domingo, 31 de julho de 2011

isso é censura ou defesa própria?

Justiça está certa, sim, ao proibir filme escabroso

Ricardo Kotscho no Balaio do Kotscho

Claro que não vi o filme ""A Serbian Film - Terror sem limites", e certamente não vou ver. Mas, como acompanho o noticiário por dever de ofício e ainda tenho o bom hábito de ler jornais, não tenho a menor dúvida de que esta aberração tinha mesmo que ser proibida pela Justiça.

Tudo tem que ter limites e, por mais que eu defenda e dependa da liberdade de expressão para trabalhar, ninguém pode tudo. Tem coisa que pode e tem coisa que não pode, como já escrevi esta semana sobre outro assunto.

Só para vocês terem uma ideia do que se trata: o filme do diretor sérvio Srdjan Spasojoveic mostra cenas com sugestão de estupro de recém-nascido, incesto envolvendo criança e necrofilia.

É preciso dizer mais? Tem que ver o filme para concluir que é preciso mesmo tomar uma providência em defesa da sociedade?

Nós nos habituamos a sempre criticar a Justiça e, principalmente nestes casos, defender a mais absoluta liberdade de expressão, como se a vida em sociedade não exigissse de cada um de nós um mínimo de respeito aos direitos e à liberdade do outro, principalmente de quem não tem como se defender.

Não, não se trata de censura, é preciso deixar bem claro e parar com esta bobagem.

Até porque, agora, qualquer limite imposto a crimes cometidos pela imprensa ou por outros meios de comunicação humana, a exemplo deste filme, é logo qualificado pelos idiotas e pervertidos mentais como um "atentado à liberdade de expressão".

Outros países mais desenvolvidos culturalmente do que o nosso também já proibiram este filme, que seria exibido no último sábado num festival de cinema de terror no Rio de Janeiro.

Filme de terror é uma coisa, mas estimular os sentimentos mais doentios do ser humano, num momento em que a pedofilia e a violência contra as crianças se dissemina pelo mundo, é outra coisa.

Só porque a ação contra a exibição de "A Serbian Film" foi movida pelo DEM, um partido que nas últimas eleições se aliou à mais preconceituosa e retrógada campanha política já vista no país, isso não me obriga a sair por aí gritando que "a censura está de volta" e defender o absolutamente indefensável em nome do "politicamente correto".

Está certíssima a juíza Katerine Jatahy Nygard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, do Rio de Janeiro, ao proibir a exibição e determinar a apreensão da cópia do filme, assim como está cumprindo seu dever o Ministério da Justiça ao suspender o processo de classificação indicativa de "A Serbian Fim". Este filme, simplesmente, não tem classificação.

Não pensem que escrevo isto porque sou moralista retrógado ou um católico carola que vive rezando com o terço na mão e fazendo cara de santo. Apenas me sinto no direito de defender, em nome do que nos resta de dignidade humana, o bom senso e um mínimo de respeito no que se convencionou chamar de liberdade artística.

Sob o título "Tutela descabida", o editorialista da "Folha", é claro, escreveu exatamente o contrário do que penso: "Só o excesso de zelo, ainda que revestido da melhor intenção, pode explicar o novo atentado contido na proibição do longa-metragem "Um filme Sérvio - Terror sem Limites". (...) Constitui uma violência o Estado arrogar-se o poder de decidir o que um cidadão pode ou não ver no cinema. As liberdades artística, de expressão e de informação contam com sólidas garantias na Constituição Federal".

Sem dúvida, mas por acaso estas garantias podem se sobrepor aos direitos que qualquer sociedade civilizada tem de se defender das barbaridades cometidas por delinquentes amorais e celerados em geral?

Quer dizer, então, que ninguém, nem os orgãos do Estado criados para isso, pode colocar limites aos que querem impor as suas taras ao conjunto dos cidadãos?

Peço aos leitores que mandem sua opinião e, se possivel, respondam a estas minhas dúvidas.

para os amigos... silêncio, para os inimigos... os rigores do PIG


A ‘Disneylandia’ do filho de FHC






A perseguição da mídia a Lula e à sua família não terminou depois que ele deixou o poder. Desde a semana seguinte à posse de Dilma Rousseff, em janeiro, que os ataques ao ex-presidente miram todo e qualquer aspecto de sua vida particular – desde os valores que cobra para dar conferências (como faz seu antecessor Fernando Henrique Cardoso desde que deixou o poder) até as atividades privadas de seus familiares.

Essa perseguição obstinada, irrefreável e interminável acaba de ganhar mais um capítulo. Neste domingo, o jornal Folha de São Paulo expõe uma neta do ex-presidente-operário, Bia Lula, de 16 anos, que integra o elenco de uma peça de teatro que recebeu financiamento de 300 mil reais da operadora de telefonia OI. A matéria insinua que o financiamento só ocorreu devido à influência de Lula.

Este post, porém, não pretende questionar a função fiscalizadora da imprensa nas democracias e, sim, a seletividade nessa fiscalização. Não é ruim que a imprensa fiscalize a vida privada dos políticos desde que não faça isso em benefício de outros políticos, tornando-se partícipe do jogo político-partidário, o que lhe retira a credibilidade, razão pela qual esses conglomerados de mídia negam até a morte que têm qualquer preferência política.

Mas o que explica, então, que as atividades privadas dos filhos de um ex-presidente de determinado partido sejam devassadas dessa forma – não poupando nem uma garota de 16 anos ao lhe reproduzir a foto em uma matéria em que, ao fim e ao cabo, chama seu avô de ladrão (nas entrelinhas) – enquanto não acontece o mesmo com os negócios para lá de esquisitos do filho de FHC Paulo Henrique Cardoso, por exemplo?

Fico imaginando o que teria acontecido se Lula tivesse feito em relação ao seu filho o que fez o antecessor em relação ao dele, enquanto ambos governavam…

Em 1996, Paulo Henrique Cardoso era casado com a filha do dono do Banco Nacional, cuja falência foi evitada por medida provisória editada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Aquela medida tornou possível a venda de parte boa do Banco Nacional para o Unibanco. A parte podre — de seis bilhões de dólares — ficou para o governo pagar. Este blogueiro se cansou de ler editoriais do Estadão defendendo a negociata.

Em 2000, dois anos antes de deixar o poder, FHC autorizou financiamento do seu governo à empresa do próprio filho, Paulo Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha, na cidade de Hannover. Foram doados pelo governo federal, então, 14 milhões de reais. O Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal chiaram, inclusive. A imprensa, porém, deu algumas raras reportagens sobre o caso e nunca mais tocou no assunto, sobretudo depois que FHC deixou o poder.

A boa e velha hipocrisia da mídia dirá que tudo isso aconteceu faz tempo e tentará convencer os incautos de que naquela época foi feito um barulho sequer parecido com o que se faz hoje sob meras especulações e não sob fatos concretos como aqueles que pesavam sobre o filho do ex-presidente tucano. Contra Fábio Luís Lula da Silva, por exemplo, afirmam que financiamento da OI à empresa dele seria escandaloso. Mas alguém viu algum jornalista chamar de escandalosos os fatos sobre o filho de FHC?

E o pior é que PHC continua se metendo em negócios estranhos, para dizer o mínimo. A mídia deveria ter curiosidade sobre seus negócios porque seu pai é o líder máximo do maior partido de oposição, partido que controla governos estaduais poderosos como os de São Paulo (o mais rico do país) e Minas Gerais, sem falar da ascendência do ex-presidente sobre a grande mídia, o que faz dele político a ser agradado por empresas privadas.

Veja só, leitor, o negócio fechado no fim do ano passado pelo filho de um dos políticos mais poderosos e influentes do Brasil, um negócio sobre o qual a grande mídia não especulou nada, não quis saber nada e não publicou nada. Em 29 de novembro do ano passado a Rádio Disney estreou oficialmente no Brasil na frequência FM 91,3 MHz de São Paulo. A emissora foi negociada no começo do ano, quando a Walt Disney Company se uniu à Rádio Holding Ltda. e comprou a concessão. A Holding pertence a Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e detém 71% do negócio.

Walt Disney Company é um dos maiores grupos de mídia dos Estados Unidos e esse será o seu maior investimento no Brasil. Teve que se associar minoritariamente ao filho de FHC porque a legislação brasileira não permite que empresas estrangeiras controlem veículos de comunicação. Por isso precisa de um brasileiro…

O filho de Lula, dito “Lulinha” pela mídia, recebeu acusações explícitas e incessantes por receber financiamento de uma grande empresa. Por que foi diferente com o filho de FHC? O caso deles é bastante parecido, ora. Ambos têm sócios poderosos em empresas de comunicação – “Lulinha” produz conteúdo para uma televisão UHF e Paulo Henrique é sócio de um tubarão internacional numa rádio.

É injusto dizer que há irregularidades nesses negócios de familiares dos ex-presidentes. Para expor as famílias da forma como a Folha fez com a neta de Lula, deveria haver mais do que especulações. Tanto para a família do ex-presidente petista quanto para a do tucano. Os valores que eles cobram pelas palestras, idem. Mas se a mídia quer investigar, que faça com todos os políticos e não só com aqueles dos quais não gosta.

Porto Alegre e a Copa: enquanto isso... as pessoas querem saber onde vão morar

Moradores cobram explicações da Prefeitura sobre obras da Copa e remoção de moradias

O GT de Comunicação do Comitê Popular da Copa de 2014 registrou parte de um debate entre o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e comunidades atingidas pelas obras da Copa, na região Cristal, realizado no dia 29 de junho. O processo de remoção de 1.800 famílias que vivem as margens da avenida Moeb Caldas/Cruzeiro, em função da duplicação da Avenida Tronco, preocupa os moradores. A maioria dessas famílias vive no local há 20 anos. O blog do Centro de Assessoria e Estudos Urbanos (Cidade), que está acompanhando esse debate, pergunta: Com a obra da Av. Tronco provavelmente teremos quase 2.000 famílias em aluguel social a partir de 2012. Ou seja, fora das suas casas e ainda não reassentadas. A duplicação da Av. Tronco é uma obra estratégica para quem? As incorporadoras imobiliárias?

as bruxas não existem? conto outra... não precisa? você não acredita, mesmo

A Oposição não tem rumo.
A institucional ou a real ?



O ansioso blogueiro jantou no Rio com graduado funcionário do Governo Dilma, que tinha ido assistir à cerimônia da Copa e, portanto, ao #ForaTeixeira.

Perguntei o que a Oposição ia fazer em 2014.

- A institucional ou a real ?, ele devolveu.

- Qual é qual ?, perguntei eu.

- A institucional está sem rumo.

- Qual é a institucional sem rumo ?

- A do Cerra e do Aécio. Eles não tem mensagem. Nem mensagem nem autoridade moral.

- O Lula e a Dilma tomaram as bandeiras deles, é isso ?

- O mundo também.

- O mundo ?, como assim ?

- O que eles tinham a vender saiu da prateleira do mundo, não esta mais à venda, por falta de quem venda e de quem compre.

- O que, por exemplo, saiu da prateleira?

- O Estado mínimo e a privatização – quem é que no mundo quer comprar isso ?

- Nos Estados Unidos, o pessoal do Tea Party.

- É o pessoal que quase joga os Estados Unidos no precipício … E é só o que a Oposição institucional brasileira tinha no Evangelho.

- E a Oposição real ?

- A Oposição real, a que conta, estava sentada ao meu lado no sorteio da Copa.

- O que pensa essa oposição sentada ao teu lado.

- Não vai dar certo. A Copa vai ser um fracasso. O governo da Dilma não tem competência para construir estádio, aeroporto. Só tem ladrão.

- Por que você chama esse cara de Oposição real ?

- Porque é essa a Oposição que controla a imprensa, faz a cabeça da elite e de uma boa parte do Congresso.

( Clique aqui para ler sobre o PAC  da Dilma e o PAC do Ali Kamel )

- E ainda por cima a Dilma parece que não vai fazer a Ley de Medios, pondero com minha habitual ansiedade.

- Acho que não vai fazer e será um desastre.

- E qual o efeito eleitoral disso, para 2014 ?

- A oposição real escolhe um porta-bandeira, um Collor, um Gabeira, um Aécio e vem com o mesmo de sempre …

- O quê ?

- Esse moralismo hipócrita, essa UDN de varejo.

Pano rápido


Paulo Henrique Amorim



Minha Presidenta: fora Ricardo Teixeira!

No Rio, Dilma adere ao #ForaTeixeira



Teixeira e Globo tudo a ver (Foto: Marcelo Jesus/UOL)


Saiu no UOL:


Dilma ganha sala reservada em sorteio da Copa e planeja não receber Ricardo Teixeira


Bruno Freitas, Ricardo Perrone e Thales Calipo

A presidente Dilma Rousseff vai esperar ser chamada para o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 em uma sala em que a Fifa não terá poder. Será o único ponto fora do controle da federação internacional na Marina da Gloria, no Rio de Janeiro, onde acontece a cerimônia.


Por força de um decreto de lei, os locais reservados para a presidência da República, em qualquer evento no país, ficam sob responsabilidade da segurança presidencial. É ela quem controla quem entra e sai, ao contrário do que acontece no restante do local do evento.


Em seu QG, Dilma, que acompanhará todo o sorteio, estará “protegida” de Ricardo Teixeira. E, segundo o UOL Esporte apurou, ela não planeja receber reservadamente o cartola, que por pelo menos duas vezes teve pedidos de audiência com a presidente recusados.


(…)
Clique aqui para ler “Cariocas inauguram a temporada de manifestações para afastar Ricardo Teixeira do cofre da Copa”.

E aqui para ler: “Dilma exalta Pelé e apenas menciona ’senhor Ricardo Teixeira’”.

E aqui para ler: “Discurso de Dilma oficializa divórcio entre Governo e Fifa”.


NAVALHA

Este ansioso blogueiro orgulha-se de ter percebido que a nomeação de Pelé para embaixador da Dilma na Copa foi um Golpe de Estado contra Teixeira.

A face da Copa no Brasil passou a ser o Pelé e não o #ForaTeixeira.

Quem quer ficar trancado na sala com o Teixeira ?, deve ter se perguntado a Presidenta ao ir para o sorteio da Copa.

Quem quer ser fotografado ao lado do Teixeira ?

Você gostaria, amigo navegante ?

As manifestações contra Teixeira que no Rio se iniciaram o Ali Kamel não vai exibir no jornal nacional.

Porque o Teixeira é o Murdoch da Globo.

Clique aqui para ler: “PiG + Murdoch. Só você, navegante, nos salva”.

Em tempo: este ansioso blogueiro acredita que o ministro Orlando Silva tenha sido o inspirador e articulador da nomeação de Pelé.


Paulo Henrique Amorim

o cachorrinho vai de helicóptero... hihihihi... é de chorar

Elite brasileira mostra sua cara






Tenho que dar guarida para o cachorro, mas também para um menino. �o corro o risco de um dia desses amanhecer latindo”. Eduardo Dusek
Editorial do jornal Brasil de Fato:

“Há casos folclóricos nos hangares do Campo de Marte. Como o da milionária que mandou o cão para o veterinário de helicóptero. Dona da aeronave, ela estava em Maresias (litoral norte) e viu o cãozinho comer a marmita de seu segurança. Ela mandou o piloto voltar imediatamente a São Paulo para fazer exames no pet", relata um piloto, que pede para não ser identificado.



Acredite. O trecho acima foi extraído da coluna de Eliane Trindade, publicado na Folha de S. Paulo, sob o título: “Helicóptero é usado para ir à balada e ao pet shop”.

Esse fato mostra a absoluta falta de escrúpulos dos poucos privilegiados do nosso país e demonstra mais uma vez o caráter e a natureza da elite brasileira. “Pensei que a história da dona Vera Loyola, há uns quatro anos, ter enviado seu cãozinho para o cabeleireiro de helicóptero e, em seguida, explicado aos jornalistas que o fez "porque o Rio é uma cidade muito violenta" fosse o 'top de linha' do escárnio”, diz o jornalista Alipio Freire. No entanto, segundo ele, a cada dia, a elite brasileira - a burguesia no Brasil - mostra sua face de absoluto desprezo e de humilhação contra aqueles aos quais passou a se referir como PPPs (Pretos, Pobres e da Periferia).

Essa notícia só reforça uma característica de parte do Brasil e uma herança maldita: uma burguesia com a cabeça colonizada, saudosa dos tempos da nobreza, realeza. Nossa memória não precisa ser muito estimulada para recordarmos do cão com coleira de diamantes de uma tal socialite, seguido de afirmações de que tal animal era provido de tanta doçura que o feito era pouco. Essa elite, consumista, não se importa de passar o ridículo por algo desta natureza. É a reafirmação de que é uma elite ignorante, colonizada, subserviente, babona, que sonha com o dia em que o Brasil será uma mistura dos paraísos europeus e estadunidense. Dizem que essa mamãe do cão pediu ajuda gritando “help”. E uma coincidência: a opulência sempre combinada com segurança, mal pagos, mal tratados, a ponto de ter uma quentinha que poderia fazer mal para o pobre cão.

SOS burguesia

A segurança é o principal problema do pais, dirá essa “nobreza” deslocada no tempo e espaço. E claro, clamam por polícia, mais investimento em segurança, mais leis, mais rigor, repressão. Afinal, querem copiar o país que tem mais de 1% da sua população encarcerada (EUA). E claro, entre eles há quem bem explore esse clamor. A título de exemplo, a cidade de São Paulo é uma das três maiores consumidoras de carro blindado, a frente de países com guerra civil e conflitos abertos. Se somarmos o crescimento da frota de helicópteros, que na mesma comparação a capital paulista fica entre as cinco metrópoles do mundo em tamanho de frota e volume de voos diários, chegando ao absurdo de ter um bairro - Moema - com mais heliportos do que pontos de ônibus. Patrão por cima, empregados por baixo e filhos no cofre motorizado (blindados). Eis o Brasil desenhado por eles.

Outra imagem simbólica disso são as casas fortificadas, condomínios parecidos com fortalezas da idade média. E o resultado? Segue a insegurança. Propõem com seus meios de comunicação, parlamentares, prefeitos, etc. o aumento dos orçamentos para segurança. Querem o exército nas ruas, tropas, tropas! Recrutam milhares de jovens para trabalhar como seguranças privados, num trabalho de tamanho risco que um dos “benefícios” oferecidos por algumas empresas é auxilio funeral. Um atestado de crueldade. Trabalhadores mal remunerados, obrigados a ter outros bicos, com estímulos econômicos para o uso da “valentia” para evitar assaltos não raras vezes resultando em mortes ou ferimentos graves. Mas se sobrevive, ganha prêmio. Alguns bancos chegam a pagar extra para o segurança que reage e consegue conter um assalto.

Essa mesma elite, em pânico e bradando por mais segurança e mais rigor nas leis, é a mesma que luta contra qualquer mudança que garanta e amplie direitos sociais, mudanças que alterem a concentração de renda, que o povo tenha acesso a programas de combate à pobreza e à miséria, dentre outros. Sempre com um discurso pronto para qualquer intervenção do Estado (quando em benefício do povo): “dar o peixe não resolve”. Cínica, prefere a cadeia à moradia, o trabalho informal, e sempre usando o argumento de que chegou onde chegou por mérito, muito esforço e toda essa velha história do empreendedor. Só esquece de dizer que cresceu e se fez pagando injustamente, com mais da metade dos trabalhadores sem direitos e na informalidade, não aceitando sequer a igualdade de direitos dos trabalhadores domésticos com os demais trabalhadores.

Contradição ou coerência?

Nem mesmo os poucos avanços obtidos com a Constituição Federal depois de muita luta são respeitados, como demonstramos em edições anteriores do Brasil de Fato. As bandeiras do povo, tais como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, resgatar o direito de greve, são bandeiras que essa elite reage com veemência.

Portanto, conhecer melhor os inimigos do povo é um desafio para compreender que essa burguesia só se submete com luta, se forçada pela pressão das massas e do povo organizado. Nada virá de negociações ou concessão.

Essa postura das elites brasileiras, que gasta mais com a alimentação de um cão do que de um trabalhador, que usurpa os recursos públicos, que exige mais recursos do Estado para a (sua) segurança, é a mesma de sempre na defesa de seus privilégios. E, assim, age coerente na recusa dos direitos sociais, contrária à distribuição de renda, aos programas sociais, às políticas públicas e tudo o que pode democratizar o acesso à habitação para todos, como terra para quem trabalha, apoio aos pequenos (campo e cidade), o acesso à educação superior, dentre outros.

Essa é uma característica dessa burguesia. Que prefere integrar-se de forma subordinada à burguesia mundial a ter projeto próprio de nação. Por lucro, passam por cima de tudo, inclusive de qualquer democracia. Essa burguesia nos mostra que as necessidades históricas do povo brasileiro somente serão conquistadas com luta, mobilização e unidade. Assim, quiçá, avancemos rumo à construção de um projeto popular para o Brasil.http://altamiroborges.blogspot.com/2011/07/elite-brasileira-mostra-sua-cara.html

Vídeos:
 
Veja o vídeo

luta de cachorro grande...

Teixeira e a Globo são o Murdoch do Brasil. E não duram muito

     
Nenhum político inglês ousava contrariar Murdoch.

Ele escolhia os primeiros ministros e decidia a política externa que melhor servia a seus interesses comerciais, ou seja, aos Estados Unidos.

Foi o que ele fez ao pressionar o primeiro ministro Tony Blair a se conformar ao papel de George Bush no Iraque.

Murdoch controlava uma paixão nacional inglesa: as revelações dos tablóides inescrupulosos.

A imprensa “séria” não tocava em Murdoch.

O  Judiciário fazia vistas grossas.

Murdoch e a Metropolitan Police, a Scotland Yard, serviam um ao outro.

Até que …

Barack Obama se recusou a dar entrevista à Fox News de Murdoch: não era uma rede de televisão, mas instrumento político do Partido Republicano.

O repórter Nick Davies do jornal inglês The Guardian entrou na sala do editor chefe, Alan Rusbridger e perguntou se ele se interessava pela informação de que o filho de Murdoch, James, tinha feito um acordo secreto para pagar um milhão de dólares e abafar provas de comportamento criminoso dentro da empresa.

(Leia na revista Época, pág. 62.)

A apuração de Nick tambem interessou o New York Times, que passara a enfrentar Murdoch diretamente no mercado americano, com a compra – e a subsequente degradação – do Wall Street Journal.

Rusbriger resume o desfecho provisório da denúncia contra o ex-todo poderoso Murdoch:

o fechamento de um jornal lucrativo, o News of the World;

o fracasso da compra de uma empresa de teve a cabo e uma espécie de CNN européia;

a desmoralização da Scotland Yard;

a classe política foi obrigada a desnudar-se diante de uma opinião pública perplexa;

e repulsa generalizada a um Al Capone que edita jornais como se contrabandeasse uísque falso do Canadá.

Além do desmantelamento da Ley de Medios inglesa, que se mostrou incapaz de coibir o generalizado e criminoso sistema de grampos e a cumplicidade da Polícia em abastecer a imprensa de esgoto de Murdoch.

Nenhum político brasileiro ousa enfrentar a Globo.

(Com três exceções: Leonel Brizola, Garotinho e Roberto Requião.)

A Globo parece imbatível – como Murdoch.

A Globo controla uma paixão nacional: o futebol.

O Campeonato Nacional e a Seleção Nacional.

Ela ganha dinheiro com isso, como Murdoch com a vida íntima da família real, tal qual exposta nos tablóides.

A Globo derruba o técnico, escala os jogadores, decide onde jogam a seleção e os clubes, e a que horas.

Porque a Globo tem um parceiro poderosíssimo – e que pode ser a corda com que ela se enforcará.

É Ricardo Teixeira.

Como Murdoch e a Globo, nenhum político ousa enfrentar Teixeira.

A mídia “séria”, aqui chamada de PiG (*), poupa Teixeira.

O Ministro dos Esportes trata Teixeira como um Chefe de Estado.

A Justiça ignora Teixeira.

O Ministério Público foge mais do Teixeira do que do Daniel Dantas.

Uma CPI que incriminou Teixeira 11 vezes teve o efeito desastroso de aguar (um pouco) o chopp que ele servia num restaurante no Jockey Club do Rio.

Teixeira move a Globo e por ela é movido.

É o veículo flex da política nacional.

Ainda mais que vem aí a Copa.

E quem ousaria enfrentar a Gloteixeira ?

É aí que reside o perigo.

Um outro repórter inglês, Andrew Jennings, a serviço da BBC, escreveu o livro “Jogo Sujo” e, num documentário , fez a pergunta que retirou a primeira pedra da monumental arquitetura: Mr. Teixeira, did you accept the bribe ?

A Justiça da Suíça apura se Teixeira aceitou a propina e, depois, como o sogro, Havelange, teve que devolver para abafar o caso.

Se o Ministro dos Esportes, Orlando Silva,  e o do Exterior, Antônio Patriota, quisessem proteger a biografia, apresentavam o Brasil à Justiça da Suíça como interessado em acompanhar o processo e descobrir se Mr. Teixeira accepted the bribe.

O dono da Copa se dá a receber – e devolver – propinas ?

Não basta perder quatro pênaltis  ?

Murdoch despiu a Inglaterra.

É um desses escândalos que magoam a alma de uma Nação e expõem as vísceras.

O povo inglês se viu num óleo de Lucien Freud e se envergonhou do que viu.

A imprensa de Murdoch instalou a Inglaterra e os Estados Unidos num reality show.

Como o reality show da Globo e Teixeira: onde ganha o mais malandro, o esperrrto, que faz o que quer, numa boa.

E se alguém percebe fica por isso mesmo.

Quem ousaria punir ou contestar o dono do circo.

De todos os circos ?

Só que é na frente de todo mundo.

Num futebol de quinta categoria.

Numa seleção que não vai para a semifinal.

E a Globo e Teixeira ganham um monte de dinheiro.

Trinta milhões para organizar festa de uma noite só !

A Globo e Teixeira, juntos, estão acima do certo e do errado.

É uma aliança que escreve a sua própria Ética, o próprio código de conduta.

Como Murdoch.

Mas, Ricardo Teixeira e a Globo correm o risco de, eles mesmos, serem lançados numa sala fechada, envidraçada , com as luzes acesas.

E lá fora, uma Nação indignada.

Furiosa.

Quem manda  manipular a paixão de um povo ?


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

o que você não vai ver na golobobo...

Sem motivos para tirar as crianças da sala?

Viomundo

 




O Adilson Filho foi ao protesto dos torcedores no Rio de Janeiro — que começou no Largo do Machado e foi até a Marina da Glória — e mandou algumas fotos.

O Adilson gosta muito de futebol e escreve a respeito no E Agora?

A foto favorita dele é essa aqui:




O Rodolfo Mohr informa que haverá um protesto parecido em Porto Alegre, organizado através do Facebook, aqui, em 5 de agosto.

De minha parte vi alguns momentos do sorteio da Copa, tão agradável quanto a extração de um dente do siso.

Quem quer que tenha se reunido diante da TV para saber que as ilhas Faroe vão enfrentar Vanuatu nas eliminatórias foi tratado, pelo que vi, com a versão higienizada do Brasil para consumo da “família FIFA”. Sairam as mulatas do Sargentelli, entrou uma versão vitoriana da Ivete Sangalo, de pernas “protegidas”.

Ainda assim o Brasil do Zé Carioca desfilou firme e forte, sem qualquer margem para improvisação. É assim desde a Carmen Miranda, por que agora seria diferente?

Tudo bem insípido, para não ferir suscetibilidades, como se a presença de Blatter, Havelange e Teixeira — dentre muitos outros — não fosse suficiente para tirar as crianças da sala.

Conto com vocês para me contar tudo o que perdi.
Adilson Filho no #foraricardoteixeira do Rio

Minha Presidenta: continua a faxina que a minha pazinha aguenta

Jucazinho: faxina agora é no PMDB

O (vice) vai entrar na roda

Saiu na pág. 3 do Globo:

Irmão de líder do Governo denuncia esquema de fraudes na Agricultura.

Demitido da Conab, Oscar Jucá Neto, Jucazinho, acusa ministro Wagner Rossi (indicado pelo (Vice) Presidente, Michel Temer – PHA) e diz que há bandidos  na companhia.

Jucazinho também disse que ’se eu fosse a Presidente demitiria todo mundo lá’.

NAVALHA

Que bom que a faxina chegou ao coração do PMDB – o PMDB de São Paulo.

O PMDB do (vice) presidente.

Depois da faxina no Ricardo Teixeira.

E no PRasil do Valdemar, está na hora de o  (vice) entrar na roda.

E quando é que o peemedebista e cerrista Nelson Johnbim vai apurar a denúncia de corrupção que o Maurício Dias fez na Carta e da qual a Folha ( pág A4 tenta se apropriar): Exército e generais estão envolvidos num esquema tipo DNIT?


Paulo Henrique Amorim

a manipulação das mentes

A verdade vem do Norte






Há pelo menos dois grandes mitos com os quais as eternas potências estrangeiras do Norte contaminaram o imaginário do Ocidente: o terrorismo seria preponderantemente um fenômeno islâmico e a imprensa seria uma espécie de voz “divina” que só transmitiria a verdade e defenderia os interesses da coletividade, sendo, portanto, inatacável e inimputável. Fatos recentes, no entanto, colocaram tais dogmas em xeque.

A pretensão dos países ricos de defenderem para si o uso da força contra populações civis de outras nacionalidades como forma de pressão a nações com as quais aquelas potências econômicas, tecnológicas e militares do Norte mantêm contenciosos de todas as naturezas (econômicos, territoriais, culturais e até religiosos), foi um sucesso estrondoso.

Além de caracterizar seus atos desumanos contra mulheres, velhos e crianças como “guerra ao terror”, aquelas potências também conseguiram transformar a reação de grupos oriundos das populações atacadas dentro de seus territórios em “terrorismo”. Ou seja: conta-se como foi a reação, mas não que foi reação em vez de agressão imotivada.

Por razões culturais, de supremacia de classe e etnia ou por puro preconceito, a imprensa do Ocidente finge que, quando os Estados Unidos e União Européia interferem militarmente em outras nações distantes, vitimando legiões de civis nessas ações, o fim justificaria os meios. Mas quando, dessas populações agredidas, brota um grupo disposto a causar o mesmo tipo de tragédia nas sociedades que desencadearam as ações genocidas com as quais aquele grupo foi atingido, aí o que prevalece é o que interessa: o crime contra inocentes.

Em 22 de julho último, porém, essa visão hipócrita da realidade se veria fortemente ameaçada, pois um único homem conseguiu provocar uma chacina digna de figurar entre os maiores “atentados terroristas” da história.

Naquele dia, uma grande explosão foi provocada em Oslo, na Noruega, junto aos prédios onde se situa o gabinete do primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, danificando edifícios contíguos e provocando oito mortos e numerosos feridos. Poucas horas depois, na ilha de Utoya, ao norte da capital, um homem armado abriu fogo contra os participantes de um acampamento de jovens organizado pelo Partido Trabalhista Norueguês, que, atualmente, governa o país. Pelo menos 68 pessoas foram mortas.

Imediatamente após o ataque começam a surgir versões vinculando-o a “grupos islâmicos”, como a notícia divulgada pelo jornal norte-americano The New York Times de que um determinado “grupo jihadista” teria assumido a autoria do atentado. Era uma hipótese tão boa quanto qualquer outra, pois é comum que esse tipo de ação seja reivindicada por vários grupos e indivíduos que tentam ganhar projeção. Contudo, essa versão, em particular, ganhou todo aquele destaque.

A surpresa, porém, não tardaria. O cidadão norueguês Anders Behring Breivik é um fundamentalista cristão ligado à extrema-direita e à maçonaria, neoconservador e ardoroso defensor do Estado de Israel, segundo descreve a si mesmo em um manifesto de mais de mil páginas. Entrou no acampamento de jovens do Partido Trabalhista norueguês disfarçado de policial e, fortemente armado, abriu fogo contra os presentes. Entregou-se à polícia após a chacina e assumiu a autoria também do carro-bomba em Oslo.

Apesar de a máquina de propaganda conservadora-ocidental tentar vincular as ações de Breivik a uma sua suposta “loucura”, seus escritos ou os vídeos pregressos ao ataque deixam claro que haveria um envolvimento profundamente ideológico e sistemático nas ações do terrorista cristão e europeu. Um envolvimento que, agora, o mesmo New York Times atribui à ideologia conservadora-cristã de ultra-direita norte-americana da qual o Movimento Tea Party é a maior expressão.

O jornal norte-americano acaba de divulgar, em manchete de primeira página, reportagem com o sugestivo título “Massacre põe linha de pensamento antimuçulmana americana em foco”. Com base em um tomo de mil e quinhentas páginas divulgado pelo terrorista pouco antes dos ataques em Oslo e na Ilha de Utoya, a matéria deu conta de que Breivik foi profundamente influenciado por blogueiros e escritores norte-americanos como Pamela Geller.

Geller é uma blogueira e escritora dos Estados Unidos que mantém fortes laços com o Movimento Tea Party e que, recentemente, lançou uma “cruzada contra a islamização da América”. Financiou a colocação de anúncios no transporte público de sua cidade contendo insultos aos muçulmanos, pregando “um fatwa” contra eles – fatwa é uma pena de morte que pode ser decretada por líderes islâmicos que todos os seguidores do islamismo, em tese, estariam obrigados a tentar cumprir. Em seu site, ela também exorta os muçulmanos a deixarem a “falsidade do Islã” e afirma que não se importa se ficarem ofendidos.

A norte-americana aparece sendo incensada nos escritos de Breivik junto a Paul Belien, Diana West, o Barão do blog Gates of Vienna e muitos outros radicais da ultradireita fundamentalista-cristã norte-americana. O que une os fundamentalistas norte-americanos e o terrorista norueguês, acima de tudo, é o repúdio ao “marxismo”, tão presente inclusive por aqui, em terras tupiniquins.

As diferenças de Geller e de seus pares para os líderes religiosos muçulmanos e seus “fatwas”, são duas: uns são cristãos e outros, muçulmanos. E, ao passo que o estímulo à violência muçulmana é feito abertamente, os fundamentalistas cristãos são menos explícitos, mas igualmente virulentos.

Chega-se, assim, à licença para tudo que deveria ter a imprensa, uma licença que é vendida às sociedades ocidentais – sobretudo em países do Terceiro Mundo, como os latino-americanos – pela mídia, e à tese de que qualquer tipo de regulação seria “censura”. Tais premissas acabam de sofrer um duro golpe, apesar das tentativas de distorção.

O escândalo da imprensa escrita que eclodiu na Inglaterra devido à revelação de métodos criminosos para obter informações usados pelo centenário jornal britânico The News of the World, até então controlado pelo magnata da mídia Rupert Murdoch, inseriu no debate público e no imaginário das sociedades menos desenvolvidas uma realidade sobre a qual até então pouco ou nada pensavam: regras para a imprensa e para as outras mídias são uma necessidade e já existem nas sociedades mais avançadas, como a britânica.

A distorção desse fato corre solta, aqui no Brasil. A grande imprensa foge de analisar com a devida profundidade o processo de revisão até daquilo que nem há no Brasil, a autorregulação da imprensa que vige na Inglaterra e que na maioria dos países industrializados não existe porque a regulação vem do Estado mesmo. Alguns blogueiros e colunistas ligados aos grandes conglomerados de mídia nacionais tentam vender a idéia de que haveria dispositivos legais no Brasil para regular excessos midiáticos.

Não existem tais mecanismos. Com a revogação da Lei de Imprensa, considerada inconstitucional pelo STF, fica extinto, por exemplo, o direito de resposta previsto e detalhado naquela Lei. Dessa maneira, um jornal pode escrever o que quiser sobre qualquer um, mesmo sendo mentira, e o processo judicial para conseguir espaço para dar uma outra versão dos fatos pode levar anos.

Quando a decisão judicial sai, muitas vezes passaram-se anos ou mais de década e os efeitos maléficos de uma reportagem inverídica ou de uma acusação grave em uma coluna de jornal já terão produzido toda a sorte de prejuízos. Em especial, os prejuízos eleitorais. Um meio de comunicação cujo dono é amigo deste ou daquele grupo político pode inviabilizar a eleição dos adversários sob acusação sem provas e a publicação da versão do acusado só sairá quando for tarde para reverter o resultado daquela eleição.

Essa situação não existe nos países ditos de “Primeiro Mundo”. Eles têm regras, organismos como pretendia ser o natimorto Conselho Federal de Jornalismo ou como a pretensa Agência Nacional de Comunicações, aprovada em 2009 na Conferência Nacional de Comunicação. A criação de instituições civilizatórias como essas, porém, é incessantemente torpedeada pela grande imprensa nacional como se fosse proposta de caráter “censor”, atentatória à “liberdade de imprensa”.

Como no caso da versão sobre o caráter “muçulmano” do “terrorismo”, a idéia de que na verdadeira democracia a imprensa não pode sofrer qualquer tipo de controle externo, sendo lícita apenas a sua autorregulação, perde força entre o público que se informa quando este toma contato com conceitos como o do império de comunicação de Rubert Murdoch e de que a imprensa, sem controle, pode até cometer crimes.

Vivemos em uma sociedade planetária muito diferente daquela que já houve em qualquer outro período da história. Nunca houve tal fartura de informação disponível a qualquer um que decida se informar. Nem em regimes em que vige a mais completa censura é possível bloquear completamente o tsunami comunicacional que varre a nossa era.

A despeito das iniciativas para controlar esse fluxo incontrolável de informações, as novas tecnologias só fazem aprofundar a inserção do homem nesse vagalhão de conhecimento que varre o planeta. E, agora, a verdade sobre dogmas cruciais para as elites planetárias vem da mesma fonte que os criou para consumo dos povos oprimidos do Terceiro Mundo, vem do Norte rico e desenvolvido.

Irônico, não?

porque ontem foi sábado...

Porque hoje é sábado, Camila Vallejo

Blog do Milton Ribeiro

EMBALAGEM E CONTEÚDO. 


Camila Antonia Amaranta Vallejo Dowling ou simplesmente Camila Vallejo (Santiago, 28 de abril de 1988) é uma estudante de geografía e dirigente estudantil chilena. Militante da Juventude Comunista do Chile, é a atual presidente da Federação de Estudantes da Universidad do Chile (FECh), sendo a segunda mulher a ocupar o cargo.




Me gustan los estudiantes

Leia na íntegra

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"não só o orgulho, mas também o ódio costuma ser um companheiro inseparável do preconceito"

Celso Amorim: a internet e a era do preconceito



A era do preconceito

Por Celso Amorim, da CartaCapital



Nesta era da internet a informação é instantânea. A desinformação também. A notícia sobre os trágicos atentados de Oslo chegou-me enquanto eu navegava pelos sites que costumo frequentar para me atualizar sobre o que ocorre no mundo. Pus-me imediatamente em busca dos detalhes. Abri a página de uma respeitada revista internacional. Além de alguns pormenores, obtive também a primeira explicação, que veria em seguida nas versões eletrônicas dos jornais brasileiros, segundo a qual o perpetrador dos atos terríveis era alguém a serviço de um movimento fundamentalista islâmico. Dois dias depois do acontecido, quando ficou claro que, na verdade, se tratava de um extremista de direita que pertenceu a movimentos neonazistas, ainda é possível encontrar, mesmo com ressalvas (porque a internet comete essas “traições”), a mesma interpretação apressada, baseada no preconceito contra muçulmanos.

No caso da revista internacional, a interpretação não se limitou a essa caracterização genérica. Deu “nome e endereço” do facínora, que seria um iraquiano curdo ligado a sunitas fanáticos, vivendo no exílio desde 1991. O articulista foi mais longe. Apontou as possíveis motivações do crime hediondo, que estariam relacionadas com a presença de tropas norueguesas no Afeganistão e com a percepção, por parte dos tais fundamentalistas, da cumplicidade da imprensa norueguesa com caricaturas ofensivas ao Profeta.

Evidentemente, tudo isso era muito plausível, à luz do ocorrido no 11 de Setembro, descartando-se as hipóteses conspiratórias sobre aquele trágico episódio. Mas era igualmente plausível a hipótese, que acabou confirmada, de que se tratasse de outro tipo de fundamentalista, do gênero “supremacista branco”. O alvo do ataque era um governo da esquerda moderada, visto como tolerante em relação a imigrantes e aberto ao diálogo com as mais diversas facções em situações conflituosas, inclusive no Oriente Médio. Para sublinhar a natureza ideológico-religiosa do ato de violência, o terrorista visou também a juventude do partido, pacificamente acampada em uma ilha.

Algo semelhante havia ocorrido seis anos antes do atentado contra as Torres Gêmeas, quando outro fanático havia feito explodir um prédio público na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Daquela feita, o Estado – e tudo o que ele simboliza como limitação ao indivíduo, percebido como independente e antagônico em relação à sociedade – foi o objeto da ira destruidora. Também naquela época, quando a Al-Qaeda ainda não havia ganhado notoriedade, as primeiras análises apontaram para os movimentos islâmicos.

Não ponhamos, porém, a culpa na internet. Ela apenas faz com que visões baseadas em preconceitos, que não deixam de refletir certo tipo de fundamentalismo, se espalhem mais rapidamente, com o risco de gerarem “represálias” contra o suposto inimigo. Felizmente, neste caso, a eficiente ação da polícia norueguesa impediu que isso ocorresse. Mas o risco existe de que, em outras situações, as tragédias se multipliquem, por vezes com o apoio de movimentos marginais inconsequentes, que buscam tirar partido dos eventos, assumindo responsabilidade por algo que não fizeram.

Não é possível ignorar que, no caso da invasão do Iraque, o preconceito, e não apenas a manipulação deliberada (que também existiu), estava por trás de vinculações absurdas, usadas para justificar decisões que causaram centenas de milhares de vítimas (há quem fale em 1 milhão). O suposto elo entre Saddam Hussein e o terrorismo nunca se comprovou, da mesma forma que eram falsas as alegações quanto à posse por Bagdá de armas de destruição em massa. Num primeiro momento, contudo, essas justificativas foram aceitas pela maioria da população norte-americana.

Não sejamos inocentes. Interesses econômicos e políticos, e não apenas preconceitos, motivaram a decisão de atacar o Iraque. Mas o pano de fundo de uma visão particularista do mundo, em que “diferente” se torna sinônimo de “inimigo”, ajuda a criar o caldo de cultura de que se valem os líderes para obter, das populações que governam, o indispensável apoio às suas custosas aventuras bélicas.



A Noruega não corre esse risco. Como disse o primeiro-ministro Stoltenberg, o terrorismo insano não destruirá a democracia do país nórdico, que, ademais, se tem notabilizado por importantes iniciativas em favor da paz. Aliás, é o ódio às pessoas que promovem a paz e o entendimento, além da intolerância e do fanatismo, que está na raiz desse bárbaro atentado. Infelizmente, não só o orgulho, como queria a romancista inglesa, mas também o ódio costuma ser um companheiro inseparável do preconceito.

Leia outros textos de Outras Palavras

outro exemplo que vem das mulheres...

Mulheres palestinas e israelenses: Um banho de desobediência civil em Israel

julho 29th, 2011 by mariafro

Belíssimo artigo do New York Times traduzido pelo Estadão
Um banho de desobediência civil em Israel

The New York Times, Tradução de Celso Paciorni, no Estado de S.Paulo
28/07/2011

Mulheres israelenses e palestinas se refrescam em praia de Tel-Aviv


Com ajuda de mulheres israelenses, palestinas ”driblam” fiscalização para frequentar praias

Apreensivas no início, depois arregalando os olhos de satisfação, as mulheres e meninas entraram no mar sorrindo. De mãos dadas, atiravam as cabeças para trás e riam. A maioria jamais tinha visto o mar. Elas eram palestinas da parte sul da Cisjordânia. O território não tem saída marítima e Israel não lhes permite entrar no país. Elas se arriscaram a um processo criminal, com dezenas de mulheres israelenses que as levaram à praia. E isso, aliás, era parte da questão: protestar contra o que elas e suas anfitriãs consideram leis injustas.

Nas relações palestino-israelenses – sem negociações, com recriminações mútuas, distância crescente e desumanização -, a viagem ilícita foi um raro evento que uniu o mais simples dos prazeres à mais complexa das políticas. Ela mostrou que a coexistência é dura, mas há quem se recuse a desistir dela.

“O que estamos fazendo aqui não mudará a situação”, disse Hanna Rubinstein, que viajou de Haifa a Tel-Aviv para participar. “Mas é mais uma atividade contra a ocupação. Um dia, no futuro, as pessoas perguntarão “Vocês sabiam?” E eu poderei dizer, “Eu sabia. E eu agi”.”

Essas visitas começaram há um ano por ideia de uma israelense. Prosperaram e se transformaram em um pequeno, mas determinado, movimento de desobediência civil. A jornalista Ilana Hammerman vivia na Cisjordânia, onde aprendia árabe, quando uma menina lhe disse que estava desesperada para sair, mesmo por um dia. Aos 66 anos, viúva e mãe de um filho adulto, ela decidiu “contrabandeá-la” para a praia.

Disfarce. Na viagem da semana passada, as mulheres palestinas foram disfarçadas: tiraram as roupas em vez de se cobrir. Elas se sentaram nos bancos traseiros de carros israelenses guiados por mulheres judias de meia-idade, e não usavam os tradicionais lenços de cabeça e vestidos compridos. Quando os carros cruzavam por um posto de inspeção do Exército, apenas acenaram.

As visitantes palestinas têm histórias complicadas. Na maioria de suas famílias, os homens foram presos em algum momento. Por exemplo, Manal, que nunca viu o mar, tem 36 anos, é mãe de três filhos e está grávida; cinco de seus irmãos estão em prisões israelenses, e outro foi morto quando entrou numa escola religiosa de um assentamento armado com uma faca.

As viagens à praia – sete até agora – produziram alguns momentos tensos: um esforço para provocar interesse numa biblioteca universitária fracassou. Além disso, um convite para passar a noite sofreu rejeição dos maridos palestinos. Um policial deixou todos nervosos em uma praia frequentada por judeus.

O jantar da última visita foi uma surpresa. O evento foi organizado por Hagit Aharoni, uma psicoterapeuta e mulher do chef celebridade Yisrael Aharoni. As convidadas amaram a comida de Aharoni.

“Por 44 anos nós ocupamos outro país. Estou com 53, o que significa que a maior parte de minha vida fui uma ocupante”, disse a anfitriã. “Não sou Rosa Parks, mas a admiro, pois ela teve a coragem de violar uma lei que não era justa.”

mas como? com essa banda larga? nas redes sociais? nas salas de aula? no buteku? conta outra...


PiG + Murdoch.
Só você, navegante, nos salva !


Eles não calam a voz das ruas

Extraído da Carta Maior artigo do professor Venício A. de Lima:


Mídia: as mudanças virão das ruas

Venício Lima

Esperava-se que os acontecimentos envolvendo o tablóide “News of the World” – que se espraiam não só para outros veículos do News Corporation, mas também para outros grupos de mídia na Inglaterra e, talvez, em outros países – provocassem algum tipo de reflexão crítica por parte da grande mídia brasileira, seus parceiros e defensores.

O que temos visto, no entanto, é uma postura quase agressiva de, sem mais (1) atribuir o ocorrido a ação criminosa de apenas alguns indivíduos que não representariam um comportamento rotineiro da grande mídia; (2) insistir que os fatos não podem servir de exemplo para a defesa da regulação do setor ou comprovar a ineficiência da autorregulação; e (3) acusar aqueles que discordam de pretenderem amordaçar a imprensa e cercear a liberdade de expressão.

Na verdade, a postura da grande mídia brasileira e de seus parceiros e defensores não deveria constituir surpresa. O histórico de rejeição sistemática à democratização do setor e de recusa ao diálogo tem sido uma de suas características. Hoje, tornou-se trivial executivos dos grandes grupos midiáticos darem declarações e/ou entrevistas acusando dispositivos da Constituição de 88 de serem normas autoritárias e de censura. Mas, no caso presente, o grau de resistência a enxergar o óbvio – que tem sido objeto de reflexões em todo o planeta – é realmente assustador.

Questões sem resposta
Por que a idéia de qualquer regulação do setor, a exemplo do que existe em outros países democráticos, incomoda tanto a grande mídia brasileira?

Por que o único critério para aferir a universalidade da liberdade de expressão é a não interferência do Estado no mercado oligopolizado de mídia e não a pluralidade de vozes que tem acesso ao espaço público?

Por que, diante de qualquer proposta de regulação, ressurge o argumento clássico liberal de que o melhor remédio é sempre mais liberdade quando se sabe que esse remédio, muitas vezes, sufoca o debate público e impede a manifestação exatamente das vozes que se oporiam ao discurso dominante?

Por que o debate dessas questões continua interditado na grande mídia brasileira que oferece espaço apenas para seus parceiros e aliados e não enfrenta o contraditório de suas posições?

Onde está a resposta?
A resposta a essas questões talvez esteja no poder de facto que a grande mídia consegue articular em torno de si mesma. Seus interesses estão de tal forma imbricados com aqueles das oligarquias políticas e de setores empresariais que permanecem intocáveis. E mais: são apresentados e justificados publicamente em nome de liberdades que são bandeiras verdadeiras da democracia.

Infelizmente, continuamos muito distantes do verdadeiro exercício democrático. O liberalismo brasileiro sempre foi excludente e continua tendo pavor de qualquer tentativa republicana do Estado no sentido de permitir maior participação popular na formulação e fiscalização das políticas públicas, em particular, nas comunicações. Por isso a idéia dos conselhos de comunicação – nacional, estaduais e municipais – é combatida de forma tão virulenta.

A consciência que vem das ruas
O que a grande mídia não consegue mais controlar, todavia, é o aumento da consciência sobre a importância do direito à comunicação nas sociedades contemporâneas. A exemplo das explosões populares que tem ocorrido em outras partes do planeta, sintomas do fenômeno começam a ocorrer aqui mesmo na Terra de Santa Cruz, com a fundamental mediação tecnológica das TICs.

Para além do entretenimento culturalmente arraigado – simbolizado pelas novelas e pelo futebol – cada dia que passa, aumenta o número de brasileiros que se dão conta do imenso poder que ainda está na mão daqueles que controlam a grande mídia e que, historicamente, sonega e esconde as vozes e os interesses de milhões de outros brasileiros.

É o aumento dessa consciência que vem das ruas que explica as pequenas e importantes vitórias que a sociedade civil organizada começa finalmente a construir em níveis estadual e local. O melhor exemplo parece ser a aprovação pela Assembléia Legislativa da Bahia do Conselho Estadual de Comunicação Social – o primeiro do país – que deve ser instalado em agosto, com participação majoritária dos movimentos sociais e dos empresários. Existe possibilidade real de que outros conselhos, já previstos nas constituições estaduais, sejam instalados em breve.

Esse parece ser o único caminho possível para a democratização da comunicação no nosso país: a consciência da cidadania. Esse caminho independe da vontade da grande mídia e de seus parceiros e defensores. Esses continuarão encastelados na sua arrogância, cada dia mais distantes das vozes excluídas que vem das ruas e que, felizmente, não conseguem mais controlar.

A ver.

Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

o câmbio e a defesa da nossa economia

Dilma sinaliza controle cambial

Brizola Neto no Tijolaço



“Temos de nos defender desse imenso, fantástico, extraordinário mar de liquidez que se dirige para nossas economias, buscando a rentabilidade que não tem nas suas”.

A frase, dita no final da noite de ontem pela Presidenta Dilma Roussef, na reunião da Unasul, um dia depois de ter baixado uma Medida Provisória que, embora tenha resultado numa alíquota baixa, de apenas 1%, acena com a possibilidade de se taxar em até 25% os movimentos cambiais de natureza especulativa , parece demonstrar que – embora de forma não convencional, com os estabelecimento de cambio fixo – o governo brasileiro convenceu-se de que temos de caminhar para o controle do câmbio.

Dilma, qye dalou logo apos a posse de Ollanta Humala ma Presidencia do Peru tem toda a razão quando afirma que a “insensatez” e a “incapacidade política” dos Estados Unidos e da União Europeia para resolver seus problemas econômicos são uma “ameaça global”.

E, diante de uma ameaça externa, uma nação, tal e qual uma pessoa, tem de cuidar das portas e das janelas.

Na economia, estas portas e janelas chamam-se câmbio.

No mundo ideal do “mercado”, o câmbio deveria ser livre e refletir a saúde das moedas nacionais.

Na vida prática não é assim e as nações lutam para que, pelo sua importância no mundo, suas moedas se imponham sobre as demais, de acordo com suas conveniências.

A China “segurou” o seu yuan, durante uma década ante as pressões para desvalorizá-lo. A Europa fez da moeda comum a tentativa - de início bem sucedida, mas que parece frustrada a cada dia – de apresentar o Euro como padrão nas trocas e investimentos.

Mas o dolar, o dólar continua sendo a moeda mundial e isso vem do pós-guerra, quando os EUA tornaram-se a potência hegemônica.

E ainda o são.

Mas seu declínio é visível, inexorável e perigosíssimo.

“”Não podemos incorrer no erro de comprometer tudo que conquistamos, não porque quiséssemos ou pelos erros que cometêssemos, mas pelos efeitos da conjuntura internacional desequilibrada”, proserguiu Dilma.

A “conjuntura internacional desequilibrada” veio para ficar.

Ou o Brasil se protege dela afirmando sua soberania monetária ou põe em risco “tudo que conquistamos”

"uma ferida funda no chão e doia no peito"

O lucro da Vale não é o Agnelli, é o preço do minério

Brizola Neto no Tijolaço

 




Saiu o Roger Agnelli, entrou o Murilo Ferreira e o lucro da Vale foi lá pra cima. No segundo trimestre, o lucro líquido foi de R$ 10,275 bilhões, 54,9% acima do registrado no mesmo período de 2010.

“O resultado reflete a qualidade superior de nossos ativos em um ambiente caracterizado por forte demanda global e preços elevados de minerais e metais”, afirma a mineradora, em nota.

Aí está o tão falado sucesso de Agnelli: o preço do produto que a empresa vende.

A Vale estatal era ineficiente, esbanjadora ou vendia um minério que custava 15 vezes menos?

A pergunta, agora, é: o que ficou para o país de tamanho salto no valor de nosso minério?

Grandes siderúrgicas? Empregos? Uma cadeia produtiva de fornecedores? Tecnologia? Uma rede de estaleiros montada com as encomendas de transportes? Ao menos royalties para os municípios e estados produtores?

Nada.

Nem mesmo investimentos em outras áreas, lucrativas para a empresa e estratégicas para o pais, como iremos mostrar aqui, logo.

Da Vale, ficou apenas uma ferida funda no chão e doída no peito dos brasileiros.

Minha Presidenta: o balanço do PAC

PAC 2 tem 76% das obras em ritmo adequado, avalia governo


Brasília - O primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento do período de 2011-2014 (PAC 2) mostra que 9% das ações previstas estavam concluídas até 30 de junho.

Segundo os dados, 76% das obras estão sendo executadas em ritmo adequado, 12% necessitam de atenção e 3% estão com execução considerada preocupante. O balanço está sendo apresentado na manhã de hoje (29) pelo governo.

Com relação aos valores investidos, 89% das ações monitoradas apresentam ritmo adequado, 8% estão em estado de atenção, 2% têm execução preocupante e 1% das obras foi concluído.

Os investimentos do PAC 2 somam R$ 955 bilhões para o período entre 2011 e 2014. O programa reúne as principais ações do governo nas áreas de transporte, energia, mobilidade urbana e recursos hídricos.

Segundo o balanço apresentado pelo governo, a previsão é que até 2014 sejam investidos R$ 708 bilhões, o que representa 74% do total previsto.

As demais obras, entre elas a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, serão concluídas depois de 2014, e têm uma previsão de execução de R$ 247 bilhões até lá.

Os empreendimentos que já foram concluídos entre janeiro e junho de 2011 somam R$ 45,7 bilhões. Entre eles estão os programas Cidade Melhor, que teve R$ 26,5 milhões para saneamento e prevenção em áreas de risco, e o Minha Casa, Minha Vida, que recebeu R$ 38 milhões.

A área de transportes teve R$ 6,1 milhões executados em portos e aeroportos. O setor de energia executou R$ 7,7 bilhões em geração, transmissão e empreendimentos de refino e produção de óleo e gás.
A matéria foi ampliada às 10h28

Fonte: Agência Brasil, Por Sabrina Craide / Edição: Juliana Andrade

Sofia Cavedon: disposição em sair do ar-condicionado faz muita diferença

 

Radiografia social -
Por Antônio Carlos Macedo / Diário Gaúcho


Vereadora Sofia Cavedon


Publicado na coluna desta quinta-feira (28), no jornal Diário Gaúcho e no Blog do Macedo.

A banca paga, mas também recebe. Assim como critiquei a presidente da Câmara de Porto Alegre algumas vezes, chegou a vez de elogiá-la. Sofia Cavedon merece cumprimentos pela decisão de levar o legislativo ao encontro do cidadão. Lançado há seis meses, seu projeto “Câmara na Comunidade” vem proporcionando uma oportuna imersão na realidade das vilas e bairros pobres da Capital. Em seis meses, foram 26 visitas. A iniciativa não esvazia nem torna dispensável o debate em plenário e o trabalho das comissões. Ao contrário, ajuda a completá-los ao oferecer aos vereadores uma visão ampla e imediata das necessidades do povo.

Olhos e coração

Trata-se de uma radiografia social que reunião alguma é capaz de produzir em recinto fechado. Ouvir falar da realidade é uma coisa. Entrar em contato direto com ela é outra bem diferente. É como se diz popularmente: o que os olhos não vêem o coração não sente. Muitos vereadores já faziam isso por conta própria. Mas, por seu caráter institucional, as visitas patrocinadas pelo poder legislativo podem abreviar o encaminhamento de soluções. Se as disputas eleitorais forem deixadas de lado, seus relatórios certamente vão ser de grande valia para ajudar a orientar o trabalho da prefeitura e das secretarias municipais. Por tudo, o “Câmara da Comunidade” surge como uma inovação para ser incorporada à rotina do legislativo e mantida no futuro, quando sua idealizadora deixar na presidência da casa.

Jorn. Antônio Carlos Macedo/DG

Canoas, Papeleiros, MegaEventos... tire as suas conclusões 2

Raquel Rolnik: Removidos pelos megaeventos são os últimos a saber

Viomundo

por Manuela Azenha

A urbanista e professora Raquel Rolnik diz que os moradores são os últimos a saber, depois que o poder público decide que precisam ser removidos para dar lugar às obras relativas à Copa do Mundo ou, no caso do Rio de Janeiro, às Olimpíadas.

Ela faz a denúncia na condição de relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Moradia Adequada.

Raquel diz que os megaeventos com certeza produzem lucros, mas “não necessariamente para a população como um todo”.

Revela que comitês populares estão sendo formados em várias cidades brasileiras para lidar com os despejos.

E afirma que há o risco de se criar algo parecido com um “estado de exceção”, a partir de protocolos assinados pela FIFA com autoridades locais, incorporando exigências que vão muito além dos estádios:

“Exigindo, por exemplo, exclusividade da venda de uma certa marca de bebida numa área de quilômetros em torno desse estádio”.

Raquel começa explicando sua função na ONU:

“Eu sou relatora especial para o direito à moradia adequada junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Eu faço parte do que eles chamam de procedimentos especiais. São experts independentes  nomeados pelo Conselho. Funcionam como uma espécie de ombudsmen do conselho para monitorar a implementação dos direitos tais como eles estão estabelecidos nos pactos internacionais e tratados que os governos votam e depois ratificam. Um desses direitos é à moradia adequada. A minha missão é examinar se o direito está sendo implementado tal como definido no campo dos direitos humanos”.

O blog de Raquel Rolnik fica aqui

Viomundo – Como funcionam as missões, qual é o papel do relator e o que você observou no Brasil?

Raquel Rolnik – Tem três instrumentos que o relator usa para fazer esse monitoramento. É um trabalho voluntário, não pago e que não faz parte da estrutura funcional da ONU. O relator é uma pessoa com um assistente disponibilizado pelo alto comissariado da ONU para Direitos Humanos. Essa é a estrutura que a relatoria tem.

O primeiro instrumento é um relatório temático por ano para apresentar na reunião do Conselho de Direitos Humanos em Genebra e um relatório temático na Assembléia Geral da ONU.  O relator escolhe um tema e pesquisa como está a situação no mundo. Eu apresentei um relatório temático sobre megaeventos  e o direito à moradia em 2009 no Conselho.

Fora isso, o relator faz relatórios de missões. A gente pode fazer duas missões por ano, são dois países. Essas missões são organizadas em comum acordo com o governo do país, a gente precisa ser convidado para ir. Quando vamos, nos reunimos com o governo e com a sociedade civil e fazemos visitas de campo. Eu trabalhei o tema de megaeventos no meu relatório temático e fiz missões em sete países, mas não no Brasil, porque meu predecessor já havia feito.

O terceiro instrumento, que é o arroz com feijão da relatoria, são as denúncias de violações de direito à moradia que recebemos cotidianamente de ONGs, defensores de direitos humanos, cidadãos. Quando recebemos a denúncia, mandamos para o país uma carta de alegação, onde comunicamos a denúncia, averiguamos se o país tomou alguma providência, vemos se a denúncia era verdadeira ou não. Dependendo da resposta do governo, isso pode se transformar num comunicado de imprensa internacional, revelando o que está acontecendo.

Eu decidi pegar o tema dos megaeventos e direito à moradia como objeto temático, porque eu recebi um monte de denúncias sobre violação de direito à moradia em cidades e países que sediavam eventos esportivos.

Começou com Beijing, por conta das Olimpíadas; recebi de Vancouver, nas Olimpíadas de inverno, recebi denúncias de Durban [África do Sul] em função dos Commonwealth Games [Jogos da Comunidade Britânica] e na África do Sul por conta da Copa do Mundo. Isso, ainda em 2009. Depois que eu apresentei o relatório, em 2010, comecei a receber denúncias do Brasil.

Então, no final de 2010, eu mandei uma carta de alegação para o governo brasileiro. Mandei em dezembro e até hoje não tive resposta. Normalmente a gente dá um mês para o país responder, antes de vir a público. Eu esperei 4 meses, o Brasil não respondeu nada e então, eu tornei pública essa questão e a carta.

Evidentemente que, quando a gente começa a receber denúncias, na medida do possível a gente tenta apurar se elas têm alguma consistência. No meu caso, foi muito explícito. Eu fui procurada por defensorias públicas, ou seja, por uma estrutura do Estado. Vários Ministérios Públicos também me procuraram.

Quando apresentamos o relatório ao Conselho, pode-se decidir votar uma resolução. Quando eu apresentei o relatório, em março de 2010, foi votado que todos os países deveriam respeitar o direito à moradia quando se preparam para a Copa e Olimpíadas.

Viomundo – Foi a primeira vez que um governo não respondeu à carta de alegação?

Raquel Rolnik – Não, para falar a verdade, é raríssimo um governo responder. Tem alguns governos que respondem sempre — como os da Inglaterra, Guatemala e Chile –  e tem outros que não respondem.


Viomundo – E existe alguma consequência? Não seria obrigação do governo responder?

Raquel Rolnik – É obrigação, sim. A consequência é tornar [o relatório] público sem que o país tenha tido a chance de se defender antes. Se o país responde, às vezes faz mudar um pouco o relatório, porque me dá informações que eu não tinha antes. O comunicado de imprensa expõe publicamente e internacionalmente o país.

Viomundo – Por que eles não respondem?

Raquel Rolnik – Acho que é bagunça interna, vai um envelope de sala em sala e acaba se perdendo. Tem país notório violador de direitos humanos que sempre responde e país que não viola mas que também não responde. A partir do momento em que eu vim a público, teve muita repercussão, inclusive na imprensa estrangeira. Aí eu recebi um telefonema do Itamaraty, uma carta da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, dizendo que estavam constituindo um grupo de trabalho no âmbito do governo federal para tratar desse assunto. Depois disso nunca mais ouvi falar nada e nada da tal carta oficial, até hoje.

Viomundo– E quais são os tipos de denúncia que você recebe em relação ao direito à moradia no Brasil?

Raquel Rolnik – Recebo não só do Rio de Janeiro, que irá sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, mas de outras cidades brasileiras: Fortaleza, São Paulo, Porto Alegre, Recife, entre várias. Se eu for resumir basicamente no que consistem essas violações, eu poderia agrupá-las em dois grandes grupos.  O primeiro tem a ver com transparência, direito à informação e à participação.

A maior parte das comunidades não é informada dos projetos antes de serem removidas, não têm chance de debater e apresentar alternativas. Não há nenhum lugar onde você possa ver exatamente quem vai ser removido, quanto será pago, quais seriam as alternativas a essa remoção.

Ou seja, o direito à informação, à transparência  e à participação das comunidades afetadas, que são direitos básicos que compõem o direito à moradia, estão sendo sistematicamente desrespeitados. A ponto da prefeitura entrar na comunidade, pintar as casas com X e as pessoas não saberem o motivo.

O segundo grupo de violações tem a ver com as alternativas às remoções. De acordo com o que diz o direito à moradia, você tem duas opções: esgotar todas as possibilidades para evitar a remoção ou então minimizar, ao invés de remover 700 famílias, remove 300 e já muda muito. Feito isso, chegou no limite e tem que remover mesmo, aí tem duas alternativas e a pessoa removida escolhe a que preferir.

A pessoa tem uma compensação financeira em dinheiro por aquilo, como funciona na desapropriação, ou ela recebe uma nova casa, o que chamamos de reassentamento. Nos dois casos, os moradores estão vivendo violações gravíssimas.

Primeiro, porque as opções praticamente não existem, são decisões unilaterais da parte de quem está removendo, na maior parte dos casos.

Segundo, que as compensações financeiras sendo oferecidas são ridículas, tem de 5 mil reais, 3.800 reais, 10 mil reais.

Ora, um principio básico do direito à moradia é que uma remoção nunca pode deixar uma pessoa sem teto. Se você tira uma pessoa de sua casa e dá 5 mil reais para ela, está deixando ela sem teto, porque não tem nenhum lugar que dá para comprar com 5 mil reais. O reassentamento que normalmente é oferecido é a quarenta, cinquenta quilômetros daquele lugar e não tem as vantagens locacionais da antiga casa.

É importante repetir que o direito à moradia não é a uma casa, quatro paredes e um teto, mas uma moradia com acesso à escola, posto de saúde, fontes de renda, emprego. A localização é um elemento absolutamente essencial.

Viomundo –E quem são as principais vítimas dessas remoções?

Raquel Rolnik – Os moradores de assentamentos informais. Claro, para onde que estão sendo projetadas as obras de infraestrutura? Para cima dos assentamentos informais. Por que? Porque sai mais barato. Por que? Porque está violando todos os direitos. Porque, na maior parte das remoções que são feitas, simplesmente não se paga aquilo que vale a moradia, alegando: “Bom, ela nao era proprietária do terreno”. Mas ela morava há 50 anos ali  e o direito à moradia, como direito humano, não tem nada que ver com a condição de posse – é um direito humano.

Viomundo – E governo não pode alegar que esses assentamentos irregulares estão em área de risco ou qualquer outra irregularidade?

Raquel Rolnik – Se o assentamento está numa área de risco, existe uma responsabilidade do próprio Estado em relação a essa situação. Se a pessoa mora numa área de risco, é porque ela não tem outro lugar para morar, o que é absolutamente verdadeiro no caso do Brasil. Ninguém vai morar em área de risco porque quer. Sujeitam-se a condições, muitas vezes, bastante precárias porque não têm alternativa de uma moradia formal, regular e localizada na cidade. A compensação ou o reassentamento sempre fazem parte da definição de moradia adequada. O reassentamento pode estar de acordo com o direito à moradia, é uma opção, mas qual reassentamento? Onde? E a população tem que participar dessa decisão. A Cidade de Deus, que ficou famosa nos filmes, é um reassentamento! Que tal?

Viomundo – Existe um discurso de que sediar um megaevento esportivo gera desenvolvimento. Você concorda? É vantajoso?

Raquel Rolnik – Com a experiência que temos com os megaeventos no mundo, fazemos um balanço global. No caso de Atenas, por exemplo, a cidade ficou completamente endividada, fazer os jogos não foi benéfico do ponto de vista do desenvolvimento – veja o que está acontecendo na Grécia nesse momento. A África do Sul teve um volume de gastos fenomenal, também. Então, é muito discutível o que aquele gasto gerou. Às vezes, gera imensos lucros para algumas corporações e empresas, mas não necessariamente para a população como um todo. Essa é a questão. Tem situações em que pensar um megaevento fez parte de uma estratégia de planejamento de longo prazo. Nao é o caso do Brasil. Depois que ganhou é que foi ver o que e como vai fazer para sediar o evento. E tem coisa que não está nem definida, como é o caso de São Paulo. É o contrário de pensar numa estratégia de longo prazo, de desenvolvimento urbano, na qual você usa um megaevento para poder implementá-la.

Viomundo – Existem movimentos de resistência a sediar esses eventos?


Raquel Rolnik – Existem em todas as cidades que sediaram esses tipos de eventos. Na África do Sul, para você ter uma ideia, houve 32 greves de trabalhadores, mais de 20 manifestações que envolveram trabalhadores da construção civil, moradores de rua, vendedores ambulantes, moradores de assentamentos informais despejados. Isso está sendo articulado também no Brasil: Comitês Populares da Copa. Já existem comitês estruturados em Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba está organizando o seu agora. Já está começando um trabalho de resistência.

Viomundo –Além da violação do direito à moradia, quais outros problemas sediar um megaevento traz?

Raquel Rolnik – Do ponto de vista da relatoria, além da questão dos despejos, nessas operações são violados muitas vezes os direitos dos moradores de rua, que muitas vezes são despejados num caminhão para fora da cidade. Não lembro a cidade em que presenciei essa situação. Vendedores ambulantes também podem ser vítimas. Há uma coisa muita grave, que é a FIFA crescentemente se apoderando de todo o processo de produção do evento e assinando protocolos paralelos, além do protocolo que já assinou com o país e com as cidades para fazer a Copa do Mundo. Fazendo exigências não só para as áreas do estádios, mas para as áreas do entorno.

Exigindo, por exemplo, exclusividade da venda de uma certa marca de bebida numa área de quilômetros em torno desse estádio. Tem muitas violações que acabam constituindo um verdadeiro estado de exceção. Ou seja, fazer uma Copa do Mundo, um megaevento, justifica você não ter que aplicar os direitos, a legislação ambiental, social, dos direitos humanos? É como se ela pudesse ser suspensa. Como num estado de emergência em função de uma guerra ou catástrofe. Cada vez mais, os megaeventos tem se parecido com isso.

Canoas, Papeleiros, Dep. Pimenta e o PIG... tire as suas conclusões

Paulo Pimenta: O uso político da imprensa

Viomundo

O uso político da imprensa

do deputado Paulo Pimenta, via e-mail

Na última sexta (22), o Jornal O Estado de São Paulo fez mau uso do jornalismo, ao trazer uma matéria tendenciosa aos seus leitores sobre a BR 448 no Rio Grande do Sul e a construção de moradias para as famílias que viviam no local por onde está sendo construída a rodovia.

Na corrida por manchetes, o Jornal Estado de São Paulo elaborou um grande factóide: “Petista do Dnit liberou R$ 30 milhões para prefeito aliado construir casas”.

No texto, o Jornal O Estado de São Paulo, sob tom de denúncia, tratava por irregularidade as exigências feitas pelo Governo Yeda Crusius para a construção da BR 448 no Rio Grande do Sul. Entre elas, a licença ambiental elaborada pela FEPAM, que só autorizaria a obra a partir da remoção com segurança das famílias da Vila Dique, local por onde passará a rodovia. O DNIT fez o repasse dos recursos para a Prefeitura de Canoas, que cedeu as áreas para a construção das novas residências.

Com um jornalismo superficial, sem comprometimento com a informação e por falta de conhecimento, o Jornal O Estado de São Paulo agiu de má-fe ou deixou-se manipular e usar politicamente, algo imperdoável no meio.

Dizia: “O dinheiro do contrato, celebrado em 2010 pelo prazo de dois anos, não é para melhoria de estradas. É destinado à construção de 599 unidades habitacionais para 2 mil sem-terra que ocupam a chamada “Vila do Dique”, um terreno próximo à construção da BR-448, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que liga Porto Alegre a outras cidades gaúchas. Dos R$ 30 milhões previstos, R$ 28 milhões são do Dnit”.

O que o Jornal O Estado de São Paulo omitiu é que a própria Constituição Federal previu a desapropriação nos casos de “necessidade ou utilidade pública” e “interesse social”. Aliás, talvez saiba sim! Talvez o equívoco tenha ocorrido por falta de disposição em sair do ar-condicionado das modernas redações e procurar conhecer mais de perto a realidade dos brasileiros. Hoje, as matérias são feitas por telefones, emails, a quilômetros de distância. E os eventuais equívocos não são por culpa dos avanços tecnológicos.

Ao ignorar alguns dos princípios básicos do jornalismo, como falta de apuração criteriosa e ao omitir de seus leitores o outro lado da história, para que os próprios fizessem suas análises, e não os induzindo a certas conclusões, o Jornal O Estado de São Paulo fez o que o próprio jornal e a grande imprensa brasileira vivem condenando: a falta de transparência e a omissão de quem pode contribuir para uma melhor formação no país.

Veja a verdade: