segunda-feira, 30 de maio de 2011

o bloco de quem sabe, sabe...

E a CPI Teixeira, Havelange e Globo ?
Quando sai ?


O genro, o sogro e Jennings. O que você tem aí para mim ?
Saiu no Blog do deputado Anthony Garotinho, que recolhe assinaturas para montar uma CPI sobre Ricardo Teixeira (e, logo, sobre o sogro, João Havelange e, por identidade genética, da Globo também) ?

Neste domingo, o programa Domingo Espetacular da Rede Record – onde trabalha este ansioso blogueiro – exibiu  reportagem que tratou de Ricardo Teixeira, João Havelange e, por elipse, da Globo (aquela organização que “matou” a Dilma neste fim de semana, e mereceu profunda análise do Cloaca e do Bessinha).

Interessante, amigo navegante, como funciona o Globope.

A reportagem sobre Ricardo Teixeira e Havelange dava, às 21h13, um Ibope de 19 contra 20 da Globo.

Ai, amigo navegante, o Ibope travou.

Pifou.

Deu pau.

Voltou na contagem minuto a minuto 29 minutos depois.

E como estava o Globope, 29 minutos depois ?

Record 18,9 contra 18,6 da Globo.

Esquisito, né, amigo navegante …

Parece a contabilidade da CBF (ou da FIFA).

Do que tratava a reportagem do Domingo Espetacular ?

De um programa da BBC inglesa – a mais respeitada televisão do mundo – sobre a roubalheira na FIFA.

É uma versão para a televisão do livro – que a FIFA tentou censurar – “Jogo Sujo” (“Foul”, em inglês), “o mundo secreto da FIFA – compra de votos e escândalo de ingressos”, do jornalista inglês Andrew Jennings, editado no Brasil pela Panda Books.

Jennings aparece várias vezes na reportagem ao tentar entrevistar Teixeira.

Ouve-se ele berrar “Mister Teixeira !” e o Mr. Teixeira escafede-se.

Jennings trata de alguns tópicos da carreira de Havelange e Teixeira, esses heróis do PiG (*) e especialmente do jornalismo esportivo da Globo.

(O que seria da Globo sem Havelange e Teixeira na FIFA ?

Na FIFA, para distribuir exclusividade de transmissão.

E na CBF para dar acesso exclusivo ao Cala a Boca Galvão e à Fatima Bernardes à seleção ?

O que seria do Brasileirinho sem o apoio do Teixeira ?)

Jennings considera que Havelange introduziu o sistema da Máfia na FIFA.

E levou o genro para compartilhar dos lucros.

Jennings começa com a descrição de como a Inglaterra deixou de ser sede da Copa de 2018 para a Rússia e como o Qatar venceu a de 2022.

O dirigente inglês David Triesman diz que a Inglaterra foi roubada.

E contou ao Parlamento da Inglaterra que o Teixeira chegou para ele e perguntou, assim, na lata: “o que você tem aí pra mim ? (“what do you have for me ?”).

Jennings também demonstra que Ricardo Teixeira recebia propina através de uma empresa de nome ISL, que tinha o monopólio de comercializar direitos de transmissão e publicidade nos jogos da Copa.

(Aqui no Brasil, Teixeira concedeu esse monopólio à Traffic do Jota Hawilla.)

Jennings acredita que João Havelange recebeu US$ 50 da ISL.

E que Ricardo Teixeira recebeu US$ 9,5 milhões da ISL, através de uma empresa de fachada num paraíso fiscal, a SANUD.

O amigo navegante pensa que acabou ?

Não, Jennings foi mais fundo.

Ele revela que Havelange e Teixeira tiveram que fazer um acordo com autoridades suíças – a FIFA fica na Suíça (êpa ! êpa !) -  e devolver cinco milhões e meio de francos suíços (cerca de dez milhões de reais) de propina recebida.

Gente finíssima.

Como se sabe, Joseph Blatter, o sucessor de Havelange (por ele escolhido) deve reeleger-se presidente da FIFA esta semana.

À ultima hora, o competidor, o representante das federações asiáticas, retirou-se da luta.

Desistiu de ser presidente da FIFA.

Imagine, amigo  navegante.

Sabe por que ?

Porque ele é o suspeito de ter “vendido” a Copa ao Qatar.

Coisa pouca.

(Sobre a Copa do Brasil, no livro, Jennings conta que, segundo Teixeira, não foi o Nunca Dantes quem trouxe a Copa para cá. Porque o Lula não decide nada. Quem trouxe foi ele, o Teixeira, que deve decidir tudo.)

Os deputados Aldo Rebelo e Silvio Torres, com a ajuda do deputado Eduardo Campos, empreenderam uma batalha feroz na CPI CBF-Nike, de 2002.

A CPI se instalou logo depois da retumbante derrota na Copa da França, quando a Nike escalou o Ronaldo Fenômeno, no vestiário, ao sair de um hospital francês que o tratou de uma convulsão poucas horas antes do jogo final.

A “bancada da bola”, com a ajuda do Supremo Tribunal Federal,  conseguiu a proeza de impedir a publicação do relatório final da CPI nos Anais da Câmara.

E quase impede a distribuição do livro “CBF-Nike, os investigações da CPI do Futebol da Câmara dos Deputados desvendam o lado oculto dos grandes negócios da cartolagem e passam o futebol brasileiro a limpo”, editado pela Casa Amarela.

A CPI incriminou Ricardo Teixeira 13 – 13 ! – vezes.

Foi Teixeira em cana ?

Claro que não !

Depois de doze anos de tramitação na Justiça – o Pimenta conseguiu “tramitar” onze anos –, as ações contra Teixeira se arquivaram por “decurso de prazo”.

Viva o Brasil !

Clique aqui para ver como o Bessinha “julga” a Justiça brasileira.

Será que o deputado Garotinho consegue emplacar a CPI Teixeira-Globo ?

Será que o Romário coloca a assinatura de volta, ele que tinha assinado e retirou depois ?

Será que a “bancada da Globo” vai deixar ?

Será que a “bancada da bola”, provisoriamente desfalcada do nobre deputado Eurico Miranda, vai consentir ?

Será que o Teixeira e o sogro serão personagens de reportagens investigativas só na Inglaterra ?

O que você tem aí pra mim, amigo navegante ?

Viva o Brasil !

Em tempo: na pág. 22 do jornal “Brasil Econômico” desta segunda feira, Marcos Malucelli, presidente do Atlético Paranaense diz: “Os clubes jogaram R$ 400 milhões fora em acordo com a Globo”. Onde foi parar esse dinheiro, essa micharia de R$ 400 milhões ? Vamos chamar o Jennings !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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