quarta-feira, 31 de outubro de 2012

para quem se apressou em julgar os vândalos...


Ouvidoria: excessos de BM e Guarda Municipal causaram conflito em Porto Alegre

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Júlia Schwarz * no SUL 21
Atualizado às 18h42
A Ouvidoria da Segurança Pública do Estado concluiu que houve excesso na ação de alguns dos brigadianos e de guardas municipais durante a tentativa de proteger o tatu-bola da Copa no largo Glênio Peres, no último dia 4. O texto aponta o emprego de força excessiva por parte dos policiais e os responsabiliza pelo início da violência, que se deu antes de qualquer ataque ao mascote da Copa do Mundo.
Patrícia Couto, a ouvidora, informa que o relatório foi feito a partir de cerca de 60 depoimentos de manifestantes realizados pessoalmente, através de e-mails e/ou com envio de vídeos e fotos. Entre as informações colhidas, verbal ou textualmente, constam, além de depoimentos, boletins de ocorrência policial e laudos médicos. “É importante que se diga: o relatório não tem atribuição investigatória. Os documentos são subsidiários ao processo investigatório que tramita tanto na Polícia Civil quanto na Militar”, sublinha.
Os depoimentos e imagens que compõem o relatório comprovam a responsabilidade das polícias pelo início do conflito, afirma a ouvidora: “Não havia uma combinação prévia de vandalizar ou causar algum dano, mas de chamar a atenção para suas reivindicações. Aí, no momento em que três pessoas retiram o gradio e visivelmente estavam dançando e tocando pandeiro chega o reforço e os policiais fazem um afastamento de forma precitada e já fazendo o uso da força”.
Iniciadas as agressões, “não era aceita pela polícia qualquer tipo de manifestação, verbalizada ou não”, prossegue. Além da violência contra os envolvidos na ciranda ao redor do tatu-bola quando este foi desinflado e contra os que registravam a cena, “pessoas foram perseguidas nas ruas por grupos de policiais, que saiam atrás delas batendo, inclusive em pessoas com braços levantados em sinal de rendição. Também aconteceram casos de pessoas que foram agredidas por dois ou três policiais ao mesmo tempo”.
Após o conflito, “a região estava congelada”. “Havia dificuldade em deixar o local de táxi e de conseguir atendimento da SAMU. No HPS, a polícia não deixava as pessoas conversarem. Há relatos de violência [pela polícia] dentro do HPS, impedindo a vereadora [Fernanda Melchionna] de falar com as pessoas, além de agressão verbal a um advogado”, aponta.
Muitos dos depoimentos foram dados por pessoas ainda abaladas pelo que havia acontecido, relata a ouvidora. Ela explica que após receber as declarações presenciais, o órgão cruzou suas informações com as dos e-mails, “escritos com tantos detalhes que era possível saber a quem o texto se referia”. Segundo Patrícia, as diferentes informações iam na mesma direção e se completavam, o que confere concretude aos depoimentos.
Apesar de ressaltar que “apenas alguns policiais se excederam enquanto outros tentavam amenizar a situação e conversar com os manifestantes”, avalia que “não havia porque a guarda municipal descer as escadas da prefeitura”. “Será difícil descobrir quais foram os policiais responsáveis por causa da escuridão, mas há descrições físicas”, diz a ouvidora.
O relatório foi encaminhado na sexta-feira passada (26) à assessoria do governador Tarso Genro e deve ser enviado entre hoje e amanhã às secretarias estaduais de Segurança Pública e Direitos Humanos, para o prefeito José Fortunati (comandante da Guarda Municipal), para o Comitê Estadual Contra a Tortura e para a promotoria de controle externo e atividade policial. O inquérito policial está a cargo da 17ª DP de Porto Alegre.
Entenda o caso
O confronto no Largo Glênio Peres ocorreu no dia 04 de outubro, ao fim do ato público Defesa Pública da Alegria, organizado via redes sociais e que pretendia protestar contra o que seus integrantes consideram privatização de espaços públicos, como o próprio Largo. Ao fim da manifestação, até então sem incidentes, manifestantes dirigiram-se até o tatu-bola, parte da campanha promocional de um dos patrocinadores da Copa 2014 no Brasil, com o objetivo de fazer uma dança ou ciranda em torno do boneco. A partir daí, a Brigada Militar e a Guarda Municipal teriam feito uso de força para evitar uma suposta tentativa de depredação. O boneco acabou sendo derrubado, o que chegou a ser considerado consequência de danos permanentes – ainda que relatório da empresa responsável tenha demonstrado posteriormente que o tatu-bola foi apenas esvaziado, conforme noticiado em primeira mão pelo Sul21.
* colaborou Igor Natusch

31 de outubro - Dia do Saci

Hoje é o Dia do Saci!

S C Internacional

Todo torcedor sabe o carinho e a alegria que o mascote Saci espalha nas festas, em dia de jogos e demais atividades do Inter. E hoje,  31 de outubro, data em que o folclore brasileiro resgata figuras importantes,  o nosso mascote não poderia deixar de ser lembrado.


Saci participa de eventos como a Feira do Livro de Igrejinha

O menino negro surgiu como mascote nos anos 40 devido ao Internacional possuir um time com vários jogadores negros em uma época em que a maioria dos clubes de futebol não aceitava esses jogadores. Posteriormente, não se tem uma data exata, surgiu, no lugar do menino negro, o Saci. Algumas fontes relatam que essa mudança ocorreu ainda no período do Rolo Compressor devido à malandragem daquele time em campo. Sendo a malandragem uma das principais características do personagem folclórico do Saci, o menino negro colorado passou a ser representado como o Saci Colorado.


Mascote também participou da campanha contra o diabetes infantil

Conhecido por suas travessuras, o Saci do Sport Club Internacional é uma das figuras  que traduz o futebol colorado a alegria e a paixão dos torcedores do Clube do Povo.
O Inter agradece o empenho e dedicação do Saci com seu Clube, sempre resgatando mais colorados para sua festa.

Eduardo teria peso (e coragem) para confrontar a “candidata do Lula” em 2014?

Cenários eleitorais
O caminho para 2014: perdas e ganhos


publicada quarta-feira, 31/10/2012 às 12:03 e atualizada quarta-feira, 31/10/2012 às 14:18


Escrevinhador


por Rodrigo Vianna

Na eleição mais importante do país, o PSDB de São Paulo tentou fugir para Serra maestra. Fustigado pela rejeição de seu líder maior (?!), não soube reagir. Os tucanos (de São Paulo) não sabem lutar quando acuados. Covas sabia. Os que sobraram não sabem. Só conseguem avançar em terreno inimigo se tiverem a infantaria protegida pela aviação (mídia velha) e a artilharia (velha mídia). Na disputa em São Paulo, até contaram com artilharia pesada. Mas ela mirou para o lado errado: Mensalão, kit gay… Os tucanos paulistas – capturados pela irracionalidade de blogueiros medonhos da “Veja” e de pastores com estranhas fixações sexuais - falam cada vez mais apenas para convertidos. Caíram no gueto, e ali chafurdam.

A primeira conclusão óbvia que a eleição municipal nos traz é essa: o PSDB só vai sobreviver se trocar o eixo de comando. Saem os paulistas de calças sociais e camisas azuis. Entram os mineiros joviais. Alckmin não tem fôlego para pensar em Brasília, terá que se concentrar em São Paulo: o tucanato paulista está sob fogo serrado e cerrado, e pode perder seu bastião – como escrevi aqui.

Nesse giro para fora do gueto, Aécio ganha alguns aliados importantes: ACM Neto e um DEM que comandará a terceira cidade brasileira; Arthur Virgílio e a coragem de quem não foge de brigas amazônicas; o PPS com algumas cidades de médio porte conquistadas país afora.

Eduardo Campos e o PSB
Os tucanos também acham que podem atrair Eduardo Campos e o fortalecido PSB para uma aliança de ocasião contra o lulismo. Como eu havia escrito aqui, logo após o primeiro turno, o mais provável é que o PSDB vire linha auxiliar do neto de Arraes. Vejamos…

O PSB conquistou o maior número de capitais. Virou o quarto partido brasileiro, atrás apenas de PT, PSDB e PMDB. Isso é fato. E há mais: ao contrário dos tucanos, Eduardo pode – legitimamente – ensaiar um discurso “pós-Lula”, do tipo “gostamos do Lula, respeitamos o legado dele, mas é hora de seguir para uma nova fase”. Aécio dizer isso não cola, porque ele estará cercado por fantasmas dos velhos tempos fernandistas. Eduardo Campos dizer isso cola, sim!

Portanto, Eduardo tem base eleitoral de saída (Nordeste e algumas cidades grandes Brasil afora), e tem discurso. A questão é: a hora é 2014? Ou 2018? Isso depende do que acontecer com o PT.

Lula, Dilma e o PT
Lula colheu uma vitória maiúscula com a eleição de Haddad. Lula só perdeu na Globonews. A derrota tucana em São Paulo é tão séria que já começou o acerto de contas entre Serra e outras lideranças tucanas – que pretendem jogar toda a conta pelo fracaso nas costas do bravo líder da Mooca.

O PT vive uma situação curiosa, que merece análise mais aprofundada em outro momento. De um lado, consolidou-se no Sul/Sudeste com vitórias e/ou grandes votações em cidades importantes de São Paulo, Minas, Paraná, Rio… Podemos listar, além da capital paulista: Guarulhos (segundo município paulista), São Bernardo do Campo, Osasco, São José dos Campos, Uberlândia e Niterói – onde venceu; além de Campinas, Belo Horizonte, Ponta Grossa e Maringá – onde não venceu mas teve mais de 40% dos votos.

Ao mesmo tempo, no Norte/Nordeste o PT conquistou mais Prefeituras de pequeno porte, mas fracassou nas cidades grandes (com execeção de João Pessoa e Rio Branco). Qual a explicação? Erros políticos apenas (como se viu no Recife e Fortaleza)? Ou há motivação econômica?

A hipótese que se levanta é que as melhorias econômicas provocadas pelo Bolsa-Família, crédito consignado, Luz Para Todos estariam se esgotando nas cidades grandes do Norte/Nordeste. Nas pequenas, esses programas ainda fazem a diferença.

O PT viveria a aparente contradição de ser – ao mesmo tempo – um partido dos “grotões” nordestinos e das cidades grandes e médias com ampla população industrial ou já na era dos serviços.

Quem ocupa o lugar que o PT perdeu no Norte/Nordeste? PSB em boa parte (ou seja, o povo não está tão satisfeito com o PT, mas vê PSDB/DEM como passado).

Dilma tenta inaugurar nova fase de crescimento – com juros baixos, obras públicas, redução de impostoes. Os reflexos só devem aparecer em 2013/2014. Se a economia se acelerar, os primeiros a sentir a arrancada seriam moradores dos grandes centros. Assim, o PT poderia recuperar parte do eleitorado “perdido” em 2010 e 2012.

Nesse caso, sobraria pouco espaço para uma “aventura” de Eduardo Campos.

Mas e se a economia andar “de lado”, com crescimento tímido?

Aí, teríamos uma eleição mais aberta. Imaginem um quadro com Dilma (PT/PMDB), Aécio (PSDB/DEM/PPS), Eduardo Campos (PSB/PSD) e a incógnita de Marina Silva…

Eduardo tiraria parte do eleitorado petista do Nordeste. Com boas alianças com PSD e lideranças desgarradas, conquistaria (pequenos) nacos do Sul/Sudeste. Candidatura para 15% ou 20% dos votos.

Aécio tiraria (boa) parte do eleitorado mineiro do PT, sairia forte de São Paulo com apoio de Alckmin (que travará batalha de vida ou morte com PT) e conquistaria pedaços do Norte/Nordeste (com lideranças sobreviventes do DEM/PSDB). É candidatura para 20% ou 25% dos votos no primeiro turno.

Dilma teria uma votação espalhada pelo país. Poderia chegar a 40% ou 45%. Dificilmente venceria no primeiro turno.

O melhor para Aécio e Eduardo não seria uma aliança no primeiro turno. Mas candidaturas separadas, com possibilidade de apoio num segundo turno, a depender da conjuntura.

Eduardo teria peso (e coragem) para confrontar a “candidata do Lula” em 2014? Hoje, acho pouco provável. Mas não é um cenário de todo improvável.





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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Guarani-Kaiowá


Situação dos Guarani-Kaiowá é destaque esta semana em Brasília

30/10/2012 15:17, Por Vermelho


A situação dos índios Guarani-Kaiowá, ameaçados de expulsão de suas terras no Mato Grosso do Sul, será destaque esta semana, em Brasília. Entidades da sociedade civil organizam para esta quarta-feira (31) Marcha de Brasília contra o Genocídio do Povo Guarani-Kaiowá; a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado realiza, na quinta-feira (1º), audiência pública para debater o tema; e os deputados se mobilizam para exigir providências do governo no sentido de proteger a vid

A área habitada por integrantes da etnia Guarani-Kaiowá é disputada há décadas por índios e fazendeiros.

A área habitada por 170 integrantes da etnia Guarani-Kaiowá é disputada há décadas por índios e fazendeiros. A comunidade está ameaçada de expulsão de suas terras em virtude de uma decisão da Justiça Federal de Naviraí (MS), e pela pressão de pistoleiros contratados por fazendeiros interessados na área.

Em carta divulgada pelos Guarani-Kaiowá de Paranhos (MS), no último dia 8 de outubro, os 170 membros da tribo (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) afirmam que “desistem de escaparem vivos, mas não abdicam de permanecerem em suas terras”.

O conflito fundiário e judicial que envolve o território sagrado Arroio Koral (reivindicado pelos Guarani-Kaiowá) parecia estar resolvido com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de assinar, em dezembro de 2009, um decreto homologando a demarcação da terra. Em janeiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF), presidido à época pelo ministro Gilmar Mendes, suspendeu a eficácia do decreto presidencial.

Em defesa da etnia

O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, deputado Padre Ton (PT-RO), reafirma que a luta pela proteção desta etnia. “Tanto a Frente quanto a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH) estão atentas à situação e continuam a pressão sobre os órgãos públicos competentes para que resolvam essa situação”, afirmou o parlamentar.

Para o presidente da CDH, deputado Domingos Dutra (PT-MA), a solução do problema passa por ações de desarmamento e indenização. “É preciso desarmar as milícias e garantir a vida dos que estão marcados para morrer. Outra forma de aliviar a tensão é o governo pagar indenizações a produtores que foram assentados em terras pertencentes aos indígenas”, ponderou.

Como parte do esforço para resolver a situação, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) se reúne nesta terça-feira (30), a partir das 14 horas. O encontro será presidido pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que ouvirá lideranças dos Guarani-Kaiowá.

Militantes virtuais estão organizando para esta quarta-feira a Marcha de Brasília contra o Genocídio do Povo Guarani-Kaiowá. A concentração está marcada para as 10 horas, no Museu da República.

Da redação em Brasília
Com agências

outra mulher vítima da violência...


O assassinato da mulher da paz


Por Aldacir Oliboni (*)
O assassinato de Sílvia Aparecida de Miranda, ex-agente de saúde e integrante do projeto Mulheres da Paz em Passo Fundo comoveu todo o Rio Grande do Sul. É triste ver uma liderança comunitária, militante dos direitos humanos, mãe de cinco filhos, lutadora incondicional pelos direitos da mulher, tombar desta forma. Ao tentar defender a filha da agressão física, foi brutalmente assassinada pelo seu genro na quinta-feira, 25 de outubro.
Justamente uma das mulheres que, com coragem, humildade e muita força lutava pela implementação do Território da Paz em seu município, acaba vitimada pela violência. Sílvia era uma daquelas mulheres que batalhava pela autonomia das mulheres através da formação educacional e profissional, de maiores oportunidades de emprego, da garantia do título de propriedade das habitações populares para a mulher. Lutava pelo protagonismo feminino numa sociedade culturalmente patriarcal, onde a mulher é vista muitas vezes como propriedade ou objeto de alguém. Quesitos como a autonomia e o protagonismo, são elementos fundamentais para o enfrentamento à violência, a transformação cultural e a construção de uma sociedade em que todos possam viver em situação de paz, independente de gênero, raça, deficiência, orientação sexual, religião ou ideologia.
A Mulher da Paz Sílvia se foi, mas a sua luta continuará a inspirar todos os homens e mulheres defensores do fim da violência contra a mulher. Levaremos adiante o seu legado e trabalharemos até o último dia para mudar esta realidade. Também estaremos muito atentos nas investigações em curso, buscando que a verdade prevaleça e a justiça seja feita.
(*) Relator da Subcomissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

o carapááálida não entendeu... fazê u quÊ, né?

Mídia e PSDB afundam por acharem que o eleitor é retardado

Por entender que a aliança entre o PSDB e a grande mídia é danosa ao país, talvez não devesse escrever este texto. Afinal, aqui será explicado por que essa aliança vem colhendo fracassos eleitorais cada vez mais retumbantes e essa explicação poderia salvar esse grupo político do haraquiri continuado que pratica cotidianamente.
Todavia, conto com a proverbial arrogância dessa gente para impedi-la de sequer refletir sobre o que direi. Afinal, foi só dizer que José Serra não deveria usar o “kit-gay” que ele mergulhou de cabeça em uma das “estratégias” políticas mais desastradas de que se tem notícia, a qual só perde para a bolinha de papel de 2010.
Vamos ao trabalho, pois. Ao fim da tarde de domingo, certo sadismo me fez sintonizar a televisão na Globo News e/ou na Band, de forma a assistir as coberturas que as emissoras faziam da reta final da eleição em São Paulo. Dirão, assim, que não sou sádico, mas masoquista.
Enganam-se. Cometi esse ato para ver as caras dos pistoleiros do PIG diante do fato de que Fernando Haddad dera uma sova eleitoral em José Serra. E não me decepcionei. Estavam mais do que abatidos, estavam desorientados. Sobretudo na Globo News. Literalmente não sabiam o que dizer, por mais que tentassem afetar naturalidade.
A cena de desorientação e abatimento daqueles jornalistas era tão ridícula que comecei a pôr mensagens no Facebook e no Twitter convocando pessoas a assistirem àquele espetáculo patético. Não tardou e as redes se incendiaram e posts sobre a Globo News começaram a aparecer na blogosfera.
Sobretudo porque a emissora levou para a bancada que pretendia analisar os resultados das eleições o indefectível Merval Pereira, Renata Lo Prete (Folha de São Paulo), Cristiana Lobo e Gerson Camarotti (Globo News).
Lobo era a mais desorientada, ainda que não fosse a única. Chegou a dizer que Lula conseguiu eleger Haddad “por sorte”. Mas o ponto alto foi quando todos eles concordaram que o mensalão tinha, sim, afetado a imagem do PT. Eis que um deles – não me lembro qual –, em um lampejo de lucidez, lembra que “não afetou eleitoralmente, mas afetou”.
Eu ria e falava sozinho. Perguntei à televisão: “Mas se o mensalão não afetou eleitoralmente o PT, afetou como? Entre quem? Em Higienópolis? Entre quem odeia o PT?”.
É piada, não?
O fato é que, como Cristiana Lobo estivesse catatônica, dizendo coisas cada vez mais sem sentido – tão sem sentido que Merval, justo ele, lançava-lhe olhares de incredulidade – e aquilo já me provocava vergonha alheia, decidi espiar a Band. Aí é que a coisa ficou mesmo divertida.
Quem falava era o senador paranaense Álvaro Dias. Se eu contar o que ele disse, se você não assistiu ao programa não irá acreditar. Para ele, o povo fez do PT o partido mais votado em 2012 porque “não ligou o nome à pessoa”. Ou seja: o povo votou no PT em todo país sem saber que estava votando no PT (?!).
Você não acredita? Então assista, abaixo, a declaração do tucano – e não se preocupe que o vídeo só tem pouco mais de um minuto. Continuo em seguida.

Clique
Se você pensa que foi só, enganou-se. O que veio em seguida foi ainda pior. Um dos jornalistas da Band disse, como se estivesse falando do clima, que o mensalão não foi suficientemente explorado…
Não é difícil entender, portanto, a razão pela qual o PT, sob esse bombardeio midiático e partidário incessante do julgamento do mensalão, disparou na preferência popular.
Quem pode ser tão retardado a ponto de assistir a 20 minutos ininterruptos de Jornal Nacional apresentando os “melhores momentos do julgamento do mensalão” sem perceber que aquilo visava a eleição que ocorreria menos de uma semana depois?
Quem pode ser tão desmemoriado a ponto de não se lembrar mais, após tão pouco tempo, das previsões de que Lula havia chegado ao seu ocaso e de que Haddad não tinha chance?
Quem pode ser tão cretino a ponto de achar normal que o procurador-geral da República, um ministro do Supremo e uma horda de jornalistas de Globo, Folha, Veja e Estadão torçam todos, juntinhos, para que um julgamento interfira em eleições?
Não resta dúvida de que julgam que este é um país de retardados independentemente de classe social e grau de instrução. Dessa maneira, insultam o brasileiro eleição após eleição. Dizem uma coisa aqui, eles mesmos – ou os fatos – desdizem logo ali e acham que ninguém nota. Por isso é que ninguém mais lhes dá bola.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Confira a lista de vitórias nas capitais

Balanço » Nova força política
PSB se torna o partido com mais capitais


publicada segunda-feira, 29/10/2012 às 10:27 e atualizada segunda-feira, 29/10/2012 às 10:16


Escrevinhador


Por José Antonio Lima, na CartaCapital

As eleições municipais de 2012 reservaram ao PSB um lugar de destaque na política brasileira. Com as três vitórias em capitais que conseguiu no segundo turno das eleições, disputado no domingo 28, o partido chegou a cinco e se tornou a sigla com mais capitais governadas no país. São cinco no total, contra quatro do PT e do PSDB, três do PDT e duas de PMDB, DEM e PP. Outros quatro partidos governarão uma capital.

Neste domingo, o PSB venceu com Roberto Claudio (Fortaleza), Mauro Mendes (Cuiabá) e Mauro Nazif (Porto Velho), que se juntam a Marcio Lacerda (PSB) e Geraldo Julio (Recife), prefeitos eleitos no primeiro turno das eleições. Para o PSB é um crescimento importante, pois o partido entrou nas eleições com três capitais governadas (Belo Horizonte, Curitiba e Boa Vista).

A confirmação do crescimento nas capitais completa o bom resultado do PSB no primeiro turno. O partido foi o quarto mais votado (pouco mais de 8 milhões de votos) e ampliou em 42% o número de prefeituras (é o quinto maior do país) e em 18% o número de vereadores eleitores (é o sexto maior).

PT perde capitais, mas ganha em São Paulo

O crescimento do PSB se deu às custas o PT. Quatro dos prefeitos socialistas eleitos tinham como principais rivais candidatos petistas. Antes das eleições, o PT governava sete capitais e agora terá quatro prefeitos – Marcus Alexandre (Rio Branco), Luciano Cartaxo (João Pessoa), Paulo Garcia (Goiânia) e Fernando Haddad (São Paulo).

A vitória na capital paulista, considerada fundamental pela direção petista, faz do partido aquele com maior população sob influência. São 10,1 milhões de eleitores, quase o dobro do que temo PSB com cinco capitais e mais de três vez mais que o maior rival, o PSDB.

Os tucanos também tiveram um crescimento importante nas eleições de 2012. Antes tinham apenas uma prefeitura (São Luís) e agora vão governar quatro. As duas maiores da região Norte, Manaus (com Arthur Virgílio) e Belém (com Zenaldo Coutinho), além de Teresina (Firmino Filho) e Maceió (Rui Palmeira).

DEM ressurge e conquista duas capitais
O PDT conseguiu manter o número de três capitais anterior às eleições. Venceram pelo partido Gustavo Fruet (Curitiba), José Fortunati (Porto Alegre) e Carlos Eduardo (Natal). O PP também manteve duas capitais. A sigla comandava Salvador e Maceió e, agora, terá Campo Grande (Alcides Bernal) e Palmas (Carlos Amastha).

O PMDB, que tinha três capitais, saiu das urnas com duas. O partido conseguiu manter o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, e ganhou em Boa Vista, com Teresa Surita.

Em 2012, o DEM ressurgiu. O partido não tinha nenhuma capital e agora vai governar duas delas – Salvador, com ACM Neto, e Aracaju, com João Alves.

Quatro prefeitos serão os únicos de seus partidos em capitais: Edivaldo Holanda Junior (PTC) em São Luís; Cezar Souza Junior (PSD) em Florianópolis; Luciano Rezende em Vitória; e Clélio Luís (PSOL) em Macapá.

Confira a lista de vitórias nas capitais:

PSB – 5 capitais, com 5,3 milhões de eleitores
PT – 4 capitais, com 10,1 milhões de eleitores
PSDB – 4 capitais, com 3,2 milhões de eleitores
PDT – 3, capitais, com 2,7 milhões de eleitores
PMDB – 2 capitais, com 4,9 milhões de eleitores
DEM – 2 capitais, com 2,2 milhões de eleitores
PP – 2 capitais, com 712 mil eleitores
PSD – 1 capital, com 322 mil eleitores
PTC – 1 capital, com 678 mil eleitores
PPS – 1 capital, com 255 mil eleitores
PSOL – 1 capital, com 253 mil eleitores



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fatos que “todo mundo sabe.”

Ditadura gostava de criminalizar a política



11:08, 25/10/2012 
PAULO MOREIRA LEITE 


Eu estava nos EUA, em 2000, quando George W. Bush tornou-se presidente por decisão da Suprema Corte. Havia ocorrido uma fraude na Flórida, que necessitava recontar seus votos. A Suprema Corte, de folgada maioria republicana, decidiu interromper o processo e deu posse a Bush. Nós sabemos as consequências.

Em 2009, quando Manoel Zelaya foi deposto em Honduras, a Corte Suprema local deu respaldo ao golpe.

O mesmo ocorreu no Paraguai, quando Fernando Lugo foi afastado do cargo sem direito de defesa, por uma acusação que, está demonstrado agora, não tinha fundamento em provas – mas em denúncias que, conforme a oposição não teve medo de anunciar, envolviam fatos que “todo mundo sabe.”

Para quem só enxerga uma face da Operação Mãos Limpas, não custa recordar que a Justiça italiana colocou muitos corruptos fora de combate na Itália e transformou o bunga-bunga Silvio Berlusconi no grande protagonista da política atual italiana. Os partidos foram destruídos e, em seu lugar, ficou uma rede de TV. Quem é o dono? O bunga-bunga. É tão bunga que, quando os mercados quiseram afastá-lo do cargo, foi preciso convencer Berlusconi a renunciar. Não havia quem desse a bungada de misericórdia.

Lembra da guilhotina da revolução francesa? Após dois anos de terror, de condenados em processos sumários, o saldo foi o esvaziamento da democracia e a lenta recuperação da aristocracia. Depois de guerras e ditaduras, proclamou-se o Império.

É claro que esses fatos servem de advertência e angustia diante do julgamento do mensalão.

O Supremo está diante de crimes graves, que devem ser investigados e punidos. O inquérito da Polícia Federal aponta para vários crimes bem demonstrados.

Mas não dá para aceitar longas condenações sem que as acusações não estejam provadas nem demonstradas de forma clara e consistente. O mesmo inquérito não oferece base para denúncias contra vários condenados. O confronto de depoimentos e as mudanças de versões da principal testemunha, Roberto Jefferson, mostra a fragilidade da acusação.

Vamos reconhecer o seguinte. Não tenho condições de afirmar, entre 38 réus, quantos foram condenados com provas e quantos não foram. Não conheço cada caso em cada detalhe. As confusões das votações e debates sobre as penas mostram que os próprios

ministros têm dificuldade para armazenar tantas informações, o que não diminui a responsabilidade de cada um deles pelo destino de todos.

Embora tivesse até uma conta em paraíso secreto, o publicitário Duda Mendonça saiu são e salvo do processo. Me explicam que seu advogado fez uma defesa técnica e nada se provou que pudesse demonstrar seu envolvimento no caso.

Me parece impecável.

E justo, porque embora se possa falar em domínio do fato, é preciso mostrar quem tinha o domínio em cada fato.

José Dirceu e José Genoíno estão sendo condenados porque “não se acredita” que não tivessem participado de nada…Não é possível, dizem.

Dirceu era o chefe…Genoíno assinou um pedido de empréstimo e várias renovações.

O problema é que a denuncia é de 2005 e até hoje não surgiu uma prova consistente para condená-los.

Eu posso até “imaginar” uma coisa. Mas o fato de poder imaginar, admitir que faz muita lógica, não quer dizer que tenha acontecido.

O risco é alvejar pessoas sem prova, em nome da indignação popular, estimulada por uma visão unilateral. Nem todos os meios de comunicação cobrem o caso da mesma maneira. Mas é fácil perceber o tom da maioria, certo?

Assim se cria um ambiente de linchamento, que pode ocorrer até em situações que ninguém acompanha. A justiça brasileira está cheia de cidadãos – anônimos e pobres, de preferencia – que são julgados e condenados a penas longas e duríssimas até que, anos e até décadas depois, descobre-se que foram vítimas de um erro e de uma injustiça.

De vez em quando, um deles consegue uma reparação. As vezes, a vítima já morreu e seus parentes recebem alguns trocados. Às vezes, fica tudo por isso mesmo.

O cidadão tem medo de ser vítima de uma nova injustiça e não faz nada.

Nesta semana, o ministro Celso Mello comparou o mensalão ao PCC e o Comando Vermelho.

Num raciocínio semelhante, Gilmar Mendes sugeriu que, embora não tenha cometido atos de violência, a “quadrilha”, essencialmente, agia como uma organização de criminosos comuns.

Os dois ministros têm uma erudição jurídica reconhecida. Expressaram suas convicções com competência e lógica. Não é só por educação que admito minha ignorância para falar de seus votos.

Mas essas comparações não fazem justiça à cultura que possuem.

Nos piores momentos do regime militar, os brasileiros que enfrentavam a ditadura de armas na mão eram descritos como “assaltantes de banco”, “ladrões”, “assassinos” ou “terroristas.” Até menores de idade foram presos – sem julgamento – com essa acusação.

As organizações armadas cometeram assaltos e sequestros. Também cometeram ações que resultaram em mortes, algumas na forma de justiçamento.

Seria correto comparar Carlos Marighella ao Bandido da Luz Vermelha? Ou Lamarca ao Cara de Cavalo? Ou então, como fez um promotor louco para puxar o saco de militares, dizer que Dilma Rousseff, da Var Palmares, era a papisa da subversão?

Deu-se o golpe de 64 com a alegação de que se deveria eliminar a subversão e a corrupção. Uma coisa leva à outra, dizia-se. E era por isso que era preciso ligar uma coisa à outra. O PCB estimulava a corrupção como forma de desagregar o país, escreveu um dos editores da Tribuna da Imprensa, um dos principais envolvidos no golpe, logo depois da vitória dos militares. Vamos ler:

–Na maioria das vezes (os comunistas) são traidores. Outras, são mercenários; outras ainda, carreiristas; outras mais negocistas satisfeitos, que recebem todo o apoio do partido, pois uma das coisas que mais preocupa os agitadores é a corrupção, e assim eles a estimulam de todas as formas, pois sabem que não há melhor forma de estimular a desagregação de um país. (Prefácio do livro Brasil – 1 de abril, de Araken Távora)

A comparação entre o esquema financeiro político – com todos os crimes apontados – com quadrilhas criminosas é tão absurda que eu pergunto se essa visão estará de pé, no Supremo, quando (e se) o mensalão PSDB-MG for a julgamento. Duvido por boas e más razões que você sabe muito bem quais são.

É fantasia falar em quadrilha que opera nos subterrâneos do poder.

Por mais que muitas pessoas não enxerguem – e outras não queiram enxergar – diferenças entre os partidos políticos e organizações criminosas, eles tem projetos diferentes, visões diferentes e assim por diante.

Por mais que se queira criminalizar a atividade política – é isso o que acontece hoje – é pura miopia confundir políticos e bandidos comuns. Não é uma questão de classe social, nem de status ou coisa semelhante.

É uma questão de atividade profissional, digamos assim.

Eu acho diferente controlar o território numa favela para vender cocaína e colher contribuições financeiras para disputar uma eleição. Mesmo que se deva considerar um desvio de verbas públicas como um crime gravíssimo, eu acho que é diferente quando se comete um assalto a mão armada, um assassinato, o justiçamento, como método de trabalho.

E eu acho que um crime com homicídio é diferente daquele que não usa violência.

Mesmo frequentando uma zona de cinzenta da política brasileira que é o mundo das finanças partidárias – quem cunhou a expressão foi o filósofo tucano José Arthur Gianotti – José Genoíno tem o direito de assegurar que só fez o que era “legítimo e necessário.”

Da mesma forma, José Dirceu tem toda razão em sustentar: “nunca fiz parte de uma quadrilha.” Quem discorda, prove.

Não vale ganhar no grito, na dedução, no discurso. A gente sabe como se tentava demonstrar – sem provas — que Marighella, Lamarca, Cara de Cavalo e o Bandido da Luz Vermelha eram as mesmas pessoas.

O mundo real das finanças de campanha, organizadas e estruturadas para permitir o acesso do poder privado ao Estado, impõe uma realidade material aos partidos que, em todo lugar, precisam de recursos para buscar votos, montar estruturas, contratar funcionários e assim por diante.

Não custa lembrar: o PCC persegue e mata policiais, planeja o assassinato de juízes. Controla o sistema carcerário em São Paulo e impõe a paz de sua conveniência em várias regiões miseráveis do Estado.

O Comando Vermelho tem ligações conhecidas com o narcotráfico colombiano e controla parte do território do Rio de Janeiro. Está intregrado à rede de tráfico de armas.

De uma forma ou de outra, estamos falando de bandidos comuns e essa distinção é necessária. São pessoas que cometem crimes com a finalidade de praticar mais crimes.

A ministra Rosa Weber estabeleceu muitas distinções em seu voto.

Observadores que tentam nivelar uma coisa e outra praticam é uma demagogia baixa, de quem investe na ignorância e desinformação do eleitor. Achar que o julgamento mostra que os poderosos vão para a cadeia é vender uma visão ridícula.

Primeiro, porque se houvesse mesmo essa disposição, a turma do mensalão PSDB-MG estaria sentada no mesmo banco dos réus petistas, já que respondem pelos mesmos crimes. São os mensaleiros originais.

Segundo, porque é preciso ser tolo, maldoso, para sugerir que José Genoíno pode ser chamado de rico e poderoso.

Terceiro: se você acha que, ah… mas há algo de errado com José Dirceu, precisa não só admitir que Genoíno não pode pagar por aquilo que se imputa a Dirceu – mas também deve lembrar que o ex-ministro da Casa Civil teve o sigilo bancário e fiscal quebrado e nada se encontrou de comprometedor.

Alvo de um linchamento de caráter político no passado, o ex-ministro Alceni Guerra já comparou seu drama pessoal ao de Dirceu e disse que eram casos semelhantes.

As duas únicas historinhas que pareciam comprometedoras contra o ex-ministro da Casa Civil não resistiram ao confronto de provas e versões.

Quarto: embora se diga que o mensalão está provado, até agora não surgiu um caso, sequer um, de político que tenha vendido seus votos. Nenhum. (E não vou falar da emenda da reeleição em 1998, compra assumida, confessada e gravada. Nem de denuncias de troca de favores e cargos na administração pública pelo mesmo motivo…)

A base desse argumento é a visão criminalizada de que toda aliança é um ato de suborno e todo acordo político é uma negociata. Quem fala que partidos que mudam de posição depois da eleição está cometendo um crime precisa me explicar como ficam os Verdes

alemães, que ora são social-democratas, ora estão com a conservadora Angela Merkel.

Também poderia fazer isso com o PPS que mudou de lado depois de 2002, com políticos que trocam de partidos, com quem funda partidos novos. Tudo é pilantragem remunerada?

Ninguém presta. São todos “mercenários”, são “negocistas” e “traidores”, como se dizia em 64.

A melhor descrição do funcionamento das alianças políticas –e seus reflexos financeiros – foi feita por Eliane Cantanhede na biografia do vice presidente José Alencar. É tão desfavorável à acusação que vários parágrafos da obra foram incorporados ao processo pela defesa de Delúbio Soares – como argumento de sua inocência!

Embora a denuncia tenha suposições falsas e conclusões imaginativas demais, estou convencido de que, como sempre acontece em sistema de arrecadação financeira, ocorreram desvios — mas nem tudo é criminoso. Há fatos verdadeiros e é importante que sejam punidos. Mas é preciso, como se diz, separar uma coisa da outra.

É lamentável que erros do passado não tenham sido investigados e punidos. Mas concordo que erros do passado não justificam erros do presente. Mas pelo menos deveriam servir de lição para quem diz que “agora”a justiça ficou igual para todos.

Querem punir os ricos e poderosos com o mensalão?

Marcos Valério não terminou o curso de engenharia.

Os banqueiros que podem parar na prisão não tem o lastro financeiro nem político de empresários que até agora ficaram de fora.

Convém pelo menos calibrar a demagogia.

Com todas as distorções, arrecadações financeiras fazem parte da política, essa atividade criada pelo homem para resolver diferenças e defender interesses com métodos mais ou menos civilizados. Ela que torna possível, nos regimes democráticos, que a maioria possa defender seus direitos. E também permite que a minoria possa expressar-se.

O objetivo era levantar recursos financeiros para as campanhas eleitorais de um governo que – eu acho que nem a oposição mais cega discute isso – que reorientou o Estado no sentido de favorecer a população mais humilde.

Um fato fica para você resolver. Tudo pode ser uma coincidência histórica. Mais uma vez.

Ou pode ser que muitas pessoas estejam felizes com o STF porque essa “turma do PT está “tomando uma lição”.

Nós sabemos os vários significados de “turma do PT”—os bairros onde seus eleitores moram, o salário que recebem, escolas e hospitais que frequentam, e assim por diante.

O governo Lula tomou medidas notáveis e muito eficazes para defender a Lei, a Ordem e a Justiça.

A saber:

a) financiou as UPPs que emanciparam os moradores das favelas do Rio de Janeiro do controle do tráfico e só não fez o mesmo, em São Paulo, porque as autoridades se consideram mais capazes para dar conta do PCC;

b) protegeu a autonomia do Ministério Público, nomeando para seu comando os procuradores mais votados, embora o governo avaliasse que eles tivessem uma postura oposicionista, motivo que já levou governadores da oposição a descartar reitores e procuradores gerais que eram preferidos de suas corporações;

c) respeitou o Supremo a ponto de nomear juízes com independência, que hoje asseguram uma maioria de votos contra o ponto de vista do PT e seus aliados;

Estamos falando de fatos de domínio público. Não são segredos imaginados, sugeridos, deduzidos. E é um fato de domínio público que a política, sob qualquer partido, para qualquer candidato, irá entrar na zona cinzenta de Gianotti.

É curioso notar que nenhuma mudança neste sistema pode ser realizada, até agora, porque aqueles políticos que se dedicam a denunciar Lula e o PT não querem abrir mão de seus canais com o poder econômico privado e impedem que o país adote um sistema de financiamento público de campanhas.

Com essa mudança, seria possível corrigir as principais distorções. As verbas seriam controladas pelo Estado, com uma contabilidade oficial, e cada partido receberia recursos em função de seus votos. A oposição não aceita. Sabe por que?

Porque tem recebido tão poucos votos que ficaria em desvantagem. Embora tenha-se feito uma oferta para garantir um piso financeiro, ela não mudou a postura.

Prefere o dinheiro privado, particular. Mas anda tão ruim de voto que, para evitar o desperdício, tem sido até abandonada por seus financiadores tradicionais.

É mesmo de dar pena, não?

Prefiro uma democracia que funcione com defeitos – que podem ser corrigidos – do que qualquer solução sem o respeito pelos direitos integrais dos acusados, mesmo que produzida em nome de princípios que muitos aplaudem sem medir suas consequências para o país.

domingo, 28 de outubro de 2012

o carapááálida adora ler essas besteiras imortais


Besteiras “imortais” de Merval Pereira



http://jenipaponews.blogspot.com.br/


Por Altamiro Borges


Muitos “calunistas” da velha mídia estão com enxaqueca. Eles previram que as esquerdas - principalmente o PT - seriam derrotadas nas eleições municipais; que a liderança do ex-presidente Lula estava “definhando”; que Serra atropelaria o “poste” Fernando Haddad; e que o midiático julgamento do “mensalão” ressuscitaria a oposição demotucana. Erraram feio nas suas previsões – ou melhor, na sua torcida! Entre eles, um merece destaque pelas besteiras “imortais” que escreveu: Merval Pereira, o colunista das Organizações Globo.


Em junho, no artigo intitulado “O mito e os fatos”, publicado no jornal O Globo, ele escreveu: “O candidato do bolso do colete de Lula, o ex-ministro Fernando Haddad, continua sendo apenas isso, mais uma invenção do ex-presidente... Se juntarmos a redução da influência de Lula no eleitorado com a incapacidade demonstrada até agora por Fernando Haddad de ser um candidato minimamente competitivo, teremos uma eleição que sugere ser muito mais difícil para o PT do que parecia meses atrás”.



Na véspera do primeiro turno, Merval Pereira voltou a fazer suas “brilhantes” previsões. “A ‘mais complicada’ eleição paulistana pode acabar deixando de fora da disputa Fernando Haddad, o candidato que o ex-presidente Lula tirou do bolso de seu colete, outrora considerado milagreiro. Terá sido a primeira vez em que o PT não disputará o 2º turno na capital paulista, derrota capaz de quebrar o encanto que se criou em torno das qualidades quase mágicas do líder operário tornado presidente”.


O “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL) não errou apenas nas suas avaliações sobre a eleição no Brasil. Ele também se destacou neste ano por ter anunciado a morte iminente do presidente da Venezuela. Em fevereiro passado, ele garantiu que “a saúde de Hugo Chávez pode afetar a eleição presidencial. Os últimos exames, analisados por médicos brasileiros, indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação”.


Por estas e outras bravatas – que confundem jornalismo com torcida partidária –, Merval Pereira deveria ganhar outro prêmio da ABL: o de “imortal em besteiras” publicadas na velha imprensa nativa.

"razoabilidade e proporcionalidade"

JANIO DE FREITAS

Horas de pasmo

Folha.Uol


É incompreensível que a maioria do Supremo faça qualquer sentença com absoluta falta de método


"VOSSA EXCELÊNCIA aumenta a pena-base em um ano, e sua proposta fica igual à do eminente ministro fulano de tal." Ou então: aumenta ali, ou muda acolá, e pronto.

Frases assim foram ditas inúmeras vezes, por vários ministros, nos dois últimos dias de sessão do Supremo Tribunal Federal, semana passada. Artifícios e manipulações sem conta. Foi por aí que se determinaram tantas das penas que, como todas, um tribunal deve compor de modo a serem justas e seguras. Ainda mais por se tratar do Supremo entre todos os tribunais.

Mas o que parecia estar naquelas transações não eram dias, meses e anos a serem retirados de pessoas, pelo castigo da reclusão. Em uma palavra pessoal: fiquei horrorizado.

As condições vigentes no país permitem aos juízes do Supremo a formulação das condenações mais apropriadas, sejam quem forem os réus e a extensão das penas. Por isso é incompreensível que a maioria do Supremo faça qualquer sentença sob balbúrdia de desentendimento, em absoluta falta de método e com o total descritério que se pôde ver, em sessões inteiras.

"Ajustamos no final" foi expressão também muito utilizada. Está nela denunciado o desajuste de uma decisão que é nada menos do que condenação à cadeia. Com erros tão grosseiros, por exemplo, como o de precisarem constatar que davam a Ramon Hollerbach, sócio a reboque de Marcos Valério, pena de cadeia maior, como réu secundário, que a de seu mentor e réu principal nas atividades sob julgamento.

Mas, outra vez em termos muito pessoais, não sei se foi mais chocante ver a inversão, tão óbvia desde que se encaminhava, ou a naturalidade com que quase todos os ministros a receberam, satisfeitos com o recurso à expressão "ajustamos no final". Cuja forma sem excelências e eminências é "deixa pra lá, depois a gente vê".

Tudo a levar o ministro Luiz Fux, até aqui uma espécie de eco do ministro relator, a uma participação própria: "Precisamos de um critério". Não pedia o exagero de um critério geral, senão apenas para mais uma desinteligência aguda que acometia quase todos. A proposta remete, porém, a outro caso de critério proposto. E bem ilustrativo das duas sessões de determinação das penas.

O ministro Joaquim Barbosa valeu-se de uma lei inadequada para compor uma das condenações a quatro anos e seis meses. A "pena-base" de tal lei é de dois anos, e o máximo vai a 12. Logo, o ministro relator apenas multiplicara a "pena-base" por dois. Forçosa a conclusão de que a lei aplicável era outra, cuja "pena-base" é de um ano e a máxima, de oito, Joaquim Barbosa inflamou a divergência.

Luiz Fux fez a proposta conciliatória. Os quatro anos desejados pelo relator (mais seis meses de aditivo) cabem nos limites das duas leis, não implicando a mudança de lei em diferença de pena. Ora, é isso mesmo, tudo resolvido para todos.

Como assim? Na condenação proposta pelo duro relator, o réu merecia condenação a duas vezes a "pena mínima" da primeira lei, e, se mantidos os anos totais, passou a ser condenado a quatro vezes a "pena mínima" recomendada pela segunda lei, a aplicada.

Não nos esqueçamos de dizer aos filhos ou aos netos que, por decisão do Supremo, o dobro e o quádruplo agora dão no mesmo.

Por falar em proporções, Marcos Valério pegou 40 anos e Hollerbach, 14, já na inauguração de suas condenações, ainda incompletas. O casal Nardoni, acusado do crime monstruoso de maltratar e depois atirar pela janela a pequena filha do marido, foi condenado a 28 e 26 anos.

Como os ministros do STF gostam também de outras duas palavras referentes a sentenças -as "razoabilidade e proporcionalidade" necessárias à Justiça-, aquelas penas sugerem algo de muito errado em um dos julgamentos citados. Ou no Judiciário e seus códigos. Ou no Supremo.

o carapááálida está ficando com medo... do monstro que pariu


Mídia já teme monstro criado no STF

Blog do Miro

Por Marcus Vinicius, em seu blog:


As elites já temem seu efeito no ordenamento jurídico do país dos excessos no julgamento da Ação 470. Não é para menos. O rol de barbaridades cometidas com a nossa Constituição põe a perigo garantias individuais. E a principal vítima foi princípio da “presunção da inocência”. Agora, perante o STF, são todos culpados, sem provas em contrário.
Talvez seja por isso que os barões da mídia, através da Folha de São Paulo, Valor Econômico e O Globo, começaram a reconhecer excessos cometidos pelo seu “herói”, o ministro Joaquim Barbosa, na dosimetria das penas dos réus do dito “mensalão petista” (outros, mensalões, como o do PSDB e o do DEM um dia, quem sabe, podem baixar naquela Corte).

Começa assim o editorial “Para quem precisa”, publicado no dia 25/10 na Folha: “Penas de prisão deveriam, em tese, caber a criminosos violentos, para os demais, como no mensalão, conviriam severas penas alternativas”. Mas à frente, novo alerta: “As punições hão de ser drásticas, e seu efeito, exemplar, mas sem a predisposição vingadora que parece governar certas decisões (e equívocos) do ministro Joaquim Barbosa”.

Na mesma linha, e o dia seguinte (26/10), matéria do Valor, com o título “Pena de Valério é maior que de Chico Picadinho”, alerta o Supremo Tribunal Federal para os exageros cometidos no julgamento do “mensalão”, ressaltando que a punição ao publicitário Marcos Valério equivale àquelas de criminosos que cometeram crimes hediondos como “Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por planejar o assassinato de seus pais a pauladas em 2002, enquanto dormiam, e do famigerado Chico Picadinho, condenado a 30 anos de prisão pelo homicídio e esquartejamento de duas mulheres nas décadas de 60 e 70”.

Finalmente, em O Globo de hoje (27/10), Merval Pereira, escreve em sua coluna o artigo: “O Voluntarismo de Barbosa” ( http://migre.me/bnkL8 ), em que critica a sanha condenatória do ministro. “Quando ele (Barbosa) critica nosso sistema penal e se põe claramente a favor de penas mais duras, dá margem a que acusados vejam nele um carrasco e não um juiz”.

Ficção e realidade

Um dos diálogos que compõe uma das cenas do filme “A Casa dos Espíritos”, de Isabel Allende, expõe parte do temor das elites, de perda do controle sobre os verdugos. Na cena o ator Jeromy Irons interpreta o senador Esteban Trueba. A conversa se dá na sede do Ministério da Justiça, entre Esteban e um coronel nos primeiros dias da ditadura de Augusto Pinochet. Esteban é um rico proprietário de terras, senador pelo Partido Conservador, ele apoiou o golpe, mas foi surpreendido com a prisão da filha, Blanca Trueba (Winona Ryder), por seu romance com o líder de esquerda, Pedro Segundo (Antônio Banderas).

Por que minha filha foi presa ontem a noite?

- Responda! Onde está minha filha?

- Dê-me a chave do seu carro.

- Fechamos o Congresso. Fim dos privilégios dos congressistas.

- Vocês estão todos loucos!

- Quem acha que estabeleceu contatos com seus generais?

- Quem estabeleceu o elo com os americanos?

- Que dinheiro e reputação garantiu armas para vocês?

- Sabe quem sou eu?

- E você prende minha filha… e quer confiscar o meu carro?

- Quero falar com o ministro.

- Fale comigo.

- O ministro!

- Não há mais ministro!

- Agora você fala comigo.

- Entendeu?

- Quer encontrar sua filha?

- Preencha o formulário.

- Você e seus amigos ainda têm o poder econômico.

- Mas nós governamos o país.

- Agora… dê-me a chave do carro.



As elites do Chile que apoiaram o golpe contra o presidente Salvador Allende em 11 de setembro de 1973 talvez não acreditassem que o regime de Pinochet fizesse da brutalidade sua regra de governo. Números oficiais dão conta de 60 mil vítimas do regime, sendo 3.227 mortos. No Brasil as elites abriram a caixa de Pandora nove anos antes, em 1964. As consequências ainda estão em discussão através da Comissão da Verdade. A tortura ainda persiste como regra em nosso sistema policial e os números da violência em São Paulo demonstraram a falência da Polícia Militar (outra herança da ditadura), no combate à criminalidade.

Mas, tal e qual o personagem Esteban Trueba, do romance de Isabel Allende, o que espanta mesmo as elites é a possibilidade de que um de seus filhos seja vítima do monstro que soltaram nas ruas para reprimir a plebe.

Já pensou o STF pega gosto, e com apoio da opinião publica, engata uma quinta marcha e faz os personagens da “Lista de Furnas”, aqueles citados no livro “Privataria Tucana”, de Amaury Júnior, e também os envolvidos no “Mensalão do PSDB” e no “Mensalão do DEM”, passarem uma temporada no xilindró?

a renovação em andamento...


A grande vitória política que está ao alcance do PT

Oct 27th, 2012 by Marco Aurélio Weissheimer no RS Urgente



O PT tem uma grande vitória política ao seu alcance no segundo turno das eleições municipais que ocorre neste domingo. E essa vitória não se resume à possibilidade de uma vitória de Fernando Haddad na maior cidade do país. No ano em que o conservadorismo e seus braços midiáticos sonhavam com a derrocada do partido, em meio ao julgamento do mensalão, o julgamento do voto popular subjugou o processo que pretendia colocá-lo de joelhos. O PT não só está fazendo a maior votação do país, como renovou seus quadros e está abrindo uma nova possibilidade de futuro para políticas que enfrentam grande resistência.


O Partido dos Trabalhadores (PT) tem uma grande vitória política ao seu alcance no segundo turno das eleições municipais que ocorre neste domingo (28). E essa vitória não se resume à possibilidade de uma consagradora vitória de Fernando Haddad em São Paulo. A sua dimensão maior é de natureza política. E não é nada pequena.

Há cerca de quatro meses, lideranças da oposição ao governo federal (se é que ela tem hoje nomes que mereçam esse título) e a maioria dos colunistas políticos dos jornalões e grandes redes de comunicação apostavam que o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) destroçaria o PT nas eleições municipais. Numa curiosa coincidência, o processo no Supremo adequou-se ao calendário eleitoral, especialmente no primeiro turno. A pressão era intensa e permanente para que o julgamento fosse concluído dentro do calendário eleitoral.

A frustração dessa expectativa foi total. O PT foi o partido mais votado no país, venceu 626 prefeituras (12% a mais do que em 2008), somando mais de 17 milhões de votos. Além disso, aumentou em 24% o número de vereadores e vereadoras, que chegou a 5.164. E levou 22 candidatos para disputar o segundo turno. Mas esse êxito não se resume aos números. O saldo político é muito mais significativo. Essas foram as eleições realizadas sob o contexto do “maior julgamento da história do Brasil”, como repetiram em uníssono colunistas políticos e lideranças da oposição. Ironicamente, o julgamento das urnas talvez seja, de fato, um dos mais impactantes da história do país, fortalecendo o projeto do partido que comanda a coalizão que governa o país há cerca de dez anos e impondo uma derrota categórica ao principal projeto político adversário representado até aqui pelo PSDB, seu fiel escudeiro DEM e pequeno elenco.

E essa derrota, é importante destacar, tem um caráter programático. É a derrota de uma agenda para o Brasil e a vitória do programa que vem sendo implementado na última década com ampla aprovação popular. Não é casual, portanto, que a oposição já comece a flertar com integrantes da própria base de apoio do governo federal numa tentativa de cooptar novos aliados para seu projeto que faz água por todos os lados.

Esse conjunto de fatores indica que o principal vitorioso nessa eleição não é nenhuma liderança individual, mas sim um partido que conseguiu sobreviver a um terremoto político, reelegeu seu projeto em nível nacional duas vezes e agora, como se não bastasse tudo isso, renova suas lideranças com quadros dirigentes que aliam capacidade intelectual com qualidade política.

Independente do resultado das urnas neste domingo, nomes como Fernando Haddad, Márcio Pochmann e Elmano de Freitas já representam a cara de um novo PT, fortalecido pela tempestade pela qual passou, pelas experiências de governo e, principalmente, pela possibilidade de futuro.

Essa possibilidade de futuro é representada por um conjunto de políticas que enfrentam grande resistência por parte do conservadorismo brasileiro: Reforma Política, nova regulamentação para o setor de comunicação, colocar a agenda ambiental no centro do debate sobre o padrão de desenvolvimento que queremos, fazer avançar a reforma agrária, fazer a educação pública brasileira dar um salto de qualidade, recuperar a ideia do Orçamento Participativo para aprofundar a democracia e abrir mais o Estado à participação cidadã, acelerar a integração política, econômica e cultural sulamericana, entre outras questões.

A “raça” petista não só não foi destruída, como sonhavam algumas vetustas lideranças oposicionistas que despontaram para o anonimato, como sai agora fortalecida no final do ano que era apontado como o do “fim do mundo”.

Mas as vitórias quantitativas do PT dependem de algumas condições para se confirmarem como vitórias políticas qualitativas. Uma delas diz respeito à vida orgânica cotidiana do partido que deve ser um espaço de pensamento e organização social, com a participação regular dos melhores quadros pensantes do país.

Uma das razões dos sucessos eleitorais do PT, que a oposição político-midiática teima em não reconhecer (para seu azar) é o profundo enraizamento social que o partido atingiu no país; a famosa capilaridade que faz com que o PT seja a principal referência partidária brasileira. Esse é um capital político acumulado extraordinário que pode ser multiplicado se não for usado apenas como espaço eleitoral, mas, fundamentalmente, como um espaço de defesa da democracia e do interesse público, de discussão do Brasil e da construção de uma sociedade que supere o paradigma mercantilista que empobrece as relações humanas, destrói a natureza e privatiza a vida e o saber.

A militância petista tem todos os motivos do mundo para estar orgulhosa e esperançosa neste final de ano. Afinal de contas, o julgamento do voto popular subjugou o processo que pretendia colocar o partido e sua principal liderança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de joelhos. Não conseguiram.

Este é, obviamente, um texto otimista que não está considerando os inúmeros problemas – organizativos e programáticos – que precisam ser enfrentados no PT, assim como nos demais partidos da esquerda brasileira. Mas esse otimismo, mais do que justificável, é a expressão da voz do povo brasileiro que sai das urnas mais uma vez. A nossa democracia tem muito o que avançar, os problemas sociais ainda são grandes, mas o aprendizado político desses últimos anos abre uma extraordinária possibilidade de futuro. Que o PT e seus aliados tenham a sabedoria de ouvir a voz que sai das urnas. É uma voz de apoio, de sustentação, mas é também uma voz que quer avançar mais, participar mais e viver uma vida com mais orgulho e ousadia.

(*) Artigo publicado originalmente na Carta Maior.

Viva Luiz Inácio Lula da Silva!


Brasil ignora o mensalão e faz do PT partido mais votado em 2012

Posted by eduguim on 28/10/12 • Blog da Cidadania





A eleição de 2012 entrará para a história. Esforço que envolveu toda a grande imprensa, partidos de oposição e as cúpulas do Poder Judiciário e do Ministério Público, tentou gerar “efeitos políticos” – leia-se uma monumental derrota do Partido dos Trabalhadores e, por conseguinte, do ex-presidente Lula – nas eleições municipais.

Ao fim da tarde de 28 de outubro, porém, no grupo de mídia que mais se empenhou em destruir um partido e o maior líder político da atualidade no Brasil, o jornalista Willian Bonner, com expressão de choro estampada no rosto, teve que admitir que o processo eleitoral deste ano terminou com uma vitória histórica desse partido.

Se o PT não vencesse a eleição em mais nenhuma parte, vencendo só em São Paulo já seria uma derrota sem par do consórcio demo-tucano-pepessista-midiático-judiciário. A vitória retumbante de Fernando Haddad, porém, somou-se a mais de 17 milhões de votos que fizeram o PT emergir do primeiro turno como o campeão brasileiro de votos.

O caráter histórico das eleições de 2012 também se fará acompanhar pelo fenômeno político e social que eclodiu, com o povo brasileiro simplesmente ignorando uma campanha de difamação de Lula e do PT pela mídia que, ao todo, durou 7 anos, mas que, nos últimos três meses anteriores a este 28 de outubro, atingiu as raias do inacreditável.

Centenas de milhões de dólares foram gastos pela grande imprensa brasileira na busca desesperada por fazer o povo brasileiro votar como queriam colunistas, editorialistas e articulistas de jornais, revistas, televisões e rádios. Tudo em vão. O brasileiro, mesmo bombardeado por acusações ao PT, ignorou e deu quase 20 milhões de votos ao partido.

Ao fim, mais uma vez o Brasil e o mundo se voltam a um retirante nordestino que chegou a São Paulo com a roupa do corpo, sofreu o diabo com privações e humilhações e, assim mesmo, tornou-se o pesadelo de uma elite que, desde o descobrimento, jamais teve o menor vínculo com a realidade, preferindo crer nas mentiras que ela mesma inventa.

Viva a Democracia!

Viva a Verdade!

Viva Fernando Haddad!

Viva São Paulo!

Viva o PT!

Viva Luiz Inácio Lula da Silva!

O agricultor familiar tem um cuidado bem maior com a terra


O Brasil que dá certo de volta ao Rio



Postado por Cris no Somos andando



Olha que lindo… 

Esse ano vou participar do meu segundo Brasil Rural Contemporâneo. Curto pacas agricultura familiar, reforma agrária e temas afins. Acredito, de verdade, que a alternativa para um sistema econômico mais justo e igual passa por aí, trazendo de lambuja um incremento de saúde para quem consome. Ou seja, é positivo para todos os lados. Daqui a pouco falo um pouco mais sobre isso.

Antes vamos ao evento. O Brasil Rural Contemporâneo é uma feira de agricultura familiar e reforma agrária, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). É o maior evento do tipo na América Latina e este ano já está em sua oitava edição. Com várias passagens pelo Rio e por Brasília, em 2010 aportou na minha querida Porto Alegre, donde eu participei da cobertura colaborativa em blogs. Toda a concepção do negócio, como se vê, é sustentável, inclusive a comunicação, que trabalha com a ideia de fugir dos nada saudáveis meios de comunicação tradicionais.

Pois bem, a feira aqui, pra mim, foi gigante, lindaça, divertidíssima. Enfim, um evento pra se ter todo ano. Movimentou uma galera enorme. O que me encantou mesmo foi a vida que circulou por aí. Em formato de alegria, cooperação, solidariedade, traduzindo exatamente o nome do evento: é o Brasil rural de hoje. Nada mais contemporâneo e bonito. Tenho lembranças muito boas de lá.

Não teve como não reconhecer a qualidade dos produtos oferecidos pel@s empreendedor@s presentes, seja no artesanato, seja na comida. Na beira do Guaíba, no Cais do Porto (que agora ganha o que chamam de “revitalização”, que é basicamente construir mais um espaço elitizante, que vai desumanizar um pouco mais o nosso Centro), vários bares serviam cerveja artesanal e comes de características regionais. Ficou lotado, todos os dias, até porque depois o pessoal ia para os shows que aconteciam ali do lado, com ingressos a preços simbólicos.




Como eu disse, pra mim o evento era enorme. Aí, esses dias, conversando com quem já participou de várias dessas feiras, descobri que era “pequeno”, nem comparação com o do Rio.

De volta ao Rio

O que gera a expectativa para o que vou ver lá, na Marina da Glória, de 21 a 25 de novembro. São 40 mil metros quadrados de feira! Mais de 600 empreendedores de todas as regiões do Brasil, que se traduzem também nas atrações artísticas. Vão ser três palcos (Multicultural, Tablado de Raiz e #SonoroRural), com vários shows todos os dias, além de cortejos pela cidade. E posso garantir, como quem acompanhou de perto, que a curadoria desses shows foi feita com o maior carinho e cuidado para que o máximo possível do Brasil estivesse representado.

E esse ano tem uma novidade. O Brasil Rural Contemporâneo vai ganhar uma arena de debates, pra discutir tudo aquilo que a feira já mostra há tanto tempo na prática: que a agricultura familiar dá certo (aliás, o lema do evento é o “Brasil que dá certo”) e está cada vez mais forte. As atividades do Diálogos Brasil Rural e os shows vão ter transmissão ao vivo pelo site da feira. Vai rolar também uma estratégia voltada para a comunicação nas mídias sociais. Vou estar lá participando dessas coisas (e contando pra vocês).

Essa tal de agricultura familiar

Mas quero falar um pouco sobre esse Brasil que dá certo, como eu disse lá em cima. Trabalhei por um ano basicamente focada nos temas da agricultura familiar e da reforma agrária, na Assembleia. Confesso que não tinha proximidade nenhuma com os temas rurais, mas aprendi a gostar, justamente porque tem uma ideia muito bonita e nada utópica por trás. É possível, sim, produzir comida de qualidade, beneficiando quem está no campo. A prova disso é que, até pouco tempo atrás, 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros vinham daí (não tenho dados atualizados).

Nesses dez anos de existência do MDA, vários programas já foram desenvolvidos para incentivar esse tipo de produção, e têm dado certo. A agricultura familiar gera muito mais empregos do que o latifúndio, aproveita melhor a terra, usa menos agrotóxicos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, ela ocupa 31% da área agrícola, mas responde por 81% da mão-de-obra.

Sem falar que é um baita impulso pra economia, porque produz aqui o que é consumido aqui. Quer dizer que até para os números do PIB, de crescimento do país, aqueles apresentados na TV a cada trimestre, a agricultura familiar contribui. Os produtos precisam de menos conservantes, porque vão circular por menos tempo e distâncias menores, e se gasta menos em transporte, contribuindo também para o meio ambiente.

Aliás, esse é outro aspecto. O agricultor familiar tem um cuidado bem maior com a terra, porque ele a conhece bem e depende dela. Sabe que, se desmatar, vai acabar prejudicando o solo e diminuindo a produção no futuro. Sabe que na margem de rio não dá pra plantar, porque assoreia. Fora sua relação de cuidado com a terra, que se reflete na lida diária.

Resumindo, é comida boa, distribuição de renda e produção de riqueza, com respeito ao meio ambiente.

O governo tucano, porém, não aceitou a ajuda federal


Violência em SP desnorteia Alckmin

Blog do Miro

Por Altamiro Borges


Durante algum tempo, o governador Geraldo Alckmin e a mídia chapa-branca - alimentada com verbas da publicidade oficial -, afirmaram que a segurança pública em São Paulo era um exemplo para o Brasil. Agora, porém, nem os jornalões tucanos conseguem mais esconder o desastre no setor. Como afirma o editorial da Folha de hoje (27), intitulado “Violência em alta”, o governo paulista deve explicações à sociedade sobre o clima de medo que reina no estado. A mídia também podia aproveitar e fazer autocrítica de tanta bajulação.

Em setembro, dados oficiais da própria Secretaria de Segurança indicam que houve uma elevação de 27% nos registros de homicídios dolosos no Estado, em relação ao mesmo mês de 2011. Na capital paulista, o quadro é ainda mais crítico. O aumento dos homicídios verificado em setembro foi de 96%, na comparação com esse mês do ano passado. A Folha ainda tenta amenizar a barra dos tucanos, afirmando que “nem tudo piorou” na área da segurança. Ela cita a queda nos roubos de carga. Compara gente com mercadorias!

Apesar de registrar a “violência em alta”, o jornalão não critica o PSDB, que comanda o estado há quase duas décadas. Apenas sugere que “os esforços na área precisam ser revigorados”. A política de segurança pública dos tucanos segue a lógica de que a violência se combate com mais violência. O próprio Alckmin afirmou recentemente, diante de uma chacina policial na periferia, que “quem não resistiu está vivo”. Neste cenário, quem mais sofre é a população, que fica no meio do tiroteio entre a polícia e os bandidos.

Sem alterar a política de segurança em São Paulo, os homicídios e outras barbáries continuarão a crescer. Mas os tucanos são bicudos, autoritários. Não aceitam rediscutir suas práticas anacrônicas – com baixos investimentos na inteligência ou nas ações integradas com outras áreas sociais. Há cerca de 40 dias, segundo a coluna Painel da mesma Folha, a presidenta Dilma “enviou emissários para conversas com o secretário de Segurança do Estado, Antonio Ferreira Pinto”. O objetivo era unir forças no combate à criminalidade.

O governo tucano, porém, não aceitou a ajuda federal. “O diálogo não prosperou”, afirma o jornal. Preferiu culpar o governo Dilma pelo aumento da violência em São Paulo, numa prova cabal da sua incompetência. Como se observa, Alckmin, o PSDB e a mídia chapa-branca eles estão realmente perdidos, desnorteados!

se não foi pelo amor, foi pela dor


São Paulo amadureceu pela dor

Posted by eduguim on 28/10/12 • Blog da Cidadania




São Paulo está dando o primeiro passo para começar a se livrar de uma quadrilha formada por dois partidos que, há uma década, apesar de subsistirem em terras paulistas, o Brasil vem rejeitando progressivamente: o PSDB e o DEM. E por um consórcio de impérios de comunicação que atingiu o porte paquidérmico que tem hoje graças às incontáveis arcas de dinheiro público que recebeu da ditadura militar pelos favores que lhe prestou.

José Serra, o lunático que o povo de São Paulo ora manda para a aposentadoria, tem todas as características de capo: autoritário, impiedoso, preconceituoso, truculento, cínico e, segundo o livro A Privataria Tucana, desonesto – sua filha e outros parentes, enquanto o governo federal do PSDB vendia patrimônio público a preço de banana, recebiam milhões e milhões de dólares de remessas inexplicáveis do exterior.

Mas o que impôs a Serra a derrota acachapante da vez não foram os questionamentos éticos que, por um misto de cumplicidade da grande imprensa e de covardia de seus adversários políticos, (ainda) não estão sendo apurados, em que pese a CPI aprovada pela Câmara dos Deputados para esse fim, a qual, segundo se sabe, deverá ser instalada no início do próximo ano, na volta dos trabalhos do Congresso.

Como o tema é a eleição em São Paulo, o que se tem que analisar é que tudo o que está acontecendo se deve a que a cidade cometeu um erro fatal em 2004 e outro ainda maior em 2008 e tais erros lhe cobraram um alto preço.

Marta Suplicy foi eleita em 2000 com a missão de reparar a devastação praticada por Paulo Maluf e Celso Pitta na prefeitura ao longo da década de 1990, quando protagonizaram o primeiro grande erro dos paulistanos, o de negar voto a Eduardo Suplicy, indicado por Luiza Erundina, que fizera trabalho saneador da cidade após outra gestão catastrófica, a de Jânio Quadros, que, a exemplo das de Maluf, Pitta, José Serra e Gilberto Kassab, viu máfias se instalarem por toda a administração municipal.

Por omissão criminosa da grande imprensa paulista, São Paulo não sabe que a gestão Kassab está “sub judice”, com vários secretários e o próprio prefeito sendo acusados e investigados pelo Ministério Público por conta das novas máfias que se instalaram na administração municipal de forma a, por exemplo, lucrar com a liberação de construção de imóveis.

A mídia que a ditadura militar legou ao Brasil, porém, escondeu tudo isso do eleitor paulistano no âmbito de sua luta insana contra o Partido dos Trabalhadores, que já remonta a quase a um quarto de século (desde 1989).

Todavia, ainda em 2004, quando a excelente gestão Marta foi interrompida aos meros quatro anos (os grupos políticos de direita que governaram a cidade tiveram todos oito anos) assim como ocorreu com a de Erundina, já se sabia que a retomada das práticas criminosas e socialmente irresponsáveis que a direita iria impor à cidade cobrariam desta um preço, de forma que a conscientização do paulistano sobreviria, se não pelo amor (racionalidade), ao menos pela dor.

A cidade, pois, foi entregue a dois homens que utilizariam a administração municipal como trampolim para seus projetos políticos. Serra ficou no cargo pouco mais de um ano, pois se candidatou a prefeito em 2004 apenas para ganhar musculatura e recursos para disputar o governo do Estado dois anos depois, governo que também abandonaria para disputar a Presidência da República em 2010.

Kassab, assim como o padrinho político, também abandonou São Paulo na mão de assessores corruptos para montar um partido político, o PSD, que reúne, se não o que de pior havia no PSDB e no DEM, boa parte do lixo político que infecta esses partidos.

Enquanto Serra e Kassab se dedicavam aos seus projetos políticos, o caos foi se implantando na capital paulista. Violência, criminalidade, falta de mobilidade urbana, sujeira, abandono da população de rua (que explodiu), serviços públicos de quinto mundo, piores salários de servidores municipais, corrupção desbragada… Ufa! São Paulo, que quando Marta deixou o governo era uma cidade complicada, chegou ao inferno.

E a São Paulo de hoje não é ruim apenas para os pobres, apesar de, para estes, ser muito pior. É ruim também para os ricos. A cidade viu, nessa administração nefasta que caminha para o ostracismo e para a vergonha histórica, ocorrerem até o que nunca antes ocorrera: enchentes em bairros ditos “nobres”. Isso sem falar que a cidade é hoje uma praça de guerra com dezenas de assassinatos todos os dias, sobretudo à noite.

A eleição de Fernando Haddad é, portanto, o primeiro passo para tirar não só a capital paulista das mãos da quadrilha demo-tucano-midiática, mas, sobretudo, o governo do Estado, pois São Paulo está encolhendo diante de um Brasil que cresce e se desenvolve como nunca se viu, tudo graças a um grupo político que governa fechando as portas às políticas públicas do governo federal que estão fazendo outras regiões progredirem muito mais.

O povo de São Paulo precisou passar pela autoflagelação que se impôs com a eleição do atual grupo político que governa a cidade de forma a acordar. E, repito, se não foi pelo amor, foi pela dor que amadureceu, pois eleição é coisa séria, não pode ser confundida com as disputas retóricas do futebol, mas o paulistano, instigado pela mídia partidarizada e irresponsável, vinha votando com o fígado em vez de votar com o cérebro.



Se urna pode condenar, também pode absolver



Desde que, acima de qualquer outra, a vitória de Fernando Haddad ameaçou comprovar que o povo brasileiro não acredita na orgia midiática em torno do julgamento do mensalão, os mesmos pistoleiros da mídia que previram que o PT, além de ser “condenado” pelo Supremo Tribunal Federal, também seria condenado pelas urnas, mudaram o discurso.

Não há colunista, editorialista ou veículo integrante do Partido da Imprensa Golpista que, antes de se configurar a imensa vitória eleitoral que o PT teve em 2012, não tenha dito que as urnas se coadunariam com a mídia e com o tribunal de exceção de forma a condenarem o PT.

Após 7 de outubro, quando o PT se tornou, mais uma vez, o partido mais votado do Brasil ao mesmo tempo em que o conclave demo-tucano-midiático-judiciário mandava o Estado de Direito às favas e inaugurava a era dos presos políticos no país, esses pistoleiros da opinião passaram a dizer que “urnas não absolvem” o PT, como se este estivesse sendo julgado.

O PT não foi a julgamento, mas se o veredicto das urnas, segundo a pistolagem midiática, servia para condenar o partido, por que é, diabos, que não serve para absolver?

Pergunte-se, leitor, o que o PIG estaria dizendo se o PT tivesse sido arrasado eleitoralmente em todo o país. As manchetes, inequivocamente, seriam no sentido de que o povo, assim como o STF, condenou os “mensaleiros”, o PT e Lula, ainda que estes dois últimos não tenham sido sequer acusados formalmente. Portanto, as urnas absolveram, sim, Lula e o PT.



Blogueiro viaja nesta segunda durante duas semanas



Tive que esperar passarem as eleições para fazer a última viagem de negócios do ano. Devido ao tempo que investi para ajudar a evitar que o golpe político demo-tucano-midiático-judiciário tivesse êxito, a viagem que começo a empreender a partir desta segunda-feira se estenderá por 16 dias, durante os quais visitarei vários países sul-americanos. Contudo, como sempre, isso não impedirá que continue atualizando o blog diariamente.

é a mesma coisa de tentar quebrar pedra com a mão


POR QUE O PT DERROTA
O PIG. E HADDAD VAI VENCER


Enfrentar o PT, exorcizando-o, como fazem a mídia e a elite paulista é fortalecê-lo ainda mais, pois as ações de governo de Lula e Dilma têm efeito direto na vida da população, em todas as camadas sociais.

Conversa Afiada




Do amigo navegante Adauto Alves:


“Enquanto a mídia e a elite paulista continuarem a tratar o PT como o partido que inaugurou a corrupção no Brasil, não levarão vantagem. Bater de frente com o partido e o presidente que implantou os maiores programas sociais da história da república brasileira é a mesma coisa de tentar quebrar pedra com a mão.

São mais de 15 milhões de empregos gerados na era PT no governo Federal, que somados ao Bolsa Família, ao Minha Casa Minha Vida (maior programa de habitação popular do Brasil), ao Pro-Uni, ao programa de cotas nas universidades fazem a diferença na melhoria das condições de vida do povo.

Globo, Veja, FSP, Estadão e Cia não entendem de ciência social, nunca mediram o impacto das mudanças introduzidas no Brasil nos últimos 10 anos.

Eles não entendem a grande inversão social que Lula implantou em benefício dos pobres deste país. Isto nunca fora feito. É por isso, que o efeito mensalão é quase nulo, que mesmo que tenha existido, é um traque perto das privatizações promovidas pelos tucanos, na era FHC.

Não entro no mérito ideológico e sim no modelo e no valor das empresas vendidas a preço de banana, um verdadeiro escândalo nacional.

Registro que todo tipo de corrupção, desde que comprovada, tem que ser punida. O que é inaceitável é a mídia querer fazer crer que o PT é o partido que inventou o mal feito no país, sem reconhecer as suas qualidades.

O PT foi o partido mais votado para prefeito no 1º turno, quando alcançou mais de 17 milhões de votos, ficando o PMDB em segundo.

Enfrentar o PT, exorcizando-o, como faz a mídia e a elite paulista é fortalecê-lo ainda mais, pois as ações de governo de Lula e Dilma têm efeito direto na vida da população, em todas as camadas sociais.

A mídia trata o PT com desprezo, destilando o seu ódio de classe, que cria duas categorias: a que tem simpatia pelo partido e os anti-PT, como ela.

Além dos méritos do partido, que promoveu uma verdadeira revolução social no Brasil, outro fator que faz o sucesso de Lula e do PT é a forma como a mídia os combate.

Ela defendia a queda nos juros, hoje é contra; defendia a desoneração da produção, hoje é contra; pregava a geração de empregos, hoje reclama. Ou seja, se o PT fez, não está no caminho certo.

Por isso, ganhar a eleição em São Paulo será a constatação clara da diminuição da influência da mídia na vida dos brasileiros. A vitória de Haddad no segundo turno será mais um recado do povo a essa gente, essa sim, os mensaleiros que mamam nas tetas do poder público.
Incluo Salvador nesta lista, que deveria derrotar ACM, o Neto – do DEM -, para o Brasil afastar de vez a ameaça de ressurgimento do carlismo, que tantos males causou à Bahia.

A mídia e a elite a paulista não são dignas da confiança dos brasileiros. Portanto, amanhã, vamos complementar a grande derrota deles.”