sábado, 30 de novembro de 2013

pó, pára vampiro! deixa a gente vivê em paiz

Revelações do lado de lá
Rovai: tem vampiro na história do “helipóptero”


publicada sexta-feira, 29/11/2013 às 11:08 e atualizada sexta-feira, 29/11/2013 às 11:08


Escrevinhador



por Renato Rovai no site da Revista Fórum


O telefone toca. É ele, meu amigo ave. Ele sempre liga nos momentos mais inusitados.

- Tudo bem maestro, me diz ele.

Ele sempre me chamou assim. Desde o dia que numa assembléia estudantil ele cismou que eu fiz o povo cantar.

- Fala, ave.

Eu só fui chamá-lo assim depois de uns anos. Por conta de algo que talvez não seja assim tão necessário explicar. Ave é meu amigo do lado de lá.

- Tô te achando estranho, maestro. Você não se deu conta de nada ou ficou quietinho porque o vampiro te conquistou?

- Eu, hein, você tá cada dia mais esquisito…rs.

- Vocês são muito fraquinhos. Ficam só na superfície. Não consigo entender como os caras ainda tomam baile de vocês.

- Quer saber, ave, nem eu…

(rimos juntos)

Vou resumir. Ave tem certeza que tem vampiro nessa história do helicóptero.

Por que ele acha isso?

Ave elenca suas hipóteses:

1) O vampiro é quem manda na PF.

2) Se não acredita, pergunta pra Roseana que ela te conta como foi o caso Lunus, me disse ele.

3) Se não acredita, pergunta pros aloprados do PT que tentaram comprar um dossiẽ, me diz ele.

4) Se não acredita, me diz ele, pergunta pro rapaz das Gerais.

Ave jura que boa parte das aves entendeu o recado do avião com 450 quilos de cocaína apreendido pela PF.

Ave jura que essa é a senha de sempre. E diz gargalhando: “pó, pára governador…”.

E que no aviário, quando o assunto é poeira, todos entendem o recado.

E sabem da onde vem a ventania.

Entendem que é dia de lua cheia.

Digo que não acredito em vampiros.

Ave ri ainda mais alto.

E diz, você não. Mas a gente tem certeza que ele existe.

E que não ficou no aviário à toa.

E que vai comer muitas aves antes da lua cheia sair de cena.

E desliga o telefone.

Não sem antes dizer. Pode publicar.




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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

enquanto isso os ingênuos seduzidos... se deleitam em questões sobre os tiros em Dallas... e a nossa história contada por jornalões sem o DARF... até quando


JANGO, KENNEDY E A
COBERTURA DA GLOBO


Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília foram relegados à parte inferior de O Globo.

Conversa Afiada






O Conversa Afiada reproduz artigo de Dario Pignotti, extraído da Carta Maior :



JANGO, JFK E GLOBO



Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília foram relegados à parte inferior de O Globo.

@DarioPignotti

São Borja e Brasília – Para ler o jornal O Globo em São Borja “geralmente temos que esperar até o meio-dia quando ele vem pelos ônibus que chegam de Porto Alegre”, diz um taxista que me leva até o centro da cidade, na praça 15 de Novembro, em frente à Igreja Matriz, onde o presidente João Goulart foi velado com o caixão aberto em dezembro de 1976. Naquela noite os saoborjenses desafiaram a ditadura lotando a igreja para dar um adeus (não sabiam que era só o primeiro) ao seu líder, apesar de as autoridades do III Exército terem ordenado que ele fosse enterrado imediatamente após chegar da Argentina, onde faleceu no dia 6 de dezembro de causas até hoje não esclarecidas.

“Eu me lembro do velório de Jango, quando o povo quis ir se despedir do presidente. Ele era muito querido aqui, havia uma multidão de gente na Igreja”, recorda outro taxista, coincidentemente apelidado de Jango, que veste uma camiseta colorada do Internacional enquanto me conduz até o Cemitério Jardim da Paz onde os restos do ex-mandatário foram exumados na madrugada de 14 de novembro para, horas mais tarde, serem recebidos pela presidenta Dilma em Brasília com honras de Estado.

Na cidade de São Borja a memória da ditadura continua tão viva que impregna a vida cotidiana: as suspeitas sobre o envenenamento de Jango são compartilhadas pelo ancião com bombachas e chapéu de gaúcho parado em frente ao cemitério e pelos estudantes de Ciências Políticas da Universidade Federal participantes da audiência pública onde se exigiu do governo federal que seus restos sejam devolvidos logo depois dos estudos que se realizam em Brasília.

O país visto desde São Borja, onde Goulart é uma espécie de Camelot mitológico, é diferente do narrado no jornal O Globo e outros veículos de propriedade dos herdeiros de Roberto Marinho.

A exumação do presidente morto no exílio quando estava na mira do Plano Condor, responsável pelos assassinatos (alguns por envenenamento) de vários líderes da região, possivelmente seja o acontecimento mais consistente ocorrido no Brasil no caminha na direção do resgate da memória e da verdade sobre o que ocorreu sob a ditadura, a menos investigada da América Latina.

Fatos similares, como a exumação sob a supervisão de especialistas internacionais (como ocorreu com Goulart) do ex-presidente Salvador Allende e, posteriormente, do prêmio Nobel Pablo Neruda, no Chile, absorveram a atenção pública e o interesse da imprensa por semanas. Aqui não foi assim.

Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília por Dilma, Lula e outros ex-presidentes, foram relegados à terça parte inferior da capa do jornal O Globo, no dia 15 de novembro. A parte superior foi dedicada à notícia da possibilidade de que o ministro Joaquim Barbosa ordenasse a detenção dos condenados pelo mensalão. A Folha de S.Paulo adotou uma perspectiva similar. Para a empresa de Frias Filho, o fato de maior destaque foi o engarrafamento de 309 quilômetros ocorrido em São Paulo, publicado como manchete com uma generosa foto, muito acima do retorno de Goulart a Brasília, 37 anos depois de sua morte e 49 do golpe de Estado que o destituiu para estabelecer uma “ditabranda”.

Nada se fará até 2029

Os crimes de Estado, de Júlio César até John Fitzgerald Kennedy, foram perpetrados por uma teia de interesses nunca revelados por completo, disse o procurador norte-americano Jim Garrison em sua intervenção perante uma corte de Nova Orleans em 1969, quando apresentou vasta informação sobre a participação de agentes da CIA combinados com mafiosos anticastristas no assassinato do presidente dos EUA, no dia 22 de novembro de 1969. A grande imprensa, denunciou o solitário Garrison, foi cúmplice do encobrimento excitando o público com mentiras sonoras, campanhas patrióticas e outras artimanhas de desinformação, para desviar a atenção da verdadeira trama escondida debaixo dos disparos que destroçaram o crânio do presidente a bordo do Lincoln preto na sulista e racista Dallas.

A autópsia de Kennedy foi manipulada por peritos militares, testemunhas incômodas e cúmplices suspeitos da conspiração morreram em circunstâncias estranhas. Uma comissão tutelada pela Casa Branca concluiu que o magnicídio havia sido urdido e executado por um mitômano Lee Oswald, caracterizado como um sujeito antissocial e pervertido pelo ideário comunista da União Soviética. Uma tese tão discutível como a que assegura que foram naturais as causas da morte de João Goulart e ridiculariza a suspeita de um plano para envenená-lo, como denunciou o ex-agente dos serviços uruguaios Mario Neira Barreiro, preso na penitenciária de Charqueadas, no Rio Grande do Sul.

Questiona-se, e é correto fazê-lo, a credibilidade de alguém como Neira Barreiro que foi parte da organização terrorista Condor e confessa ter participado na morte de Goulart e no plano para eliminá-lo.

Os anais dos crimes políticos estão repletos de personagens como Neira Barreiro, cujas confissões (se verdadeiras) são chave para descerrar o véu da mentira. Um exemplo é o colaborador da CIA, David Ferrer, membro da organização que teria matado Kennedy, que, ao ver-se cercado por seus companheiros, aceitou colaborar com o promotor Garrison. Antes de depor perante o júri, o anticastrista e anti-Kennedy Ferrer apareceu morto em seu apartamento. Derrotado na corte e ridicularizado pela indústria midiática, Garrison se limitou a dizer que essa derrota jurídica era o primeiro passo para uma vitória política que chegaria em 2029, quando serão liberados os arquivos da Casa Branca.

O glamour do golpista

Em São Borja já se fala do segundo enterro de Jango previsto para 6 de dezembro (37 anos depois do primeiro) quando seus restos retornaram ao jazigo familiar do Cemitério Jardim da Paz depois de terem sido analisados no Instituto de Criminalística de Brasília e suas mostras enviadas a laboratórios estrangeiros onde se procurará, se ainda for possível, determinar a causa de sua morte.

Em uma audiência pública realizada no centro de tradições gaúchas, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e seu colega da Justiça, José Eduardo Cardozo, firmaram, ante a comunidade de São Borja, uma ata de compromisso que garante o retorno do corpo de Jango a sua terra. Surpreende o contraste entre a memória vida do povo de São Borja e a imprensa que ainda domina, com menos hegemonia que outrora, as estruturas de formação da opinião de massas.

Aguardei sem sucesso durante dois finais de semana a publicação de grandes suplementos históricos sobre a saga de Goulart, de volta à vida política 36 anos depois do enterro. Supus que seriam editados extensos cadernos com reportagens investigativas e ensaios sobre o líder democrático das reformas de base deposto, de modo similar ao que ocorreu na imprensa do Chile em setembro deste ano por ocasião dos 40 anos do golpe e da morte de Salvador Allende, ou na imprensa dos EUA, nos 50 anos do assassinato de Dallas.

Nada ou quase nada foi publicado nos grandes jornais do eixo Rio-São Paulo, no formato de caderno especial, sobre João Goulart reposto em sua condição de presidente em Brasília. Por outro lado foram editadas páginas especiais dedicadas a John Fitzgerald Kennedy.

O ápice do despropósito editorial, além de condenar Goulart à morte noticiosa, foi ter tratado o mandatário norte-americano como um personagem fascinante ou, para citar O Globo de 22 de novembro, “Presidente Celebridade”. Em rigor, para os brasileiros, Kennedy foi algo muito distinto ao galante democrata de acordo com o olhar do diário da família Marinho, provincianamente fascinado com o mito de Camelot.

Longe dessa leitura global, a realidade histórica brasileira, materializada no golpe de 1964, ensina que JFK, na verdade, foi um anticomunista primário, um conspirador que avaliou desde o Salão Oval da Casa Branca, durante um encontro com o embaixador Lincoln Gordon, a progressão da desestabilização contra Jango, como ficou refletido no notável documentário “O Dia que durou 21 anos”.


Tradução: Marco Aurélio Weissheimer


Clique aqui para ler “Jango não foi deposto”.

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Contribuição do baitasar






arquitetura do trabalho intelectual


Ciência Livre: vale a pena um professor criar o seu blog


É incrível sermos inundados por bobagens nos meios de comunicação sem que o peçamos, e que dificultemos o acesso a trabalhos científicos essenciais.

Carta Maior / Educação


Ladislau Dowbor




Na virada do milênio, decidi repensar os meus arquivos e as minhas publicações. Hoje posso fazer um balanço. Como professor e pesquisador, na área de desenvolvimento econômico, social e ambiental, tenho naturalmente que trabalhar com inúmeras publicações dos mais diversos tipos, textos, estatísticas, relatórios internacionais, artigos pontuais, além da minha própria produção. Fortemente pressionado pelo meu filho Alexandre, que achava pré-históricas (já naquela época) as minhas pilhas de papéis, pastas e clips, dei uma guinada, passei para o digital. Agradeço hoje ao meu filho, que me ajudou a montar o meu primeiro site. Alguns já chamam este tipo de ajuda de filhoware.

Decidi fazer este pequeno balanço porque deve ajudar muita gente que se debate com a transição. Deixem-me dizer desde já que o resultado não foi uma migração simples para o digital, e sim uma articulação equilibrada do impresso e do digital, bem como de publicação tradicional com publicação online. Chamemos isto de arquitetura do trabalho intelectual.

O ponto de partida foi o meu blog, http://dowbor.org, hoje de ampla utilização nacional e internacional, se é que esta distinção ainda existe. O sucesso não se deve apenas ao interesse do que eu escrevo e à facilidade de acesso que o blog permite, mas ao fato que do lado do usuário – leitor, aluno ou colega professor – houve uma drástica mudança de comportamento: a cultura digital do livre acesso está se tornando dominante. De certa forma, estamos adequando a oferta à nova demanda e ao novo formato de uso que emerge.

Deixem-me lembrar a força da dinâmica: o MIT, principal centro de pesquisa dos EUA, criou o OpenCourseWare (OCW), gerando em poucos anos mais de 50 milhões de textos científicos baixados gratuitamente pelo mundo afora. Harvard aderiu ao movimento com o EdX, a China trabalha com o CORE (China Open Resources for Education), a Universidade da Califórnia entrou na corrente em 2013, a Inglaterra contratou Jimmy Wales, criador da Wikipedia, para gerar um sistema de acesso gratuito online a toda pesquisa e publicação que tenha participação de dinheiro público. E quando áreas de excelência do mundo científico abrem o caminho, é provável que se trate do futuro mainstream. No Brasil estamos dando os primeiros passos, com Recursos Educacionais Abertos (REA), de maneira ainda muito tímida.

Isto dito, eu que não sou nenhum MIT, constatei nestes anos de experiência prática do meu blog o seguinte, esperando que as informações sejam úteis:

1) A criação de um blog individual de professor representa um investimento extremamente pequeno, comparando com o benefício obtido, sobre tudo porque hoje temos estagiários blogueiros da nova geração que tiram isto de letra. Não custará muito mais do que uma bicicleta. A alimentação do blog, por sua vez, é igualmente simples, basta escrever alguns passos no papel e seguir. E se tiver filho é mais simples ainda.

2) Ter um blog não é um ônus em termos de tempo, pelo contrário. As pessoas imaginam ter de “alimentar” um blog, ou seja, comunicar o tempo todo. Um blog científico, na realidade, como o meu, é muito mais uma biblioteca de fácil acesso universal, do que uma “newsletter” que eu tenha de acompanhar e administrar.
Não faz muita diferença com uma estante na minha biblioteca, com a diferença que é muito mais fácil encontrar o meu texto com uma palavra chave no computador, do que localizá-lo na estante ou nas pilhas. E quem precisa de um texto pode pegá-lo no meu blog, não precisa me pedir o livro emprestado nem perder tempo dele e meu. Pegam o que precisam, e eu não deixo de ter o que pegam.

3) A produção científica e a divulgação deixam de constituir processos separados. O artigo ou o livro que o professor escreve, ou que recebeu e quer divulgar, é colocado no blog, e está no ar. Quem se interessar pode pegar. Recebi um e-mail de Timor Leste, onde falam português, pedindo para utilizar na formação de professores o meu texto Tecnologias do Conhecimento: os desafios da educação, editado pela Vozes. Autorizei e agradeci. Não precisei ir lá oferecer, nem empacotar livros. E eles encontraram simplesmente porque colocaram palavras chave na busca por internet. Cria-se um mundo científico colaborativo. Não me pagam nada, mas é útil, e tenho meu salário na PUC. Ponto importante, o livro vai para a 6ª edição pela editora, uma coisa não atrapalha a outra, a editora encontra o seu interesse também.

4) O essencial não está na gratuidade, mas na facilidade de acesso e na pesquisa inteligente. Procurar um artigo que saiu em alguma revista, e buscá-lo numa biblioteca, nesta era em que o tempo é o recurso escasso, francamente já não funciona. Mais importante ainda é a possibilidade de folhear em pouco tempo dezenas de estudos diferentes sobre um tema, através da pesquisa temática, cruzando enfoques de diversas disciplinas, autores e visões. Conhecer o estado da arte de um problema determinado, de maneira prática, ajuda muito na construção colaborativa do saber e na inovação em geral.

5) O blog torna-se também uma biblioteca de terceiros. Coloco no blog, em Artigos Recebidos, textos que me enviam e que me parecem particularmente bons, tanto para o meu uso futuro como para repassar a outras pessoas. Por exemplo, quando me fazem uma pergunta sobre energia, recomendo que peguem no meu site o artigo de Ignacy Sachs, disponível na íntegra, sobre A Revolução Energética do Século XXI. Forma-se assim uma biblioteca personalizada que irá facilitar imensamente consultas posteriores, ou recomendações de leitura para alunos.



6) Como professor, recebo frequentemente textos excelentes dos meus alunos. Conheço suficientemente a minha área para saber que se trata de um ótimo trabalho. Normalmente, ninguém leria o trabalho, pois o aluno não é conhecido. Eu coloco no blog, e envio um mailing para colegas e colaboradores, alertando para um bom texto que surgiu. Costumo receber agradecimentos do aluno, que viu o seu estudo solicitado por várias pessoas. Enterrar um bom trabalho numa biblioteca é uma coisa triste. De certa forma, utilizo assim o meu blog para “puxar” para a luz bons trabalhos de pessoas menos conhecidas.

7) Tudo isto está baseado no marco legal chamado Creative Commons, internacionalmente reconhecido, que me assegura proteção: as pessoas podem usar e divulgar, mas não utilizar para fins comerciais. Trata-se da plataforma jurídica da ciência colaborativa, instrumento que me protege ao impedir a apropriação comercial, a deturpação do texto ou o uso sem fonte, ao mesmo tempo que permite que o texto seja imediatamente acessível para fins didático-científicos ou recreativos. O Google-Scholar me permite inclusive acompanhar as citações que fazem dos meus trabalhos.

8) Um enriquecimento muito importante do processo, é que me permite utilizar texto, imagens e sons sem nenhum constrangimento em cada produção, associando ilustrações artísticas, fragmentos de um discurso ou animação gráfica sem nenhum constrangimento, pois do lado de quem lê haverá a mesma facilidade. A experiência criativa fica particularmente valorizada, considerando as dificuldades de tentar se reproduzir determinados gráficos, que podem ser simplesmente copiados para o texto em elaboração, ao mesmo tempo que se inclui o link do texto de origem, ajudando a divulgá-lo e facilitando verificações. A multimídia bem utilizada é muito útil.

9) Trata-se de uma ferramenta em que o universo educacional, em particular, tem muito a ganhar. Em vez do professor procurar em revistas das bancas de jornais artigos para discussão com alunos, pode pesquisar os textos online, e repassar para os alunos os links. Os alunos inclusive encontrarão diversos textos online sobre o tema, desenvolverão a sua capacidade de pesquisar no imenso acervo digital, trarão para a discussão enfoques diversificados. Cabe a nós assegurar que haja um rico acervo de textos científicos disponíveis online, alimentando de certa forma o conjunto do universo educacional. O professor será aqui um pouco menos um transmissor de conhecimento, e bastante mais um organizador que ajuda a entender o que é relevante e ensina a trabalhar com conhecimento organizado.

10) O processo não conflita com o sistema atual de avaliação de professores. Para quem não é da área acadêmica, informo que o fato de milhares de pessoas lerem os meus textos online não me dá créditos acadêmicos. A minha solução, é que publico sim em periódicos formalmente avaliados como “acadêmicos”, para ter os créditos que a CAPES me pede. Mas para ser lido, publico online. Uma coisa não impede a outra. Aliás, um artigo meu publicado pela universidade da Califórnia, por exemplo, e que não me pagaram, só pode ser acessado mediante pagamento de 25 dólares a cada 24 horas. Chamam isto de direitos autorais. Esperar ser lido nestas condições, francamente não é muito realista. A Elsevier cobra entre 35 e 50 dólares por artigo e por acesso. Já são mais de 15 mil cientistas americanos que boicotam as revistas ditas “indexadas”, e publicam em sites abertos, inclusive com open peer-review. Mas enquanto a CAPES não atualizar os seus critérios, precisamos utilizar o papel e o digital, um para pontos, outro para leitores.

11) Com pequenos conselhos de alunos e colegas, fui acrescentando ao blog os instrumentos mais evidentes de comunicação. No blog abri a possibilidade de qualquer pessoa se inscrever para receber meus e-mails sobre materiais científicos que me parecem relevantes. Tenho atualmente mais de três mil “colegas virtuais”, a quem envio de forma não invasiva uma notinha sobre novos textos que surgem e que estão disponíveis no meu site. Uma aluna me colocou no twitter, são cerca de 3,5 mil seguidores que recebem os textos meus ou os que recomendo. O Facebook é outro instrumento, permite fazer circular o material. Por tanto, a minha biblioteca virtual não só organiza os textos que utilizo, como se comunica facilmente com todos os interessados, mesmo que não me conheçam.

12) Uma virtude básica do processo que precisa ser entendida, é que os textos circulam não só porque alguém os coloca online, mas porque são interessantes. Não porque os donos da mídia os divulgam e recomendam, mas porque os usuários os acham bons. Quando me chega um bom texto, a primeira coisa que faço é repassar com comentários. Ou seja, o que passa a circular, é o que é realmente bom, o que corresponde ao que as pessoas necessitam como informação científica organizada. Ao olhar as estatísticas de acesso aos meus trabalhos, posso identificar o que realmente está sendo lido, e pelos comentários posso avaliar insuficiências ou correções necessárias. O texto passa a constituir um processo interativo de construção científica.

13) Finalmente, eu acho que da mesma forma que temos pela frente a democratização da mídia – e surgiram excelentes alternativas de informação inteligente como Carta Maior, Envolverde, Mercado Ético, IHU, Outras Palavras, Monde Diplomatique e tantos outros – precisamos também criar um movimento do tipo “ciência livre”, que tire os nossos textos do esquecimento das bibliotecas. O Instituto Paulo Freire, por exemplo, ao constatar que com a lei atual de Copyright só teremos acesso aberto aos textos do pedagogo a partir de 2050, colocou grande parte dos seus escritos online, com exceção de alguns trancados por contratos de direitos muito restritivos. É uma imensa contribuição. Mas acho que temos de fazer isto com todos os nossos grandes gurus, com os transformadores atuais da ciência, e com textos da nova geração que estão inovando. É incrível sermos inundados por bobagens nos meios de comunicação sem que o peçamos, e que dificultemos o acesso aos trabalhos científicos essenciais para o progresso educacional do país. Enterrar dissertações de mestrado e teses de doutorado em bibliotecas, elas que custaram anos de trabalho do professor e do pesquisador, é absurdo.

Permito-me aqui fazer uma recomendação para todos os professores. Organizem o seu blog, hoje um Wordpress é gratuito e muito jovem lhe ensinará o caminho. Temos de dar este passo, e criar um ambiente rico e colaborativo no nosso mundo científico-acadêmico. Francamente, acho que faz parte da vocação do professor e do pesquisador não só ensinar e inovar, com organizar de forma moderna a comunicação das ideias que possam enriquecer a nova geração e enriquecer-nos uns aos outros. E se quiserem se inspirar do meu blog como estrutura e divisões (apanhei um pouco no começo até montar um blog adequado para professor), fiquem à vontade, eventualmente posso até recomendar pessoas que possam ajudá-los. Vamos encher este país de ciência, de boa ciência, progressista, transformadora.

Quanto ao medo das pessoas de nos vermos invadidos por ciência irresponsável, descontrolada, francamente, são os mesmos medos que surgiram com o open access, com a Wikipédia, e outros. Os textos ruins ou irrelevantes simplesmente não circulam, e não serão lidos. Um professor comentando o sistema de peer-review publicou online a seguinte nota a respeito: “Eu conheço a minha área, não preciso que alguém me diga se um artigo é relevante ou não”.



Créditos da foto: Arquivo

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

um ponto fora da curva


Lewandowski e a relação mídia e Judiciário


qui, 28/11/2013 - 06:00 - Atualizado em 28/11/2013 - 10:24

Luis Nassif

Palestrante da abertura do Seminário “Democracia Digital e Judiciário” – promovido pelo Jornal GGN com apoio do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - o Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, considera que “a relação com a mídia tornou-se muito negativa”. “Precisamos de um movimento de proteção dos magistrados, inclusive de sua segurança pessoal, para que possam exercer com liberdade seus julgamentos”, disse ele.

Na votação da AP 470 – o “mensalão” – Lewandowski divergiu em não mais do que 10% das penas aplicadas. Foi alvo de linchamento midiático, que se propagou pelas redes sociais e resultou em ameaças físicas em aeroportos e outros locais públicos.

Hoje em dia, sua postura no julgamento tornou-se referencial para grande parte do Judiciário, em contraposição ao exibicionismo midiático de vários de seus pares.


***

Para Lewandowski, o século 19 pertenceu ao poder legislativo. O século 20, do Executivo. Agora, chegou-se ao século do Judiciário, o da luta pelos direitos gerais, seja através da ação política ou da Justiça. Daí a importância do poder judiciário na concretização desses direitos do homem.

“No Brasil, tenho a convicção de que esse protagonismo maior do poder judiciário, para o bem ou para o mal, veio para ficar. É algo definitivo”, disse ele.

“Além de extenso rol de direitos fundamentais, nossa Carta Magna enuncia uma série de princípios básicos, fundamentais, sobre os quais a própria constituição se assenta”, explicou.

São os pilares, as estruturas, os princípios que consubstanciam conceitos jurídicos indeterminados e podem ser interpretados com certa amplitude.


***

Aquele que interpreta a constituição busca dar concreção aos princípios fundamentais, ao republicano, ao democrático, ao federativo, da isonomia, da razoabilidade, da proporcionalidade, da eficiência. E ao valor mais importante que é o da dignidade da pessoa humana.

Ampliou-se em muito o poder do judiciário mas também a sua visibilidade, depois que passou a atuar em áreas antes restritas aos demais poderes.

“Quando o Judiciário se equilibra nessa tênue linha que separa a atividade técnico-jurídica da política propriamente dita, ele de forma fatal, inexorável se vê arrastado para o âmago do turbilhão das paixões populares”, explicou.

“Isso se viu com todo impacto e contundência no julgamento altamente midiatizado da AP 470” . Segundo Lewandowski, o julgamento ainda será objeto de profunda meditação e exame por parte dos especialistas nas mais diversas matérias, pois “como foi identificado por um colega nosso, na sabatina que passou no Senado, foi um ponto fora da curva".

Para ele, muito mais do que em outros julgamentos ficou muito claro o papel da mídia alternativa em comparação à mídia tradicional, sobretudo na identificação dos aspectos heterodoxos desse julgamento”.

Lewandowski está convencido de que a mídia alternativa pode ser hoje uma espécie de quinto poder, fazendo contraponto cada vez maior ao quarto poder. E pode também configurar os demais poderes tradicionais, esclarecendo melhor a opinião pública.

pra uns, insultos:putaquipariu... pra otros, silêncio:caradepaisagem (e a cocaína continua sem dono)

Assembleia de Minas pagou combustível de helicóptero de Perrella

publicado em 28 de novembro de 2013 às 10:00 no Viomundo
PERRELLA

Combustível de helicóptero  é custeado pela Assembleia

Deputado usou verba indenizatória do Legislativo para abastecer aeronave apreendida com cocaína

PUBLICADO EM 28/11/13 – 04h00


A Assembleia Legislativa de Minas banca o combustível do helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), flagrado com 445 kg de pasta base de cocaína, no último domingo, no Espírito Santo. Entre janeiro e outubro deste ano, o parlamentar gastou R$ 14.071 com querosene para avião, segundo o relatório do Portal da Transparência do Legislativo. O Ministério Público de Minas informou que irá investigar o caso. A Casa ainda pagava, desde abril, o salário de R$ 1.700 para o piloto que dirigia a aeronave, Rogério Almeida, exonerado nessa terça.

O valor gasto só neste ano é suficiente para a compra de 2.814 litros, levando em consideração que o litro de querosene de avião custa R$ 5, segundo uma pesquisa da reportagem em empresas especializadas. Com o total seria possível percorrer, no mínimo, 6.500 quilômetros.

O deputado Gustavo Perrella confirmou ontem que utiliza a verba indenizatória para encher o tanque da aeronave Robinson R-66, que pertence à sua empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda. Perrella reconhece, inclusive, que usa a máquina para deslocamentos pessoais e da sua empresa, em sociedade com a irmã Carolina Perrella e o primo André Almeida Costa.

Os abastecimentos com recursos da verba indenizatória são regulares e só não aconteceram em fevereiro e abril deste ano. Em junho, por exemplo, o valor gasto chegou a R$ 3.483. Em julho, no recesso parlamentar, o deputado gastou R$ 1.547 em querosene de avião.

Por mês, cada parlamentar pode gastar R$ 5.000 com combustível e lubrificante. A assessoria da Casa afirmou ontem que o valor não poderia ser gasto com transporte aéreo, mas depois voltou atrás e disse que os pagamentos, desde que fossem para viagens a trabalho, eram legais.

Ministério Público. O promotor Eduardo Nepomuceno disse que há suspeita de irregularidade e que irá abrir uma investigação. “Os gastos só podem ser para uso do exercício do mandato. Lembro que o MP já investiga os gastos da mesma natureza referentes a Zezé Perrella (senador, pai de Gustavo) no período em que este foi deputado estadual”, explicou o promotor.

Gustavo Perrella afirma que não há irregularidade em abastecer o helicóptero de sua empresa com o dinheiro da Assembleia. “Todas as vezes que abasteci com a verba da Assembleia foi a trabalho, para visitar as minhas bases”, disse.

Além do transporte aéreo, o deputado não dispensa o uso de carros. Só neste ano, o abastecimento de seus veículos demandou R$ 27.185 da sua cota de verba indenizatória. A Assembleia não exige a comprovação das gastos. “Subentende-se que foi a trabalho”, disse a assessoria da Casa. (Com Larissa Arantes)

[Quer nos ajudar a ir fundo na investigação deste caso? Clique aqui]
[Gerson Carneiro pediu para conversar...]
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POLÍCIA FEDERAL

Contradições nos depoimentos

PUBLICADO EM 28/11/13 – 04h00


LUCAS PAVANELLI, no jornal O Tempo

O piloto do helicóptero da empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), Rogério Almeida Antunes, afirmou no depoimento à Polícia Federal do Espírito Santo (PF), na última segunda-feira, ao qual O TEMPOteve acesso, que sabia que transportava mercadoria “ilícita” na aeronave. A declaração é contrária ao que afirma seu advogado, Nicácio Tiradentes, que nega que seu cliente sabia do frete ilegal.

Além da versão contraditória entre piloto e advogado, Rogério e o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior também deram explicações diferentes à PF.

Rogério disse que foi “pressionado” pelo copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior a aceitar o transporte e que receberia R$ 106 mil pelo frete, mais as despesas com o helicóptero.

Por sua vez, o copiloto afirmou que o valor do frete prometido a ele por um terceiro era de R$ 60 mil, que seria dividido com Rogério quando retornassem.

Alexandre negou que soubesse que a aeronave transportava droga, “pois o bagageiro estava trancado” quando ele entrou no helicóptero. No entanto, ele reconheceu que não é um “comportamento normal” aceitar qualquer tipo de frete sem saber o que é transportado.

Trajeto. Ainda de acordo com os depoimentos prestados na última segunda-feira à Polícia Federal, o piloto Rogério Antunes afirmou que os 445 kg de cocaína foram carregados em uma localidade próxima a Avaré, no interior paulista. A aeronave, segundo ele, fez duas paradas para abastecimento. No Campo de Marte, em São Paulo, e em Divinópolis, na região Centro-Oeste.

PS do Viomundo: Versão do piloto Rogério e do advogado dele não batem, como podemos ver aqui.

PS2 do Viomundo: Como escreveu um amigo de Facebook, o helicóptero é do Perrella, o piloto é do Perrella, a fazenda-destino é do Perrella, agora o combustível é do Perrella — mas a cocaína não tem dono.

Ouça também:

Doi-Codi de SP, o maior centro de tortura do país


Ex-presos políticos relatam tortura no prédio da Tutóia onde funcionou a Oban e o Doi-Codi


novembro 27th, 2013 by mariafro



O Doi-Codi de SP foi o maior centro de tortura do país, por onde se estima terem passado 5000 pessoas, várias torturadas e 52 foram assassinadas pelos agentes da ditadura no local onde hoje luta-se para que seja tombado e se transforme num memorial às vítimas da ditadura militar.








Hoje (27/11), a Comissão Nacional da Verdade e as Comissões estadual e municipal de São Paulo entraram na área onde funcionou a Oban e o Doi-Codi do II Exército, entre 1970 e 1977, na rua Tutoia, em São Paulo, para realizar o reconhecimento formal do local como um centro de tortura, morte e desaparecimento de pessoas, visando acelerar o tombamento do conjunto para que no local seja erguido um memorial em homenagem às vítimas da ditadura. 52 pessoas foram assassinadas no local, muitas ainda desaparecidas.

A diligencia teve a presença do secretário de segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, e do secretário de Cultura de São Paulo, Marcelo Araújo, e de seis ex-presos políticos que, neste vídeo, contam às autoridades e peritos da CNV presentes o Inferno que se passava no Doi-Codi do 2 Exército, no bairro do Paraíso, em São Paulo.

A CNV está preparando um laudo de reconhecimento de local para atestar formalmente que aqueles edifícios hoje ocupados por três diferentes áreas da Polícia Civil de São Paulo integravam o Doi-Codi de SP, o maior centro de tortura do país, por onde se estima terem passado 5000 pessoas.

Data: 27/11/2013

Edição: Thiago Dutra Vilela (CNV)
Vinheta: Thiago Dutra Vilela (CNV)
Trilha Sonora da Vinheta: Gustavo Lyra
Arte do canal: Paula Macedo e Isabela Miranda (CNV)
Captação de imagens e áudio: Thiago Dutra Vilela (CNV)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ocê, simples mortal (que paga o seu DARF), sabe o que deixa consternada a imprensa brasileira(PIG)?


Revisão faz PIB de 2012 quase dobrar. Como não é notícia ruim, ignore-se

27 de Novembro de 2013 | 18:08





A revisão pelo IBGE do crescimento do PIB de 2012 – de 0,9 para 1,5% – não foi nenhuma surpresa.

Ela está prevista há tempos e foi, até, motivo de uma longa análise da insuspeita Miriam Leitão, em sua coluna.

Na qual, aliás, suas fontes cometem um erro indesculpável, porque não se pode dizer que “tanto podia descer quanto subir” o cálculo do PIB com a incorporação dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços, pois este indicador passou quase todo o ano de 2012 com uma variação nominal sempre superior aos 10% em relação ao ano anterior. O que, deflacionado, deve ter correspondido a algo na casa dos quatro por cento de crescimento real.

Embora não se possa simplesmente considerar este dado isoladamente – parte dos serviços é incorporada a conta de consumo das famílias e em outros componentes do PIB, é claro que isso resultaria numa elevação do dado de crescimento de 1,7% do setor de serviços no cálculo anterior do PIB.

Toda a incorporação foi feita de forma transparente, com a publicação, no dia 7 de novembro, de um comunicado do IBGE detalhando os indicadores e a metodologia a serem utilizados.

O anúncio de que o crescimento da economia brasileira no ano passadofoi quase o dobro do anteriormente estimado foi tratado com desdém e má vontade pelos jornais brasileiros.

Globo e Estadão publicaram pequeninas chamadas nas suas capas. A Folha, nem isso.

Preferiram dar espaço para a “revolta” pelo fato de Dilma ter antecipado em uma semana os dados (recordem, de 2012) que o IBGE anunciará no dia 3 de dezembro.

Até o Financial Times meteu a colherzinha torta dizendo que isso “tira a credibilidade” das estatísticas brasileiras.

Engraçado é que desde setembro os jornais especulam com o reajuste da gasolina, sem usar informações oficiais e provocam um sobe e desce das ações da Petrobras na Bolsa, num jogo totalmente lesivo à empresa e ao país.

O Estadão chegou até a dizer o dia e o índice – 8% – do aumento.

Fora o que, com qualquer 0,1% de alteração para pior nas previsões de inflação e PIB feitas pelo “mercado” no Boletim Focus, do Banco Central, fazem um carnaval.

2012, apesar de todas as dificuldades, não foi a “profecia maia”.

E isso deixa consternada a imprensa brasileira.

regras para cabelos na escola! acho que vô alisá ou frisá... tudo que os gringo manda fazê os colono repete


Menina negra, 12 anos, ameaçada pela escola de expulsão por causa de seus cabelos crespos


novembro 27th, 2013 by mariafro



A loucura racista desta vez é nos Estados Unidos, mas a violência com que o padrão de beleza ariano se impõe sobre as crianças negras é assustadora em qualquer parte do mundo.

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Escola dos EUA ameaça expulsar menina com cabelo crespo e armado

Segundo família, escola de Orlando deu prazo de 1 semana para mudança.
Menina de 12 anos se negou a mudar mesmo com provocação de colegas.

Do G1, em São Paulo

27/11/2013 09h55

Uma menina de 12 anos foi ameaçada de expulsão pela escola particular onde estuda na Flórida, nos Estados Unidos, caso não cortasse e mudasse o estilo de seu cabelo. Vanessa VanDyke tem os cabelos crespos e com volume, e segundo sua família, recebeu o prazo de uma semana para decidir se iria cortar os fios ou deixar a escola, de acordo com a emissora de TV “WKMG”.

O caso gerou muita repercussão nos EUA, e a escola Faith Christian Academy de Orlando disse nesta semana que não está exigindo que a menina corte os cabelos para continuar frequentando o estabelecimento – eles “apenas” querem que ela mude seu estilo.



Vanessa VanDyke foi ameaçada de expulsão em escola de Orlando por causa de seu cabelo (Foto: Reprodução/YouTube/RippDemUp TV)


De acordo com a família de Vanessa Van Dyke, na última semana um conselheiro da escola advertiu a mãe da menina para que ela alisasse ou cortasse seu cabelo – ou a criança poderia ser expulsa.

A família não cogitou fazer as mudanças, pois o cabelo da menina faz parte de sua identidade. “Ele mostra que sou única. Eu gosto desta maneira. Eu sei que as pessoas vão me provocar porque ele não é liso, mas eu não ligo”, contou Vanessa.

A escola onde Vanessa estuda tem códigos de vestimentas e regras sobre como os alunos podem usar seus cabelos. “Os cabelos devem estar na cor natural e não devem ser uma distração”, dizem as regras, que citam como exemplos que não podem ser utilizados moicanos e raspados.

“Uma distração para uma pessoa não é distração para outra”, diz a mãe da menina, Sabrina Kent. “Você pode ter uma criança com espinhas no rosto. Você vai chamar isso de distração?”

Vanessa contou que usa seu cabelo longo e armado desde o início do ano, mas ele se tornou uma questão para a escola depois que sua família reclamou das provocações feitas pelas outras crianças.

“Houve pessoas que a provocaram por seu cabelo, e me parece que estão culpando-a por isso”, disse Sabrina. “Vou lutar pela minha filha. Se ela quer usar o cabelo assim, ela vai mantê-lo assim. Há pessoas que podem pensar que usar o cabelo natural não é apropriado. Mas ela é bonita assim.”

Responsáveis pela escola disseram em um comunicado que não estão pedindo que a menina use produtos ou corte seu cabelo, mas que ela o modele de acordo com as regras da escola.

a cara de paisagem do carapááálida teve outra recaída


Recaídas
Seletividade da Globo no noticiário sobre denúncias envolvendo tucanos


publicada quarta-feira, 27/11/2013 às 21:32 e atualizada quarta-feira, 27/11/2013 às 21:54


O Escrevinhador



por Helena Sthephanowitz na Rede Brasil Atual



O Jornal Nacional da TV Globo de terça-feira (26) teve uma, digamos assim, recaída na edição de um debate político que se deu em duas entrevistas coletivas diferentes.

De um lado, o senador Aécio Neves e a cúpula do PSDB convocaram repórteres para acusar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de fazer dossiês políticos contra adversários, por causa do aparecimento de nomes de altos tucanos paulistas como supostos beneficiários do esquema de propinas por licitações combinadas do Metrô e da CPTM. O esquema foi confessado por executivos de multinacionais como Siemens e Alstom, escândalo que ganhou o apelido de “trensalão”.

Do outro lado, o ministro Cardozo também convocou a imprensa, mas para rebater as acusações feitas por Aécio. Ao seu lado estavam o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Marques de Carvalho.

Pois o telejornal da Globo selecionou “os melhores momentos” de Aécio, e os “piores momentos” de Cardozo. Na edição que foi ar, as críticas mais contundentes de Aécio foram as escolhidas para serem levadas ao público. Já a declaração mais contundente de Cardozo, em que ele disse “… a época dos engavetadores gerais de denúncias já acabou no Brasil há alguns anos. E eu me recuso a ser um engavetor geral de denúncias” foi suprimida pelo Jornal Nacional, que mostrou apenas as partes mais insossas do que foi dito pelo ministro.

Citamos recaída, porque existe precedentes que vêm, por exemplo, do episódio já fartamente conhecido e admitido da edição do debate nas eleições presidenciais de 1989, entre Lula e Collor em que a emissora manipulou as imagens e contribuiu decisivamente para a eleição deste último.

Na mesma edição de terça-feira, outra estranheza: não foi noticiada a apreensão de 450 quilos de cocaína em um helicóptero da empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG). Afinal não é todo dia que se vê um helicóptero da família de um senador ser flagrado pela polícia com carga tão exótica.



A TV Record correu atrás da notícia, entrevistou o advogado do piloto Rogério Almeida Antunes que, preso, contradisse a versão do deputado de que a aeronave teria sido usada sem seu conhecimento. O piloto afirmou que fez duas ligações para Gustavo Perrella e foi autorizado a transportar a carga, oferecendo o sigilo telefônico como prova. Alega porém ter sido informado que seriam implementos agrícolas e que o deputado também não sabia tratar-se de drogas.

Os problemas do deputado Perrella não se resumem ao incidente. Descobriu-se que o piloto foi nomeado para um cargo na Assembleia Legislativa mineira. Segundo o que disse o advogado, seu cliente era um funcionário fantasma no serviço público, pois não comparecia ao trabalho no Legislativo, ficando à disposição da empresa Limeira Agropecuária, de propriedade do deputado, como piloto. Gustavo Perrella confirmou a nomeação dizendo que o havia demitido na segunda-feira.

Não se sabe dos bastidores que levaram a Globo a esconder uma notícia que, se envolvesse integrantes do PT, por exemplo, dificilmente deixaria de noticiar. O que se sabe é que o senador Zezé Perrella é do grupo político do senador do PSDB Aécio Neves. Chegou ao senado como suplente de Itamar Franco, eleito com apoio do tucano nas eleições de 2010.

Zezé Perrella foi presidente do Cruzeiro Esporte Clube e ainda é influente entre os atuais cartolas do time. A TV Globo mantém negócios regulares com o Cruzeiro pelos direitos de transmissão dos jogos de futebol – interesses ampliados agora que o time mineiro disputará a Copa Libertadores no ano que vem.

Voltando a falar em recaídas, lembremos que a emissora também blindou durante muito tempo o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira contra denúncias de corrupção em sua gestão. Em entrevista à revista Piauí, Teixeira disse que chegou a retaliar a Globo, mudando o horário de jogos da Seleção Brasileira para atrapalhar a grade de programação, quando a emissora divulgava notícias contra ele.

Enfim, a emissora dos Marinho acrescenta mais um item à coleção de fatos a explicar à opinião pública e sobre que justificativas encontra para omitir informações relevantes sobre políticos com os quais mantém relações.




Leia outros textos de Geral

o carapááálida ainda acha que é invenção petista? (gritos e insultos!) ah, tá... e tem alguma declaração sobre o caso DARF... tremensalão...? (cara de paisagem)


D. Joaquim I, o imperador do STF, é criticado por juízes

Balaio do Kotscho






Em tempo (atualizado às 16h45):

Foi divulgado agora à tarde o laudo dos exames feitos por uma junta médica da UNB, a pedido do presidente do STF, Joaquim Barbosa, com a conclusão de que a doença cardíaca do deputado José Genoino não é grave e que não é "imprescindível a permanência domiciliar fixa". O destino do deputado, se ele volta para a Papuda ou não, agora depende de uma decisão de Barbosa. Ainda não foram divulgados resultados de outros exames para avaliar o estado de saúde de José Genonio, que foram feitos na noite de sexta-feira, a pedido do presidente da Câmara, Henrique Alves.

***

Não gostou do juiz encarregado da tarefa? Troque-o por outro mais de seu agrado. Quer uma data simbólica para determinar a prisão de réus condenados? Escolha o 15 de Novembro, Dia da Proclamação da República, mesmo que a decisão seja tomada açodadamente. Quer uma boa cobertura midiática? Junte todos os presos e os mande num avião para Brasília, sem esquecer de informar o roteiro à imprensa.

As últimas decisões polemicas adotadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que já vem sendo chamado em Brasília de D. Joaquim I, o imperador do STF, provocaram uma reação em cadeia de entidades representativas de magistrados e da Ordem dos Advogados do Brasil, que divulgaram nesta segunda-feira notas com duras críticas à troca do juiz titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Vasconcelos.

Barbosa não estava satisfeito com a atuação de Vasconcelos, responsável pela execução das penas dos condenados do mensalão, e conseguiu que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal nomeasse para o seu lugar o juiz substituto Bruno André Ribeiro, filho de um deputado distrital do PSDB. Para o TJ-DF, "o caso está em perfeita observância ao ordenamento jurídico".

Não é isso que pensam as entidades que representam os juízes. "Isso fere o preceito constitucional do juízo natural. Pelo menos na Constituição que eu tenho aqui em casa, não diz que o presidente do Supremo pode trocar juiz , em qualquer momento, num canetaço", afirmou o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, João Ricardo dos Santos Costa. "Não pode um despacho afastar um juiz de um processo sem justificativa, pois isso transmite a posição de que juiz que não decidir de acordo com o interesse deste ou daquele pode ser afastado."

Na mesma linha, a presidente da Associação de Juízes para a Democracia, Kenarik Boujukian, criticou o que chamou de "coronelismo no Judiciário" e solicitou esclarecimentos de Joaquim Barbosa. "Inaceitável a subtração de jurisdição depositada em um magistrado ou a realização de qualquer manobra para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz", diz a nota da entidade, que cobrou esclarecimentos de Barbosa. "Se o presidente do STF não der explicações sobre o que ocorreu, ficaria sujeito à sanção equivalente ao abuso que tal ação representa".

Ainda na segunda-feira, o conselho pleno da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou por aclamação o envio de ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que seja verificada a regularidade ou não da substituição do juiz Ademar Vasconcelos. "Possuímos o compromisso constitucional de verificar o cumprimento do devido processo legal e do princípio do juiz natural", afirma a nota da OAB. O presidente do CNJ também é Joaquim Barbosa.

As divergências de Barbosa com Vasconcelos começaram logo após a decretação da prisão sobre o do tratamento a ser dado a José Genoíno, que foi preso em regime fechado com graves problemas de saúde após uma cirurgia no coração. Mesmo sem autorização de Joaquim Barbosa, que não respondeu a pedido feito pela Vara de Execuções Penais, o presidente da Câmara, Henrique Alves, determinou que ontem à noite uma junta médica examinasse Genoino, que agora está em prisão domiciliar, para decidir sobre o seu pedido de aposentadoria.

Alves negou que a ida da junta médica à casa onde está Genoino seja uma afronta ao STF. "O Supremo mandou fazer a sua perícia médica e essa casa quer fazer a sua, como Poder Legislativo. São coisas diferentes", justificou o presidente da Câmara, mas é certeza que teremos nova confusão pela frente.

Enquanto se discutem as questões político-jurídicas ou vice-versa, ficamos sabendo que José Genoino correu risco de vida antes de ser levado a um hospital, na quinta-feira, como está relatado na entrevista que minha colega Kamilla Dourado, do R7 de Brasília, fez com a chefe dos médicos do Presídio da Papuda, Larissa Feitosa de Albuquerque Lima Ramos:

"Falamos para o juiz da Vara de Execuções Penais, fomos bem claros que estávamos preocupados com a saúde dele. Aqui na Papuda não temos condições de atender um caso como o dele. Como o quadro estava instável, nós falamos que ele não tinha condições de ficar no presídio porque não temos atendimento 24 horas. Quando acontece alguma emergência, temos que chamar o Samu ou usar a ambulância da Papuda. No caso dele, poderia não dar tempo e ser fatal" (ver matéria na íntegra aqui).

se tudo der errado: foi o estresse


Laudo diz que Genoino NÃO pode voltar para a cadeia

Posted by eduguim on 26/11/13 • Blog da Cidadania







Uma junta médica do Hospital Universitário de Brasília avaliou a saúde de José Genoino no último sábado e produziu um laudo que servirá de base para que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, decida se o petista continua em prisão domiciliar ou se volta para a cadeia.

O resultado desse laudo foi divulgado na tarde da última terça-feira em portais de internet e repercutido pelos telejornais da noite. De forma unânime, tanto os portais da grande mídia quanto os telejornais apresentaram esse resultado de forma distorcida.

Manchete do portal UOL, por exemplo, afirmou que o “Laudo diz que prisão domiciliar para Genoino não é imprescindível”. Com poucas variações, o documento foi interpretado da mesma forma por todos os outros grandes portais e pelos telejornais.

Que conclusão, leitor, você tira dessa manchete? Ora, se a “prisão domiciliar para Genoino não é imprescindível” isso quer dizer que ele pode voltar para a cadeia, certo? Errado. O Blog teve acesso à íntegra do laudo médico em tela e, com base nele, formulou essa conclusão.

A avaliação da saúde de Genoino foi levada a cabo no terceiro dia após ele ter sofrido internação hospitalar de urgência por conta de uma crise de hipertensão arterial. O documento diz que, agora, ele está bem e que sua cardiopatia, neste momento, não é grave.

Lendo o documento, descobre-se que o petista relatou aos médicos que o examinaram que “Em meados de 2012” submeteu-se a um “check-up clínico geral e cardiológico” no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e que os médicos, na oportunidade, disseram-lhe que seu coração estava “ótimo”.

Todavia, apesar do “ótimo” coração de Genoino, o laudo relata que, em julho deste ano, ele teve que se submeter a uma cirurgia de urgência para “correção cirúrgica” de um problema chamado “dissecção aguda da Aorta Torácica Ascendente”. Tradução: teve que substituir parte da Aorta por um tubo de cerca de 15 centímetros.

Duas semanas depois, segundo o documento, Genoino sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas que não deixou “qualquer sequela neurológica”. Porém, devido à possibilidade de ocorrer novo evento dessa natureza, o paciente vem tendo que tomar um “anticoagulante” com regularidade.

Você diria, leitor, que a saúde desse homem não é extremamente delicada e que ele não precisa ser mantido em condições que não a agravem? Se diz isso, o trecho seguinte do laudo diz o contrário.

Segundo o documento, Genoino vinha se recuperando bem do trauma por que passou, mas só até que fosse submetido a “intenso estresse emocional”. Ou seja: a prisão agravou a saúde dele, que até então vinha vivendo sem maiores problemas.

Após a cirurgia no peito do paciente para emendar a veia Aorta, irrecuperavelmente danificada no ponto em que foi substituída por uma prótese, é óbvio que se espera que o problema cardíaco dele tenha sido mitigado, daí que o laudo diz que, atualmente, ele não sofre de “Graves Doenças Cardiovasculares”.

Isso significa que pode voltar à prisão? Não. O laudo diz que não precisa de “permanência domiciliar Fixa”, mas NÃO diz que pode voltar para a prisão. Pelo contrário, em sua página 8 diz, claramente, que NÃO deve ser submetido a fatores psicológicos estressantes”.

Pergunta: como é, diabos, que alguém encarcerado em uma prisão brasileira pode evitar “fatores psicológicos estressantes”?

Se Genoino não fosse um condenado pela Justiça, poderia levar uma vida normal. Não precisaria ficar confinado em sua casa. Mas como se encontra em regime de privação de liberdade, a prisão domiciliar oferece a possibilidade de cumprir sua pena sem ser exposto a condições que, tal qual ocorreu na semana passada, façam com que sofra uma nova crise.

De mais a mais, Genoino não foi condenado a regime fechado, mas ao semiaberto. Mantê-lo em um regime mais duro do que aquele ao qual foi condenado, portanto, além de ser injusto ainda oferece risco à sua saúde, conforme diz o laudo que a mídia distorceu.

*

Abaixo, a íntegra do laudo sobre a saúde de Genoino.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Fundo Visanet é privado! Não acredita! É só ler! Não quer ler?...

Vazam mais páginas do dossiê Pizzolato!

Enviado por  on 24/11/2013 – 5:51 pm
Já disse e repito. Em vez de me processar, Ali Kamel deveria adquirir algumas dezenas de assinaturas do Cafezinho, comprar títulos e fazer generosas doações ao blog. Sim, porque na verdade eu faço um trabalho que eles, com sua equipe de milhares de jornalistas, não fazem. Eu faço a crítica do jornal e, com isso, contribuo, mesmo que involuntariamente, para que ele ofereça um serviço melhor a seus leitores.
Particularmente, estou cansado de falar da Rede Globo ou do Jornal O Globo. Gostaria de abordar muitos outros temas, políticos e econômicos.
Neste tema do mensalão, contudo, não tem como não falar na Vênus Platinada. A Globo é o principal ator político neste processo. E faz questão de continuar sendo.
reportagem de capa da edição impressa de domingo, por exemplo, é mentirosa e manipuladora do início ao fim. A começar pela manchete sensacionalista.
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A única iniciativa nova do BB, descrita do texto, é o pedido de seus advogados para verem a íntegra do acordão do STF. Um pedido apócrifo, já que o mesmo pode ser lido na internet.
A reportagem omite, porém, que existem, nos autos, três auditorias internas do Banco do Brasil, atestando a regularidade dos repasses do Fundo Visanet a DNA Propaganda. Também omite, como tem feito há anos, a existência do Laudo 2828 e do regulamento do Fundo Visanet, além de inúmeros documentos do BB, que comprovam que Henrique Pizzolato não tinha nenhum poder para mexer nos recursos do Visanet.
É interessante ver, ao final da matéria, o nervosismo da oposição, quando pressionada pelo Globo a entrar com ação para que o BB recupere a verba. Agripino Maia, presidente do DEM, sabe que se fizer isso, poderão vir à tôna os documentos que a imprensa vem escondendo.
Já que a imprensa esconde, a gente divulga por aqui algumas partes do chamado “Dossiê Pizzolato”, que traz alguns documentos constantes nos próprios autos do processo, mas que foram sempre ocultados da opinião pública. Os ministros do STF, sob uma pressão sinistra da mídia, jamais os mencionaram.
Eis uma das auditorias do BB sobre o Visanet. Primeiro uma foto da capa, para facilitar o entendimento:
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Eis a íntegra do documento.
Agora, abaixo, dois pareceres, também do BB, atestando que os recursos do Fundo Visanet não são públicos; pertenciam exclusivamente à multinacional Visanet, embora ao BB, assim como outros bancos participantes do convênio, cabia apontar as propostas de publicidade e a agência que seria responsável pelas campanhas. Detalhe: os recursos do Fundo Visanet ficavam armazenados no Bradesco.
Segundo o regulamento do Fundo, ao BB cabia nomear um gestor para aprovar campanhas e pagamentos, e este gestor do BB, na época em que tudo aconteceu, jamais foi Henrique Pizzolato.
Recortei e publico abaixo um trecho do último parecer. Observe a conclusão: “recursos não são do Banco do Brasil, (…) afastando, em consequência, a interpretação de que tais recursos poderiam ter natureza pública”.
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Por que os ministros do STF jamais olharam para estes documentos, que nunca foram citados nos debates? Por que a imprensa também não lhes deu, jamais, nenhuma publicidade?
Porque eles derrubavam a trama. A reportagem do Globo, que não traz nenhum mísero contraponto, baseia-se, portanto, numa série de inverdades:
1) Que os R$ 73,85 milhões do Fundo Visanet foram desviados. Mentira. Foram usados em campanhas publicitárias. A Globo recebeu R$ 5,5 milhões desse dinheiro.
2) Que os recursos são públicos. Mentira. Todas as auditorias e o regulamento do Fundo Visanet mostram que os recursos eram privados. Eles eram disponibilizados pela Visanet, uma multinacional que fatura centenas de bilhões de dólares no mundo, a um conjunto de bancos brasileiros, para que estes fizessem a publicidade dos cartões de débito e crédito com a bandeira Visa.
3) Que Henrique teria “repassado” os recursos do Fundo à DNA. Por mais que a campanha do viralatismo seja violenta, é preciso entender que o BB não é casa da mãe joana. Nenhum servidor tem o poder de “repassar” 74 milhões do BB para nenhuma empresa. No caso do Visanet, o BB havia nomeado um gestor para cuidar dos assuntos relativos ao Fundo Visanet. Era Leo Baptista. Os documentos acima também trazem essa informação.
4) Que o Bônus de Volume teria sido apropriado indevidamente pela DNA, e pertenceria ao BB. Mentira. É muita hipocrisia da Globo, pois ela inventou o BV no Brasil, ou pelo menos é a empresa que mais o utiliza. Além disso, é uma contradição. Se a DNA recebeu R$ 2,9 milhões de BV é porque veiculou uma quantidade enorme de anúncios nos meios de comunicação, e portanto, o serviço foi realizado. O BV referente a campanha da publicidade do BB-Visanet entra numa relação privada entre veículos de mídia e a DNA. O BB jamais recebeu BV por nada. Perguntem a Secom se ela cobra devolução de algum BV para os cofres públicos?
A parte da matéria que trata de João Paulo Cunha é igualmente mentirosa. Mas paro por aqui para não lhes cansar mais.
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o produto mulher!


Tatiane Pires sobre o Lulu: Mulheres, não se deixem enganar: nós somos o produto!


novembro 25th, 2013 by mariafro



Após a leitura do texto de Juliana Moura Bueno que fez a análise do Lulu, a blogueira e profissional de TI, Tatiane Pires faz uma observação técnica para as meninas que estão usando ou pretendem usar o aplicativo.






Não acessei o tal aplicativo Lulu e não quero nem saber disso
Por: Tatiane Pires*

Meu ponto de vista enquanto profissional de Tecnologia da Informação é que não devemos fornecer nenhuma informação sobre assuntos pessoais, tais como relacionamentos, em nenhum site ou aplicativo.

Nossas informações são fontes de muita grana pra quem mantém tais bancos de dados.

E vocês, mulheres usuárias do aplicativo, realmente acham que não estão sendo avaliadas? O aplicativo pode traçar um perfil de cada mulher que faz avaliação dos homens, embora tais informações não sejam mostradas para quem utiliza, depende somente da maneira como foi programado.

Não se deixe enganar: mais uma vez, você, mulher que usa o aplicativo, é o produto.

*Tatiane Pires, desenvolvedora web e blogueira @ tatianeps.com.br


Leia também

Juliana Bueno baixa o aplicativo Lulu e faz sua avaliação: Por que estamos usando isso?

É preciso avançar e muito!


O conflito da distribuição de renda, por Ciro Gomes


O Jornal de Todos os Brasis

seg, 25/11/2013 - 09:43 - Atualizado em 25/11/2013 - 11:39

Sugerido por Assis Ribeiro
Da Carta Capital

Conflito distributivo

Nosso problema é ter a pior distribuição de renda entre os países de economia razoavelmente organizada

Ciro Gomes

Há muitos países no mundo nos quais se, por um passe de mágica, você dividisse toda a sua riqueza por cidadão adulto e chefe de família, ainda restariam imensas multidões de pobres e miseráveis. Definitivamente, não é o caso do Brasil. Se fizéssemos essa divisão aqui, todas as famílias formariam um grande país de classe média. Nosso problema é termos a pior distribuição de renda entre as nações de economia razoavelmente organizada no mundo. É preciso ter essa clareza solar, ainda que invisível às nossas elites escravocratas e ao estamento político hegemônico.

Em um quadro assim, se uma ética de igualdade de oportunidades fosse a guia político-ideológica dominante, poderíamos superar algumas perplexidades paralisantes dos setores mais progressistas de nossa sociedade, inverter os valores predominantes em nossas decisões políticas e, muito importante, alargar a potencialidade de uma base de sustentação popular em direção a um projeto de país que nos falta.

A premissa de uma mudança estrutural ansiada há séculos pelo Brasil é a radiografia de nosso conflito distributivo, melhor, uma tomografia computadorizada funcional desse conflito e a eleição política dos responsáveis pela mudança prudente e competentemente planejada, seus prazos, os mecanismos de avaliação, supervisão e controle social e político de sua execução. Um projeto.

Volto a repetir: se a ética prevalente e hegemônica em nossa sociedade for a busca da superação da desigualdade criminosa que nos faz uma comunidade doente, a tarefa política da mudança tem viabilidade dentro do marco democrático e pacífico que cultivamos.

Bom trazer logo aqui um exemplo atual. Sob a liderança de Lula, com o centro do conservadorismo do País administrando uma política econômica ultraconservadora e, a história demonstrará mais ainda, insustentável no tempo, fizemos três movimentos que mudaram de forma real, ainda que aquém de nossas amplas possibilidades, o perfil de nosso terrível conflito distributivo. O salário mínimo galopou de equivalentes 76 dólares para algo ao redor de 300 dólares. O crédito saltou de irrisórios 13% do PIB para perto da metade. E a rede de proteção social liderada pelo Bolsa Família foi consolidada e ampliada como nunca. Ouvimos gritos, narizes torcidos, ódio político, mas... está feito. Dentro da democracia, sem violência, e de modo pacífico, em curtíssimo prazo mais de 20 milhões de brasileiros, irmãos nossos, vivem em outro estrato social e com um mínimo de dignidade.

Isso é tão verdadeiro e forte que os patrocinadores dessa façanha sentaram em cima e hoje se bastam, especialmente pelo reacionarismo de uma oposição dominada por microprojetos pessoais de poder e incapaz de dar o braço a torcer, se ligar no povo e aplaudir o avanço conquistado, para ter um mínimo minimorum, como diria meu saudoso pai, de coerência para tomar acento no debate do futuro do Brasil. É preciso avançar. E muito.

Há caminhos. São menos simples, econômica e politicamente, mais arriscados, mais exigentes da construção de hegemonias lúcidas. Mas muito mais transcendentes e históricos do que esses três notáveis avanços que estão, a propósito, exauridos.
Já falei aqui sobre a tarefa estruturante de elevar nosso nível doméstico de poupança e investimento, da necessidade de escrevermos uma coordenação estratégica entre governo, empreendedores privados e nossa inteligência acadêmica, de maneira a estabelecer os caminhos e dividir as tarefas, e, acima de tudo, decidirmos por um radical investimento em nossa gente.

Por agora quero só dar um exemplo de como tudo poderia e deveria ser diferente. O Brasil está de volta ao debate criptorreacionário sobre sua sanidade fiscal. Fala-se até em esforços de propaganda oficial e sabugice em relação a uma irrelevante ameaça de redução de nosso status pelas agências de risco internacionais, as mesmas que garantiram para o mundo a sanidade dos bancos e fundos norte-americanos e europeus implodidos na crise de 2008.

Pois bem, a política do meu amigo Guido Mantega entregou a pequenos grupos de interesse vinculados a oligopólios, por regra estrangeiros (que cuidaram de remetê-los em massa às suas matrizes como lucros e dividendos), 80 bilhões de reais na forma de renúncia fiscal. Só no ainda em curso ano da graça de 2013.

Dava para fazer duas refinarias de petróleo. Ou um tantão de coisas na saúde, educação, segurança, metrô, casa, saneamento, portos, aeroportos... Distribuir melhor a renda.

sábado, 23 de novembro de 2013

Não somos otários e percebemos o preconceito de classe por trás da fúria justiceira


Para elite econômica brasileira o SUS não é direito, é castigo: Chiquinho Scarpa manda Genoino se tratar no SUS


novembro 22nd, 2013




FONTE: FACEBOOK DO CONDE

É sempre assim, Lula adoece e além de desejar a morte dele um certo grupo reacionário nas redes sociais e nos comentários dos grandes portais manda Lula tratar seu câncer no SUS. Como se a burguesia quando seus planos caríssimos de saúde e inteiramente deduzidos no imposto de renda nega pagar procedimentos caríssimos, ela não desse o famoso jeitinho de conversar com um médico amigo e ser tratada pelo SUS no Einstein ou no Sírio ou na Beneficência ou no Santa Catarina.

Embora essa turma ache que seus preconceitos livrem-na de doenças como câncer e de que todos somos otários e não percebemos o preconceito de classe por trás de sua fúria justiceira. Aliás chega a ser comovente como a turma do‘bandido bom é bandido morto’ de repente passou a se preocupar com os direitos humanos dos presos que não são políticos petistas. De repente esta turma ficou craque em apontar as péssimas condições carcerárias de presídios cada vez mais privatizados para sustentar campanha de um certo partido.

Mas voltemos ao SUS, a direita e seus tucanos amestrados na mídia e no Show Business acham que SUS não é direito conquistado, é castigo. Foi esta ideia a de Luana Piovanni que se achou no direito de mandar o ex-presidente petista tratar-se no SUS: Luana Piovani tive meu bebê pelo SUS e recomendo. José de Alencar que era político, e não tinha curso superior como Lula também passou 13 anos em tratamento de um câncer e ninguém o mandou se tratar no SUS, por que será?

Isso explica em parte o porquê dos #coxinhasdejaleco agirem como vêm agindo. Eles precisam da renda proveniente do Estado Brasileiro, mas trabalhar em postos de saúde, UPAS, para os mesmos é degradante, coisa de pobre, resultado de uma sociedade de consumo que invade inclusive as escolas de medicina que abandonam a formação humanista e fornecem ao mercado de trabalho jovens médicos carregados de preconceitos.

Seus defensores, como o leitor Gabriel neste post aqui não faz questão alguma de disfarçar o ódio que sente dos pobres e de políticos que promovem políticas públicas para todos (incluindo os pobres). Ao ler a notícia de que a mãe da criança atendida por um médico cubano, acusado de prescrever dosagem errada de remédio, (acusação falsa) defendeu o médico cubano, Gabriel disparou:


Sinceramente a população é estúpida demais para saber que o programa Mais Médicos é uma farsa. A população é estúpida demais para saber que os “médicos” cubanos( sim, existem vários inquéritos provando que muitos deles nem médicos são) não têm qualificação para estar aqui. A população é burra demais para perceber que a Dilma está tirando os médicos brasileiros para colocar uma mão de obra completamente desqualificada e barata para tratar o povão e ainda ver o povo aplaudir ela por isso. A população não sabe que muitos médicos que trabalham no interior estão sendo demitidos para colocar os cubanos no seu lugar. A população é burra suficiente para dizer que qualquer prova que seja contra o Mais médicos foi forjada ,e vive no seu mundinho não querendo aceitar que está sendo enganada pela presidAnta que temos. VocÊs que acreditam num programa desses…sim vocês são os estúpidos e burros.

Esse preconceito de classe que associa a coisa pública a algo ruim, de má qualidade tem causas: políticos neoliberais que liquidaram o Estado e privatizaram serviços públicos essenciais; espírito opositor e irresponsável do Congresso que tirou 40 bilhões da Saúde Pública numa canetada; mídia bandida que defende interesses rentistas e noite e dia incute na mente dos Gabrieis que tudo que é público, administrado pelo Estado é ruim, mal feito, corrupto.

Para a direita produzir a descrença na política, passando rolo compressor em todos os governos como se todos fossem iguais é essencial para que 11 famílias que dominam a comunicação no país, concentrem poder econômico e mantenham o status quo daqueles que sempre dominaram.

O PT há 10 anos no poder vem tentando restabelecer minimamente o Estado desmantelado por governos neoliberais e rendidos ao capital internacional, mas vive cedendo ao espírito neoliberal em suas concessões. De todo modo, resolveu enfrentar ao menos um debate público e venceu: Programa Mais Médicos. Não é a toa que o programa é atacado diuturnamente pelo que há de mais reacionário no país.

Destruindo a confiança na população nos serviços públicos essenciais como o SUS, sujeitos como Chiquinho Scarpa podem continuar tendo seu plano de saúde caro financiado por nós, sim, porque se ele deduz tudo que gasta com seu plano no imposto de renda (isso se Chiquinho Scarpa não sonegar impostos). Nós bancamos a saúde dele nos Sírios Libaneses e o governo deixa de investir este dinheiro para melhorar o atendimento no SUS, que seres como Chiquinho acham que é castigo e que serve apenas para pobre, preto, puta, presidiário e petista e olhe lá/ alguns deles acham mesmo que Genoino, por exemplo, deveria morrer na prisão ilegal sem socorro médico.


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