terça-feira, 23/09.)