sexta-feira, 11 de maio de 2012

bateu o desespero


Fim de linha para Gurgel: ele piscou e passou recibo. Algo mortal na política

10 de maio de 2012 às 13:00 
Blog do Rovai


O Procurador Geral da República saiu em sua própria defesa na tarde de ontem.

Foi um péssimo advogado de si mesmo. E o conteúdo das frases que disse deixam claro duas coisas.

1) Ele não tem como explicar porque engavetou o processo contra Demóstenes e Cachoeira mesmo com tantas evidências de que ambos articulavam um grupo que operava crimes contra o Estado.

2) A falta de justificativa para o que fez o levou a invocar o mantra do mensalão, com o objetivo de criar uma cortina de fumaça e ganhar a mídia tradicional e o que resta da oposição raivosa para a sua defesa.

Uma pessoa no cargo que ele ocupa só assume tão deliberadamente um lado quando sente que o furo no bote é grande e o número de passageiros é maior do que o de boias. Ou seja, bateu o desespero.



Não fosse isso, Gurgel explicaria o caso e se disporia a dar explicações. Além disso, tentaria buscar pontes na base do governo para apresentar suas justificativas.

Qualquer pessoa com o juízo em dia e que não estivesse sobre forte pressão por conta de ter sido pega no pulo, faria isso.

Gurgel, no entanto, piscou e passou recibo.

Em política isso é mortal.

Gurgel acabou.

Seguem frases publicadas nos jornais de hoje que não deixam dúvidas:

“O que temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão”

“São pessoas que, na verdade, aparentemente, estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmas, com os fatos, os desvios de recursos e a corrupção, e mais preocupadas com a opção que o procurador-geral, como titular da ação penal, tomou em 2009, opção essa altamente bem sucedida. Não fosse essa opção, nós não teríamos a Operação Monte Carlo, não teríamos todos esses fatos que acabaram vindo à tona. Há um desvio de foco que eu classificaria como, no mínimo, curioso”

“É compreensível que algumas pessoas ligadas a mensaleiros tenham essa postura de querer atacar o procurador-geral e, até como já foi falado, atacar também ministros do STF com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro ministros do Supremo”

“Eu apenas menciono que há pessoas que já foram alvo do Ministério Público e que, agora, compreensivelmente, querem retaliar porque foram atacadas pelo MP e que têm notória relação com pessoas como réus do mensalão”

“Há, se não réus, protetores de réus interessados, pessoas com notórias ligações com os réus do mensalão”

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