quinta-feira, 22 de julho de 2010

Analisando o cachimbo...

Inês Nassif golpeia Serra como
um toureiro, como Manolete

    Publicado em 22/07/2010

Reparem na elegância do movimento da Maria Inês. Trata-se de uma verônica


Maria Inês Nassif publica hoje no Valor, pág. A8 artigo extraordinário.

“O uso do cachimbo faz a boca torta”.

Trata da incorporação da UDN ao arsenal dos candidatos à Presidência.

(O PiG (*), José Serra e seu vice, por exemplo – PHA)

Lembra que José Serra foi a Ação Popular, organização que combateu os militares e à qual se atribuem atos terroristas – embora Serra não tenha participado de nenhum deles.

Lembra que Dilma fez a opção pela luta armada, não participou de nenhum ato terrorista e oi barbaramente torturada.

Marina do Partido Revolucionário Comunista.

Essa retórica udenista, diz Nassif, põe “a salvo do julgamento da história personagens que até hoje perambulam pela cena política, políticos gestados pela ditadura (Será o pessoal do DEMO ? – PHA) e que deram apoio ao governo autoritário que matou, torturou, censurou e cerceou os poderes do Legislativo e do Judiciário (ênfase minha – PHA).”

Estão a salvo também, continua Inês Nassif, “os que se aliaram a eles (será o jenio ? – PHA) – mesmo os que, no passado (será o jenio ?), tiveram passagens pelos movimentos de resistência à ditadura (ênfase minha – PHA).”

Inês Nassif conclui: “Não são tantos anos que separam as eleições de 2010 dos movimentos pela democracia, onde muitos tucanos e petistas que hoje se batem estavam no mesmo barco.”

O artigo de Nassif, sei lá por que, me lembrou um romance gitano do Lorca, em que ele fala de una larga torera
sobre el mar y los arroyos.

É o poema sobre Antoñito el Camborio, vitima da Guarda Civil de Franco.

Vale a pena recordá-lo, amigo navegante:

Texto de Federico García Lorca. ”Prendimiento de Antoñito el Camborio en el camino de Sevilla” – em “Romancero Gitano”

Antonio Torres Heredia,
hijo y nieto de Camborios,
con una vara de mimbre
va a Sevilla a ver los toros.
Moreno de verde luna,
anda despacio y garboso.
Sus empavonados bucles
le brillan entre los ojos.
A la mitad del camino
cortó limones redondos,
y los fue tirando al agua
hasta que la puso de oro.
Y a la mitad del camino,
bajo las ramas de un olmo,
guardia civil caminera
lo llevó codo con codo.

***

El día de va despacio,
la tarde colgada a un hombro,
dando una larga torera
sobre el mar y los arroyos.
Las aceitunas aguardan
la noche de Capricornio,
y una corta brisa, ecuestre,
salta los montes de plomo.
Antonio Torres Heredia,
hijo y nieto de Camborios,
viene sin vara de mimbre
entre los cinco tricornios.

***

– Antonio, ¿quién eres tú?
Si te llamaras Camborio,
hubieras hecho una fuente
de sangre con cinco chorros.
Ni tú eres hijo de nadie,
ni legítimo Camborio.
¡Se acabaron los gitanos
que iban por el monte solos!
Están los viejos cuchillos
tiritando bajo el polvo.

***

A las nueve de la noche
lo llevan al calabozo,
mientras los guardias civiles
beben limonada todos.
Y a las nueve de la noche
le cierran el calabozo,
mientras el cielo reluce
como la grupa de un potro.




Da larga torera fui rapidamente à Verônica, o movimento da tourada que Manolete (**), o maior de todos os tempos, imortalizou.

A Verônica é “uma dezena de “pases con capote” ilustra esse belo combate com o touro. O mais comum é a “verónica”, com a qual o toureiro recebe o touro segurando o capote com as duas mãos, incitando o touro para o ataque, e recuando a perna contraria para atrair a investida do animal, fazendo com que o mesmo passe por ele violentamente.”

Inês Nassif deu um “pase de verónica” no Serra (o vice dele não conta).

Elegante, sutil.

Um movimento de balé, porém mortal.

A verónica é o que precede “la suerte de matar”.

Movimento que, espero, Inês Nassif nos oferecerá até outubro.

Paulo Henrique Amorim

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