quinta-feira, 23 de junho de 2011

Araguaia: um tempo que precisa ser contato

A verdade acaba surgindo. E é pavorosa

 Brizola Neto no Tijolaço



Publico, acima, o vídeo que integra a reportagem de Tatiana Merlino e Marina Amaral, da Pública, uma agência de jornalismo investigativo.

É a descrição pavorosa do uso de civis para executar e ocultar corpos de supostas guerrilheiros do Araguaia, decapitando-os elevando a cabeça como prova da execução, em depoimentos colhidos na Justiça.

Faço apenas um reparo à apresentação do material, esclarecendo que não há emenda alguma propondo o sigilo eterno dos documentos e que o texto original enviado pelo então Presidente Lula e por sua Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, previa, expressamente, que não haveria sigilo algum – nem eterno, nem provisório – sobre questões que envolvessem direitos humanos.

A cada dia, a Comissão da Verdade vai se mostrando algo indispensável para o Brasil.

Cinco mil cruzeiros por cabeça

Em meio ao debate sobre a emenda que propõe o sigilo eterno de documentos do governo, a Pública revisita uma das histórias mais obscuras do período militar: a repressão à guerrilha do Araguaia (1972-1975). 

Em três dias de pesquisa nos 149 volumes do processo judicial que investiga o desaparecimento dos guerrilheiros do Araguaia, a Pública coletou relatos de dezenas de moradores que foram obrigados a prender, enterrar, matar e decapitar guerrilheiros – e sofrem até hoje as consequências do que viveram nesse tempo. O vídeo abaixo foi produzido a partir de depoimentos de ex-colaboradores do exército. Muitos continuam calados por sofrerem ameaças até hoje.

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