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A dimensão sistêmica da crise não é um atributo apenas da esfera econômica, mas argui a capacidade da esquerda de intervir para mudar o rumo da engrenagem em pane, em vez de se comportar apenas como um dente constitutivo da sua mecânica. O capitalismo não se auto-destrói. Assim como não existe autorregulação dos mercados não há auto-imolação do c apital. Se as respostas não vierem da esquerda, a direita fará o serviço, como tem feito na periferia européia com mão-de-obra social-democrata. |
24/06/2011 |
Fizemos um espantoso progresso em três décadas nos Estados Unidos a respeito de questões envolvendo tolerância e inclusão. A sociedade se tornou mais inclusiva com respeito aos direitos da mulher, dos afro-americanos, da comunidade LGBT, das pessoas portadoras de necessidades especiais. Por outro lado, tornou-se mais desigual economicamente. Por que estamos andando para trás, quando se trata de justiç ;a econômica? Isso se deve ao poder. Os proprietários da riqueza financeira se tornaram cada vez mais poderosos politicamente, enquanto os movimentos que lhes são contrários se tornaram drasticamente enfraquecidos. O artigo é de Robert Kuttner. |
Em entrevista à Carta Maior, o filósofo Vladimir Safatle rejeita a idéia de mudar o mundo sem conquistar o poder e cobra espaço institucional para que a mídia possa de fato refletir a sociedade, por exemplo, com jornais, rádios e tevês para universidades e sindicatos. Intelectual comprometido em provar que as idéias pertencem ao mundo através da ação, Safatle vê lim ites na ascensão da classe C sem mudanças radicais na repartição da riqueza e defende: “Precisamos de um discurso de esquerda alternativo que esteja em circulação no momento em que as possibilidades de ascensão social (da chamada classe C) baterem no teto”. |
15/06/2011 |
O capital financeiro, em seu movimento de valorização, tende a arrastar o capital em funções para o frenesi especulativo a criação contábil de capital fictício. A crise deflagrada em 2007 mostra de forma cabal como a natureza intrinsecamente especulativa do capital fictício se apodera da gestão empresarial, impondo práticas destinadas a aumentar o peso dos ativos finance iros na composição do patrimônio, inflar o valor desses ativos e conferir maior peso ao poder dos acionistas. Esta lógica financeira suscitou, além dos escândalos conhecidos, surtos intensos de demissões, eliminação dos melhores postos de trabalho, enfim, a maníaca obsessão com a de redução de custos. |
09/06/2011
A conversão massiva ao mercado e a globalização neoliberal, a renúncia à defesa dos pobres, do Estado de bem estar e do setor público, a nova aliança com o capital financeiro, despojaram a social-democracia europeia dos principais traços de sua identidade. A cada dia fica mais difícil para os cidadãos distinguir entre uma política de direita e outra “de esquerda&rd quo;, já que ambas respondem às exigências dos senhores financeiros do mundo. Por acaso, a suprema astúcia destes não consistiu em colocar a um “socialista” na direção do FMI com a missão de impor a seus amigos “socialistas” da Grécia, Portugal e Espanha os implacáveis planos de ajuste neoliberal? O artigo é de Ignacio Ramonet. |
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