quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aos leitores e leitoras da Veja (essa informação eles não publicaram? nem irão...)


Costa foi nomeado por FHC em 1995 e demitido por Dilma em 2012




Por Maria Frôoutubro 13, 2014 23:30






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Dia destes me deparei com uma ‘matéria’ da Veja bastante laudatória (e ao mesmo tempo bastante reveladora do conservadorismo da revista) à condução dada por FHC durante a greve de 1995 quando os petroleiros tentaram impedir FHC de mudar a Constituição para ampliar o poder das petroleiras estadunidenses sobre o nosso petróleo.


Cito alguns trechos:





Dobradinha: Justiça e governo de FHC para criminalizar a greve dos petroleiros








Emprego de técnicas terroristas: despedir funcionários exemplares pra intimidar os demais e enfraquecer o movimento.




Uso político da Petrobras, neste ano, Paulo Roberto Costa foi alçado a cargo político por FHC: Gerente Geral do Departamento de Exploração e Produção do Sul
Aposto que você não sabia que foi o tucano FHC o primeiro a indicar o corrupto declaro Costa, não é mesmo? Mas que outras implicações há nisso? Leia o artigo do professor Ignácio Delgado e confira os links citados.




Por Ignácio Delgado, especial para o Maria Frô


Não se sabe o alcance e a profundidade das denúncias de corrupção na Petrobrás, cujo principal personagem, Paulo Roberto Costa, ingressou na empresa em 1978, conhecendo vigorosa ascensão em seus quadros, a partir de 1995, quando obteve sua primeira nomeação política, no governo Fenando Henrique Cardoso, ao ser indicado para Gerente Geral do Departamento de Exploração e Produção do Sul (ver aqui).

Corrupção investiga-se, apura-se, julga-se e pune-se, como tem sido feito no Brasil nos últimos anos. Não é este, contudo o objetivo do PSDB que, no governo, tutelou o Ministério Público, manteve desaparelhada a Polícia Federal e obstruiu todas as tentativas de investigação, pelo Congresso, de inúmeras denúncias de corrupção, com a complacência da mídia

Além dos óbvios dividendos eleitorais que o PSDB procura obter com as denúncias, seu principal propósito é criar um ambiente favorável à revisão da política brasileira para o petróleo, em sintonia com os objetivos das grandes empresas ocidentais, especialmente norte-americanas, conforme pode ser observado em telegramas enviados ao Departamento de Estado pela embaixada e consulado dos EUA no Brasil, divulgados pelo Wikileaks (ver aqui e aqui)

Como se sabe, a estratégia brasileira para o petróleo, com o governo Lula, envolveu duas decisões fundamentais. A primeira foi a política de conteúdo local, através da qual a Petrobrás passaria a comprar equipamentos preferencialmente de empresas nacionais, medida que permitiu a recuperação da indústria naval brasileira, hoje a quarta do mundo (ver este tema na coletiva dos blogueiros com Dilma, aqui). A segunda foi a definição do regime de partilha no Pré-Sal, estabelecendo o compartilhamento dos resultados de sua exploração entre o Estado e as empresas investidoras, tendo a Petrobrás como operadora única do sistema. Assim, ao contrário do regime de concessão (em que o Estado brasileiro receberia apenas as taxas devidas das empresas detentoras do direito de exploração), o Brasil vai reter para si a parte de leão dos resultados do Pré-Sal, que tornará o país, em poucos anos, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo (ver: aqui e aqui)

Por isto o regime de partilha no Pré-Sal, como dizem Lula e Dilma, é nosso “passaporte para o futuro”, garantindo a travessia a um novo patamar de desenvolvimento sem os sobressaltos no balanço de pagamentos que sempre foram um gargalo de vulto nos momentos de expansão do passado. Com ele, o país poderá pagar de vez sua dívida histórica com as exigências de educação e saúde para o desenvolvimento. Pode investir em novas fontes de energia e inovação para situar-se numa posição superior na economia mundial

É contra tal política que reagem as petrolíferas ocidentais, em especial as norte-americanas. Seus aliados internos – a direita entreguista, sob liderança do PSDB – estão na ponta de lança deste combate lesa pátria, contra os interesses do país. O que Aécio não faz questão de esconder (aqui) e todo o capital internacional que o apoia sabe, é que se vencesse entregaria nosso passaporte para o futuro para as petroleiras dos EUA e traria o Brasil de volta ao passado..

Leia também: Wikileaks: PSDB promoteu a americanos rever lei do pré-sal

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