domingo, 18 de maio de 2014

internauta parasita alienígena virulento

Como você usa a internet?


O internauta parasita alienígena virulento de mil dedos


penso que penso, logo desisto







Na internet da “LIBERDADE DE EXPRESSÃO” pode-se dizer o que quiser! É um muro das lamentações pichado de palavrões ilegíveis e mal grafados por adolescentes de meia idade que até sabem escrever, mas estão ocupados demais para ler.

Dicotômicos sem o menor constrangimento, alternam reivindicações de #MaisAmorPorFavor com discursos de ódio e difamações irresponsáveis. Aliás, responsabilidade é palavra bonita feita feia por quem acha que ela serve para responsabilizar os outros. É um dos mil dedos do internauta padrão, a tal responsabilização...

Este alienígena nascido analógico e atualizado posteriormente para uma versão digital - quando seu cérebro já estava atrofiado e viciado em formadores de opinião disfarçados de disseminadores de informação - não sabe o que fazer com tantos dedos... Não sabe, não quer saber e tem raiva – muita raiva, mesmo – de quem tentar lhe ensinar algo sobre este mundo novo onde ele passa grande parte da sua vida atual de parasita.

Claro que um monstro de mil dedos só pode ser um parasita e, que bom que ele é só um pé no saco, pois se fosse também um dedo no cu estaríamos fodidos, literalmente!

O parasita de mil dedos se esqueceu que tem dois olhos, dois ouvidos e uma só boca para ver e ler em dobro, ouvir em dobro e falar pela metade. Já que usa os dedos para se comunicar e, tendo mil deles, vai clicando, curtindo, compartilhando sem a menor preocupação em saber do que está falando.

Segue tendo como referência a velha mídia analógica de seu tempo. A televisão e o rádio permanecem ligados, ainda recebe o jornal em casa toda manhã e nem se dá conta de que não sabe usar seus olhos e ouvidos, mas ainda assim seus olhos e ouvidos são usados.

Vai assimilando desconhecimento por osmose e pela repetição... Igual música ruim que gruda nas cabeças ocas com suas onomatopeias repetidas à exaustão, o discurso pseudo informativo recheado de opinião tendenciosa vai se instalando em seu cérebro pre-cibernético tal qual programinhas inúteis e maliciosos vão se instalando em seu computador cada vez que ele baixa um arquivo inocente na web.

Não sabe de onde saiu tantas barras de ferramentas, joguinhos e emotions, que negócio é esse que lhe manda acelerar o PC o tempo todo e porque seu mecanismo de busca é o Ask.com... Aquela nova página inicial até que é bem legal... Seu cérebro atrofiado é exatamente igual!

A mesma falta de lógica que quer utilizar o computador para seu benefício sem dedicar um tempinho para entender seu mecanismo se aplica à internet e à vida. Parte da preguiça mental em aprender qualquer coisa que não lhe trará benefícios financeiros e, portanto, é considerado cultura inútil. O parasita virtual é grupo/comportamento de risco disseminador de vírus, compartilhador de memes (e nem sabe o que é isso) e atrofiador de cérebros.

Não sabe, não quer saber e tem raiva, muita raiva, mesmo...

Experimente contraria-los e serás tachado de intolerante, de censor, de regulador das postagens alheias... “O Facebook é meu e eu posto o que quiser! ”, “Opinião é que nem cu! ”, “Eu vejo nas ruas, não preciso ler! ”, são algumas frases recorrentes dos virulentos.

Generalizações como “as religiões”, “os religiosos”, “os políticos”, “os vagabundos”, estão presentes na maioria de seus discursos monocromáticos de meio parágrafo. Normalmente acompanhadas de “absurdo”, “vergonha”, “país de merda”, “só no Brasil” e “só matando”...

Alternam pichações desta natureza com autoajuda, filosofia oriental de almanaque, frases de “O Pensador” e muitas citações de Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu.

O alienígena virulento de mil dedos se acha um mestre acima de qualquer autocrítica (nem sabe o que isso significa) e a frase feita que lhe representa com maior grau de exatidão é “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço! ”

Para tudo que ouviu dizer que está errado ele usa seus mil dedos para apontar culpados (julgados, condenados e, se dependesse dele, executados sem direito à defesa) e para crucificar os vilões responsáveis pelo mundo/país estar tão ruim. Mas não dá exemplo de responsabilidade... Não usa seus mil dedos para pesquisar, ler e se inteirar dos assuntos prejulgados que espalha com sua “opinião que nem cu”.

Não se preocupa se a página que ele curtiu e compartilhou é homofóbica, machista, defende a ditadura ou prega linchamentos. Não entende que ele é cúmplice do ódio e da desinformação disseminada pelas páginas que ele avaliza (nem sabe que está avalizando).

Sua preguiça mental é tanta que, mesmo com mil dedos, não consegue clicar numa foto do cachorrinho perdido para verificar se já não foi encontrado, compartilha e pronto, se sente o benfeitor dos animais abandonados. Sua percepção não compreende que isso é quase como soar alarmes falsos ou passar trote para ambulâncias.

O internauta parasita alienígena virulento de mil dedos é profícuo em apontar culpados, e pensa que assim se isenta da responsabilidade de encontrar soluções. Repete o senso comum para parecer politizado e reclama do governo e dos mal-educados, mas é incapaz de educar-se, não estuda nada que não lhe traga um diploma e agregue valor ao seu currículo, desqualifica argumentadores e se recusa a qualificar seus argumentos, pois entende que “todos sabem disso” ou “deu na TV/jornal” são argumentos irrefutáveis.

O internauta parasita alienígena virulento de mil dedos é alienado por opção, irresponsável por comodismo, resmungão por hábito, burro por condicionamento mental, pretensioso por autoestima autoajudada, mas, é sobretudo uma “boa alma cheia de boas intenções! “

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