segunda-feira, 26 de julho de 2010

Juremir X Serra, Uau!

Serra volta a atacar jornalista.
A técnica é a do ACM

    Publicado em 26/07/2010

Na foto, José Serra ao responder à pergunta do Heródoto sobre pedágio


O Conversa Afiada reproduz trecho da coluna de Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, em Porto Alegre.

ANO 115 Nº 297 – PORTO ALEGRE, SÁBADO, 24 DE JULHO DE 2010

Serra ou motosserra?


Tive uma discussão com o candidato José Serra na Rádio Guaíba. É o meu destino. Sou um franco-atirador. Coleciono altercações. A casa estava cheia. O confronto ocorreu sob o olhar atento de Natal Furucho, presidente da Record-RS. Tudo começou quando qualifiquei o vice de Serra, Índio da Costa, de desconhecido e questionei as suas declarações vinculando o PT às Farc e ao narcotráfico. Serra ficou nervoso. Partiu para o ataque. Acusou-me de ter “comprado uma pauta do PT”. Sugeriu que eu tinha simpatias petistas.

Inverteu a ordem das coisas. Passou a me questionar: “Você sabe quem é o vice da Marina?”. Respondi, com alguma perplexidade, como sempre acontece quando me sinto absurdamente testado. “Bacana”!

Nossa discussão continuou no intervalo do programa. Serra foi mais incisivo: eu estaria reproduzindo a pauta “dos petralhas”. Rejeitei essa ideia surpreso com o uso de tal expressão por um homem fino. Disse-lhe que tinha feito a pergunta jornalística mais óbvia. Ele retrucou que ninguém lhe perguntava isso em outros estados. Foi a minha vez de reagir afirmando que, sendo assim, a imprensa dos outros lugares estava muito ruim ou muito tucana. Novamente no ar, repeti alguns desses termos para embasar a pergunta seguinte. Serra acusou-me de estar usando elementos da nossa conversa no intervalo. Tratei de acalmá-lo. Puxei assuntos mais amenos. Aos poucos, ele relaxou.

Descontraiu-se. Ao final, fora do ar, desculpou-se: “Você estava certo, peço desculpas”, disse-me. Uau! (*)



Clique aqui para ler “Manual para quem vai entrevistar Serra – cuidado, ele morde !”.


Paulo Henrique Amorim


(*) Serra usou aqui uma técnica carlista. O ACM também fazia isso. Agredia em público e, depois, reservadamente, pedia desculpas.


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