domingo, 18 de julho de 2010

Tijolaço

Quando não se reage, as coisas só pioram

Não posso acreditar que a direção do PT fique nessa de “não vamos dar cartaz a ele” e evite a reação judicial cabível contra as afirmações do candidato a vice de Serra, que gravou um vídeo dizendo que “todo mundo sabe” de ligações entre o PT e o narcotráfico. Acho que ainda não estão cientes de que essas afirmações foram gravadas em vídeo e correm a internet. Só isso explica porque, até agora, só estejam registradas nos jornais reações suaves a este absurdo. Na Folha, o presidente do partido, José Eduardo Dutra, diz que o deputado Da Costa* “não vale o papel necessário para a petição”. Já o líder do partido, meu amigo Cândido Vacarezza, diz que Serra deve “dar um puxão de orelhas” no seu vice.

Com todo o respeito, mas também com toda a franqueza, acho isso um absurdo. O deputado Antonio Costa* tem 39 anos de idade. Não é um menino que deva ser tratado com a indulgência devida a um adolescente. Não tem o direito de caluniar impunemente. Tem mais que o dobro da maioridade penal que a direita vive querendo baixar de 18 para 16 anos.

Usei o twitter para pedir que Dutra reaja, pelos caminhos legais. Os líderes do PT já viram o que custou não reagirem no caso das ações sucessivas do tucanato com alegações de propaganda antecipada. Esta história de que “eles querem é cartaz e não vamos lhes dar cartaz” é uma furada. Eles não precisam que a gente lhes dê cartaz, eles têm cartaz, têm jornal, têm revista, têm televisão, têm toda a comunicação que quiserem.

Será possível que também nisso seja o próprio Lula que tem que reagir? Será que o presidente com quem contamos para nos dar os votos para nos elegermos ou reelegermos vai ter que enfrentar mais essa sozinho, como está fazendo no caso do Ministério Público Eleitoral, onde, salvo raras exceções, poucos estão enfrentando o abuso de poder?

Espero que não. Espero que os nossos companheiros acordem e se recordem que, parafraseando o que disse o velho Luís Carlos Prestes, quem não se defende merece apanhar.

* O deputado Antonio Pedro de Siqueira I. da Costa não mais terá seu nome usado como “Indio” neste blog em homenagem aos primeiros brasileiros. Faço isso em homenagem especial ao oitavo aniversário da morte, hoje, do deputado INDIO Mário Juruna, o primeiro representante das comunidades de quem, quase nunca pacificamente, herdamos este país.

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