sexta-feira, 24 de junho de 2011

chorando e com a barriga cheia... o choro é manipulação?

Estudo mostra que no Brasil os ricos reclamam de boca cheia

Cristina Rodrigues no Somos andando

Quem mais reclama dos impostos cobrados no Brasil paga pouco, na comparação com outros países. São, aliás, os mesmos que gostam de citar exemplos de nações de “primeiro mundo” para reclamar menos preservação ambiental, mais liberdade aos mercados etc. São representados pela imprensa tradicional e conservadora, que reproduz e realimenta o discurso único, sempre igual, sempre tão pouco plural. São também chamados de elite.

“O estudo [feito pela rede UHY] indicou que um profissional no Brasil que recebe até US$ 25 mil por ano – cerca de R$ 3.300 por mês – leva, após o pagamento de Imposto de Renda e Previdência, 84% do seu salário para casa. Já os profissionais que recebem US$ 200 mil por ano – cerca de R$ 26.600 por mês – recebem no final cerca de 74% de seu pagamento”, informa a Rede Brasil Atual, e acrescenta que essa diferença de 10 pontos percentuais é uma das menores do mundo, a ponto de a própria rede UHY considerar nossa carga tributária “esdrúxula”.

A Holanda é citada como exemplo positivo de incentivo a uma maior igualdade. No país europeu, a diferença entre o percentual de salário que sobra descontados os tributos dos profissionais de salário menos alto, dentro da faixa dos US$ 25 mil anuais, e dos mais ricos, é bem maior: de 84,3% para 45%.

O Brasil “ganha” de Dubai, Rússia, Estônia, Egito, Índia e México, entre os países analisados.


Enquanto isso, qualquer iniciativa para mudar a arrecadação tributária, aumentando a conta dos maiores salários, é criticada como uma espoliação ilegítima por parte do Estado. Vale lembrar que a arrecadação de impostos serve para garantir os serviços oferecidos pelo Estado, como saúde, educação, segurança, transporte etc. Ou seja, uma maior taxação sobre os salários mais altos poderia significar não apenas uma menor desigualdade numérica simples, mas reverter em mais qualidade de vida para os mais pobres (aqueles que sequer aparecem no estudo).

Gráfico da BBC Brasil

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