sábado, 23 de abril de 2011

Sábado de Aleluia! Para um dia nascer feliz...

Pro Dia Nascer Feliz


BAITASAR

O blog do baitasar publica este post da Sonia Aranha, outra sugestão do Professor, depois de navegar no blog do Nassif

"guri, é preciso repercutir, é preciso repercutir."

Reclamo que ele, pelo visto, dormiu quase nada.

Saimos tarde da redação e o Professor já está por aqui, com o chimarrão e a térmica

"guri, larga mão das frescuras que as urgências são muitas."

Pergunto sobre a situação crítica que requer tratamento tão imediato

"leia o texto da Sonia Aranha - Nossa escola, pro dia nascer feliz - e depois assiste ao vídeo."

Paro minhas atenções no texto e no filme, ainda com sono

"baitasar, assiste a 1ª 2ª parte e tu vai desinquietar, não tem como desacompanhar o diagnóstico e se perguntar, afinal, onde está a prática ou os meios adequados para curar os doentes? quem são os doentes? quem acredita, ainda?"

Concordo com o Professor, todos deveríamos fazer o mesmo e assistir ao vídeo

Mas não apenas os professores e alunos

"esse é o custo brasil!"

Lembro o Professor que isso tudo não se resume em salário e piso nacional

"mas, guri, se não começar por aí, ninguém vai dar começo e prosseguir."

Já escrevemos sobre o piso, no post de ontem - uai, até quando, sô(?)

"o custo brasil é a impunidade dessa gentititi que fala e escreve de neutralidade e esperança, sem jamais abrir mão das suas lutas cooporativas, nem acho que devem abrir mão de lutar por direitos, mas não desarmem o povo com um currículo escolar de faz-de-conta, descolado da realidade, da miséria; submisso às vontades do mercado, como se uma vontade superior impedisse a leitura além da cartilha e da tabuada."

Pergunto se estamos colhendo o que plantamos

"desigualdade social, preconceito, exclusão, impunidade, indiferença."

Retorno as leituras do texto, nem sei como seriam as minhas vidas sem o professor



Nossas Escolas, pro dia nascer feliz


Enviado por luisnassif, sab, 23/04/2011 - 07:59

Autor: Sonia Aranha

O diretor e roteirista João Jardim realizou um documentário pra lá de comovente sobre as escolas brasileiras e seus alunos adolescentes. O olho e os dedos de João não usaram de estratagemas para nos fazer sensibilizar , Pro dia nascer feliz simplesmente desnuda o que são nossas escolas públicas e privadas do Ensino Médio. A comoção vem daí, de ver sem enfeites e de forma totalmente crua a realidade de nosso país.

Algo intrigante é a comparação entre a escola pública da periferia e a privada de bairro nobre paulistano. Esteticamente são completamente diferentes: a escola privada possui jardins e a manutenção é impecável, além dos diferentes espaços confortáveis e prazerosos , já nas públicas a pintura está a cair, o piso é de cimento exposto e falta manutenção. Mas o que intriga mesmo é o aspecto pedagógico por ser igual em ambas redes de ensino: na sala de aula carteiras perfiladas com uma mesa à frente de uma lousa verde , professor explanando o conteúdo. Não há um modo diferenciado de organizar o espaço da classe, não há quaisquer recursos tecnológicos de apoio pedagógico (lousa digital, projetor , telão e computador , etc.) Saliva, giz e lousa , mais livros didáticos compõem a metodologia de ensino. Claro que a escola privada, sobretudo a da elite, dirá, em sua defesa, que há sim momentos no laboratório de informática, dentre outras atividades que ocorrem em outros espaços, porém, a aula em si , segue o mesmo ritual desde a origem da escola.

O abandono e o descaso da escola pública são indignos. Os professores, diretores e demais profissionais da escola são abnegados ou maus profissionais para aguentarem este estado de coisas? Sim, porque trabalhar nestas condições adversas, impostas pelo sistema de ensino público, deveria ser por si só um fator de recusa ao trabalho. Nessas condições- deveriam dizer os professores – recuso-me a trabalhar, vendo pipoca que, aliás, dá muito mais dinheiro e dignidade, haja vista o carrinho de pipoca do Seu Zé, da cidade de Araras, formando, todos os dias, com ou sem chuva, longas filas na praça da matriz e empregando mais de seis pessoas.

O documentário acabou fazendo-me imaginar duas possíveis situações:

a) os professores terminam mais um dia de trabalho. Manhã seguinte: onde estão os professores? Nenhum apareceu para dar aula. E isso se prolonga por dias a fio. Ninguém sabe e ninguém viu um sequer professor. Todos, de todo o território brasileiro. As escolas estão sem aula, jovens e crianças se amontoam nas ruas nos primeiros dias e depois no isolamento de suas casas. O pai ou a mãe destes alunos pedem demissão do emprego para cuidar dos filhos e ensinar o que for possível.

b) os professores chegam às escolas e o que aconteceu com os alunos? Sumiram. Nenhum para contar a história. Os professores tentaram , em vão, esperar pelos alunos por vários dias , mas em uma determinada hora desistem e seguem para as suas casas. Primeiro impacto: dois milhões de professores desempregados, além das centenas de diretores, secretários de educação , coordenadores , funcionários de todos os escalões dos governos municipais , estaduais e federais; faculdades de pedagogia param de funcionar porque não é preciso formar pedagogos e ,tampouco,licenciados, porque não há alunos para aprender.

E o que seria do nosso país se dessas duas alternativas uma não fosse fruto da minha diabólica imaginação?

- Parte 1




- Parte 2




- Parte 3




- Parte 4




- Parte 5




- Parte 6




- Parte 7




- Parte 8




Final

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