sábado, 30 de agosto de 2014

da ditadura militar um Estado inserido numa democracia restrita


Consolidar a luta pela constituinte do sistema político


Brasil de Fato



De 1 a 7 de setembro o povo brasileiro será consultado através de um plebiscito popular sobre a necessidade dessa constituinte exclusiva e soberana do sistema político

28/08/2014

Editorial da edição 600 do jornal Brasil de Fato



Nesse momento, apesar do bloqueio da mídia conservadora, diversos movimentos populares, partidos e entidades da sociedade brasileira estão engajados num grande mutirão para mudar o atual sistema político.

A contradição que impulsiona esta mobilização é o abismo que existe entre os interesses do povo brasileiro e as instituições da republica. Esta contradição é potencializada pela forma arcaica e elitista de se fazer a política institucional no Brasil. O financiamento privado das campanhas eleitorais aprofunda a descrença do povo na política e dissolve a delimitação entre os interesses públicos e privados. Ou seja, transforma nossa jovem democracia num balcão de negócios.

A privatização das eleições é somente a ponta do iceberg. Nos últimos 12 anos a classe trabalhadora brasileira conquistou melhorias no campo das políticas públicas, na recomposição do salário mínimo e na geração de mais de 20 milhões de empregos. Entretanto, as manifestações de junho do ano passado demonstraram a disposição do povo brasileiro de aprofundar as mudanças. E aprofundar as mudanças passa por pautar reformas estruturais na sociedade brasileira. Certamente a composição conservadora do Congresso Nacional é um obstáculo para a retomada das reformas de base que nos possibilitariam avançar nas conquistas.

Aprofundar a cidadania política e social passa pela democratização do Estado brasileiro. Como bem lembrou o então deputado federal constituinte Florestan Fernandes, na década de 1980 a sociedade civil democratizou-se com a entrada na cena do movimento operário, estudantil, setores militantes da igreja, movimento campesino, dentre outros. Ressalta Florestan que a sociedade civil democratizou-se, mas o Estado brasileiro não correspondeu ao movimento de oxigenação política encampado pelos movimentos sociais que encurralou a ditadura militar.

Herdamos da ditadura militar um Estado inserido numa democracia restrita que não viabilizou mecanismos de participação popular e que sempre dificultou as conquistas sociais demandadas pela população brasileira. Um Estado privatizado pelas elites. O ponto de partida para revertermos esta situação é viabilizarmos uma ampla e democrática reforma política que viabilize mecanismos de participação popular, que acabe com o financiamento privado das eleições, que viabilize o debate de projeto político programático no seio da sociedade, dentre outras medidas fundamentais.

Já está comprovado que o Congresso Nacional não tem condições políticas de viabilizar a reforma política que está engavetada a mais de 15 anos. Isto porque os parlamentares empresários, ruralista e demais conservadores jamais mudarão as regras do jogo que lhes beneficiam. Somente uma Constituinte Exclusiva do Sistema Político pode viabilizar a reforma política. A protelação de mudanças estruturais no sistema político provocará uma profunda crise política no Brasil.

De 1 a 7 de setembro o povo brasileiro será consultado através de um plebiscito popular sobre a necessidade dessa constituinte exclusiva e soberana do sistema político. Trata-se de um exercício fantástico de trabalho de base e pedagogia de massas. Mas não somente isto. Trata-se de uma bandeira política com capacidade de unificar as forças populares e de criar as condições para que as reformas estruturais sejam recolocadas na agenda da sociedade brasileira. A defesa da bandeira política da constituinte combinada com a luta de massas é o primeiro passo para a refundação das instituições da República.

É preciso completar a redemocratização. Nesse momento temos novas forças sociais com potencial de levar a frente esta tarefa. Cabe às forças populares criar as condições para a convergência da virtude e da oportunidade que movimentam a História.

ocê entende o que ela fala?


Você entende (mesmo) o que Marina fala?


Posted by eduguim on 29/08/14 • Blog da Cidadania





Não adianta negar os fatos: Marina Silva é um fenômeno político. Contudo, é um fenômeno muito diferente de Lula, por exemplo. A grande vantagem do ex-presidente sempre foi a sua forma de se comunicar – as pessoas mais simples entendem o que ele fala, pois fala como o povo, ou seja, fala um português coloquial mesmo nos ambientes mais formais.

Todo fenômeno político requer uma razão de ser. Marina, portanto, tem lá sua característica de fenômeno para conseguir seduzir boa parcela do eleitorado brasileiro. Contudo, essa característica, à diferença da de Lula, não está em sua comunicação verbal e, sim, em suas características físicas.

Marina tem cara de povo, ou seja, cara de gente humilde. Por que? Porque é negra e “magrinha” (como disse Eduardo Jorge, no debate da Band). Você olha para ela e pensa em uma mulher sofrida. Então se lembra de até onde ela chegou e isso, obviamente, desperta simpatia nos que se identificam com belas histórias de vida como a dela.

Marina é, por assim dizer, um excelente produto de marketing. Em alguma medida, talvez mais convincente do que Lula. Explico: no início de seu primeiro mandato, ele esteve em algum fórum internacional e um dos chefes de Estado presentes declarou que se surpreendeu ao conhecê-lo pessoalmente, pois não achava que fosse “tão branco”.

Já Marina é o retrato do povo brasileiro, em termos de biótipo.

Mas o fenômeno Marina é parecido com o de Lula pela forma como ela se posiciona diante de uma plateia, seja por via eletrônica ou presencial. Ela sabe exprimir um ar lírico e de sinceridade.

Tem, ainda, uma vantagem sobre Lula que lhe permite transitar entre a elite: é formada, tem curso superior – é historiadora, professora e psicopedagoga. A elite não perdoa Lula por não ter diploma, pois não admite que alguém sem formação universitária possa atingir um alto cargo como o de presidente.

Vivemos no país da “prisão especial”, caro leitor. Aqui – e em nenhuma outra parte do mundo – o diploma universitário é visto como divisor da humanidade. Quem é formado não seria um cidadão comum, pela ótica das classes média e alta. Seria “especial”.

Se um pobre é pego pela polícia vendendo um pacotinho de droga na porta da favela ele é jogado em uma masmorra superlotada, daquelas em que para alguns presos poderem dormir outros têm que ficar de pé. Já o cidadão “especial”, ou seja, com diploma universitário, se atirar pelas costas numa jovem namorada e lhe tirar a vida – como fez o ex-diretor do Estadão Pimenta Neves, por exemplo –, fica sozinho numa cela com direito a tevê, vazo sanitário, cama, colchão…

Marina, pois, é um grande produto de marketing. Por conta disso, seu eleitorado não liga muito para o que diz; atenta para seu tipo físico, para seus trejeitos e entonações do que diz sem se importar com o conteúdo.

Há, inclusive, um exemplo recente desse fato que cai como uma luva para esta análise. A entrevista de Marina no Jornal Nacional, na quarta-feira, será utilíssima para comprovar que essa senhora não diz nada, mas tem recursos imagéticos para seduzir quem a assiste.

Antes de escrever este texto, o blogueiro fez um teste: escolheu um grupo heterogêneo de pessoas para analisar a entrevista de Marina ao Jornal Nacional. Os escolhidos variaram entre pessoas com maior e menor instrução, jovens e maduras.

Foi perguntado a cada uma dessas pessoas o que entenderam das respostas que Marina deu aos entrevistadores daquele telejornal. Ninguém soube responder.

Para entender o que ocorreu, comecemos pela primeira pergunta de William Bonner – sobre o avião mal explicado que era usado por Marina e Eduardo Campos – e pela resposta que ela deu.




William Bonner: Muito obrigado pela sua presença. O tempo da entrevista começa a ser contado a partir de agora. Candidata, o avião que o PSB vinha utilizando na campanha eleitoral, até aquele acidente trágico de duas semanas atrás, está sendo investigado pelas autoridades competentes. Ele foi objeto de uma transação milionária feita por meio de laranjas. Essa transação não foi informada na prestação de contas prévia, parcial, à Justiça Eleitoral. A senhora tem dito que vai inaugurar uma nova forma de fazer política, que todo político tem que ter certeza absoluta da correção de seus atos. No entanto, a senhora usou aquele avião como teria feito qualquer representante daquilo que a senhora chama de velha política. Eu lhe pergunto: a senhora procurou saber que avião era aquele, quem tinha pago por aquele avião, ou a senhora confiou cegamente nos seus aliados?

Marina Silva: Nós tínhamos, William, uma informação de que era um empréstimo, que seria feito um ressarcimento, num prazo legal, que pode ser feito, segundo a própria Justiça Eleitoral, até o encerramento da campanha. E que esse ressarcimento seria feito pelo comitê financeiro do candidato. Existem duas formas, três formas, aliás, de fazer o provimento da campanha: pelo partido, pelo comitê financeiro do candidato e pelo comitê financeiro da coligação. Nesse caso, pelo comitê financeiro do candidato. Essas informações eram as informações que nós tínhamos.



Você considera, leitor, que a pergunta foi respondida? Aliás, o que foi que Marina respondeu?

As pessoas escolhidas para analisar as respostas de Marina no JN são todas simpatizantes dela. Foram perguntadas sobre se ficaram satisfeitas com as respostas de sua candidata e disseram que ficaram. Então, foram perguntadas sobre que resposta Marina deu ao caso do avião, mas não souberam sintetizar.

Sabe por que, leitor? Porque ela nada respondeu.

Bonner perguntou se era coerente com esse papo de “nova política” Marina e o seu companheiro de chapa, agora falecido, usarem um avião do qual ela afirma que não sabia a origem e que, agora, descobriu-se que era produto de uma transação milionária entre testas-de-ferro.

O Blog sintetizou, acima, a pergunta de Bonner. Faça um teste, leitor, e tente sintetizar a resposta de Marina.

Conseguiu? Não? Então aqui vai uma ajuda: Marina respondeu que fez justamente o que Bonner a acusa de ter feito: confiou cegamente nos aliados e não foi a fundo na origem do avião. Porém, usou o bom e velho “embromation” para responder. Citou formas de arrecadação de recursos de campanha, mas não respondeu se “confiou cegamente”, como disse Bonner.

Seria condizente com o conceito de “nova política” um político aceitar dinheiro para suas necessidades de campanha sem saber nada sobre aquela doação? Afinal, receber um avião para usar como seu durante meses e meses é, em resumo, receber dinheiro.

Bonner não aceitou a resposta, como ninguém mais poderia aceitar. Afinal, não houve resposta. Então insistiu:



William Bonner: A senhora sabia dos laranjas? Essa informação foi passada para a senhora como candidata a vice-presidente?

Marina Silva: Não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião.

William Bonner: Eu lhe pergunto isso…

Marina Silva: As informações que tínhamos eram exatamente aquelas referentes à forma legal de adquirir o provimento desse serviço. Agora, uma coisa que eu quero dizer para todos aqueles que estão nos acompanhando é que, para além das informações que estão sendo prestadas pelo partido, há uma investigação que está sendo feita pela Polícia Federal. E o nosso interesse e a nossa determinação é de que essas investigações sejam feitas com todo o rigor para que a sociedade possa ter os esclarecimentos e para que não se cometa uma injustiça com a memória de Eduardo.



A pergunta não poderia ter sido mais direta: “A senhora sabia dos laranjas?”. Simples, não? Porém, Marina deu uma longa resposta, mas não respondeu. Mais uma vez, então, leitor, você saberia resumir a resposta da candidata da “nova política”?

O que Marina disse é que não se importou com a origem do avião, que há uma investigação e que não se deve acusar antes para não ferir a memória de Eduardo Campos. Mas não explicou se a “nova política” comporta conduta tão igual às da “velha política”, ou seja, não procurar saber se os recursos usados na campanha são legais antes de gastá-los.

Contudo, o gestual de Marina, sua cara de sofredora, sua entonação de voz induzem a crer que é quase uma heresia com a “memória” de alguém pedir a uma candidata a governar o país que diga no que difere seu comportamento se, tal qual qualquer candidato da “velha política”, ela abraçou o avião disponibilizado pelos “amigos” de Campos sem perguntar nada.

Você poderá argumentar que Dilma ou Aécio também têm contra si ausência de questionamentos que deveriam ter feito em determinados casos. Ok, essa argumentação pode ser válida. Contudo, quem está se apresentado como encarnação da “nova política” é Marina. Certo?

O avião fantasma de Marina e Campos não era usado só por ele, mas também por ela. Ao dizer que perguntar sobre o caso seria “injustiçar” a “memória de Eduardo” é, no fim das contas, empurrar para o falecido toda a responsabilidade, ainda que ela fosse tão candidata quanto ele e pretensamente o arauto da “nova política”.

Mas o caso do avião não é o tema deste texto. Aqui se procura incentivar o leitor a que procure entender – de verdade – o que Marina diz, pois, analisando diversas falas dela, o que o Blog descobriu é que, via de regra, não se consegue resumir ou explicar o que diz.

Como Marina, à diferença de Lula, fala difícil, o ouvinte fica pensando: “Olha só, uma mulher tão sofrida e fala tão bonito”. Esse é o fenômeno que Marina representa. Ela não se comunica com o seu eleitor como Lula faz justamente porque seu discurso é só gordura. Se submetê-lo ao calor de uma análise, derrete e não sobra nada.

Falta inventar alguma coisa?


Uma eleição reduzida aos banqueiros: PIB menor, bolsa em alta, Itaú derrota Dilma e mercado elege Marina



Viomundo

publicado em 29 de agosto de 2014 às 20:22




De nada!

Da Redação:



do G1

Vamos ver se entendemos direito:

1. O mercado financeiro dispara às custas de especulação eleitoral, praticamente depondo Dilma Rousseff do Planalto;

2. A “educadora” Maria Alice Setubal, a Neca, acionista do Banco Itaú, foi uma das coordenadoras do programa de governo de Marina Silva. O programa de Marina Silva, socialista, apresentado oficialmente hoje, como pode-se ver abaixo promete “assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional, para que ele possa praticar a política monetária necessária ao controle da inflação”. Ou seja, as pessoas eleitas pela população para representá-la não vão apitar nada na chamada macroeconomia; elas que se virem na microeconomia. E se der na telha do BC provocar recessão e desemprego para controlar a inflação? As pessoas não vão apitar, através de seus representantes eleitos, nos aumentos das taxas de juros que eventualmente beneficiem a acionista Neca, rentistas e banqueiros. BC independente de quem?




Para fechar o círculo perfeito, o Itaú informa a clientes, ainda segundo o G1, que a bolsa subiu porque a derrota de Dilma foi “precificada”, ou seja, a presidente foi sacrificada no altar dos que vão se beneficiar da implementação de um programa de governo que uma acionista do Itaú ajudou a escrever.



Tudo isso com você, caro eleitor, apenas assistindo.

Para completar, nas 242 páginas do programa de governo de Marina Silva, já “eleita” pelo mercado, há um eixo inteiramente dedicado a “aprofundar” a democracia e aumentar a participação popular. Se depender do que está escrito lá, o brasileiro vai poder apitar em absolutamente tudo, desde que deixe SÓ a macroeconomia na mão dos banqueiros.

Falta inventar alguma coisa?


Leia também:

Padu Palmério: O ouro de uma cidade mineira escorre pelo ralo

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"o filme é de quem vê"


Jorge Furtado comenta

26/08/14 23:13


Recebo de Jorge Furtado, diretor de “O Mercado de Notícias”, um email discutindo o que escrevi no post anterior. Transcrevo-o.


Agradeço as boas referências ao “Mercado de Notícias”, que segue em cartaz em São Paulo. Ao contrário do que você afirma, considero você inteiramente insuspeito para falar do filme. Há, de fato, muitos outros deslizes jornalísticos e talvez fosse mesmo divertido um filme só sobre eles, mas o meu objetivo era também despertar algumas dúvidas, propor um debate sobre um assunto que me parece importante e é quase interditado na mídia. (A coluna do Ombudsman da Folha e o site/programa Observatório da Imprensa são louváveis exceções) .

O tema é vasto e o tempo do filme (84 minutos) é curto. Por isso o projeto inclui, desde sempre, um site, com a peça e as entrevistas na íntegra e muitos outros assuntos, até do mensalão se fala. Toda a pesquisa e fontes estão lá:

www.omercadodenoticias.com.br

No filme, evitei intencionalmente o assunto mensalão, apenas sobre ele se faria uma série, ou vários longas. (Na verdade, se farão, sei de pelo menos dois filmes sobre o mensalão a caminho). O mensalão, acho que ninguém ignora, inclui vários crimes (o de caixa dois foi, inclusive, confessado) mas é, antes de tudo, uma palavra. A palavra “mensalão”, criação de Roberto Jeferson tornada pública na Folha em reportagem de uma das minhas entrevistadas, Renata Lo Prete, é um poderoso hashtag, um buraco negro que suga o debate. Minha pauta, que pretendia ser uma conversa sobre os rumos do jornalismo, teria que ser inteiramente outra.

Por exemplo:

Alguém razoavelmente bem informado ainda acredita que os milhões da Visanet, pilar que sustenta a condenação dos réus do mensalão petista, eram dinheiro público?

Que estes milhões foram desviados de sua função e não gastos em publicidade, como atestam as notas fiscais de grandes empresas de comunicação e os eventos publicitários realmente realizados?

Que o único responsável pela liberação do dinheiro foi mesmo o diretor petista do banco e não os outros quatro diretores tucanos que assinaram as liberações mas não foram indiciados?

Que a teoria do domínio do fato faz sentido? E, se faz, explica por que Lula não foi indiciado?

Que pedir aos réus que provem sua inocência – e não ao tribunal que prove sua culpa – faz sentido?

Que um único julgamento, do qual os réus (comuns) não possam recorrer do resultado, faz sentido?

Que um julgamento criminal transmitido ao vivo pela televisão pode ser justo?

Que é moral e juridicamente defensável a posição do ex-ministro Joaquim Barbosa que confessou, no plenário do STF (está gravado) ter manipulado a dosimetria das penas com o objetivo de evitar a prescrição dos crimes?

Que é moral e juridicamente defensável a posição do ex-ministro Joaquim Barbosa que manteve “escondido”, longe do olhar de seus colegas da corte, o inquérito 2474, sob sua guarda, alegando que ele não tinha importância no julgamento do mensalão, apesar de conter, como se soube mais tarde, provas fundamentais para o julgamento de um processo criminal em curso?

Alguém desconhece o feito midiático (e cruel) que incluiu o ministro Luiz Gushiken entre os indiciados apenas para fechar a conta de 40 acusados, facilitando manchetes engraçadinhas?
(Gushiken teve que enfrentar, nos últimos anos de sua vida, além do câncer, toneladas de calúnias só para esperar que o relator, ao apresentar a denúncia, reconhecesse que não havia nada contra ele, coisa que poderia ter feito dois anos antes.)

Alguém desconhece o caráter midiático de uma prisão arbitrária feita às pressas no dia 15 de novembro?

Alguém desconhece a arbitrariedade de conceder um habeas corpus ao perigoso psicopata Roger Abdelmassih, como fez o ministro Gilmar Mendes, e negá-lo ao pacífico cardiopata José Genoíno?

Alguém desconhece o desequilíbrio da mídia no tratamento aos mensalões petista e tucano, em Minas, anterior e com os mesmos “operadores”, onde não há dúvida alguma do uso de dinheiro público na tentativa de reeleger o então presidente do PSDB, Eduardo Azeredo?

Alguém ignora os descalabros e incoerências pronunciados por vários ministros da corte, em frente às câmeras, e depois suprimidos, a pedido dos próprios, dos autos do processo?

Alguém ainda defende, seriamente, o comportamento do ministro relator Joaquim Barbosa na condução do processo?

Perceba que, fosse falar do mensalão neste filme, sem tratar do assunto apenas como um mantra anti-petista repetido acriticamente por quem quer agradar seus fãs e patrões ou apenas fazer picuinha, o tema tomaria conta do filme. Falar seriamente sobre o mensalão, este evento político-jurídico-midiático que emburrece o debate no país desde 2005, requer um tempo que o filme não tinha. Espero que os filmes que se farão sobre o tema tratem de aprofundá-lo.

Procuro filmes brasileiros, de qualquer época, sobre este assunto, o jornalismo, e não encontro. (Há muitos bons filmes americanos sobre o tema, só o Billy Wilder fez dois.) O filme que você imagina sobre “os problemas da imprensa” nos tempos de Fernando Henrique realmente não foi feito. Os exemplos que uso no filme são de barrigas (erros), não reportagens críticas que se mostraram verdadeiras. Na entrevista do Fernando Rodrigues (na íntegra no site) ele conta em detalhes a grande matéria da Folha que revelou a compra de votos para a reeleição de FHC, por exemplo. E o Jânio conta o caso da denúncia de maracutaia na licitação da ferrovia Norte-Sul, outro grande feito da Folha. Mas não foram barrigas, os casos se comprovaram plenamente, nunca foram desmentidos. Ao contrários das incontáveis barrigas contra Lula e Dilma, há algumas no filme, outras tantas no site (e muitas outras, semanalmente).

Nos debates que tenho participado sobre o filme peço a quem souber – e reforço o pedido a você – de alguma barriga séria da imprensa contra FHC e seu governo que me avise, gostaria muito de publicar no site do filme. Ou, quem sabe, fazer um curta.

A vontade implícita do filme eu não sei (o filme é de quem vê). Minha vontade implícita e explícita era, e é, a defesa do bom jornalismo. Bom jornalismo na minha opinião, é claro.

Não sou nem me pretendo apartidário (embora nunca tenha sido filiado a qualquer partido) nem independente (dependo do meu trabalho, desde sempre.)


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Dúvida do baitasar: alguém razoavelmene bem informado ainda acredita que a teoria do domínio do fato vai se autoaplicar ao jeitinho do jatinho ou esse é apenas mais um fato, entre tantos exemplos do cinismo explícito aos quais se procura ir sobrevivendo; boquiabertos e estupefatos com as teorias e as barrigas mais insólitas sendo ditas, escritas, e pasmem... os fatos são subjetivos e uma coisa é sempre outra coisa. E as teorias nem sempre servem, elas dependem do nosso cinismo. 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

o jatinho diferente... hahahaha! jeitinho sem dono!


JN MORDE
JATINHO SEM DONO


E o PT, vai agassalhar o jatinho ?

Conversa Afiada




O novo jatinho da Bláblárina




Como ontem, o Jornal Nacional exibiu nesta quarta-feira (27) mais uma reportagem sobre a aeronave que caiu em Santos, no acidente que culminou na morte de Eduardo Campos.

O repórter voltou a buscar quem seria o dono do jato, usado na campanha do até então candidato do PSB à presidência da República.

João Carlos Lyra, suposto proprietário, teria pedido dinheiro emprestado para pagar o avião, revelou o notíciário.

Com possível uso de empresas fantasmas e “laranjas” na compra e venda da aeronave, não há, ainda, respostas sobre o dono. Até um peixeiro do Recife foi usado como, segundo o Tijolaço, “bucha” na transação.

Veja aqui a matéria do jn.

Clique aqui para ler “Bláblá se associa com crime eleitoral”

E aqui para ler “PT, e o jatinho ? Bláblá é o André Vargas ?”


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Opinião do baitasar: esse é apenas mais um fato, entre tantos exemplos do cinismo explícito aos quais se procura ir sobrevivendo; boquiabertos e estupefatos com as teorias e as mentiras mais insólitas sendo ditas, e pasmem... os fatos são subjetivos e uma coisa é sempre outra coisa. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Houve um tempo no Brasil... sem livros para todos e todas!

O baitasar já escolheu... o seu livro





... é simples escolher depois de ver tantos livros chegando ... e temos mais, muitos mais nas bibliotecas da escolas públicas!



































































































Os livros que estão sem o selo do FNDE foram adquiridos com verba do Governo do Estado do RS.