terça-feira, 31 de agosto de 2010

ainda não cansou (?) continua indo até a banca (?)

A "Veja" quer que a classe média que desperdiça dinheiro assinando-a acredite que o PT tem ligações com as FARC



por Paulo Jonas de Lima Piva

O desespero tomou conta da grande mídia reacionária brasileira. A vantagem de Dilma sobre Serra fez as redações de direita perderem o senso do ridículo. As páginas amarelas da última edição da tucana Veja é um claro exemplo disso. O entrevistado é o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, continuidade de Uribe e títere do imperialismo norte-americano. Para assustar a classe média "Regina Duarte", a revista, ao invés de perguntar ao nobre entrevistado, faz afirmações gravíssimas sobre um possível envolvimento entre o PT e as FARC, esperando do interlocutor cumplicidade. Mas parece que o plano da direção da revista não deu certo. Vejamos.

Afirmação maquiada de pergunta feita pela revista:

"O partido do presidente Lula, o PT, tem relações documentadas com as Farc. O senhor pretende obter de Lula o repúdio público à guerrilha, nos moldes da declaração feita por seu colega venezuelano Hugo Chávez? ".

A resposta do presidente colombiano foi equilibrada, o que não deve ter agradado em nada o panfleto serrista:

"Quando fui ministro da Defesa, minha experiência com o governo do presidente Lula foi muito positiva. Obtive um rechaço categórico às Farc por parte do ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante uma viagem dele à Colômbia. Ele disse que não permitiria que as Farc tivessem nenhum tipo de presença ou influência no Brasil. O ministro afirmou que os guerrilheiros seriam recebidos a tiros, o que nos causou uma impressão muito boa. Não tenho, portanto, percebido afinidade ou complacência do governo Lula com o terrorismo e estou certo de que, quando nos sentarmos para conversar, essa será a posição do presidente brasileiro".

Mas o panfleto direitista insiste:

"Documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes (chefe guerrilheiro morto por comandos colombianos em 2008 no lado equatoriano da fronteira) revelam contatos bem amigáveis entre as Farc e alguns integrantes do PT…"

A resposta do presidente colombiano, porém, foi equilibrada mais uma vez, pondo abaixo a tentativa da "Veja" de induzir o político colombiano à sua intenção de criminalizar o PT e Lula:

"Sim, é possível que tenha ocorrido algum contato do PT com as Farc — assim como as Farc tiveram contato com diversos políticos colombianos, inclusive comigo. Tive contato com as Farc durante os processos de paz. O fato de alguns nomes de brasileiros terem aparecido nos computadores das Farc não necessariamente significa que aquelas pessoas sejam cúmplices com grupos fora da lei. Uma coisa é estabelecer contatos, outra é ser cúmplice".

e você nem precisa ir até a banca (?) recebe em casa a sua ZH (?) meus parabéns

Balanço do governo desmente propaganda de Yeda

Por Paulo Muzell

Os números do balanço do governo do Estado desmentem a propaganda do horário eleitoral da candidata e governadora Yeda Crusius (PSDB): os recursos aplicados na Segurança Pública, por exemplo, diminuíram no seu governo. Nos dois últimos anos – o biênio 2008/2009 – a despesa média anual atingiu 1 bilhão, 450 milhões, contra 1 bilhão 720 milhões aplicados em 2006. Uma redução de 16%, ou seja, 270 milhões gastos a menos. A Polícia Civil e a Brigada Militar têm uma defasagem no seu efetivo de 15 mil e 800 homens, deveriam ter cerca de 41 mil e 100 homens e tem em atividade apenas 25 mil e 300 policiais, vale dizer, quase 40% dos cargos não estão preenchidos. Mais de dois terços dos armamentos têm mais de dez anos, três quartos da frota de veículos mais de cinco anos de uso. Sem falar na falta de estímulos decorrente dos baixíssimos salários dos níveis mais baixos que contrastam com a gorda remuneração da “turma de cima”, os delegados e oficiais superiores.

Na Educação ocorreu mais uma vez o descumprimento do dispositivo constitucional que determina a destinação de 35% da receita líquida de impostos à manutenção e desenvolvimento do ensino. Foram aplicados um bilhão e 65 milhões a menos. Quando Yeda assumiu em 2007, existiam no sistema estadual de ensino 56.258 turmas. A “enturmação” – entenda-se fusão de turmas, colocando-se mais alunos por sala e piorando assim o já precário atendimento – reduziu neste início de 2010 o número de turmas para 46.236. Foram extintas mais de 10 mil turmas, com evidentes prejuízos para alunos, professores e, é claro, para a qualidade do aprendizado. Esta brutal redução do número de turmas não impediu que Yeda introduzisse uma novidade que evidencia a falta de sensibilidade, a grosseria como marca registrada de seu governo. O Tribunal de Contas (TCE) lista os casos – e não foram poucos – de funcionamento de turmas em “containers”!

Na Saúde, em 2009, nova dívida social: deveriam ser aplicados os 12% da receita tributária total que a lei determina, correspondente a 1 bilhão, 742 mil reais e foram aplicados apenas 890 milhões (6,1%). Nova dívida de 852 milhões, que somada ao déficit da educação totalizam mais de 1,9 bilhões de reais.

O sistema prisional do Estado, já precário, piorou em 2009. O número de vagas criadas no exercício foi insuficiente para atender o crescimento da população, resultando no aumento da superlotação. No final do exercício existiam apenas 18,3 mil vagas para uma população de 28,6 mil presos, ou seja, 10 mil e trezentos detentos acima do número de vagas.

Já no setor de Transportes foram aplicados em 2009 apenas 403 milhões de reais, uma redução de 23% em relação ao gasto de 2006. Foram pagos apenas 256 milhões de contratos de obras rodoviárias, ficando um saldo a executar de 1 bilhão, 839 milhões de reais. Existiam no final do exercício 303 contratos de obras paralisadas, no montante contratado de 1,847 bilhões de reais. O TCE registra que as concessões de pedágios são muito mal fiscalizadas e cita um dado alarmante: dos 4 milhões, 345 mil reais que deveriam ser aplicados pelo DAER na melhoria da fiscalização das empresas concessionárias, apenas 21% dos recursos foram comprometidos – realizadas licitações para compra de equipamentos – e apenas 44 mil reais (1% do valor total!) foram efetivamente pagos!

Antes de encerrar temos que citar alguns números que põem a nu a farsa marqueteira do déficit zero, esta cansativa cantilena – diariamente a mídia cabocla bombardeia nossos ouvidos com ela – de que vivemos um período de transição para uma nova era, rumo à plena recuperação das finanças estaduais. Pura fantasia, mero jogo de espelhos. A situação de crise estrutural do governo estadual só poderá ser revertida a médio prazo – em uma década, talvez mais – e vai depender da difícil conjugação de vários fatores: de um ciclo de crescimento econômico continuado, do aumento da receita, da alteração da partilha do bolo tributário pelos entes federados, da sensível melhoria da qualidade do gasto público e da gestão administrativa, dentre outros.

O governo Yeda rumou exatamente em sentido oposto. O crescimento da receita foi pífio, multiplicaram-se os passivos: o TCE assinala, no final de 2009 uma dívida de créditos fiscais com os exportadores no valor de 1,9 bilhões de reais. Para o caixa único o governo deve outros 4,6 bilhões. O saldo de precatórios vencidos e não pagos totalizou 5,4 bilhões de reais. Só aí já temos um acumulado de obrigações a resgatar de quase 12 bilhões. Há, ainda, uma dívida fundada, de longo prazo superior a 30 bilhões, cujo serviço – pagamento de juros e amortizações – custa aos cofres públicos 2,2 bilhões por ano.

O governo tem que cobrir um “déficit previdenciário” anual superior a 5 bilhões de reais e que cresce a cada ano que passa: de cada 100 reais pago ao servidor ativo em 2009 foram pagos 115,45 ao inativo. Para finalizar: ainda em 2009 Yeda desviou recursos no montante de 700 milhões de reais, descumprindo a lei. Ficou “devendo” 164 milhões que deveriam ter sido transferidos às Prefeituras e destinou 537 milhões do FUNDEB para pagar inativos, cobrindo através desse expediente ilegal o “furo” previdenciário de 2009.

Ilustração: Sátiro-Hupper

a ZH tem pensadores (?) ou precisa apenas que vocÊ corra até a banca (?)

“A direita não tem pensadores, tem jornalistas agressivos. E a mentira é sua metodologia”

O texto abaixo é do escritor, professor de Filosofia, ensaísta e roteirista José Pablo Feinmann, colunista do Página 12, em artigo traduzido e reproduzido na Carta Maior. Feinmann sai em defesa do governo argentino na briga que este comprou com os grandes jornais do país. Sugiro atenta leitura.

O discurso que Cristina Fernández de Kirchner fez em 24 de agosto foi mais além do que tinham ido todos os discursos dos presidentes argentinos até hoje. Ninguém – nem sequer o primeiro Perón ou Evita – fizeram tal desconstrução da estrutura do poder na Argentina. De quê ela estava falando? Do poder nas sombras, do poder detrás do trono, do verdadeiro poder. Qual é? É o poder midiático.(…)

O Poder – em cada país – tem de formar monopólios para ter unidade de ação. Não se tem todo o poder se se tem só a Papel Prensa, que implica, é verdade, o controle da palavra impressa. Mas há que ter outros controles. Sobretudo – hoje, no século XXI, nesta supraposmodernidade manejada pela imagem – o poder da imagem. E o da voz do rádio, sempre penetrante, omnipresente ao longo do dia. Trata-se da metralhadora midiática. Não deve parar. Por que este governo se complica nesta luta com gigantes sagrados, intocáveis? Ou o faz ou perece a qualquer momento.

Desde a campanha do senhor Blumberg se advertiu que os meios de comunicação podiam armar uma manifestação popular em poucas horas. Toda a cambada de Buenos Aires saiu com sua guarda atrás do engenheiro e impulsionada por Haddad e a ideologia-tacho que – então – era uma criação da Rádio 10. A ideologia-tacho é uma invenção puramente argentina. Como o ônibus, o doce de leite e Maradona. Alguém toma um táxi em qualquer parte do mundo e o taxista não o agride com suas opiniões políticas. Deixa-o viajar tranquilo. Sigamos: o segundo, terrível sinal de alarme foi durante as jornadas “destituintes” e “desgastantes” do “campo”.

Sem o apoio imoderado dos “meios de comunicação” teria sido um problema menor. Mas a fúria midiática chegou aos seus pontos mais estridentes. A “oposição”, não essa essa galeria patética de ambiciosos, torpes e imprestáveis políticos que peleiam melhor entre si do que com seus adversários, são os meios de comunicação. A direita não tem pensadores, tem jornalistas audazes, agressivos. E a mentira ou a deformação pura e plena de toda notícia é sua metodologia. (A íntegra do artigo)

já votou na sua ZH (?), desculpe... já comprou (?)

Vice de Yeda culpa Fogaça pela crise na Saúde

Blog de Miguel Grazziotin destaca matéria do Correio de Povo de hoje, onde o vice de Yeda Crusius (PSDB), Berfran Rosado (PPS), detona o ex-aliado José Fogaça (PMDB). A lealdade, definitivamente, parece não ser o forte deste grupo que vem governando o Estado há oito anos (o que explica muita coisa, aliás). Na matéria, Berfran dá seu depoimento sobre Fogaça:

“(…) Durante o bandeiraço, Berfran afirmou que o ex-prefeito, além de não cumprir as promessas de aumentar o número de equipes do Saúde da Família e deixar dívidas com hospitais, é responsável pela situação. Ele abandona a prefeitura e esquece as promessas que não cumpriu. Não é à toa que a saúde pública de Porto Alegre está assim. Tem sim um responsável. É Fogaça” (…)

E dá-lhe imparcialidade ativa!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

não esqueça de votar na ZH (?) para o senado

Fidel: “Cheguei a estar morto, mas ressuscitei”


Em entrevista exclusiva ao jornal mexicano La Jornada (a primeira concedida a um veículo impresso desde que uma diverticulite obrigou seu afastamento da liderança do governo cubano), Fidel Castro fala sobre o que aconteceu, diz que esteve à beira da morte, mas ressuscitou. E fala de seus planos para o futuro: “Não quero estar ausente nestes dias. O mundo está na fase mais interessante e perigosa de sua existência e eu estou bastante comprometido com o que está acontecendo. Ainda tenho muitas coisas para fazer”.

Entre outras coisas, Fidel fala sobre o risco de um conflito nuclear no Oriente Médio, decorrente de um ataque ao Irã e também sobre os novos meios de comunicação e a dificuldade de se acessar a Internet em Cuba. O país dispõe apenas de uma entrada de Internet para todo o país, o que faz com que a navegação seja em câmara lenta. Por que isso ocorre? – perguntou a jornalista Carmen Lira Saade. A resposta de Fidel:

Pela rotunda negativa dos Estados Unidos em nos dar acesso à Internet na ilha, através de um dos cabos submarinos de fibra ótica que passam próximo às costas. Cuba se vê obrigada, em troca, a baixar o sinal de um satélite, o que encarece muito mais o serviço do que o governo cubano pode pagar, e impede que se disponha de uma banda maior, que permita dar acesso a muito mais usuários e na velocidade que é normal em todo o mundo, com a banda larga. Por essas razões o governo cubano dá prioridade para conectar-se não a quem pode pagar pelo custo do serviço, mas para quem mais necessita, como médicos, acadêmicos, jornalistas, professores, quadros do governo e clubes de internet de uso social. Não se pode fazer mais.
(A entrevista na íntegra)

não se deixa desinformar com a sua ZH (?) vá até a banca

Os jovens cubanos e a campanha midiática difamatória contra a Revolução Cubana

esqueceu a sua ZH (?) sinceramente (?) não perdeu nada

COMO SERRA AGIRIA NA CRISE?

Vídeo revela didaticamente como PSDB-DEM torceram contra o Brasil na crise de 2008, e como a Globo e seus “consultores” entrevistados tentaram vender um clima de terror. Perderam todos. Lula, Mantega e o Brasil ganharam de goleada. São os fatos. Confira!

sábado, 28 de agosto de 2010

não vai esquecer (?) de buscar a sua ZH Dominical

Como a RBS virou um partido no Sul

Os gaúchos gostam de dizer que o Rio Grande do Sul é o Estado mais politizado do Brasil. Os italianos também diziam o mesmo sobre seu país, no continente europeu. E os politizados italianos terminaram entregando o poder a Berlusconi – um magnata que é dono de TV, comanda um time de futebol e mantem casas luxuosas por onde circulam moças de fino trato e pouca roupa.

O Rio Grande do Sul caminha por terreno também pantanoso. Só que lá, em vez de um Berlusconi, há uma corporação midiática a espalhar seus tentáculos pelo Estado, pela política.

Li sobre esse quadro aterrador no “RS Urgente”, de Marco Aurelio Weissheimer. O artigo que reproduzo abaixo mostra como a RBS se transformou no grande partido político conservador no Rio Grande do Sul.

A falência das grandes legendas conservadoras no Brasil (DEM e PSDB) é um sinal de que a o caminho da direita nos próximos anos pode ser parecido com o que já vemos no sul. A mídia e o mundo do espetáculo – esse será o celeiro de onde virão os líderes conservadores. A RBS pode ter sido a pioneira. Bom saber como esse fenômeno funciona, para saber o que virá por aí no Brasil.

... cuidando da saúde, por isso não comprou sua ZH (?) não dá bola, vai lá

“Caos” na saúde pública gaúcha: o sr. Osmar Terra tem algo a dizer?

O sr. Osmar Terra (PMDB), secretário estadual da Saúde nos governos Germano Rigotto (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB), tem passado de lombo liso na mais recente safra de matérias sobre o “caos na Saúde” em Porto Alegre e em outras cidades do Estado. O fenômeno não é novo. A suposta eficiência das gestões de Osmar Terra vem sendo alimentada com boas doses de silêncio acerca das responsabilidades do governo estadual. Ou não tem responsabilidade alguma?

Sobre esse tema, cabe destacar a nota divulgada pelo Conselho Estadual de Saúde estimando que R$ 7 bilhões deixaram de ser aplicados em ações de Saúde pelo governo gaúcho nos últimos dez anos. A nota também critica o Conselho Regional de Medicina (Cremers), qualificando-o de corporativista por ter acionado o poder Judiciário para legalizar a cobrança extra no SUS (para escolher o médico e o leito de internação) com o objetivo de buscar lucro “deixando sem atendimento o paciente que não pode pagar”.

O Conselho também identifica outros responsáveis para o que chama de situação de calamidade pública no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Entre esses, falta de hospitais públicos, prática de ambulancioterapia, contratos insuficientes com hospitais privados, que não cumprem a totalidade do que é acertado, e falta de estrutura para os conselhos fiscalizarem. A nota acusa ainda o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas de cumplicidade com o Executivo por não exigirem a aplicação de mais recursos na saúde. O CES recomenda a requisição de leitos em hospitais privados para minimizar os problemas.

O sr. Osmar Terra tem a sua parcela de responsabilidade neste quadro. Entre 2006 e 2009, nos dois governos dos quais foi secretário, recursos repassados pelo Ministério da Saúde para a Secretaria Estadual da Saúde foram aplicados no mercado financeiro em prejuízo da oferta e ações de serviços de saúde para a população. Em 30 de junho de 2009, a Secretaria tinha R$ 164,7 milhões rendendo juros e correção monetária e prejudicando gravemente os usuários do Sistema Único de Saúde no Estado.

Essas informações constam do relatório n° 8236 do Departamento Nacional de Auditoria do SUS/Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, do final de janeiro deste ano. A página 28 do relatório denuncia o prejuízo causado à população pela decisão de aplicar os recursos no mercado financeiro.

A primeira parte do relatório, referente aos anos de 2006 e 2007, também aponta o descumprimento da Emenda Constitucional 29 pelo governo gaúcho. O Conselho Estadual de Saúde (CES) vem denunciando, desde 2003, o descumprimento dessa emenda que estabelece os recursos mínimos constitucionais a serem aplicados na saúde. No início de 2010, o RS era o Estado com menor índice de investimento em ações e serviços de saúde no Brasil, segundo o Sistema de Informação em Orçamento Público de Saúde (SIOPS).

Foto: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini

... e aí, já acordou (?) e ainda não comprou a sua ZH

Crack Nunca Mais, pela reabilitação do RS

Por Katarina Peixoto

Programas de reabilitação de drogados costumam prescrever a aceitação de que o mundo é maior que a dependência do drogadito. Ou, em outras palavras, que o drogadito não é maior do que o mundo. Versões mais grosseiras dessas tentativas de desintoxicação costumam meter deus no meio dessa superação. Fato é que desintoxicar exige humildade. E uma consciência da própria finitude, quer dizer, um compromisso inadiável com a própria carne, com as próprias dores e possibilidades. Desintoxicar, por isso, exige um compromisso com a verdade. Não há espaço para mentira e suas variantes do auto-engano no caminho de luta contra a dependência.

Por isso falar em desintoxicação do Rio Grande do Sul faz sentido, e não exatamente como metáfora.

Um Estado que padeceu com a experiência Yeda Crusius não precisa de metáfora, mas de realidade e, portanto, de um compromisso inadiável com a verdade. A viagem tem sempre vida curta e a chapação, ao longo do tempo, mata. De 2003 para cá, quando a direita gaúcha rearticulou seu projeto de poder no estado do Rio Grande do Sul, a situação do Estado, perante si mesmo e perante o país realmente merece uma campanha como “Crack, nunca mais”. Não é sem propósito que o esteio propagandístico da chapação lança essa campanha. E, mais uma vez, não há metáfora, aqui.

A decadência econômica vem caminhando de mãos dadas com a degeneração política. Se esse vínculo é necessário ou não, pouco importa. Fato é que constatar sua existência no RS dos dias que correm é dizer a verdade. O lero-lero delirante do Déficit Zero é propagandeado a despeito do declínio nos índices de qualidade de ensino, de saúde, dos serviços públicos e nos grandes esquemas de saque do erário já combalido. Saques, por sua vez, investigados e denunciados antes pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. A chapação e a dependência não deram lugar à oposição. Mas esta, como um fígado, seguiu se regenerando.

Seria simplesmente ridículo ver Yeda Crusius na televisão, com aquela sua peculiar mirada ao infinito, não fosse desagradável. É constrangedor e triste ver no que as drogas podem transformar uma pessoa. E a mentira das sanhas ideológicas não apenas alienam politicamente, como demenciam. Tem algo demente, ali, naquele queixo acrítico, naquele déficit zero que outro dia até a representante não escolhida pelo voto do sofrido Ministério Público Estadual repetia. Diabos, o que pode querer dizer déficit zero no MP estadual???

Para criticar o Olívio Dutra, diziam que nas Assembléias do OP se discutia até a compra de carteiras para escolas. Para criticar, diga-se. Porque o que fizeram com este homem é inominável. Agora, não podem mais fazê-lo. Não falam mais sozinhos, não intoxicam plenamente, não asseguram a terra das palavras delirantes nas mentes incautas. E o Rio Grande do Sul fica mais saudável.

Posso discordar de que tudo seja discutido numa assembléia de OP. Mas frente ao crime o que está em jogo não é a concórdia ou a discórdia; é a justiça, a lei. Ambas, em tempo, vêm sendo destroçadas neste estado. Desmantelaram a legislação ambiental, esquartejaram a legislação dos incentivos fiscais e, com isso, a mínima decência tributária (o Fundopem do governo Rigotto tornaria Britto um republicano), desinvestiram deliberada e sistematicamente na saúde, recusaram e se abstiveram do recebimento e do empenho de verbas federais destinadas a políticas públicas para jovens, crianças, mulheres, mulheres negras, comunidades indígenas, catadores de papel, usuários do SUS.

Esse acúmulo de perdas só reforçou a dependência da máquina propagandística, o estuário de verbas estaduais para seguir tentando perpetuar o vício. Como se sabe, o vício tem muitos aspectos: culpa-se o outro, projeta-se a própria miséria e se denega qualquer responsabilidade. Assim se pode ver motoristas de táxi, lobotomizados via rádio o dia inteiro, bradarem contra a Dilma porque os azuiszinhos não fiscalizam as pessoas que estacionam nas ruas. Crack,nunca mais.

E por falar nisso, o senador Simon está calado. O paladino da imparcialidade ativa que embruteceu, empobreceu e corrompeu o Estado em níveis nunca dantes vividos. Seu candidato, até que se prove o contrário, é um senhor tão obscuro como descompromissado, cujo discurso vazio só é superado pela ausência de vitalidade.

Quem quer manter essa carcaça em que o RS se tornou? Como um resto de gente, com dentes empodrecidos, ira contra o mundo, sobretudo incompreensível; quem caminha pelas ruas e vê as hordas de jovens chapados sabe do que se trata a imparcialidade ativa do déficit zero. Sabe o que desinvestimento, abstenção e recusa de assistência geram. Ainda virá à tona o quanto foi devolvido à união pelos governos (sic) da imparcialidade ativa e do déficit zero, em recursos sem empenho, destinados a políticas públicas no âmbito da assistência social, médica, à criança e ao adolescente, à juventude. Crack, nunca mais.

Reabilitação é um processo doloroso, mas diariamente fortalecido. Toda desintoxicação exige mais do fígado do que os porres de palavras cruzadas e falsas polêmicas. Mas funciona, constitui, faz sentido. É um caminho incerto, com recaídas, ou sem. Mas aponta para a agregação, a consciência do mundo e a independência moral. Sem chapação, sem mentira, sem saque do erário e sobretudo sem o delírio destruidor de futuro, de responsabilidade e de saúde.

O que será do RS reabilitado não se sabe, visto que a destruição não foi pouca nem irrelevante. Mas cessar a dependência, hoje, é vencer o vício, ganhar da mentira, recusar o auto-engano mistificador e empenhar-se com o futuro. Crack, nunca mais.

... ainda não foi às bancas(?) dá tempo de comprar a sua ZH

Serra agora é uma vivandeira de quartéis

Tijolaço

É o silêncio dos culpados, é a mente de quem se entregou de corpo e alma, se é que este sujeito tem uma, a tudo o que condenava e criticava antes que a sua ânsia de poder o transformasse numa alma penada.
José Serra, aquele que falou faz dois dias em liberdade de imprensa e nos perigos da censura lulista aos meios de comunicação, exigiu que seu encontro, hoje, no Clube da Aeronáutica, fosse fechado à imprensa.
“A assessoria de imprensa do Clube da Aeronáutica afirmou que o fechamento do evento à imprensa foi a pedido da assessoria do candidato. “Eles estabeleceram as regras do jogo. Eles pediram. Nós queríamos que fosse aberto”, afirmou o assessor do clube, coronel Paulo F. Tavares.”, registrou o IG.

Por que, Serra?

Foste lá pedir um golpe contra a vontade popular que te repudia e consagra Lula e Dilma? Foste falar do esquerdismo perigoso? Da república sindicalista? Do que os golpistas de 64 usavam contra a legítima expressão eleitoral de um povo que não quer ser escravo das elites a que você agora serve?

Você não apenas matou o jovem Serra, seu “Zé” de araque, você pisoteou até a sombra do que você já foi um dia.

Vamos ver o que dirão de você os mervais, os jabores, os milleniuns. Vamos ver se a tua censura, se o teu autoritarismo, se os teus golpes baixos, tuas mentiras, tuas favelas falsas, tua sordidez vai merecer uma palavra de condenação.

Não vai, Serra, o povo brasileiro já decidiu o teu destino. E é bem quente por lá.

Ainda é pouco

Dilma, 51%. É pouco, ainda

Outro dia falei aqui em Dilma vencer com 60% dos votos válidos e brinquei, dizendo que “dava dois de vantagem”. Acho que vou perder a aposta, porque vai ser de mais que isso. Pois uma nota do Noblat, antecipando o resultado que o Ibope/Estadão divulga amanhã, já dá 51% para Dilma, contra 27% de Serra e 7% de Marina. Desconsiderando o pouco que tenham os candidatos de pequeníssima expressão, isso já dá 60% dos votos válidos para Dilma.
A onda subiu, galera.
Agora temos que sacar que Dilma precisa ter uma vitória estrondosa, também, no apoio de que precisará para governar.
Ah, diz o Noblat também que Alckmin caiu e Mercadante subiu de 14 para 23%. Ah, Ciro, Ciro, que estrago você faria, meu amigo…

Isso é uma Tsunamiiiiiiiii

“Dossiê do sigilo” nasceu com
filha do Serra e irmã de Dantas

Dantas e a irmã deixam o PF Hilton

Convém não comer gato por lebre.

O “dossiê do sigilo” é a mais recente tentativa de colar na Dilma uma das baixarias do Serra – a Catanhêde, na Folha (*), pág. 2, chama de “banditismo”.

No tempo em que os bichos falavam e não havia blogosfera, o Serra e o PiG (**) conseguiram, em 2006, transformar a compra de ambulâncias superfaturadas pelo Ministério da Saúde, na gestão Serra – Barjas Negri – Marcelo Itagiba na fotografia da pilha de dinheiro dos aloprados.

Com a notável colaboração do delegado Bruno (onde anda o delegado Bruno ?), uma repórter da Folha (*) e um repórter da Rede Globo.

Isso colou, na época.

Com a providencial colaboração do Ali Kamel, a Globo, na véspera da eleição no primeiro turno, ignorou a queda do avião da Gol para mostrar por 54 minutos a foto do dinheiro.

E o Ali Kamel levou a eleição presidencial para o segundo turno.

Clique aqui para ler “O primeiro golpe já houve. Falta o segundo”.

A baixaria corrente consiste em atribuir à Dilma a tentativa de abrir os dados do Imposto de Renda do Preciado.

O PT vai entrar à Justiça para flagrar Serra nesse ato de baixaria explícita.

Clique aqui para ler sobre o “tiro no pé” e sobre a inutilidade de se conhecer mais ainda sobre as atividades do senhor Preciado.

Mas, não convém chamar papagaio de meu louro.

O dossiê começou lá atrás, quando se soube que vem aí um livro bomba que descreverá os porões da privataria do Governo Serra/FHC.

E quando reacendeu a discussão sobre a sociedade da filha do Serra com a irmã do Daniel Dantas.

Clique aqui para ver os documentos que unem a filha do Serra à irmã do Dantas, numa empresa em Miami (em Miami !).

Quando soube disso, o Serra entrou em parafuso.

Correu um frio nas costas gordurosas do PiG (**) e foi esse Deus nos acuda.

Então, vamos dar os nomes aos bois.

Vamos ver onde começa essa “crise do dossiê”:


Livro desnuda a relação de Serra com Dantas.
É por isso que Serra se aloprou


Publicado pelo Conversa Afiada em 04/06/2010

A bomba explodiu no colo do Serra


O Conversa Afiada recebeu de amigo navegante mineiro o texto que serve de introdução ao livro “Os porões da privataria” de Amaury Ribeiro Jr.

É um trabalho de dez anos de Amaury Ribeiro Jr, que começou quando ele era do Globo e se aprofundou com uma reportagem na IstoÉ sobre a CPI do Banestado.

Não são documentos obtidos com espionagem – como quer fazer crer o PiG (**), na feroz defesa de Serra.

É o resultado de um trabalho minucioso, em cima de documentos oficiais e de fé pública.

Um dos documentos Amaury Ribeiro obteve depois de a Justiça lhe conceder “exceção da verdade”, num processo que Ricardo Sergio de Oliveira move contra ele. E perdeu.

O processo onde se encontram muitos documentos foi encaminhado à Justiça pelo notável tucano Antero Paes e Barros e pelo relator da CPI do Banestado, o petista José Mentor.

Amaury mostra, pela primeira vez, a prova concreta de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização.

Num outro documento, aparece o ex-sócio de Serra e primo de Serra, Gregório Marin Preciado no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio.

As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que Amaury teve acesso. O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria.

Não foi a Dilma quem falou da empresa da filha do Serra com a irmã do Dantas. Foi o Conversa Afiada.
Que dedica a essa assunto – Serra com Dantas – uma especial atenção.

Leia a introdução ao livro que aloprou o Serra:

Os porões da privataria


Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.


Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …


Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.


A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.


(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).


O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.


A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.


O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.


Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.


Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.


Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.


De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.


Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…


Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.


(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.

(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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Comeu eles com farofa

Lula faz o que Serra não fez:
Corinthians vai abrir a Copa

Bye bye Serra forever

Saiu na Folha Online:

Abertura da Copa será no novo estádio do Corinthians, em Itaquera


EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

O estádio do Corinthians, que será construído em Itaquera (zona leste da cidade de São Paulo), será o palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

A decisão foi tomada após uma reunião entre o governador de São Paulo, Alberto Goldman, o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, e o presidente da CBF e do Comitê da Organização Local do Mundial, Ricardo Teixeira.

A colunista da Folha Monica Bérgamo publicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já vinha “estimulando” a Odebrecht a construir um estádio para o Corinthians.

Segundo a colunista, o Corinthians negocia com a Odebrecht para a construção de sua arena. Pelo acordo, a empreiteira poderá dar o nome ao estádio e o lucro do local seria dividido com o Corinthians. O estádio tem previsão de 48 mil lugares e custará cerca de R$ 300 milhões.

(…)


O Lula não fala inglês.

O Lula é nordestino.

O Lula é metalúrgico.

O Lula não tem um dedo.

E comeu o Serra com farofa.

O Lula esperou o Serra carregar a cruz de a Copa não abrir em São Paulo.

O Serra e os postes do Serra diziam que não tinham dinheiro para reformar o Morumbi, na Zona Sul, o bairro dos ricos, nem construir um novo estádio num bairro de pobres.

O Lula esperou a elite dizer que não queria abrir a Copa.

Abrir a Copa é aspiração de pobre.

Depois que o Serra, seus postes e a elite de São Paulo, foram eliminados da Copa, o Lula comeu eles todos com farofa.

Vai construir um estádio para o Coringão, para a galera, para o povão, numa região que o prefeito e Governador José Serra desprezaram: a Zona Leste.

É lá que ficam o Jardim Romano alagado, e o Jardim Pantanal de onde os nordestinos, de preferência, deveriam ser enxotados.

Se a Dilma ganhar no primeiro turno, o Lula desembarca em São Paulo com a camisa do Corinthians e leva o Mercadante, na garupa, para o Palácio dos Bandeirantes.

Tudo isso porque o Lula não fala inglês.

Paulo Henrique Amorim

Um rio que segue para o mar

A Dilma não é um tsunami.
Dilma é o rio que segue para o mar

O Serra é um jenio



A Catanhêde, na pág. 2 da Folha (*) consegue resumir muito bem o sentimento que domina os tucanos (explícitos ou, como ela, dissimulados) em fuga.

Clique aqui para ver o vídeo inesquecível da “massa cheirosa”.

A Catanhêde considera que a Dilma é um tsunami.

No twitter, o Ancelmo do Globo, um especialista em bom-pracismo, disse o mesmo: um tsunami !

O tsunami são ondas gigantes de grande concentração de energia, provocadas por um deslocamento de água que ocorre após uma movimentação inesperada de placas tectônicas abaixo dos oceanos.

O tsunami costuma provocar catástrofes.

Uma catástrofe gigantesca, inesperada – é o que a Catanhêde quer dizer.

Catástrofe, a gente sabe qual é: é a que o jornal nacional mostra todos os dias (clique aqui para ler “O Pará e o Brasil não são o que o jn diz”)

Mas, “inesperada”, por quê ?

O Governo Lula é um sucesso e a popularidade dele, recordista desde o primeiro dia de Governo.

Promoveu a inclusão social, ampliou a classe média e assistiu os pobres.

Fez uma política externa que não tirou o sapato para os Estados Unidos.

A Dilma é a sua legítima sucessora: foi a CEO do Governo Lula.

O Serra é um nada.

Em 50 anos de vida pública não conseguiu produzir uma obra, uma ideia original.

Não tomou uma atitude de que se possa lembrar com admiração.

Como “inesperado”, se a oposição ficou ancorada em 2002 ?

A oposição se deixou imobilizar pela a vaidade do Fernando Henrique.

O Farol de Alexandria amarrou o PSDB na tarefa inglória de preservar seu Governo.

O Farol segurou a oposição na defesa de um Governo que quebrou o Brasil três vezes.

O Farol não deixou o PSDB produzir uma alternativa ao Governo Lula.

Porque obrigou o PSDB a pensar que a alternativa era ele – quando Lula fracasse e caísse num impeachment.

Enquanto o Farol cuidava de seu verbete nos livros de História, a oposição se deixou atropelar pela Classe C.

Enquanto bradava contra o “Bolsa Vagabundagem”, se encaminhava para a extrema direita, puxada pelos DEMOS e a nova carreira do César Maia, no plano nacional.

O Serra não conseguiu se livrar da maldita herança do neo-liberalismo do Farol.

Lula pendurou o FHC no pescoço do Serra e ali ficou.

O Sarney, o Itamar, o Collor – todos eles se submeteram ao voto popular, ao sair da Presidência.

Por que o Farol não se submeteu ?

Porque não tem voto.

Ele faz sucesso no PiG (**).

O Serra foi para a campanha sem temas: do Ministério do Acarajé ao Ministério do Cano.

Invadiu a Bolívia e subiu na garupa do Lula.

Até o Farol sabe que o Serra não formula nada: ele é um gerentão.

E um gerentão desastrado.

O Serra foge: não cumpre um mandato até o fim, para não ser julgado pelo que (não) fez.

O Serra foge para a frente.

Só que, agora, bye bye Serra forever.

E a Dilma não é um tsunami.

A Dilma é o rio que corre para mar.

Segue o curso traçado há muito tempo.

Com algumas cachoeiras e quedas d’água.

Mas, segue inexoravelmente o seu curso.

Desde Vargas.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vargas, Lula e Dilma Já!

Dilma é o encontro do PT com Vargas

O Escrevinhador


por Rodrigo Vianna

Getúlio Vargas morreu há exatos 56 anos (meteu uma bala no peito em 24 de agosto de 1954). Enterrado em São Borja (RS), segue mais vivo do que nunca.

Já houve quem quisesse enterrá-lo, politicamente. Foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso, logo depois de eleito em 1994. Não conseguiu. E parece que está amargurado com isso. Esses dias mesmo, FHC atacou o Brasil numa entrevista patética a um dos jornais de direita na Argentina (clique aqui para ler o que disse FHC ao “Clarin”).

O programa que FHC propôs ao Brasil (desnacionalização, abertura total dos mercados, privatização – em suma, a receita neoliberal dos anos 90) morreu. FHC não consegue um candidato para defender seu legado (?!). Serra em 2002, Alckmin em 2006 e Serra de novo em 2010: todos fugiram de FHC. Três tucanos envergonhados, e um programa derrotado.

Vivo, FHC está morto e enterrado.

Morto há 56 anos, Vargas segue mais vivo do que nunca.

Dilma representa o encontro do PT com a boa herança varguista. Marxista na juventude, quando lutou contra a ditadura, Dilma filiou-se ao PDT nos anos 80. Foi secretária de Alceu Collares no Rio Grande do Sul. Era uma brizolista – herdeira do programa e da história de Vargas.

Dilma hoje é a candidata de Lula e do PT. Candidata de um programa que defende o respeito aos movimentos sociais, a independência nacional, o resgate do papel do Estado e o desenvolvimento de um forte mercado interno. Os três últimos pontos eram também o cerne do programa varguista – especialmente em seu segundo governo, nos anos 50.

A candidata tem consciência da carga histórica que carrega. Uma carga que só a faz mais forte. A seguir, reproduzo as frases que me foram enviadas pelo leitor Mirabeu Leal - inicialmente publicadas pela “Carta Maior”.

1954 – 2010

DILMA ROUSSEFF: “Já houve quem dissesse que era necessário virar a página do Getulismo no Brasil. Mas não se vira a página de quem nos deixou a Petrobras, o BNDES, o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores.” (18-06-2010)

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: “…o caminho para o futuro desejado ainda passa, a meu ver, por um acerto de contas com o passado… Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas — ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista… “ (14-12-1994)

GETÚLIO VARGAS: “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes… Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente…” (Carta Testamento, 23-08-1954)

Ainda dá tempo de ir até a banca e comprar sua ZH!

Povo quer desenvolvimento e direita oferece ‘dossiês’

No mesmo dia em que sai mais uma pesquisa mostrando que a derrota de José Serra para Dilma Rousseff será, no mínimo, humilhante, a mídia tucana e seu candidato insistem na mesma fórmula que infestou o noticiário e o discurso da direita nos últimos anos, de tentar transformar o capo reacionário de São Paulo e sua quadrilha de dementes midiáticos de ultra-direita em “vítimas” de um “Estado policial” que não existe nem em suas mentes doentes.

O povo, no entanto, eufórico com os avanços inéditos e imensos que o país logrou sob o governo daquele que diziam que traria de volta a inflação e outras tragédias, caso fosse eleito, só pensa em manter o rumo, promessas de melhora de vida que não são nem Lula, nem Dilma que fazem, mas os fatos, o dia a dia.

E como é surrada estratégia da direita de usar seus jornais, televisões, rádios e portais de internet para caracterizarem como despótico um governo que respeitou as divergências comuns à democracia até um ponto em que deixaram de ser divergências para se transformarem em sabotagem e calúnias estarrecedoras, como nos casos da ficha falsa de Dilma e do “menino do MEP”.

A história tucano-midiática de que o governo Lula mandou a Receita Federal investigar ilegalmente aliados de José Serra com vistas a atingi-lo é tão ridícula quanto as das outras vezes em que estratégias semelhantes foram usadas às portas de uma eleição.

A pergunta básica do Direito criminal vem em latim: “Cui Prodest”, ou seja, “a quem interessa?”. Ora, bolas, a quem interessam os dados fiscais dos tucanos vinculados a Serra? A Lula e Dilma?

O povo, obviamente, pergunta-se por que os petistas usariam uma estratégia dessas tendo uma força eleitoral como a que as pesquisas revelam. Não existe um pingo de lógica nessa história. Aliás, mesmo que tivesse, acredito que a sociedade não lhe daria a menor bola simplesmente porque o que está nas preocupações do brasileiro é impedir que voltem ao poder aqueles que o mantiveram na penúria por tanto tempo, antes de Lula.

Não sei se essa história da quebra de sigilo fiscal de tucanos a mando do governo Lula é a “bala de prata” que a direita estava preparando para evitar a eleição de Dilma no primeiro turno. Se for, combina plenamente com os programas eleitorais sofríveis do PSDB na tevê e no rádio e com a estratégia burra de seus meios de comunicação, que, ao tentarem erodir a popularidade de Lula e caluniar Dilma, obtiveram o efeito contrário.

E o pior é que a direita midiática parece não ter juízo e competência para, depois da derrota fragorosa que deverá sofrer inclusive nos Estados, reinventar seu jornalismo corporativo e a sua forma de fazer oposição. Deveremos, portanto, ter mais quatro anos durante os quais o Brasil crescerá e se desenvolverá apesar da mídia e da oposição.

Ainda não comprou sua ZH? Que pena!

O colapso político do projeto do PSDB no Brasil

Por que, na contramão da maré nacional, os tucanos ainda são fortes em São Paulo? A pergunta, feita pelo sociólogo Emir Sader em seu blog, expressa a percepção cada vez mais forte de que o PSDB ingressou em uma fase de acentuado declínio. Se esse declínio é de longo, médio ou curto alcance só o tempo dirá. Mas há fatos que apontam para o fim de um ciclo político ou, ao menos, o fim de uma agenda política e econômica que, no Brasil, foi abraçada principalmente pelo PSDB. Um deles é o fato de o candidato tucano à presidência da República, José Serra, ter sido ultrapassado pela candidata Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, o reduto mais forte do PSDB e maior colégio eleitoral do país com cerca de 30 milhões de eleitores.

Segundo o Instituto Datafolha, Dilma tem 41% das intenções de voto em São Paulo, contra 36% de Serra. Na pesquisa anterior do mesmo instituto, Dilma tinha 34% e Serra 41%. A candidata do PT também ultrapassou Serra no Rio Grande do Sul e no Paraná. No Estado governado pela tucana Yeda Crusius, Dilma passou de 35% para 43%, enquanto Serra caiu de 43% para 39%. De modo similar, no Paraná, a candidata do PT saltou de 34% para 43% e Serra caiu de 41% para 34%. Dilma Rousseff também está na frente dos dois maiores colégios eleitorais depois de São Paulo. Em Minas, passou de 41% para 48% (Serra caiu de 34% para 29%) e no Rio de 41% para 46% (Serra caiu de 25% para 23%). No plano nacional, ainda segundo o Datafolha (último instituto a apontar a ultrapassagem de Dilma sobre Serra), a candidata petista tem 49% das intenções de voto, contra 29% de Serra. Esses números correspondem à pesquisa divulgada pelo Datafolha dia 26 de agosto.

Curitiba é hoje a única das grandes capitais do país onde Serra tem vantagem (40% x 31%), mas mesmo aí a diferença vem caindo. Repetindo indicadores e tendências que vêm sendo apontadas por outros institutos (como Vox Populi, Sensus e Ibope), Dilma cresce em quase todos os segmentos do eleitorado. O início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, que era considerado um trunfo pela campanha de Serra, só fez a vantagem de Dilma aumentar. Na pesquisa realizada pelo Datafolha, 54% dos entrevistados disseram que o programa de Dilma é melhor e que ela tem um melhor desempenho na TV. Serra ficou com apenas 26% de apoio neste quesito. Além disso, a percepção de vitória da candidata governista só aumenta: ainda segundo o Datafolha, 63% dos eleitores acreditam que Dilma vencerá a eleição presidencial.

A queda de Serra, para além dos problemas que sua candidatura enfrenta na campanha eleitoral, expressa o declínio da agenda política do PSDB no Brasil. O fato de Serra esconder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e utilizar a figura do presidente Lula em seu programa é a confissão de derrota de um programa. Uma derrota que não se limita ao caso brasileiro. O cientista político José Luís Fiori associa esse declínio ao fracasso da agenda da chamada Terceira Via em todo o mundo:

O que mais chama a atenção não é a derrota em si mesma, é a anorexia ideológica dos dois últimos herdeiros da “terceira via”. Não se trata de incompetência pessoal, nem de um problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico eclético e anódino que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata.

Charge: Kayser

Esse PHA é muito bom!

Dilma abre 20 pontos. Folha (*)
descobre que Serra é uma fraude

Em 50 anos, o que ele fez ?

Em 50 anos de vida pública, o que fez o Serra ?

Uma obra, um gesto, uma visão, um ato de nobre ou corajosa liderança.

O que ele fez ?

Nada.

O que pensa esse rapaz, se perguntou, numa sabatina na Folha (*), o filósofo Paulo Arantes.

Nada.

Serra é uma invenção do PiG (**), especialmente do PiG (**) de São Paulo.

Como diz a Veja, ele sempre foi “a elite da elite”.

Para entendê-lo, recomenda-se a leitura de “Teoria do Medalhão”, que, nos “Papéis Avulsos” do Machado, se segue a “O Alienista” …

Serra é um aparatchik dos conservadores.

O último dos autoritários brasileiros, como disse o José Márcio Camargo.

Serra é barriga de aluguel da elite.

Hoje, a Folha (*) corre desesperadamente para não desmoralizar seu instituto de pesquisa que esteve sistematicamente atrás dos outros, e dá uma manchete histérica e provinciana:

Dilma abre 20 pontos (49 a 29) e já bate Serra em São Paulo.

Só neste PiG (**) de quinta categoria é que se dá uma pesquisa de opinião pública na manchete.

Em nenhum jornal sério do mundo isso aconteceria.

Mas, aqui, nesta província que não se separou do Brasil em 1932, aqui eles se acham e compram gravatas na Daslu.

O Serra colhe o que merece.

Vai para casa corrido por um vexame.

Em opróbrio.

Ele chegou mais longe do que merecia.

Como diz esse ordinário blog há muito tempo: sem o PiG (**), os tucanos de São Paulo não passam de Resende.

O Vesgo do Pânico tem mais chance de ser Presidente que o jenio.

Agora, aparece um colonista (***) da Folha (*) para dizer que tucano e oposição pagam por inércia nos últimos oito anos.

Inércia ?

Se o leitor da Folha (*) ler isso vai ficar espantado.

Como, “inércia” ?, se o PiG (**) tentou o Golpe de Direita incansavelmente, com o Serra por trás, com a mão de gato ?

A elite não ficou inerte, não.

Pode ter jogado a carta errada – a do Golpe.

Mas, trabalhou diariamente, obstinadamente para derrubar o que não sabe falar inglês.

Na sua infinita arrogância, a elite achou que bastava um paulista alucinado para derrotar esse operário metalúrgico.

Um alucinado contido pela racionalidade untuosa do Farol de Alexandria: seria uma moleza derrotar o nordestino.

A elite não percebeu o que se passava à sua volta.

A elite de São Paulo foi atropelada pela Classe C do Lula.

O Serra só tem uma bala na agulha:

A baixaria.

Um misto de Eduardo Jorge com Ali Kamel.

O mensalão, a pilha de dinheiro do delegado Bruno, a omissão do desastre da Gol … nada disso colou em 2006.

Não vai colar agora.

Bye-bye Serra forever.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.



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Discurso histórico. Lula e o preconceito dos vira-latas

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Extraído do Tijolaço, de Brizola Neto:

Desculpem a demora em postar, mas precisava acabar de editar um trecho do discurso feito por Lula ontem em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Creio que o trecho que selecionei é um dos grandes momentos da história das lutas sociais do povo brasileiro. Curiosamente, foi pronunciado no dia de aniversário da morte de Vargas, o primeiro governante brasileiro que passou a considerar o povo brasileiro personagem de nossa História. O discurso de Lula mostra que, 56 anos depois, o povo brasileiro está às portas de ser, definitiva e irrevogavelmente, protagonista da História brasileira.

Assista o vídeo e divulgue. É uma lição para todos nós, uma fogueira em nossos corações, um desempenar de nossas colunas vertebrais, Um levantar de rosto, confiante, seguro, daqueles que portam uma certeza invencível, uma convicção invulnerável, uma esperança que não se apagará.

Viva o povo brasileiro!

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Que pena, não dá mais tempo de ir na banca. O jeito é comprar a ZH amanhã...

Fogaça na corda bamba no RS

O comando da campanha de José Fogaça (PMDB) não dorme nos últimos dias. Agora, seus problemas não são mais com o partido aliado, o PDT, cujo candidato a vice, Pompeo de Mattos, teve a candidatura barrada inicialmente pela Procuradoria Regional Eleitoral. Os problemas estão dentro de seu próprio partido, o PMDB, dividido em uma ala pró-Serra, composta pela maioria dos deputados federais, e uma ala pró-Dilma, vertebrada pela maioria dos 140 prefeitos do partido no Estado.

Os prefeitos, contentes com o tratamento que vêm recebendo do governo e alinhados com a decisão nacional de integrar o governo, decidiram convidar o seu candidato a vice-presidente para uma atividade de campanha no Rio Grande do Sul. A direção do PMDB, Pedro Simon à frente, teve de entrar em campo para impedir o ato nesta quarta feira. E foi obrigada a negociar um adiamento para o próximo dia 02 de setembro, quando Temer, além de reunir com os prefeitos, também deverá visitar a direção partidária e reunir com Fogaça.

Na corda bamba – A diáspora do PMDB gaúcho parece irreversível. A posição de “imparcialidade ativa” de José Fogaça talvez ainda lhe permita granjear simpatias e votos nesta eleição. Num segundo turno, pode inclusive tornar-se favorito. Mas Fogaça tem dois problemas imediatos que não são fáceis de resolver.

Primeiro, o candidato do PMDB precisa unificar suas bases, estabelecer uma unidade de propósitos e um posicionamento único de seu exército. Hoje, seus militantes, a começar pelas direções, têm dificuldades para isso. Uns puxam para um lado e outros para outro; sem falar no PDT que desde o começo está com Dilma.

Com o desespero crescente à direita, diante da provável vitória de Dilma no primeiro turno, os serristas querem forçar Fogaça a jogar o jogo dos tucanos.

Semana passada, quando deveria recompor seus laços com sua governadora, Serra fez nova investida no sentido do peemedebista. O “Zé” foi até deselegante com Yeda Crusius. Além de elogiar Fogaça e dar entender que o prefere, cometeu uma gafe e chamou sua governadora de Yeda Cruzes.

A reação dos prefeitos do PMDB diante das sucessivas investidas dos serristas, foi chamar Michel Temer, presidente nacional do partido e candidato a vice, para uma atividade pró-Dilma no Estado. A divisão do PMDB, até então encoberta pela mídia, eclodiu.

Tarso pode vencer no primeiro turno – O segundo grande problema de Fogaça, a partir de agora, é impedir que Tarso ganhe no primeiro turno. De fato, o candidato do PT vem acumulando posições, estando agora, em pesquisas de diversos institutos, entre cinco e dez pontos de distância da vitória no primeiro turno. Analisando o ritmo e a velocidade de sua campanha, a sua vitória no primeiro turno não é impossível. E é bastante provável que o comando de Tarso, estando já mais tranquilo quanto ao desfecho da disputa para presidente, esteja perseguindo esta meta.

Fogaça parece convicto de sua “imparcialidade ativa” na disputa nacional. Sua estratégia procura articular os desejos de mudança no Estado com a busca de um posicionamento “independente”. Mas sua posição em cima do muro é arriscada. Os eleitores podem entender como falta de coragem ou oportunismo.

No contexto da disputa gaúcha, é capaz da estratégia de Tarso acabar vencendo. O petista quer colocar o Rio Grande do Sul nos trilhos do Brasil e do mundo. Hoje, ele está a alguns pontos de alcançar isso em 03 de outubro.

Vargas e Lula

Dois governantes preocupados com os trabalhadores

Getúlio Vargas



Getúlio Vargas e a Era Vargas
Vida de Getúlio Vargas, Revolução de 1930, Estado Novo, Era Vargas, história do Brasil República, nacionalismo, desenvolvimento econômico, "o petróleo é nosso", direitos trabalhistas, industrialização, desenvolvimento industrial brasileiro, suicídio de Vargas

Ainda dá tempo de ir até a banca!

Depois de astrólogo, mídia incorpora vidente ao jornalismo político

Por Luiz Carlos Azenha

Com a desmoralização de 3 em cada 4 colunistas políticos da grande mídia, que sustentaram que a eleição de José Serra era apenas uma questão de tempo, agora a mídia apela para qualquer um que estiver passando diante do jornal, revista, emissora de rádio ou TV.

Vocês se lembram da previsão do astrólogo Oscar Quiroga, segundo a qual os astros conspiravam em favor de Serra.

Agora a Folha convoca um especialista em “linguagem não verbal dos EUA”, David Matsumoto, que diz na primeira página do jornal que Dilma está prestes a explodir:

“Dilma tenta conter raiva; sorriso de Serra é social

Nada sei sobre as convicções de Dilma e Serra. Relato apenas minhas impressões do que vejo em vídeos. Dá para ver que ela é uma pessoa muito intensa, que tem algum tipo de raiva ou irritação que tenta controlar. O sorriso de Serra me chamou a atenção: é social, nada verdadeiro. Seu problema é demonstrar estar socialmente engajado”.

Depois eles se perguntam o motivo dos leitores procurarem os blogs.