sexta-feira, 29 de abril de 2011

um passado difícil de resgatar para o futuro(?)

Alô, alô STF: OAB/RJ quer investigar terror no Riocentro

Damous: OAB do Rio não é a OAB nacional

Saiu na Rede Brasil Atual:


Para OAB-RJ, reabertura do inquérito sobre Riocentro é imprescindível



Há provas suficientes para recomeçar a investigação. Detalhes da agenda de um dos envolvidos na explosão, descobertos neste ano, são apenas a leva mais recente das evidências reveladas

Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual


São Paulo – Há evidenciam suficientes sobre o envolvimento de militares no atentado do Riocentro, no Rio de janeiro, em 1981, para a reabertura do processo. Para Wadih Damous, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), a investigação é imprescindível e deveria ser reiniciada imediata. O episódio completa 30 anos neste sábado (30).


As provas as quais Wadih Damous refere-se foram divulgadas pelo jornal O Globo, no domingo (24), em reportagens que revelaram o conteúdo da agenda telefônica de um dos militares envolvidos no atentado: o sargento Guilherme Pereira do Rosário. Com base nas anotações, a reportagem revela nomes que, cruzados com dados da época, formaram uma rede de pessoas que fariam parte de grupos de tortura e espionagem clandestinos. São militares que, atualmente, mantêm vínculos com empresas de segurança.


“Defendemos a reabertura do processo do Riocentro e estamos estudando para que a própria OAB entre com pedido de reabertura do inquérito. Os novos fatos trazem relações muito importantes”, defende Damous. O presidente da OAB-RJ lembra que entidade que também sofreu atentado com explosão de carta-bomba, em 1980, em condições semelhantes.


O atentado no Riocentro era pra ser mais um dos crimes cometidos contra civis, mas acabou se tornando símbolo dos atentados durante a ditadura militar por ganhar repercussão internacional. O episódio completa três décadas com muitas interrogações sobre a conclusão do inquérito.


A possível farsa do atentado, o embaraço nos fatos noticiados pela imprensa, o arquivamento e as frustradas tentativas de reabertura e punição marcaram o período posterior ao acontecimento. O Exército nunca admitiu qualquer envolvimento.


Cecília Coimbra, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, pondera que é fundamental investigar este e outros casos como forma de assegurar que o Brasil conclua a transição para a democracia. Ela lamenta que o país se encontre atrasado em termos da chamada justiça de transição, já levada a cabo por Argentina, Chile e Uruguai, países que viveram sob regimes autoritários em diferentes momentos entre as décadas de 1960 e 1980.


“A questão do Riocentro e de outros atentados de autoria da extrema direita já no fim da linha da ditadura tem muito a ver com o que está acontecendo ainda hoje, uma parcela de militares, saudosistas da ditadura e conservadores, que foram retirados um pouco do centro do poder até hoje reclamam”, avalia Cecília.


(…)

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