domingo, 29 de junho de 2014

carapááálidas: dispostos a fazer contas sobre as perdas de receita que causaram?


Turismo da Copa? Imagina sem mídia!



28 de junho de 2014 | 10:48 Autor: Fernando Brito






A Folha publica hoje que 484.453 estrangeiros chegaram ao Brasil entre os dias 1º e 20 de junho.

“O número representa aumento de 121% em relação aos primeiros 20 dias de maio –quando a entrada de estrangeiros já começava a crescer devido ao Mundial”, diz o jornal.

No mundo virtual – que acaba por virar, em parte, visita física ao país – em uma semana, mais pessoas conversaram sobre a Copa no Facebook do que no Super Bowl americano , no Oscar e nas Olimpíadas de Inverno de Sochi juntos, informa Ilimar Franco, em O Globo.

Será que agora vai aparecer na mídia o que o Brasil deixou de receber, em pessoas e em recursos, com a impiedosa campanha de desmoralização do país e do evento por nossa imprensa?

Porque, afinal, até o Jornal Nacional diz que o clima de caos e pessimismo se espalhou pela imprensa internacional?

Quantos turistas – sobretudo os de maior poder aquisitivo – deixaram de vir para a festa?

Porque o fã “casca grossa”, na sua alegria e simplicidade, vem de qualquer jeito.

Mas é certo que muitos dos ”chiques” reparbaram a oportunidade, porque não queriam se arriscar a passar em meio à guerra civil que anunciavam.

Os nossos amigos que estão muito preocupados com os gastos, quem sabe, talvez estejam dispostos a fazer contas sobre as perdas de receita que causaram.

Afinal, se tudo é dinheiro, por que não fazê-las?

Ainda bem que a festa paga (e apaga) tudo.

"Só terá graça se for somente futebol!"


O time é de guerreiros. Mas quem é o inimigo?

Lágrimas, vaias ao hino rival e discurso sobre honra: a linguagem bélica tornou o futebol um campo de batalha. Por isso foi insuportável assistir à partida

por Matheus Pichonelli — publicado 29/06/2014 10:22, última modificação 29/06/2014 13:00


Carta Capital


Marcello Casal Jr/ Agência Brasil



Reproduzimos um discurso segundo o qual “ninguém vai vir aqui pisar em cima da nossa bandeira”. Por isso vemos jogadores como David Luiz correr para a torcida com os olhos cheios de lágrimas e o antebraço quase esfolado de tanto bater para mostrar que ali corria sangue

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Não foi porque o Paulinho saiu. Nem porque o Fernandinho entrou. Ou porque o Felipão mexeu mal. Porque o Jô não é jogador para Copa. Porque o Neymar foi anulado. Porque o meio-campo evaporou. Ou porque faltou raça, vontade, aplicação. Os motivos que levaram a seleção brasileira a entrar em pânico na partida contra o Chile, no sábado 28, passaram longe das explicações mágicas para referendar ou desmontar análises táticas ao fim de cada duelo. O pânico, que travou pernas e mentes, tomou a proporção que tomou durante 120 minutos do jogo porque todo mundo, da comissão técnica aos torcedores, pareceu se esquecer de que aquela era uma partida de futebol, e não uma guerra. Uma guerra construída desde a preleção, com a evocação da honra, da nação, do orgulho, do amor, da justiça divina e das lágrimas. O arsenal levou a equipe a entrar em campo com o peso de um país rendido pelo inimigo.

Mas quem era o inimigo?

A depender das reações ao fim da partida, eram todos: o rival que entrou na maldade, o juiz que errou no gol do Hulk, a desconfiança de quem apostou no fiasco, a imprensa que martelou todos os erros de uma equipe que não pode, não deve nem ouse pensar em perder o Mundial da redenção, o único capaz de expurgar nossas chagas expostas desde a Copa de 50.

A construção do inimigo incorporou nas quase linhas de campo mais que uma linguagem: incorporou na equipe o espírito de uma sociedade violenta em sua base. “Vencer”, afinal, é imperativo aos filhos chamados pelos pais de “campões” antes mesmo de sair da fralda. A eles é dito o tempo todo: sejam homens, sejam dignos, passem no vestibular, atropelem os concorrentes, subam no emprego, queimem os rivais, aliem-se aos poderosos, mantenham a guarda, protejam os seus, espalhem alarmes e cercas elétricas, tenham cuidado com o vizinho, com o prefeito, com o padre, com todo mundo que tentar tomar seu dinheiro, sua honra, seu passado, e condenem à morte, pelas leis ou pela pistolagem, todos os que morderem seus calcanhares, a começar pelos vagabundos que vagam pelas ruas.

Assim vivemos em estado permanente de guerra, declarada ou não, que pode ser vencida ou não, mas que não permite o sabor de uma trégua. E morremos um pouco a cada dia, sufocados, pressionados, equilibrando pratos, somatizando chutes na boca e lambendo botas para não chegar em casa com a vergonha de dizer: “fracassei”.

Esse espírito do funcionário-padrão que se acredita guerreiro vitorioso está espalhado por todos os setores da equipe de Luiz Felipe Scolari. Dá para ver no olho dos jogadores perfilados para cantar o hino à capela: as lágrimas, anteriores à partida nem sequer iniciada, parecem o transbordamento não de uma alegria, mas de um ódio contra tudo e contra todos que mal cabe no corpo.

Ódio de quê?

Da projeção de uma ideia de que a seleção não é a manifestação, mas a própria identidade de nação. Antes e depois dos jogos, a confirmação de que o nacionalismo é de fato o último reduto dos idiotas parece claro quando nós (este escriba, inclusive) reproduzimos um discurso segundo o qual “aqui é Brasil, somos os donos dessa Copa e ninguém vai vir aqui pisar em cima da nossa bandeira sem passar em cima dos nossos cadáveres”.

Por isso vemos jogadores como David Luiz, ótimo zagueiro da seleção, correr para a torcida com os olhos cheios de lágrimas e o antebraço quase esfolado de tanto bater com a palma da mão para mostrar que ali corria sangue. Porque nada menos do que a salvaguarda dessa ideia esperamos dos guerreiros, digo, jogadores da seleção.

Sobrou para os chilenos, adversários dignos e vizinhos respeitáveis que durante 120 minutos foram nomeados inimigos maior da pátria e sofreram a descortesia de ouvir as vaias dos anfitriões durante a execução de seu hino. Naquele momento estava claro que o Brasil havia levado a sério demais a ideia de que nós (nós: eu, você, a seleção, o vizinho, o dono da padaria e até o dono do jornal que você detesta) somos um time de guerreiros, que não desiste nunca, que não se dobra jamais e blábláblá. Por isso foi insuportável assistir à partida. Porque vimos em campo soldados, e não jogadores de futebol, os artistas capazes de arrancar a graça em um jogo calculado por meio do drible, do improviso, da surpresa, da leveza e da amplitude. É quando o futebol deixa de ser uma concessão pra sorrir para se tornar uma batalha, triste como a mais ordinária das rotinas, em que só vence quem mata mais e morre menos.

Ao fim do jogo, ainda confuso entre alívio, alegria e certa tristeza, assisti à exaustão a entrevista do goleiro Júlio César, heroi da partida com dois pênaltis defendidos. Fosse uma guerra, seria laureado com medalhas de honra, palmas e aplausos, sem perceber que na próxima sexta-feira será empurrado novamente para o front, de novo na linha de frente, e que condecoração alguma o salvará da saraivada de tiros em caso de fracasso. Por isso, ao ouvi-lo falar de orgulho, honra e reconquista, senti apenas pena. Pena pelos quatro anos em que viveu como um apátrida por ter falhado nos gols contra a Holanda, na já distante Copa de 2010. Aquelas lágrimas não pareciam ser de alegria, como afirmou, mas de um ódio por tudo o que ouviu e pensou em ouvir em caso de novo fracasso: de todos os que colocariam às suas costas o projeto do que poderíamos ter sido e não fomos. Senti pena como sinto pena dos soldados, condecorados ou não, vitoriosos ou não, que colocam a valentia em teste e perdem sua vida por uma causa: a honra, o orgulho, a bandeira, a glória, a nação. É em nome desses termos, tão abstratos como o vento, que os homens vão à luta não para espalhar a liberdade, como prometeram a eles, mas para morrer.

Assim começam e terminam todas as guerras, concluí ao fim da entrevista do goleiro. Nenhum general motiva o soldado a morrer falando em barbárie, em terror, em destruição. Convence o sujeito a morrer falando sobre valores: a maldita honra, o maldito orgulho, a maldita bandeira, a maldita glória e a maldita nação (e a maldita evocação a Deus, claro, pai de todos sem distinção mas que escolhe quem mata e quem morre conforme a amplitude da reza).

Se em uma guerra não há vencedores, o Brasil não venceu a partida contra o Chile nem contra Camarões nem contra a Croácia e nem contra o México na Copa das Confederações, quando descobrimos um novo grito de guerra ao cantar o hino à capela. Perdemos todos. Perdemos no instante em que transformamos a partida em uma questão de honra e absorvemos no campo a linguagem de uma sociedade já suficientemente violenta e injusta e, em vez de alegrias e amplitudes, falamos em honra, orgulho, bandeira, glória e nação. Em nome de tudo isso matamos Júlio César por mais de quatro anos, e só agora damos a ele o direito de falar com a cabeça erguida diante da câmera – um direito negado a Barbosa, que não teve outra chance em 54.

Ao fim da entrevista, pensei em telefonar ao goleiro da seleção brasileira, de quem não tenho o telefone, e dizer: meu amigo, só Deus (e meus pacientes vizinhos) sabe o quanto vibrei ao ver suas muitas defesas contra o Chile. Mas de minha parte pode ficar tranquilo: você não me devia nada. Você, ao que tudo leva a crer, é um grande sujeito, com ou sem milagres redentores em campo, e não merece ser sacrificado em meu nome nem em nome de ninguém (as falhas em 2010 nem foram tão falhas assim). Essa guerra da Copa, como todas as guerras, é só uma velha ficção: por ela inventa-se um inimigo para unir uma nação em nome de muito pouco ou quase nada. Ficaremos felizes e guardaremos para sempre a lembranças da Copa se tudo der certo. Mas ainda assim será só futebol, e só terá graça se for só futebol. Quando vira guerra vira outra coisa. Vira trauma, vira pânico, vira tristeza. Mesmo quando levamos a taça, somos apenas a expressão daquela gente honesta, boa e comovida da música de Belchior. Aquela gente que caminha para a morte pensando em vencer no campo e na vida.


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Contribuição do baitasar










quem acredita no jn, na veja, no... acredita em tudo!


Quem vai indenizar as vítimas do terrorismo da mídia em relação à Copa?


Diário do Centro do Mundo

Postado em 29 jun 2014
por : Paulo Nogueira






Janio de Freitas, que pertence à esquálida cota de pensamento independente da Folha, nota em seu artigo deste domingo um contraste.

Uma pesquisa mundial do Gallup coloca os brasileiros como um povo essencialmente feliz e otimista. Na imprensa, e em pesquisas dos grandes institutos nacionais, o retrato é o oposto. Somos derrotados, miseráveis, atormentados.

Janio brinca no final dizendo se sentir cansado demais para explicar, ou tentar explicar, tamanha disparidade.

Não é fácil para ele se alongar nas razões, sobretudo porque a Folha é uma das centrais mais ativas de disseminação da visão de um Brasil horroroso.

A motivação básica por trás do país de sofredores cultivada pela imprensa é a esperança de que o leitor atribua tanta desgraça – coisas reais ou simplesmente imaginárias — ao governo.

Ponto.

É a imprensa num de seus papeis mais notáveis nos últimos anos: o terrorismo.

A Copa do Mundo foi um prato soberbo para este terrorismo. A imprensa decretou, antes da Copa, que o Brasil – ou melhor: o governo — daria um vexame internacional de proporções históricas.

Em vez do apocalipse anunciado, o que se viu imediatamente após o início da competição foi uma celebração multinacional, multicolorida, multirracial.

Turistas de todas as partes se encantaram com o Brasil e os brasileiros, e a imprensa internacional disse que esta era uma das melhores Copas da história, se não a melhor.

Note o seguinte: a responsabilidade por um eventual fracasso seria atribuída pela mídia ao governo. O sucesso real, pelo que se lê agora, tem vários pais, entre os quais não figura o governo.

O melhor artigo sobre o caso veio de uma colunista da Folha que se proclamou arrependida por ter ouvido o “mimimi” da imprensa.

Ela disse ter perdido a oportunidade de passar um mês desfrutando as delícias que só uma Copa é capaz de oferecer: viagens para ver jogos, confraternizações com gente de culturas diferentes e por aí vai.

É uma oportunidade única na vida – quando haverá outra Copa no Brasil – que ela perdeu por acreditar na imprensa.

Quem vai indenizá-la? O Jornal Nacional? A Veja? O Estadão? E a tantos outros brasileiros como ela vítimas do mesmo terrorismo?

Para coroar o espetáculo, o Jornal Nacional atribuiu a histeria pré-Copa à imprensa internacional.

Pausa para rir.

Mais honesto, infinitamente mais honesto, foi o colunista JR Guzzo, da Veja – o maior mestre que tive no jornalismo, a quem tenho uma gratidão eterna e por quem guardo uma admiração inamomível a despeito de nossas visões de mundo diferentes.

“É bobagem tentar esconder ou inventar desculpas: muito melhor dizer logo de cara que a imprensa de alcance nacional pecou, e pecou feio, ao prever durante meses seguidos que a Copa de 2014 ia ser um desastre sem limites”, escreveu Guzzo em seu artigo na Veja desta semana.

“Deu justamente o contrário”, continua Guzzo. “Os 600 000 visitantes estrangeiros acharam o Brasil o máximo e 24 horas depois de encerrado o primeiro jogo ninguém mais se lembrava dos horrores anunciados durante os últimos meses.”

Bem, não exatamente ninguém: o Jornal Nacional se lembrou. Não para fazer uma reflexão como a de Guzzo – mas para colocar a culpa nos gringos.

Recorro, ainda uma vez, e admitindo minha obsessão, a Wellington: quem acredita nisso acredita em tudo.

O JN parece achar que seus espectadores são completos idiotas.

Ei, Dilma, eu vou votar em TU!


Um vídeo com pedido de desculpas à presidenta Dilma e um olhar sobre a manipulação da mídia na cobertura da copa


junho 28th, 2014

by mariafro


O vídeo abaixo postado por Flavio Henrique em seu Facebook é um belo pedido de desculpas dos brasileiros que se envergonharam da má criação de uma parcela de outros brasileiros.

Mas ele e mais que isso, ele nos mostra como a grande mídia foi responsável por baixar a auto-estima dos brasileiros, por fazer uma parcela da população desacreditar que conseguiríamos, que seríamos capazes de fazer a Copa das Copas. E estamos fazendo, estamos mostrando ao mundo que somos competentes, acolhedores e que no Brasil se joga futebol.

Há tempos a Copa não tinha espetáculos e boas surpresas como a que estamos tendo.

O vídeo nos ajuda a compreender que mudamos, somos um outro país e precisamos não permitir que mídia partidária, monopolizada e reacionária nenhuma diga o contrário. Os fatos provaram que Dilma estava certa.

Desculpe-nos, Dilma, pela má educação de alguns, pelo silêncio e covardia de outros e obrigada por ter sido estadista e ter resistido mais uma vez aos ataques e violências gratuitas e injustas.





E obrigada a todos os políticos, intelectuais, artistas que não se calaram diante do coro incivilizado de um grupo com complexo de colonizado, vira-latas sem amor ao seu próprio país.





O deputado estadual baiano, Marcelino Galo, com criatividade transformou o grito de ofensa em algo positivo.

Qual seria o papel dos desinformados conformados na fazenda?


A disputa mídia x política e o poder libertador do voto


dom, 29/06/2014 - 06:21 - Atualizado em 29/06/2014 - 09:40



Luis Nassif






Historicamente políticos e jornais sempre disputaram quem era mais autorizado a falar pela opinião pública. É essa competição que explica os conflitos reiterados entre ambos.

Ambos têm interesses próprios – legítimos ou ilegítimos – e lutam com garras e dentes para preservá-los. Ambos dependem de financiadores privados; ambos disputam recursos públicos.

Mas existem diferenças.

Os grupos de mídia buscam o público escolarizado, bancarizado e consumidor, que garante os patrocínios comerciais – porque consumidores – e a influência política – porque abarcando setores influentes da sociedade.

Já para os políticos, cada cidadão é um voto. Portanto, seu público é universal, distribuído por todos os cantos do país.


***

Tem mais.

A governança de grupos de mídia é autocrática, anacrônica, pré-mercado de capitais.

As grandes sociedades anônimas, embora sob comando de grupos de controle, são obrigadas a prestar contas de seus atos a acionistas minoritários, a autoridades reguladoras do mercado de capitais, do direito econômico. Independentemente do tamanho, os grupos de mídia são fundamentalmente familiares. O processo de decisão é solitário, monárquico.

No Congresso, a governança é negociada. São deputados de todas as partes do país, precisando prestar contas aos seus eleitores (em alguns casos, aos seus financiadores), mas tendo de convencer seus pares. Mesmo os lobistas têm que legitimar publicamente seus argumentos.


***

No parlamento prevalece a democracia (cada voto um voto) e a ampla discussão; nos grupos de mídia, as decisões individuais e o cuidado de não chocar os leitores – o que os torna agentes do status quo.

Esta semana, o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, ocupou rede nacional para uma prestação de contas. Mereceu notas pequenas nos jornais.

No balanço do ano, Alves divulgou as seguintes votações que representaram avanços civilizatórios importantes:

1. Criação do Plano Nacional de Educação, obrigando o governo federal a destinar 10% do orçamento para a área.

2. Votação do Marco Civil da Internet, assegurando a neutralidade da rede, dificultando a formação de novos monopólios, como existe hoje em dia na radiodifusão.

3. Prorrogação por quinze anos dos incentivos para a indústria de informática.

4. Aprovação das cotas raciais nos concursos para o serviço público.

5. Instituição do piso de R$ 1.014,00 para agentes comunitários de saúde e endemias.

6. Aprovação da Lei Menino Bernardo, para coibir violência doméstica contra crianças.

7. Votação de emenda constitucional que obriga a União, estados e Distrito Federal a garantir a presença de defensores públicos em todas as comarcas.

8. Aprovação do Código de Processo Civil.


***

Em relação a esses temas , dentre os quatro grandes grupos de mídia, prevalece o entendimento de que qualquer gasto aplicado na melhoria das condições de vida da população subverte as contas fiscais. E que qualquer política que melhore a vida dos excluídos é eleitoreira.

Aí acertaram. Não fosse o interesse eleitoral pelo voto, não fosse o papel libertador do voto, não fosse o direito de voto estendido a analfabetos, esse país ainda seria uma grande fazenda.

e o papel dos conformados desinformados que não escrevem... apenas creem


Velha mídia perde a pose, mas não a cara-de-pau


CTB



Última Atualização em 27 JUNHO 2014






O papel desempenhado pela velha mídia desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo em 2007 beira o rídiculo de tão contrário á realização do megaevento no país, colocando em dúvida a capacidade dos brasileiros em organizar eventos de grande porte e jogando sempr no time do quanto pior melhor, parecendo torcer para dar tudo errado, inclusive para a seleção brasileira perder. Mas o tempo colocou tudo no seu devido lugar.

Não é a primeira vez que os fatos derrotam manipulação efetuada pela mídia tradicional. Em 1984 na campanha Diretas Já, a Globo só passou a noticiar a mobilização popular contra a ditadura quando ficou impossível ignorar o fato e os dias da ditadura estavam contados. No ano passado, a mídia começou a atacar as manifestações de junho, depois tentaram a cooptação e mudaram de posição apoiando, depois retornaram à criminalização.




Em relação à Copa, os ataques passaram a ser sistemáticos. Da construção dos estádios à reforma aos aeroportos, tudo era negativo. A reacionária revista Veja, da família Civita, chegou a estampar na capa de 25 de maio de 2013 que os estádios ficariam prontos somente em 2038. Já na edição de quarta-feira (25) estampou: “Só alegria até agora”. Chamada que traiu o desejo claro dos editores em que aconteça alguma desgraça em prejuízo do Brasil.

Diariamente os jornalões e os telejornais apontavam os problemas, os atrasos nas construções e a falta de estrutura e de preparo do país para organizar um evento desse porte. Até uma semana antes da abertura da Copa no dia 12, só noticiavam desgraças e pouco falavam inclusive da seleção.

“A imprensa brasileira já vinha fazendo lentamente o caminho de volta para a realidade ao reconhecer que a Copa do Mundo no Brasil é, até aqui, um grande sucesso e uma ampla coleção de recordes. Até a revista Veja, que há alguns anos abandonou o jornalismo, já ensaiou o processo de transição do pessimismo para a celebração, caso os fatos continuem a desafiar suas próprias previsões”, acentua Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa



.


Luciano refere-se ao “mea culpa” feito nesta quinta-feira (26) pelo Jornal Nacional, da Globo, última a assumir o sucesso da Copa no Brasil. Mais uma vez na história a mídia comercial se viu obrigada a se render, inclusive aos apelos comerciais do evento, mas principalmente porque estava ficando muito estranho os posicionamentos midiáticos sobre o país. Como justificar a torcida contra a seleção brasileira?

“A Globo não diz quem alimentou o pessimismo e o noticiário negativo sobre o Brasil nos dias que antecederam o início da Copa do Mundo. De repente, ninguém sabe, ninguém viu quem estimulou o espírito de porco e quem animou o complexo de inferioridade a se manifestar”, questiona o jornalista Luciano.

“Com a chegada da Copa, cerca de 19 mil profissionais de mídia de diversos países do mundo desembarcaram no Brasil. Por si só, esse número já mostra o fracasso da imprensa tradicional brasileira”, revela Helena Sthephanowitz. Segundo ela, “quase ninguém quis comprar suas reportagens e matérias por falta de confiança na narrativa. Todos quiseram ver com seus próprios olhos, fazendo suas próprias reportagens, tanto esportivas como sobre outros acontecimentos”.

O que a mídia comercial não previu era que 3,6 bilhões de pessoas estariam ligados na Copa do Mundo de 2014. Sendo cerca de 600 mil turistas estrangeiros somente no Brasil. A velha mídia perde a pose, mas não a cara-de-pau.

De Braços Abertos (São Paulo)


Príncipe Harry visita programa Braços Abertos em São Paulo


Acompanhado pelo prefeito Fernando Haddad, o príncipe de Gales conversou com beneficiários do programa e conheceu equipamentos de acolhimento e de monitoramento na região da Luz


Prefeitura de São Paulo



O prefeito Fernando Haddad recebeu nesta quinta-feira (26) o príncipe Harry de Gales para uma visita ao Programa De Braços Abertos, que atende a dependentes químicos na Luz, região central da cidade. Para conhecer melhor as ações do programa, o príncipe inglês conversou com dependentes de crack e conheceu equipamentos de acolhimento e de monitoramento. A ação, iniciada há seis meses, tem 422 beneficiários cadastrados, que têm acesso a trabalho remunerado, alimentação e moradia. Mais detalhes sobre o histórico e as ações do programa estão disponíveis aqui.

“Foi um dia importante para dar visibilidade a isso que é tão novo na América Latina, que é a política de redução de danos, que dá às pessoas oportunidades para resgatar sua dignidade. Ele estava genuinamente interessado, principalmente nas histórias de superação pessoal, no esforço das pessoas em buscar um futuro melhor”, afirmou o prefeito em entrevista coletiva, realizada na sede da Prefeitura.

O príncipe iniciou sua visita pela Praça Estação Julio Prestes, onde conheceu um dos ônibus do programa Crack é Possível Vencer, operado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). O secretário Roberto Porto explicou o funcionamento da unidade de videomonitoramento, cedida pelo governo federal para mapear a rede de tráfico na região. O ônibus é equipado com uma antena que capta imagens de 20 câmeras, instaladas a até três quilômetros de distância. Em seguida, caminhou com o prefeito e com a primeira-dama, Ana Estela Haddad, pela rua Dino Bueno, onde no início de 2014 cerca de 330 pessoas estavam instaladas em 147 barracos.

Ao longo de quase duas horas de visita, Harry pôde conhecer a metodologia do programa, que foi estruturada com a ajuda dos dependentes químicos. Ele conversou com os profissionais que atuam nas áreas de saúde, assistência social e segurança. “O interesse dele era conhecer o programa, os detalhes da segurança, da acomodação nos hotéis e das frentes de trabalho. É um privilégio poder mostrar o que temos de melhor. Isso serve de estímulo e dá a certeza de que estamos no caminho certo”, afirmou Roberto Porto. Também participaram da visita os secretários diretamente envolvidos no programa: José de Filippi (Saúde), Luciana Temer (Assistência Social), Artur Henrique (Trabalho) e Rogério Sottili (Direitos Humanos).

O próximo ponto da visita foi a tenda do programa De Braços Abertos, localizada na rua Helvétia. No local, Haddad e Harry acompanharam uma pequena apresentação do grupo de samba Braços Abertos, formado por beneficiários do programa. O local oferece acolhimento aos dependentes químicos que moram e circulam pela área. Estão disponíveis atendimentos de saúde e de assistência social, além de atividades culturais.

Com a ajuda de uma intérprete, o príncipe Harry conversou com beneficiários do programa, tanto na tenda como no galpão de trabalho. Neste espaço, localizado na rua Barão de Piracicaba, ocorrem oficinas de qualificação e o armazenamento das vassouras e carrinhos utilizados no trabalho de varrição, que emprega 228 dependentes químicos.

Kátia Silva foi uma das participantes do Braços Abertos que conversou com Harry. Ela participa do programa desde o início, em janeiro de 2014. “Ele foi muito gentil, perguntou como funcionava para a gente o programa, se a gente ainda estava usando drogas. Eu reduzi muito com a droga, trabalho com a varrição e já consigo ficar mais de uma semana sem usar”, contou Kátia. Dados do início de março apontam que o consumo de crack entre os beneficiários do programa foi reduzido, em média, de 50% a 70%. De uma média inicial de 10 a 15 pedras por dia, o consumo passou à média de cinco pedras diárias, concentrado no período noturno, segundo os relatos.

Segundo o secretário Leonardo Barchini (Relações Internacionais), os resultados positivos do programa estimulam a troca de experiências com outros países. “O que acontece com o Braços Abertos é uma grande curiosidade internacional. Quando você diminui o fluxo de usuários de 2.000 pessoas para 200 ou 150, estas imagens correm o mundo. Temos recebido muitas demandas de pessoas querendo conhecer que tecnologia social é essa. Já fizemos missões técnicas mostrando a nossa experiência e conhecendo outras experiências. A gente tem muito a aprender com outros países, mas a gente tem muito a ensinar também”, explicou Barchini.


Braços Abertos

Todos os beneficiários do Braços Abertos participam de frentes de trabalho de zeladoria e jardinagem a R$15 por dia, integram atividades de capacitação, recebem três alimentações diárias e vagas em hotéis. A ação inclui também acompanhamento médico e encaminhamento voluntário para tratamento da dependência química. O balanço é de 422 beneficiários cadastrados, dos quais 23 receberam o atestado médico de aptidão ao mercado de trabalho no último mês. Outros 122 estão em tratamento voluntário contra dependência química. Já são 12 usuários em empregos formais, além dos 18 que atuam nas frentes de trabalho em órgãos municipais. Outros 228 seguem no serviço de varrição de ruas e 66 participantes estão no projeto Fábrica Verde, um curso de capacitação voltado à área de jardinagem.




Fotos para download

Crédito: Fábio Arantes | Foto 1 | Foto 2 | Foto 3 | Foto 4 | Foto 5 | Foto 6 l Foto 7 l Foto 8 l Foto 9


PRÍCIPE HARRY VISITA O PROGRAMA DE BRAÇOS ABERTOS PMSP
FABIO ARANTES/SECOM

A era da suspeita


Desconhecer Foucault é estar exilado de nosso próprio tempo

Diário Gauche




A era da suspeita


Na quarta-feira (25/6), a morte de Michel Foucault completará 30 anos. Um dos mais influentes filósofos da segunda metade do século 20, Foucault produziu uma obra inovadora por seu método e por seus objetos. Obra cuja influência só aumentou desde sua morte, chegando hoje à condição de incontornável.


Não há setor das ciências humanas, da filosofia à história, da crítica literária aos estudos de comunicação, do direito à sociologia no qual não encontraremos problemas foucaultianos em operação. Na verdade, Foucault se transformou em um desses autores cujo desconhecimento implica divórcio profundo a respeito dos modos de pensamento que marcam nossa época. Quer dizer, desconhecer Foucault é estar exilado de nosso próprio tempo.


De fato, Michel Foucault conseguiu produzir dois feitos notáveis: complexificar nossa compreensão a respeito dos mecanismos de funcionamento do poder e injetar uma desconfiança profunda a respeito do pretenso realismo de conceitos e práticas científicas, em especial no campo das ciências humanas e das práticas clínicas.


Como se não fosse o bastante, seus últimos trabalhos compõem uma reflexão sistemática a respeito de um modo de autonomia e governo de si que abre caminhos para a reflexão ética distantes daqueles que a filosofia moderna conheceu, com sua fixação pelas figuras jurídicas da lei, do tribunal e da norma universalizável. Dessa forma, nasce uma experiência filosófica na qual epistemologia, ética e teoria social caminham de forma compacta.


Foi Foucault quem mostrou, de maneira mais sistemática, que nada entenderemos do poder enquanto o pensarmos a partir da temática da dominação das vontades, ou seja, o exercício do poder como sobreposição de uma vontade à outra. A verdadeira dimensão decisiva do poder se encontra nas disciplinas que sujeitam a todos por meio de instituições como a família, as prisões, as escolas, empresas, o Estado.


Tais disciplinas não são fruto da vontade de uma classe ou de um grupo. Elas resultam, na verdade, de uma vontade de saber que, ao mesmo tempo, nos sujeita e nos constitui. Ela está presente em nossos discursos científicos e na maneira por meio da qual eles moldam nossas vidas, organizam nossos conceitos de saúde e de doença, de sexualidade, de normalidade e de patologia, de regra e de desvio.


Dessa forma, Foucault deu instrumentos para que nossa época desenvolvesse sua capacidade de suspeita e desconfiança em relação a suas próprias ideias de progresso e de esclarecimento. Por isso, ele será sempre um dos nossos mais claros contemporâneos.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

"Quem vai adotar os vira-latas?"


COPA DO MUNDO: Quem vai adotar os vira-latas?



junho 27th, 2014

by mariafro



Luciano Martins Costa quer saber quem vai adotar os vira-latas, eu quero saber quem vai pagar a conta dos prejuízos provocada pela mídia monopolizada, bandida terrorista, colaboracionista da ditadura militar e porta-voz da reaçaria.


COPA DO MUNDO: Quem vai adotar os vira-latas?

Por Luciano Martins Costa


27/06/2014






A imprensa brasileira já vinha fazendo lentamente o caminho de volta para a realidade ao reconhecer que a Copa do Mundo no Brasil é, até aqui, um grande sucesso e uma ampla coleção de recordes. Até a revista Veja, que há alguns anos abandonou o jornalismo, já ensaiou o processo de transição do pessimismo para a celebração, caso os fatos continuem a desafiar suas próprias previsões.

Faltava a Rede Globo de Televisão, que vinha remoendo em suas entranhas a contraditória situação de beneficiária e contestadora do evento. Não falta mais: na edição de quinta-feira (26/6), o Jornal Nacional dedicou 2 minutos e 21 segundos a uma espécie de mea culpa sem culpa. Ou, melhor, a emissora reconhece que havia um excesso de pessimismo no noticiário durante o período que antecedeu o pontapé inicial na bola, mas a culpa não foi da imprensa brasileira: segundo a Globo, foi apenas a imprensa internacional que errou na dose de negativismo.






Em tom conciliador, o apresentador William Bonemer Júnior, conhecido como Bonner, fez a passagem da emissora para o campo oficial da festa (ver aqui o vídeo e o texto correspondente).

“Durante meses, os atrasos e os problemas de organização da Copa do Mundo foram assunto de muitas reportagens no Brasil e no exterior. Existia no ar uma preocupação generalizada com as consequências dos atrasos das obras não concluídas e os jornais estrangeiros eram especialmente ácidos nas críticas” – diz o novo discurso da emissora.

“Mas o fato é que, aos poucos, desde o inicio deste Mundial, isso tem mudado” – complementa o apresentador, anunciando a repórter Elaine Bast, que, de Nova York, faz um balanço do que, segundo a Globo, foi a mudança de expectativa da imprensa internacional.


A repórter capricha no tom triunfalista:

“‘A morte e os jogos’ – era essa a manchete de capa da revista alemã Der Spiegel no dia 12 de maio. Dentro, a reportagem destacava: ‘O gol contra do Brasil’ – Era essa a manchete de capa da revista ‘Der Spiegel’, uma das mais respeitadas da Alemanha, no dia 12 de maio. Dentro, a reportagem destacava ‘o gol contra do Brasil’ e afirmava que, justamente na terra do futebol, a Copa poderia ser um fiasco, com protestos, greves e tiroteios.

“Duas semanas antes do início do Mundial, o ‘Wall Street Journal’, o jornal de maior circulação dos Estados Unidos, trazia a manchete: ‘Copa do Mundo: 12 estádios, um milhão de problemas’.”


Agora tudo é festa

A animação da imprensa estrangeira parece contaminar o jornalismo da Globo, mas a reportagem faz de conta que o catastrofismo foi inventado além das fronteiras.

Diz ainda a correspondente:

“Os problemas que antes eram previstos para a Copa do Mundo no Brasil não se confirmaram. Aos poucos, o tom crítico da imprensa internacional foi mudando, com reportagens que retratam também o clima festivo deste Mundial”.

Entre os exemplos citados, destaque para The New York Times, segundo o qual, apesar de pequenos problemas, o torneio até agora foi um imenso sucesso. Na verdade, o Timestem sido um dos maiores entusiastas da Copa, com uma cobertura diversificada e o acompanhamento dos principais jogos em tempo real, através da internet.

Com exceção dos meios ultraconservadores, que depreciam a popularidade do futebol, considerado pela direita americana como um esporte de morenos e latinos, a imprensa dos Estados Unidos festeja a grande audiência do torneio e a massiva presença de torcedores que viajaram para o Brasil.






A Globo também comenta a mudança de linha no espanhol El País, onde a manchete admite: “Não era para tanto”. O jornal destaca que os estádios e aeroportos estão funcionando e os protestos diminuíram assim que a bola começou a rolar.

A revista inglesa The Economist também diz que as baixas expectativas foram superadas. O blog da revista conclui que o visitante estrangeiro vai levar do Brasil “uma mistura de hospitalidade, futebol bonito e… preços além da conta”.

O francês Le Monde chama o sucesso da Copa de “milagre brasileiro” e afirma que o Brasil organiza o Mundial à sua maneira, “desordenado e simpático, despreocupado e acolhedor”.

“A última edição da revista Der Spiegel dá destaque para a animação da torcida e diz que os esperados protestos de massa até agora não aconteceram”, conclui a reportagem do Jornal Nacional.





A Globo não diz quem alimentou o pessimismo e o noticiário negativo sobre o Brasil nos dias que antecederam o início da Copa do Mundo. De repente, ninguém sabe, ninguém viu quem estimulou o espírito de porco e quem animou o complexo de inferioridade a se manifestar.

Agora, é preciso recolher nas ruas os órfãos do “quanto pior, melhor”, que começaram torcendo para a Croácia na partida inaugural e já não sabem quem são.

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O direito fundamental de Genoino





Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A decisão do Supremo Tribunal Federal de negar a prisão domiciliar a José Genoíno merece uma nova reflexão.

Ao negar o pedido, o relator Luiz Roberto Barroso afirmou: “Sou solidário a ele. É um sujeito hipertenso, que está em condições adversas do cárcere. Mas ele não está em circunstancias mais graves ou menos piores do que os outros.”

Em apoio ao relator, o decano Celso de Mello lembrou que “segundo informações da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, cumprem pena 306 hipertensos, 16 cardiopatas, 10 condenados com câncer, 56 com diabetes e 65 com Aids. Nada justifica o tratamento diferenciado".

A discussão colocada por dois dos mais respeitados e cultos integrante da Corte tem grande relevância. Argumentou-se que, em nome da igualdade de tratamento, seria errado atender ao pedido de José Genoíno. Gostaria de debater o argumento da igualdade.

Vivemos num país onde a igualdade entre todos os cidadãos se afirma como um valor essencial da democracia e da Constituição. É bom que seja assim. É um caminho para vencer nossa desigualdade estrutural, matriz de grande parte dos problemas brasileiros.

A Constituição reconhece, também, que os indivíduos têm direitos fundamentais. Um deles é o direito à vida e a à integridade.

Não é porque ocorrem milhares de assassinatos, todos os dias, que uma pessoa não tenha o direito de cobrar proteção do Estado no momento em que lhe apontam um revólver.

Da mesma forma, não é porque nossos hospitais públicos se apresentem, muitas vezes, numa situação global de calamidade que o cidadão comum não tenha o direito de exigir uma atendimento decente.

E é porque entende que esses direitos fundamentais à vida devem ser respeitados que o judiciário, muitas vezes, obriga o Estado a arcar a com despesas de tratamentos médicos caríssimos, que nem a rede pública nem os planos privados – mesmo caríssimos – têm disposição para pagar.

A simples permissão para a venda de planos privados de saúde - cujos custos são deduzidos do imposto de renda, representando uma forma de subsídio - é uma forma de reconhecer esse direito fundamental à vida.

O direito a vida se desdobra, em nossa Constituição, no artigo 6, que diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.

Você já viu aonde quero chegar e é isso mesmo.

O fato de mais de 400 prisioneiros sob guarda do sistema prisional do Distrito Federal padecerem de doenças graves, sendo tratados internamente, nas condições que todos podem imaginar, em nada diminui o direito fundamental de Genoíno a que se assegure o melhor para sua saúde. Não há como negar que o melhor para ele é fazer o tratamento em casa.

Mesmo porque, como lembrou o procurador Rodrigo Janot, na Papuda não existe plantão noturno nem nos finais de semana -- e até uma criança sabe que problemas cardíacos não ocorrem com hora marcada. Se o estresse ajuda a agradar a condição de um cardiopata, é fácil imaginar qual ambiente mais estressante.

Essa situação em nada diminuía, também, a necessidade do Supremo dar resposta a este caso específico, que lhe coube analisar na sessão de quarta-feira passada. Embora se possa considerar possível e até necessário que o STF debatesse, naquela mesma tarde, mesmo em véspera de seu recesso, formas de avaliar o atendimento aos demais 400 presos, todos com os mesmos direitos de Genoíno, havia uma questão específica a ser tratada ali.

Entre todos os adoentados da Papuda, era o único sentenciado pelo STF, o que confere um elemento particular de responsabilidade aos juízes encarregados de julgar se deveria ser mantido na prisão ou se poderia tratar-se em casa. Os outros adoentados da Papuda não são ouvidos no STF.

Ao contrário do que se disse durante a maior parte do julgamento, muitos ministros sublinharam a versão de que o pedido de Genoíno se baseava em laudos de médicos particulares, onde se definia sua condição de paciente “grave,” enquanto um documento oficial, de uma junta médica formada por decisão de Joaquim Barbosa, negava essa condição.

Coube a Ricardo Lewandovski, num momento em que a votação já havia ocorrido, lembrar que o Instituto Médico Legal – o único autorizado a atestar a causa da morte de uma pessoa – definiu a cardiopatia de Genoíno como “grave.” O mesmo faz a versão completa da junta médica da Câmara, assinada pelos doutores do Poder Legislativo.

Ao levantar o argumento da igualdade, empregou-se um valor correto numa situação errada.

Se tivesse acolhido o pedido, o STF teria, inclusive, aberto um precedente para que outros casos, de outros prisioneiros, menos iguais do que o ex-deputado, ex-presidente do PT e político de prestígio, recebessem mais atenção. O caso de Genoíno teria servido, assim, para melhorar atendimento a saúde dos prisioneiros, da Papuda e de fora dali. Ao recusar o pedido, a mensagem é oposta. Todos os 306 presos hipertensos, 16 cardiopatas, 10 condenados com câncer, 56 com diabetes e 65 com Aids serão mantidos na situação em que se encontram.

De qual valor estamos falando, mesmo?

Estamos falando de direitos humanos – outro nome de direitos fundamentais.

Num artigo de 1987, quando os brasileiros começavam a recuperar direitos democráticos, o governador Franco Montoro promoveu, em São Paulo, uma política de defesa de direitos humanos junto a polícia estadual, a PM e a Polícia Civil, num esforço para proibir a sobrevivência de práticas ilegais e vergonhosas. Nem se falava, na época, da necessidade de que tivessem um atendimento médico decente. O debate sobre condições de vida no cárcere era visto como coisa de intelectual da USP. A questão, na época, era tolerar ou proibir a tortura.

Analisando o surgimento de um conservadorismo extremista que se insurgia contra todo esforço para garantir os direitos fundamentais de pessoas encarceradas, o sociólogo Antonio Flavio Pierucci escreveu num artigo memorável (“As bases da Nova Direita”) publicado na revista Estudos Ceprab:

“Querer vê-los tendo arrepios é pronunciar as palavras direitos humanos. ‘O que o senhor ou a senhora acha dos direitos humanos? É uma política com a qual a senhora concorda?” Diante de uma pergunta dessas, eles e elas se inflamam, se enfurecem. É interessante – e decepcionante – que a associação primeira do sintagma direitos humanos seja com a ideia de “mordomia para presos.’

Entrevistando uma advogada no bairro da Mooca, 40 anos, Pierucci ouviu o seguinte argumento:

“O pior de tudo é que houve uma inversão de valores. O bandido, hoje em dia, é endeusado, embora seja um assassino, estuprador, seja o diabo. Então ele precisa tomar o banhozinho de sol. A comida não está boa? Precisa de champagne francesa. Quer dizer: ele efetivamente não está sendo punido. Ele está vivendo às nossas custas.”

"Como se vê, o 'tucanismo' da Globo está levando-a à decadência."

Perda de credibilidade e de negócios: Globo é a grande derrotada da Copa



Era para ser uma janela de oportunidades para as empresas de mídia, mas a visão estreita e o partidarismo que assumiram se voltaram contra elas mesmas

por Helena Sthephanowitz

publicado 27/06/2014 13:13, última modificação 27/06/2014 13:27


Prejuízo à própria imagem: JN tenta atribuir à imprensa estrangeira pessimismo contra a Copa no Brasil


A Copa do Mundo de Futebol no Brasil deveria ter sido vista como uma oportunidade rara para as empresas de mídia fazerem bons negócios. Poderiam aproveitar a visibilidade e o interesse no Brasil pelo evento esportivo de maior popularidade do planeta para vender ao mundo reportagens, documentários sobre cada região no entorno das cidades-sede e ampliar os canais de exportação para produtos jornalísticos e obras audiovisuais.

Mas estas empresas, quase todas "filhotes da ditadura", perderam esta oportunidade histórica por visão pequena, provinciana, e pelo vício de tratar seu próprio negócio como se fosse um partido político, daqueles obrigados a contestar qualquer ação de um governo o qual querem derrubar nas urnas ou sabe-se lá como.

Até o início do Mundial, as tevês, jornalões, revistas e portais alinhados ao pensamento demotucano detonavam a Copa no Brasil. Óbvio que essa corrente de pensamento do contra influiu na imprensa estrangeira. Mesmo empresas de comunicação que tenham correspondentes no Brasil acabam contaminadas pelo que ouvem e veem nas telas de TV, nas capas de revistas e nas páginas dos jornais de maior circulação.

Com a chegada da Copa, cerca de 19 mil profissionais de mídia de diversos países do mundo desembarcaram no Brasil. Por si só, esse número já mostra o fracasso da imprensa tradicional brasileira. Quase ninguém quis comprar suas reportagens e matérias por falta de confiança na narrativa. Todos quiseram ver com seus próprios olhos, fazendo suas próprias reportagens, tanto esportivas como sobre outros acontecimentos.

E o aconteceu é que essa multidão de jornalistas estrangeiros passou a produzir matérias de todos os tipos com uma visão positiva, sem deixarem de ser realistas, sobre o Brasil – e suas narrativas foram muito diferentes do que havia sido propagado até antes da Copa.

As minorais barulhentas, que protestavam com quebra-quebras localizados e ganhavam grande destaque na pauta do principal telejornal brasileiro, passaram a ser retratadas com sua verdadeira dimensão no exterior: sem serem desprezadas, mereceram notas na imprensa internacional proporcionais à sua relevância.

E a maioria do povo brasileiro, até então silencioso, explodiu em festa com a chegada da Copa.

Pois bem. Na quinta-feira (27), o Jornal Nacional da TV Globo fez uma longa matéria mea culpa, mas disfarçada, com o título "Clima festivo e sucesso da Copa conquistam manchetes internacionais".

O apresentador William Bonner abriu dizendo "Durante meses, os atrasos e os problemas de organização da Copa do Mundo foram assunto de muitas reportagens no Brasil e no exterior. Existia no ar uma preocupação generalizada com as consequências dos atrasos, das obras não concluídas. E os jornais estrangeiros eram especialmente ácidos nas críticas. Mas o fato é que, aos poucos, desde o início desse Mundial, isso tem mudado." Em seguida, citou algumas reportagens de revistas e jornais europeus e estadunidenses, comparando o conteúdo antes da Copa, que era negativo, e agora, francamente positivo.

O que o telejornal fez foi jogar no colo da imprensa estrangeira o que a própria TV Globo, junto com revistas como Veja e Época, e jornais como Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo propagaram incessantemente e que acabou repercutindo no exterior.

É a inversão das coisas. É como dizer: "Caros e ingênuos telespectadores, nada do que nós falamos durante meses sobre um suposto fracasso da Copa era verdade, como vocês estão percebendo, mas 'existia no ar uma preocupação generalizada' de que o seria, respaldada na imprensa estrangeira."

Como se vê, o 'tucanismo' da Globo está levando-a à decadência.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

"Como assim? Vai ser tudo implodido?"


Maior legado da Copa no Brasil é a força do povo


Balaio do Kotscho





Faz duas semanas, deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.

Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um evento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo, confundindo Jesus com Genésio, jogando sempre no popular quanto pior, melhor.

Estádios e aeroportos não ficariam prontos ou desabariam, o acesso aos jogos seria inviável, ninguém se sentiria seguro nas cidades-sede ocupadas por vândalos e marginais. Apenas três dias após o início da Copa, o New York Times, aquele jornalão americano que não pode ser chamado de petista chapa-branca, tirou um sarro da nossa mídia ao reproduzir as previsões negativas que ela fazia nas manchetes até a véspera. Certamente, muitos torcedores-turistas que para cá viriam ficaram com medo e desistiram. Quem vai pagar por este prejuízo provocado pelo terrorismo midiático?

Agora, que tudo é festa, e o mundo celebra a mais bela Copa do Mundo das últimos décadas, com tudo funcionando e nenhuma desgraça até o momento em que escrevo, só querem faturar com o sucesso alheio e nos ameaçam com o tal do "legado". Depois de jogar contra o tempo todo, querem dizer que, após a última partida, nada restará de bom para os brasileiros aproveitarem o investimento feito. Como assim? Vai ser tudo implodido?

A canalhice não tem limites, como se fossemos todos idiotas sem memória e já tenhamos esquecido tudo o que eles falaram e escreveram desde que o Brasil foi escolhido, em 2007, para sediar o Mundial da Fifa. Pois aconteceu tudo ao contrário do que previam e ninguém veio a público até agora para pedir desculpas.

Como vivem em outro mundo, distantes da vida real do dia a dia do brasileiro, jornalistas donos da verdade e do saber não contaram com a incrível capacidade deste povo de superar dificuldades, dar a volta por cima, na raça e no improviso, para cumprir a palavra empenhada.

Para alcançar seus mal disfarçados objetivos políticos e eleitorais, após três derrotas seguidas, os antigos "formadores de opinião" abrigados no Instituto Millenium resolveram partir para o vale tudo, e quebraram a cara.

Qualquer que seja o resultado final dentro do campo, esta gente sombria e triste já perdeu, e a força do povo brasileiro ganhou mais uma vez. Este é maior legado da Copa, a grande confraternização mundial que tomou conta das ruas, resgatando a nossa autoestima, a alegria e a cordialidade, em lugar das "manifestações pacíficas" esperadas pelos black blocs da mídia para alimentar o baixo astral e melar a festa. Pois tem muito gringo por aí que já não quer mais nem voltar para seu país. Poderiam trocar com os nativos que não gostam daqui.

Que tal?

Em tempo: a 18 dias do início da Copa, escrevi um texto de ficção para a revista Brasileiros que está nas bancas, com o título "Deu zebra: ganhamos e o Brasil fez bonito". Repito: trata-se de um exercício de ficção sobre um possível epílogo do Mundial.


Para acessar:

htpp://www.revistabrasileiros.com.br/?p=95905

segunda-feira, 23 de junho de 2014

veja antes que saia do ar! não, eu acho que não vão tirar do ar... será?


Ruy Castro: “Nossa imprensa foi espírito de porco antes da Copa”


publicada segunda-feira, 23/06/2014 às 10:17 e atualizada segunda-feira, 23/06/2014 às 10:33



Escrevinhador







Do Escrevinhador

A Copa do Mundo no Brasil começou 11 dias atrás e as expectativas apocalípticas criadas na velha imprensa não aconteceram.

Com isso, a máscara dos grandes meios de comunicação brasileiros vai caindo, com impacto na imprensa internacional.

“Nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento começar”, acusa o escritor Ruy Castro, em programa da SporTV (clique aqui para ver).

Espírito de porco é uma expressão para classificar pessoa cruel e ranzinza, que se dedica a complicar situações para causar constrangimentos.

Jornais alemães, espanhóis, franceses e ingleses, que refletiam o quadro catastrófico pintado pelos canais de televisão, redes de rádio e jornais de grande circulação no Brasil, desfazem o mito criado antes da Copa.

“Na imprensa estrangeira, era totalmente normal que se tivesse uma versão tão ‘apreensiva’, porque ela espelhava o que acontecia na nossa imprensa, que foi de uma critica permanente, à priori. Uma cobertura com enorme má vontade, o tempo inteiro, de uma exigência absurda, que acabou enfatizando o movimento ‘Imagina na copa’”, critica o escritor.

“Ah, mas faz parte da imprensa? Isso eu sei: má notícia quer notícia. Mas a má notícia nem tinha acontecido ainda… Não se deu nem chance de que se pusesse as coisas em ordem”, avalia Castro.


Ruy Castro é um jornalista reconhecido, que começou a trabalhar na imprensa na década de 60. A partir de 1988, passou a se dedicar a escrever livros, como “Chega de Saudade” (sobre a Bossa nova) e “Ela é Carioca” (sobre o bairro de Ipanema, no Rio), além das biografias “O Anjo Pornográfico” (Nelson Rodrigues), “Estrela Solitária” (Garrincha) e “Carmen” ( Carmen Miranda),


Leia outros textos de Radar da Mídia

a qualidade do “jornalista” e o grau de “imparcialidade” da sua prática jornalística


DANTAS: FOLHA E
CONTI TÊM UMA LÓGICA


Conti se senta no Panteão de Roberto Campos, Francis e o dos múltiplos chapéus. É a Gloria in Excelsis !


Conversa Afiada





Imagem que ilustra a matéria da BBC: a Gloria Superior


A Fel-lha (*), o Globo Overseas e o Mario Sergio Conti não cometeram apenas uma tolice, como disse o auto-proclamado tolo.

A tolice da Fel-lha, do Globo e de Conti têm uma lógica.

A lógica em que se sustentam o PiG (**) e seus interesses.

Um desses interesses é Daniel Dantas.

Conti dirigiu o detrito de maré baixa, onde deu crédito a entrevista que não passaria na peneira de um jornaleco de província – como demonstrou de forma irrefutável Paulo Nogueira.

Teve breve passagem no Jornal do Brasil, quando ajudou a enterrá-lo.

E dirigiu e apresentou o “Roda Morta”, quando foi mais tucano do que nunca.

E foi glorioso repórter da Fel-lha (o mau hálito está como as marginais (sic) de São Paulo).

Trata-se, portanto, de um exemplar exuberante de piguismo.

Neste momento, ele é colonista (***) simultaneamente do Globo e da Fel-lha, o que o coloca num panteão que só ocuparam Roberto Campos (que não teve uma única ideia que, antes, não tivesse sido formulada em inglês), Paulo Francis, vítima de infarte inoculado pela Petrobras …, e Elio Gaspari, Mestre de Conti e o de múltiplos chapéus, que fez de Geisel e Golbery o Washington e o Jefferson, fundadores da Democracia brasileira.

Excelsa companhia !

Portanto, a “barriga” de Conti é exemplar – nela se abriga a lógica do PiG.

Que virou notícia de televisão: abriu o Domingo Espetacular:




ELES CONFUNDEM ATÉ JORNALISTA! VEJA COMO É A VIDA DOS SÓSIAS


E, finalmente, a Gloria Superior: foram todos parar na seção de escárnio da BBC (que já tinha acabado de desmoralizar o Mainardi):




WORLD CUP 2014: BRAZIL BEMUSED BY INTERVIEW WITH ‘FAKE SCOLARI’

Mas, onde Conti se lançou rumo ao estrelato internacional foi mesmo na Fel-lha (a bílis se deteriora com a rapidez com que somem os anúncios …).

A Fel-lha e ele se unem de forma irremediável a esse Grande Herói do PiG e do Supremo Tribunal Federal: Daniel Dantas.

É o que demonstra amigo navegante que acompanha essas carreiras que se entrelaçam – de Dantas, Conti e da Fel-lha – e enviou o seguinte comentário:



Paulo Henrique,

A respeito da imensa repercussão de uma das maiores barrigas jornalísticas que se tem notícia, a do jornalista Mario Sérgio Conti, li com atenção o artigo do Paulo Nogueira reproduzido no seu Conversa Afiada.

Há muitos outros “pecados capitais”, que talvez você desconheça … Um deles relacionado a alguém que você conhece muito bem.

Em 30 de agosto de 2000, a Folha de S. Paulo publicou o mais laudatório “perfil” de Daniel Dantas de que se tem notícia.

Página inteira ou página dupla, não me lembro bem, mas a autoria do artigo é de Mário Sérgio Conti:



DANTAS ADMINISTRA INVESTIMENTO DE R$ 4 BI


Da leitura do “perfil” nota-se que Conti penetrou na intimidade de Dantas e aceitou todo o tipo de versão que ele e sua turma gostam de contar.

Conti só não conseguiu superar o Bajulador Jurídico e sua Ilustre descendência.

O interessante é que, 20 dias antes, o mesmo Mário Sérgio Conti publicou 2 matérias na mesma Folha, relatando o início do desmascaramento do Opportunity Fund nas Ilhas Cayman.

A primeira delas é esta aqui:



EX-SÓCIO ACUSA DANIEL DANTAS DE FALSIFICAÇÃO


Ela focava em uma “acusação de que Dantas falsificou documentos” que teria sido feita por ex-sócio.

Alguns dias depois, em 19 de agosto, Conti se vê na contingência de relatar que “Dantas é condenado pela Corte de Cayman”, ao invés de “sócio acusa Dantas de falsificação”:



DANTAS É CONDENADO PELA CORTE DE CAYMAN

Na matéria, Conti fala do Her Majesty Privy Council, onde os advogados do Opportunity “imediatamente” apresentariam recurso contra a decisão judicial unânime que lhes foi desfavorável.

Conti cobriu o início de um dos maiores escândalos econômicos do Brasil.

Mas, depois, preferiu não cobrir o caso.

Como é do conhecimento do mundo mineral – diz o teu guru, o Mino Carta - o Opportunity, Dantas e sua irmã Veronica, foram realmente ao Privy Council duas vezes, e foram fragorosamente derrotados em duas sentenças definitivas que são “listed cases” em toda a Common Wealth Britânica, fazendo jurisprudência mundial.

Pior, as sentenças do Privy Council confirmam definitivamente sentenças judiciais em que Daniel Dantas e Verônica Dantas foram considerados mentirosos, falsificadores de fichas bancárias e desrespeitadores da Corte


(http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1172212-EI6578,00.html ehttp://oposicaonoparedao.blogspot.com.br/2006/10/condenao-de-dantas-explica-reportagem.html).

Mario Sérgio Conti cobriu o começo da história. Fez uma matéria como se fosse uma “acusação de ex-sócio”. Teve que dar uma matéria uma semana depois em cima de uma decisão judicial onde destaca o “apelo imediato” do Opportunity. Logo a seguir faz um perfil laudatório do banqueiro e NUNCA MAIS FALOU DO ASSUNTO.

O único caso entre brasileiros com uma sentença definitiva na Suprema Corte Britânica.

Um banqueiro brasileiro com uma sentença definitiva que o considera falsificador de fichas bancárias.

Nada disso pareceu ter relevância jornalística para Conti, para a Folha nem para nenhum outro veículo em que ele trabalhou.

(O Mino Carta jamais o contrataria, porque, parece, o chama, num romance, de “Soslaio”. E a Carta, a Teletime e você, no Conversa Afiada, são os únicos que tratam do Dantas condenado. (E merecedor de dois fulminantes HCs Canguru !)

(Clique aqui para ver a reportagem do jornal nacional, que Gilmar Dantas (****) ignorou para dar o segundo HC Canguru.)

Conti e a Folha também não cobriram os vínculos de Daniel Dantas com o Mensalão do Marcos Valério, com o Mensalão Mineiro, o Caso Kroll, a CPI dos Correios.

Acho que isso diz muito sobre a qualidade do “jornalista” e o grau de “imparcialidade” da sua prática jornalística – e de seus patrões.

Assinado,


não é da conta da Fel-lha, como diz você


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(****) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. OLuiz Fucks que o diga.

Príncipes Renascentistas!


Quem envergonhou o Brasil aqui e lá fora?



17/06/2014




Pertence à cultura popular do futebol a vaia a certos jogadores, a juízes e eventualmente a alguma autoridade presente. Insultos e xingamentos com linguagem de baixo calão que sequer crianças podem ouvir é coisa inaudita no futebol do Brasil. Foram dirigidos à mais alta autoridade do pais, à Presidenta Dilma Rousseff, retraída nos fundos da arquibancada oficial.

Esses insultos vergonhosos só podiam vir de um tipo de gente que ainda têm visibilidade do pais, “gente branquíssima e de classe A, com falta de educação e sexista’ como comentou a socióloga do Centro Feminista de Estudos, Ana Thurler.

Quem conhece um pouco a história do Brasil ou quem leu Gilberto Freyre, José Honório Rodrigues ou Sérgio Buarque de Hollanda sabe logo identificar tais grupos. São setores de nossa elite, dos mais conservadores do mundo e retardatários no processo civilizatório mundial, como costumava enfatizar Darcy Ribeiro, setores que por 500 anos ocuparam o espaço do Estado e dele se beneficiaram a mais não poder, negando direitos cidadãos para garantir privilégios corporativos. Estes grupos não conseguiram ainda se livrar da Casa Grande que a tem entrenhada na cabeça e nunca esqueceram o pelourinho onde eram flagelados escravos negros. Não apenas a boca é suja; esta é suja porque sua mente é suja. São velhistas e pensam ainda dentro dos velhos paradigmas do passado quando viviam no luxo e no consumo conspícuo como no tempo dos príncipes renascentistas.

Na linguagem dura de nosso maior historiador mulato Capistrano de Abreu, grande parte da elite sempre “capou e recapou, sangrou e ressangrou” o povo brasileiro. E continua fazendo. Sem qualquer senso de limite e por isso, arrogante, pensa que pode dizer os palavrões que quiser e desrespeitar qualquer autoridade.

O que ocorreu revelou aos demais brasileiros e ao mundo que tipo de tipo de lideranças temos ainda no Brasil. Envergonharam-nos aqui e lá fora. Ignorante, sem educação e descarado não é o povo, como costumam pensar e dizer. Descarado, sem educação e ignorante é o grupo que pensa e diz isso do povo. São setores em sua grande maioria rentistas que vivem da especulação financeira e que mantém milhões e milhões de dólares fora do país, em bancos estrangeiros ou em paraísos fiscais.

Bem disse a Presidenta Dilma: “o povo não reage assim; é civilizado e extremamente generoso e educado”. Ele pode vaiar e muito. Mas não insulta com linguagem xula e machista a uma mulher, exatamente aquela que ocupa a mais alta representação do país. Com serenidade e senso de soberania pessoal deu a estes incivilizados uma respota de cunho pessoal:”Suportei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do rumo”. Referia-se às suas torturas sofridas dos agentes do Estado de terror que se havia instalado no Brasil a partir de 1968. O pronunciamento que fez posteriormente na TV mostrou que nada a tira do rumo nem a abala porque vive de outros valores e pretende estar à altura da grandeza de nosso país.

Esse fato vergonhoso recebeu a repulsa da maioria dos analistas e dos que sairam a público para se manfiestar. Lamentável, entretanto, foi a reação dos dois candidatos a substitui-la no cargo de Presidente. Praticamente usaram as mesmas expressões, na linha dos grupos embrutecidos:”Ela colhe o que plantou”. Ou o outro deu a entender que fez por merecer os insultos que recebeu. Só espíritos tacanhos e faltos de senso de dignidade podiam reagir desta forma. E estes se apresentam como aqueles que querem definir os destinos do país. E logo com este espírito! Estamos fartos de lideranças medíocres que quais galinhas continuam ciscando o chão, incapazes de erguer o voo alto das águias que merecemos e que tenham a grandeza proporcional ao tamanho de nosso país.

Um amigo de Munique que sabe bem o portugues, perplexo com os insultos comentou:”nem no tempo do nazismo se insultavam desta forma as autoridades”. É que ele talvez não sabe de que pré-história nós viemos e que tipo de setores elitistas ainda dominam e que de forma prepotente se mostram e se fazem ouvir. São eles os principais agentes que nos mantém no subdesenvolvimento social, cultural e ético. Fazem-nos passar uma vergonha que, realmente, não merecemos.


Leonardo Boff é professor emerito de Etica

Com a força do povo, venceremos de novo!

Eleições 2014
Dilma: Não fui eleita para arrochar salário, vender patrimônio e mendigar no FMI


publicada segunda-feira, 23/06/2014 às 10:11 e atualizada segunda-feira, 23/06/2014 às 11:18


Escrevinhador





Por Saul Leblon, na Carta Maior

O discurso da Presidenta Dilma na convenção do PT, que ratificou sua candidatura à reeleição, neste sábado, merece mais do que a atenção dispensada normalmente à retórica eleitoral.

Há ali, talvez, o sinal de uma importante transformação.

O economicismo perde espaço como ferramenta central da luta pelo desenvolvimento na concepção petista e no projeto de reeleição.

Essa primazia passa a ser agora da questão política.

A pavimentação do ‘novo ciclo histórico’ que se almeja construir, conforme as palavras da candidata, recai sobre uma democracia tonificada por reformas e pela ampliação de canais com a sociedade.

“A transformação social produzida por nossos governos criou as bases para a promoção de uma grande transformação democrática e política no Brasil. Nossa missão, agora, é dar vida a esta transformação democrática e política, sem interromper, jamais, a marcha da grande transformação social em curso. Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um Plebiscito (…) São tão amplos os desafios, as propostas e as tarefas que temos, que é mais apropriado chamar o que nos propomos construir de “novo ciclo histórico” – e não apenas de “novo ciclo de desenvolvimento”, disse a Presidenta.

No centro das propostas para um quarto mandato do PT no país, portanto, está a reforma política, mas também a ampliação da democracia participativa, através dos conselhos populares, e a democratização da comunicação, como lembrou outro orador do encontro, o presidente do PT, Rui Falcão.

A nova ênfase não ofusca a atenção aos desafios e metas para expandir os avanços econômicos e sociais acumulados nos últimos 12 anos.

‘Nosso Plano de Transformação Nacional será a ampliação do grande conjunto de mudanças que estamos realizando junto com o povo brasileiro’, disse Dilma.

E o ex-presidente Lula lembrou que a vitória em outubro passa por uma ampla mobilização para comparar resultados, ‘entre o que eles fizeram e o que nós realizamos’.

O que emerge agora, porém, é a aparente certeza de que nenhum outro compromisso relevante com a população será viável sem dispor do lastro institucional que assegure a celeridade e a sustentação do processo.

A babel partidária no Congresso, a supremacia do dinheiro privado nas campanhas , a desgastante formação das maiorias tornam impossível erguer as linhas de passagem para um novo ciclo de crescimento com a coerência e a rapidez requeridas pelos gargalos da economia e as urgências da sociedade.

Essa é a hora de um coração valente –como lembra o jingle da campanha pela reeleição.

Trata-se de um salto lentamente amadurecido no círculo dirigente do partido. Mas que ganhou impulso e a urgência de uma ruptura, a partir de dois acontecimentos: o processo da AP 470 e os protestos de rua por melhor qualidade de vida, iniciados em junho de 2013.

A narrativa martelada pelo dispositivo midiático conservador sobre esses episódios cuidou de selar o divisor de águas.

Não por acaso, na abertura do 14º Encontro dos Blogueiros e Ativistas Digitais, em 16 de maio, o ex-presidente Lula resumiria essa mudança em uma declaração peremptória: ‘ Sem reforma política não faremos nada neste país. E ela terá que ser construída pela rua, por uma Constituinte exclusiva. O Congresso que está aí pode mudar uma vírgula aqui, outra ali. Mas não a fará’, disse ele.

Não era força de expressão.

Trata-se de dar consequência institucional ao vapor acumulado na caldeira das realizações e das conquistas, mas também das demandas, gargalos e impasses da última década.

Reconhecido pelo FMI como a nação que mais reduziu o desemprego em pleno colapso mundial –11 milhões desde 2008, enquanto o mundo fechava mais de 60 milhões de vagas– o Brasil avulta agora como a ovelha negra aos olhos do padrão ortodoxo.

O pleno emprego verificado em sua economia impede que os ganhos de produtividade se façam pelo método tradicional de compressão dos holerites.

A ‘purga’ de desemprego e arrocho é a alternativa da ‘ciência’ conservadora para devolver ‘eficiência’ à indústria e moderação aos preços.

A receita é vendida diuturnamente como parte de um calendário inevitável após as eleições, ganhe quem ganhar, embora o ‘consenso’ não conte com a anuência da candidata que lidera a disputa:

‘Eu não fui eleita para trair a confiança do meu povo, nem para arrochar salário de trabalhador! Eu não fui eleita para vender patrimônio público, mendigar dinheiro ao FMI, e colocar, de novo, o país de joelhos, como fizeram! Eu fui eleita, sim, para governar de pé e com a cabeça erguida!’, disse a Presidenta Dilma na convenção de sábado.

Excluir o arrocho das prioridades de governo para relançar o crescimento encerra desafios respeitáveis.

Há problemas reais a enfrentar.

Ao resistir à ‘destruição criativa’ promovida urbi et orbi pela maior crise do capitalismo desde 1929, o Brasil tornou-se de fato um paradoxo.

De um lado, carrega um trunfo social vibrante.

Enquanto a renda do trabalho e a dos mais pobres esfarela em boa parte do mundo, vive-se o inverso aqui.

Entre 1960 e 2000, a fatia do trabalho na renda nacional havia recuado de 56,6% para algo abaixo de 50%.

Entre 2004 e 2010 essa participação cresceu 14,4%.

Em grande parte, segundo o Ipea, por conta do ganho real de poder de compra do salário mínimo, que cresceu 70% de 2003, como lembrou Dilma na convenção.

Sob governos do PT , os 10% mais pobres da população tiveram um crescimento de renda acumulado de 91,2%.

A parcela endinheirada ficou com um ganho da ordem de 17%.

Nas economias ricas, como demonstrou Thomas Piketty, o ciclo recente agravou um padrão feito de desigualdade ascendente.

Em alguns casos, a mais-valia absoluta está de volta, através de políticas de corte salarial puro e simples, ou do seu congelamento, associado à ampliação da jornada de trabalho.

Grécia, Portugal e Espanha são os laboratórios desse revival da aurora capitalista.

No total, 24% dos europeus não tem renda para sustentar suas necessidades básicas, entre as quais, alimentar-se.

Nos EUA, 47,5 milhões vivem com menos de 2 dólares por dia. O salário mínimo é inferior ao vigente na era Reagan.

Não é difícil imaginar o impacto dessa espiral regressiva na fragilização dos sindicatos e na predação de direitos.

Os custos salariais recuam celeremente em boa parte do mundo. O conjunto reposiciona os fluxos de comércio, as cadeias de produção e a renda no planeta.

A deterioração das relações de trabalho no ambiente global fura o bloqueio das políticas progressistas brasileiras através do canal do comércio exterior.

Uma parte da distribuição de renda promovida desde 2003 vaza para os mercados ricos, gerando encomendas e lucros por lá, através das importações baratas que sufocam a manufatura brasileira.

25% do consumo atual de manufaturados no Brasil tem origem em mercadorias importadas.

O déficit comercial específico nessa área em 2013 foi de US$ 105 bi.

A solução conservadora para esses desequilíbrios é martelada sem trégua pelo seu aparato emissor.

O Brasil precisaria, segundo essa visão das coisas, de um choque de juros e de um aumento do desemprego; um tarifaço para ajustar os ‘preços represados’ –sem correção dos salários, naturalmente ; bem como uma abertura comercial ampla, com cortes de tarifas, câmbio livre e mobilidade irrestrita para os fluxos de capitais.

O conjunto, assegura-se, permitiria desmantelar a couraça de ‘atraso e populismo’ que impede o país de voltar a crescer com eficiência e competitividade.

Trata-se, em síntese, de trazer para o país a crise e os desdobramentos que o PT evita desde 2008. De forma algo tardia e em dose única.

Esse é o programa de Aécio e assemelhados para colocar o Brasil em linha com o cânone global.

As intervenções da Presidenta Dilma –reforçadas na convenção do PT– rechaçam a panaceia conservadora.

Seu entendimento é o de que é possível interromper a sangria com medidas destinadas a elevar a produtividade, em duas frentes: a média prazo, com educação, reforma tributária e incentivos ao investimento; a curto prazo, retomando a redução dos juros e a desvalorização do câmbio, tão logo se consolide o recuo da inflação.

A aposta exige forte coordenação do Estado sobre os mercados para funcionar.

E só funcionará associada a uma ampla pactuação de metas para o ‘novo ciclo histórico’ preconizado pela Presidenta Dilma, com o engajamento de partidos, sindicatos e movimentos sociais nesse mutirão democrático.

Exatamente porque é –e será, cada vez mais necessário politizar a discussão dos dois modelos em disputa no país, a reforma política e a regulação da mídia assumiram a centralidade das preocupações de Dilma, Lula e do PT.

Ampliar essa conscientização é o desafio da campanha progressista até as urnas de outubro.

Sem o engajamento de milhões de corações valentes, a dinâmica do ajuste brasileiro deslizará inevitavelmente para a chave do arrocho.

Ganhe quem ganhar no voto.

Abaixo, leia a versão integral do discurso da presidenta Dilma na Convenção do PT:

Companheiras e companheiros,

Agradeço, do fundo do meu coração, mais esta prova de confiança. Estou com a alma tomada da mais profunda gratidão e alegria.

Quero transformar, mais uma vez, este sentimento em compromisso – e também em convocação.

Por isso, digo:
É hora de seguir em frente, companheiras!
É hora de fazer mais mudanças, companheiros!
É hora de construir mais futuro, queridos militantes e queridas militantes!
É hora de ampliarmos a extraordinária transformação pacífica que estamos fazendo há mais de uma década!

Quatro anos atrás, eu disse em uma convenção igual a esta: “Lula mudou o Brasil e o Brasil quer continuar mudando. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança.”

No meu discurso de posse, eu disse: “Temos um desafio enorme porque o país é outro, porque mudou de patamar, e todo povo que muda de patamar quer mais e melhor. Não quer e não pode retroceder”.

Hoje, estas palavras continuam bem atuais. Elas demonstram visão estratégica e trazem uma forte sensação de dever cumprido. O Brasil quer seguir mudando pelas mãos dos que já provaram capacidade de transformar profundamente o País e melhorar a vida de nosso povo.

Nós – o PT e os partidos aliados – tivemos competência de implantar, nos últimos 11 anos, o mais amplo e vigoroso processo de mudança da história do país.

Que, pela primeira vez, colocou o povo como protagonista;
Que retirou 36 milhões de brasileiros da miséria;
Que levou 42 milhões para a classe média;
Que fez, em pouco mais de uma década, a maior redução da desigualdade social de nossa história.
E isso não pode parar.

Companheiros e companheiras,
Quero conversar com vocês sobre as grandes batalhas que vamos enfrentar.

Se na eleição do presidente Lula a esperança venceu o medo, nessa eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação; o nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado.

Presidente Lula: quando há 12 anos, você assumiu a presidência, o Brasil era um.

Quando a deixou, o Brasil era outro, completamente diferente e muito melhor. De fato, a esperança tinha, em definitivo, vencido o medo

Quando eu assumi o governo, o mundo era um. Pouco tempo depois, o mundo era outro.
A verdade é que a crise econômica e financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das maiores economias do mundo, mas boa parte do sistema político e econômico mundiais, ao aumentar o desemprego, abolir direitos e semear a desesperança.

Porém, o Brasil, dessa vez não se rendeu, não se abateu, nem se ajoelhou!

O Brasil soube defender, como poucos, o mais importante: o emprego e o salário do trabalhador – e foi o País que melhor venceu esta batalha!

Antes dos nossos governos, o Brasil se defendia das crises arrochando os salários dos trabalhadores, aumentando as taxas de juros a níveis estratosféricos, aumentando o desemprego, diminuindo o crescimento, vendendo patrimônio público.

Com essa política desastrosa alienavam o futuro do País! A partir de nós, não.

Pela primeira vez em nossa história, o trabalhador não pagou o preço da crise.

Enquanto, no resto do mundo, a crise devorou, desde 2008, 60 milhões de empregos, aqui foram criados 11 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.

Mantivemos a política de valorização do salário mínimo e reajustamos o benefício do Bolsa Família sempre acima da inflação.

Fomos o país que mais venceu a luta contra a miséria.

O que consolidou o maior programa de habitação popular e o que está realizando algumas das maiores obras de infraestrutura do mundo.

O País que, fortalecendo a Petrobrás, descobriu o pré-sal e criou o modelo de partilha.

Este novo Brasil conseguiu implantar o maior programa de educação profissional de nossa história.

Conseguiu ampliar as oportunidades para as mulheres, os jovens e os negros;
Levar + médicos a 3.800 municípios;
Melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis;
E acelerar os avanços de nossa infraestrutura econômica e social.

Conseguimos fazer isto porque nunca esquecemos os nossos compromissos mais profundos.
Sempre que as dificuldades aumentavam e o governo recebia pressões de todos os lados, eu repetia para mim mesma:

Eu não fui eleita para trair a confiança do meu povo, nem para arrochar salário de trabalhador!
Eu não fui eleita para vender patrimônio público, mendigar dinheiro ao FMI, e colocar, de novo, o país de joelhos, como fizeram!

Eu fui eleita, sim, para governar de pé e com a cabeça erguida!

Companheiras e Companheiros,

Fizemos muito, mas precisamos fazer muito mais, porque as necessidades do povo ainda são grandes.

Por mais que a nossa década tenha vencido o legado perverso das décadas perdidas que herdamos, ela não poderia ter resolvido problemas que se arrastam há séculos.
O povo quer mais e melhor – e nós também.

Temos, agora, uma oportunidade rara na história: criamos as condições para defender os grandes resultados de um ciclo extraordinário e, ao mesmo tempo, temos força para anunciar o nascimento de um novo ciclo de desenvolvimento.

Este novo ciclo manterá os dois pilares básicos do nosso modelo – a solidez econômica e a amplitude das políticas sociais – e trará avanços ainda maiores na melhoria da infra-estrutura e dos serviços públicos, na qualidade do emprego, no desenvolvimento tecnológico e no aumento da produtividade da nossa economia.

Este novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é uma transformação na qualidade da educação.

E não adianta ficar dando voltas: a transformação da educação só se consolida com a valorização plena e real do professor – com melhores salários e melhor formação.

Já começamos a fazer isso e vamos acelerar muito mais quando ingressarem os 75% dos royalties do petróleo e os 50% do excedente em óleo do pré-sal. Todos destinados à educação.

Companheiros e companheiras,

Nos últimos onze anos, o país testemunhou o maior crescimento do emprego, a maior valorização do salário e a maior distribuição de renda da sua história.

O salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação e geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada.

Foi também o mais longo período de inflação baixa da história brasileira.

No novo ciclo que vamos construir é necessário consolidar e aprofundar ainda mais estas conquistas.

Um avanço decisivo será melhorar a qualidade do emprego. Isso pressupõe melhor ensino técnico e formação profissional, inovação e desenvolvimento tecnológico. A conseqüência será um forte aumento da produtividade da nossa economia

Para melhorar a formação profissional dos brasileiros, implantei o Pronatec: o maior programa de ensino técnico e qualificação de nossa história.

Demos, também, continuidade a obra extraordinária de Lula, consolidando o Enem, ampliando o Prouni e o Fies, criando novas universidades e escolas técnicas.

Implantei a política de quotas para as escolas públicas e o Ciência sem Fronteiras, o maior programa de bolsas de estudos no exterior de nossa história.

O Pronatec já tem 7,4 milhões de matrículas. Um feito e tanto que não vai parar por aí!

Na quarta-feira passada, lançamos o Pronatec-2 que, a partir de 2015, vai ampliar para 12 milhões estas vagas, distribuídas em 220 cursos técnicos e 646 cursos de qualificação, todos gratuitos.
Em 2018, teremos formado 20 milhões de brasileiros e brasileiras.

Companheiros e companheiras,

São tão amplos os desafios, as propostas e as tarefas que temos, que é mais apropriado chamar o que nos propomos construir de “novo ciclo histórico” – e não apenas de “novo ciclo de desenvolvimento” -, o que nos propomos construir, junto com o povo brasileiro.

Este ciclo pressupõe uma transformação educacional, uma revolução tecnológica e uma revolução no acesso digital. E, ao mesmo tempo, uma reforma dos serviços públicos, uma reforma urbana, uma reforma política e uma reforma federativa.

Este novo ciclo histórico já está sendo gestado, em parte, pelos programas e projetos que estão em andamento, como o PAC, o Minha Casa, Minha Vida, o Pronatec, o Ciência sem Fronteira e os grandes investimentos em infraestrutura.

O Minha Casa, Minha Vida é, na verdade, um vigoroso pilar do grande plano de reforma urbana que já começamos a implantar.

Como também o são os vultosos projetos de mobilidade em execução nas principais cidades brasileiras, que somam recursos de 143 bilhões de reais.

Junto com todos os investimentos em saneamento básico e acesso ao abastecimento de água.
Durante a campanha, teremos condições de debater e aprofundar, com a sociedade brasileira, o Plano de Transformação Nacional, e todo seu conjunto de reformas que produzirá um novo salto de desenvolvimento para o Brasil.

Uma peça importante do plano é o programa Brasil Sem Burocracia. Nenhum país do mundo acedeu ao desenvolvimento sem romper as amarras da burocracia.

Para avançarmos, é necessário tornar o Estado brasileiro, não um estado mínimo, mas um Estado eficiente, transparente e moderno.

Outro programa decisivo é o Banda Larga para Todos, com o qual vamos promover a universalização do acesso de todos os brasileiros a um serviço de internet barato, rápido e seguro.
O programa pressupõe tanto a expansão da infra-estrutura de fibras óticas e equipamentos de última geração, como o uso da Internet como ferramenta de educação, lazer e instrumento de participação popular, em especial nas decisões do governo.

A reforma urbana que imaginamos engloba não apenas a rediscussão do uso do espaço urbano – e a melhoria da oferta da casa própria e do saneamento básico – mas também transformações decisivas na mobilidade, no transporte público e na segurança.

Já a reforma dos serviços públicos dará uma atenção especial à melhoria da qualidade da saúde.
Fizemos o Samu, as Upas, os medicamentos gratuitos do Aqui Tem Farmácia Popular, a Rede Cegonha e o + Médicos, um programa estratégico que fortalece o SUS e, portanto, a atenção básica de saúde .

Temos nos esforçado muito, mas os serviços de saúde precisam sofrer, ainda, uma transformação mais profunda para ficar a altura das necessidades dos brasileiros.

Companheiras e companheiros,

Um Plano de Transformação Nacional desta envergadura, só pode se concretizar com uma ampla reforma, capaz de redefinir os papéis dos entes federados.

Não é por acaso que alguns dos serviços públicos que apresentam mais deficiência são os que têm interface entre os governos federal, estaduais e municipais.

É preciso reestudar e redefinir novos papéis e novas funções para os entes federados, porque a complexidade crescente dos nossos problemas exige esta mudança.

É importante que a redefinição do pacto federativo integre o âmbito da grande reforma política que o Brasil necessita.

Esta reforma é fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública.
A transformação social produzida por nossos governos criou as bases para a promoção de uma grande transformação democrática e política no Brasil.

Nossa missão, agora, é dar vida a esta transformação democrática e política, sem interromper, jamais, a marcha da grande transformação social em curso.

Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um Plebiscito.

Companheiros e companheiras,

Nosso Plano de Transformação Nacional será a ampliação do grande conjunto de mudanças que estamos realizando, junto com o povo brasileiro.

Significa mais oportunidades para os brasileiros no nosso território e mais oportunidades para o Brasil no mundo.

Oportunidade tem sido nossa palavra-chave.

Antes do PT e dos partidos aliados chegarem ao poder, as oportunidades para um brasileiro subir e crescer na vida eram poucas, quase nulas.

Hoje são muitas!

Vamos continuar transformando o Brasil em um país de oportunidades para todos, em especial para os grupos majoritários historicamente marginalizados: as mulheres, os negros e os jovens.

Como mulher – e primeira presidenta – sei que a igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um princípio essencial da democracia e um poderoso estímulo ao progresso de uma nação.

Sei, que nesta tarefa de continuar mudando o Brasil, conto com o apoio insuperável desta combativa militância do PT, e de todos os nossos partidos aliados.

É uma sorte e um privilégio contar com vocês!

É uma sorte e um privilégio ter um vice da estatura de Michel Temer – um estadista e um companheiro de todas as horas.

Sou, hoje, uma governante ainda mais madura e disposta a enfrentar desafios.
Pronta para ouvir e propor novas idéias.

Tive o desafio de suceder uma lenda viva.

Um gigante que em muitas áreas fez mais, em 8 anos, do que outros governos em 80.
Eu preciso de mais quatro anos para poder completar uma obra à altura dos sonhos e desafios do Brasil.

Para fazer isso, preciso do apoio dos brasileiros e, especialmente, desta grande militância.
Precisamos ir às ruas explicar o que fizemos e o que podemos fazer.

Precisamos ter uma conversa toda especial com os mais jovens, pois eles não puderam testemunhar todo processo de transformação que o Brasil passou nos últimos onze anos.
A campanha é para isso: para lembrar o passado e, antes de tudo, explicar o futuro.
Mas a nossa campanha tem que ser uma festa de paz.

Eu nunca fiz política com ódio.

Mesmo quando tentaram me destruir física e emocionalmente, por meio de violências físicas indizíveis, eu continuei amando o meu país e nunca guardei ódio dos meus algozes. Por isso vencemos a luta pela democracia.

Eu sou como o povo brasileiro.

Não tenho rancor, mas não abaixo a cabeça. Não insulto, mas não me dobro. Não agrido, mas não fico de joelhos para ninguém.

Não perco meu tempo odiando meus adversários porque tenho um país para governar, um povo para representar, um modelo de emancipação popular para executar e proteger dos que tentam bloqueá-lo.

A nossa campanha precisa ser, antes de tudo, uma festa de alto astral.

Abaixo a mediocridade! Abaixo o pessimismo e o baixo astral!

As grandes vitórias brasileiras são construídas com o fermento da alegria e do otimismo.

Vejam como a Copa está dando uma goleada descomunal nos pessimistas.

Sonhemos, companheiras e companheiros! Sonhemos sonhos heróicos e sem limites.

Antes de tudo, amemos o Brasil e nossos compatriotas, com toda a força do coração.

Não deixemos o ódio prosperar em nossas almas.

Recolhamos as pedras que atiram contra nós e as transformemos em tijolos para fazer mais casas do Minha Casa, Minha Vida.

Recolhamos os panfletos apócrifos, com falsas denúncias, e os transformemos em cartilhas e material pedagógico para assegurar educação de qualidade para nosso povo.

Recolhamos os impropérios e as grosserias e os transformemos em versos de canções de esperança no futuro do Brasil.

Com a força do povo, venceremos de novo. Viva o Brasil! Viva o Povo Brasileiro.




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