quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Paciência

Lenine

Feliz 2010

Sem querer ou querendo... chegamos até aqui!
Então, abracemos o amor pelos nossos amores e pela esperança de um viento fuerte.
Feliz todos os dias de 2010!
Abusem do amarelo...
Até 2010!
Maromar

"Dizem que em algum lugar
parece que no Brasil,
existe um homem feliz" Maiakovski

Buracos de Porto Alegre

Na minha finita inocência e pasmosa ignorância não imaginava que houvesse em Porto Alegre, capital dos gaúchos, um bairro tão abandonado quanto o bairro Humaitá, onde existem mais buracos que asfalto.
Peço perdão, eu errei!
A vila Floresta também foi abandonada, está pior, não tem mais asfalto, somente buracos!
No bairro Humaitá a desculpa é a construção da arena gremista... os gremistas e colorados e ETs descalços que transitam pelo bairro terão que esperar pela arena dos olhos azuis.
E a vila Floresta? Qual é a razão do descaso?
E assim vamos sobrevivendo de crateras em crateras, pneus rasgados, passeios públicos que não existem e buracos que pertencem a cidade.
A coragem de não fazer nada, agora... quer governar o RS!
E a imprensa? Mais preocupada em usar da sua liberdade para tirar nossa liberdade, não sabe de nada.
Não vê nada além dos seus interesses... respira outros ares, caminha sobre as águas!
Haja o que houver tenha paciência!

Maromar

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cidadão Boilesen

Um cidadão sob suspeita

“Cidadão Boilesen” aborda a Operação Bandeirantes por meio de um de seus maiores entusiastas: um executivo do Grupo Ultragás

O documentário premiado em festivais estreiou em 27 de novembro de 2009.

O filme é resultado de 15 anos de pesquisa sobre o papel do dinamarquês Henning Boilesen na ditadura brasileira

Cidadão Boilesen (Brasil/ 2009, 92 min.) - Documentário. Direção de Chaim Litewski. 12 anos. Cotação: Ótimo


Quase TODO mundo sabe disso, mas...

QUASE todo mundo sabe disso, mas é essencial que a gente fique repetindo, pra essa historia não se repetir.

O jornal New York Times publicou no dia 21 de dezembro, na página A29 , a notícia da morte de Lincoln Gordon.
Gordon foi embaixador dos Estados Unidos no Brasil e teve papel decisivo na intervenção militar que, em 1964, depôs João Goulart, o presidente eleito segundo a Constituição vigente (*).
Veja o que disse o necrológio do New York Times:
“O Presidente Goulart foi deposto num golpe militar de direita, em 1964. Acusações de que o Dr. Gordon, seu staff (**) e a CIA se envolveram no golpe foram repetidamente negadas.”
“Mas, em 1976, quase uma década depois de deixar o cargo de embaixador, o Dr. Gordon admitiu que o Governo (Lyndon) Johnson estava preparado para intervir militarmente para evitar uma tomada do poder pela esquerda.”
Ou seja, nem o Dr Gordon seria capaz de acreditar no que dizem certos especialistas brasileiros.
Como se sabe, há uma corrente de historiadores, especialistas e jornalistas que se pensam historiadores que criaram a teoria de que a intervenção militar de 64 foi genuinamente brasileira.
Segundo essa iluminada corrente de pensamento – ressurrecta no golpe contra Zelaya em Honduras -, foi o povo brasileiro que se cansou do petebo-anarquismo-sindicalismo-comunismo que Jango instalou no poder.
O povo brasileiro, reunido em legiões de proletários, trabalhadores rurais, professores, profissionais liberais, multidões se reuniam no IBAD, no IPES e na casa do Dr Galotti, presidente da Light, e provocaram a queda de Jango. (***)
Na verdade, a intervenção militar no Brasil se deu no quadro da Guerra Fria.
Sem Gordon, a CIA e a Marinha de Lyndon Johnson, aquelas reuniões no IBAD seriam uma espécie de assembléia ampliada do “Cansei”.
Sem Lyndon Johnson, o general Golbery seria um estrategista tão genial quanto o Rodrigo Maia.
É o que demonstra o New York Times.

Paulo Henrique Amorim

MOACYR AYRES SIQUEIRA

O ÔNIBUS

Passou na rua em que fui criança...
Na qual joguei bola de gude na calçada,
Ouvindo alegres cânticos da meninada
A brincar de roda numa infância mansa!

Meu pai, como toda vizinhança,
De jornal em punho e preguiçosa armada,
Adormecia na frente da morada...
Eram tardes de paz e segurança!

Se algum vizinho não viesse à frente,
Imaginava-se distante ou doente
O que era conferido em visita amiga!

Este ônibus mexeu com minha mente,
Passou na ruazinha , hoje diferente
Da pacata em que vivi... na Canoas antiga!

Moacyr Ayres da Siqueira

GIOVANIUNG-TZ






Pensamentos de Lua

Giovani Jung

LU MALLMANN



Concerto neandertal

Lu Mallmann

NEIDA ROCHA

A espera pela meia noite
é angustiante.
Prepara-se a ceia.
Fazem-se simpatias.
Coloca-se a uva no champagne,
a folha de louro na carteira.
Come-se lentilha.
Veste-se branco.
O Ano Novo vai chegar.
O instante passa depressa.
Muda o minuto.
Inicia outro dia,
outro ano.
Pensa-se em todos os detalhes.
Não pode faltar nada.
Tudo é perfeito:
o banquete, as simpatias,
as vestes, os foguetes.
E no coração???

Neida Rocha

O papel decisivo de Lula em Copenhague. E o crime do PiG (*)



O “lince”, segundo o El País, agora joga no time dos Cinco


Obama chegou a Copenhague decidido a pressionar a China a aceitar um controle externo sobre emissões de gás carbônico.

Por isso, sua primeira reunião bilateral foi com o primeiro ministro chinês Wen Jiabao.

Em pouco tempo, presidente americano percebeu que o chinês não cederia em nada.

Obama saiu da reunião tão indignado, que pediu outra entrevista bilateral com Wen e disse aos assessores que, daí em diante, só falaria com Wen cara a cara.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos tentavam organizar uma reunião com Lula, Manmohan Singh (da Índia) e Jacob Zuna, da África do Sul.

Nessa altura, a confusão era monumental.

Ninguém sabia quem estava onde, e que delegação permanecia em Copenhague.

Uma reunião de Obama com Wen foi agendada para às sete da noite.

Quando Obama saiu de um encontro com líderes europeus, e foi em busca de Wen, lhe informaram que a sala prevista já estava ocupada.

E na sala estavam Wen, Lula, Singh e Zuma.

Obama abriu a porta, entrou e perguntou a Wen, em voz alta – essa parte foi gravada por emissoras de televisão: “Você está pronto para a nossa conversa ?”

E entrou.

Não havia sequer cadeira para o presidente americano. Obama disse que não tinha problema.

Ele se sentaria ao lado do amigo Lula.

E Lula lhe cedeu a cadeira de um dos assessores.

Na verdade, arrumou duas cadeiras, porque Obama veio com Hillary.

Obama decidiu que essa era a oportunidade para falar com todos de uma vez só.

E sua ousadia acabou por lhe ajudar.

Obama anunciou que se eles cinco não fechassem um acordo ali, na hora, ele, Obama, faria um acordo em separado com os europeus.

Não se sabe o que passou a acontecer na reunião.

Mas, daquela reunião saiu o único acordo que hoje se pode celebrar.



Lula não é apenas um lince da política.

Quando ele percebeu que a reunião tinha entrado em ponto morto, pronunciou um ovacionado discurso e, pela primeira vez, para surpresa de seus próprios assessores, anunciou que o Brasil estava disposto a contribuir para um fundo verde global.

Lula sabia que, com isso, deixava Obama com um perfil baixo.

Uma vez mais, Lula soube jogar suas cartas com astúcia e sem estridência.

Não é à toa que Obama disse que ele é “o homem do momento”.

Em seu discurso, Lula disse que o Brasil não aceitaria que as figuras mais importantes do planeta assinassem um documento qualquer só para decidir que nós outros também o assinamos.

Disse que, como crê em Deus e em milagres, “se se produz o milagre, quero fazer parte dele”.

(El País, página 40, domingo, 20 de dezembro de 2009)


Obama se fechou por cinquenta e cinco minutos com Wen.

A Casa Branca anunciou que haveria um segundo encontro.

Na hora marcada para esse segundo encontro, Obama constatou que Lula, o primeiro ministro da Índia Singh, e o presidente sul-africano Zuma estavam já reunidos com Wen.

E estes cinco lideres negociaram o acordo de três paginas que foi apresentado à sessão final.



O que aconteceu em Copenhague ?

A Europa defendeu objetivos ambiciosos que ela não pode e não soube compartilhar com os outros países.

A Europa foi marginalizada por uma coalizão que testemunha a divisão do poder político no mundo de hoje: os Estados Unidos, a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul.

(Le Monde, paginas 6 e 2, domingo, 20 de dezembro de 2009)



De volta ao Brasil, me contam que o PiG (*) menosprezou o papel decisivo de Lula em Copenhague.

Criou uma falsa gafe de Dilma.

Deu destaque ao não-evento, que foi o memorável encontro do Zé Alagão com o Berlusconi da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.

(Clique aqui para ler sobre “o que Zé Alagão foi fazer com o Schwarzenegger” )

E disse que Copenhague foi um fracasso.

(Clique aqui para ler “O meio ambiente é um assunto muito sério para ficar com a Marina e Miriam”)

Esses foram alguns dos pequenos crimes que o PiG (*) cometeu ultimamente.

Na categoria “grandes crimes” se inclui mentir.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: amigo navegante, imagine quantos dedos da mão daria o Farol de Alexandria para participar dessa reunião dos cinco grandes. E, amigo navegante, sabe por que ele vai entrar para a História sem ter participado de uma reunião dessas ? Porque a política externa dele era a “Política da Dependência”.

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

Quer conferir? Clique aqui!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Ex-cortador de cana comemora aprovação no curso de Medicina da UPE


Jonas Lopes da Silva venceu o sofrimento, o sol escaldante e a pobreza ao ser aprovado no Vestibular 2010 da Universidade de Pernambuco

Da Redação do pe360graus.com


Ex-cortador de cana comemora aprovação no curso de Medicina da UPE
A história de Jonas Lopes da Silva poderia ser contada nas marcas que carrega nas mãos, com as cicatrizes deixadas pelo trabalho nos canaviais. Mas ele decidiu acreditar num sonho que se concretizou este ano ao ser aprovado no curso de Medicina no vestibular da Universidade de Pernambuco.

O passado deste ex-cortador de cana ainda está bem próximo da porta de casa, de onde é possível enxergar os canaviais da Zona da Mata de Pernambuco, onde Jonas trabalhou dos 7 aos 15 anos de idade. “Esse cenário é um cenário onde cortei cana quando era criança e saia da aula”, recorda.

Do tempo de sacrifícios, o jovem de 24 anos, guarda o facão, algumas cicatrizes e muitas lembranças. “Sofrimento, sol escaldante e ter que ver as pessoas sofrendo.”

Jonas é filho de um pedreiro e de uma cortadora de cana (foto 4). Eles não terminaram o ensino primário e comemoram a maior conquista da família: Jonas é o primeiro a entrar na universidade. “Eu via minha realidade logo cedo, aí foi que eu disse: eu não vou trabalhar aqui, eu não vou sofrer. Eu quero outra coisa. E aí quando criança já sonhava muito.”

Os conselhos do pai, José Lopes da Silva, foram fundamentais para Jonas continuasse os estudos. “Queria que ele seguisse um mundo diferente do meu, com uma vida de estudo porque o campo não daria certo para ele. E o sonho de realmente ver o meu filho estudando medicina, isso aí é uma alegria que não tem nem como me expressar.”

A mãe, Edileusa Lopes, acompanhou todo o esforço de Jonas para superar as lacunas do ensino público. Dos sete filhos, três não estudaram. O mais velho é pedreiro em São Paulo. Jonas é o orgulho da família. “Eu não sei nem dizer a felicidade que eu estou. Estou tão feliz que dá vontade de correr pelos quatro cantos gritando.”

Para chegar até lá, não foi fácil. Jonas teve que trabalhar para juntar dinheiro e pagar os estudos. Durante quatro anos ele tentou o vestibular. Morou num alojamento para estudantes, deixou de lado a diversão e chegou a passar fome. “Eu ia para casa dos meus parentes, da minha irmã e da minha tia, para almoçar.”

Agora, o ex-canavieiro quer ser cardiologista porque considera a profissão mais nobre que se pode ter. Para quem saiu dos canaviais, ele sonha grande. Quer ser pesquisador e fazer pós-doutorado em Harvard, nos Estados Unidos.

Com os pés no presente, ele foi conhecer a Universidade de Pernambuco, onde vai estudar em 2010. Jonas tem como filosofia um lema de um programa que procura humanizar a medicina, levando alento aos pacientes.

Um dos principais defensores desta alternativa terapêutica é o médico Wilson Freire (foto 5). O que Jonas não sabia é que este doutor em medicina também tem um passado parecido com o dele. “Eu tive uma vida muito parecida com a sua. Você veio da Zona da Mata e eu vim do Sertão. Para estudar, fui morar na casa dos estudantes”, relembra o médico.

Infância pobre, trabalho precoce, superação. Dois personagens ligados pela medicina. Quem recebe da vida uma oportunidade como esta, sabe a melhor maneira de aproveitá-la. “Nos que viemos de situação difícil, temos por obrigação lutar para que essas coisas mudem e que outras pessoas não tenham que passar pelo que nós passamos”, finaliza Freire.


--
Cordialmente,
Francisco Alexandrino de Oliveira Neto
Esp. História da Arte e Ciência das Religiões

sábado, 26 de dezembro de 2009

MINI-CONTO: PRECONCEITO

E... enquanto isso, homens e mulheres de boa vontade, se debruçam a defender dois governos medíocres (e corruptos?), Yeda/RS (A coragem de fazer) e Fogaça/PORTO ALEGRE/RS (A coragem de não fazer nada).

MAROMAR

Lula, l'homme de l'année 2009, par Eric Fottorino

Aqui, direto do Le Monde.fr

Mas, sempre dá pra pegar carona em alguma tradução...

O Conversa Afiada reproduz sugestão do amigo navegante Mario Augusto:

Enviado em 24/12/2009 às 10:48

Lula é o homem do ano segundo o Le Monde.
É a primeira vez que o jornal homenageia uma personalidade, foi “o cara”.
FHC corta os pulsos hoje.
Serra vai inventar uma homengem no gazeta de Honduras, na Veja, ou no Vale Paraíbano do Piauí com Arthur Virgílio entregando flores.


Em tempo: A tradução, por Pedro Camargo:

Pela a primeira vez em sua história, Le MONDE decidiu designar a pessoa do ano. “Sua” personalidade do ano. O exercício poderia parecer ousado ou banal. Quem distinguir? Com que critérios? Em nome de que valores? Como diferenciar entre grandes e prestigiados colegas estrangeiros, como os semanário americano Times que há muito já ultrapassou esse caminho, elegendo seus “Person of the Year”?

Nossas conversas revelaram o que nos une como Le Monde*. Pelos os últimos sessenta e cinco anos, o título do nosso trabalho é um convite um olhar global, optamos por uma pessoa cujo ação e reputação tornou-se internacional. Fomos cuidadosos para escapar escolhas forçadas que poderiam selecionar o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (era mais o homem de 2008 do que 2009), também ficaram excluídas as personalidades “negativas”, embora a sua ação fosse decisiva para uma nova configuração global: Vladimir Putin e sua tentação-tentativa de reconstituir o império soviético; Mahmoud Ahmadinejad cuja cada palavra e cada ação é um desafio para o Ocidente.

Desde a sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito da análise de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, quis ser um jornal de (re)construção, senão de esperaça; ele veicula à sua maneira uma parte do positivismo de d’Auguste Comte, tomando defesa dos homens de boa vontade. É porque, por esta primeira designação, que nós desejamos de agora em diante renovar cada ano, nossa escolha racional e de coração incidiu sobre o presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva, mais conhecido sob o simples nome de Lula.

Ele nos pareceu, por seu percurso singular, de antigo sindicalista, pelo seu êxito à cabeça de um país tão complexo quanto o Brazil, por sua preocupação para com o desenvolvimento econômico, e a luta contra as desigualdades, e a defesa do meio ambiente, Lula bem merece o prêmio… do mundo.

Quer conferir mais? Vá até o Conversa Afiada, ou acesse o Le Monde...

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS...

PLATAFORMA FREIRE

Plano de Formação de Professores

Professor! Professora!

Clique aqui e se informe!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Rio 2016: A mais extraordinária olimpíada realizada no mundo

Segunda-feira, 21 de dezembro de 2009 às 23:43

Rio 2016: A mais extraordinária olimpíada realizada no mundo

Blog do Planalto

CPI e a Yeda

Placar

FAVORÁVEIS
A votação do relatório de Coffy Rodrigues
Adilson Troca (PSDB), Coffy Rodrigues (PSDB), Gilberto Capoani (PMDB), Iradir Pietroski (PTB), João Fischer (PP), Luciano Azevedo (PPS), Pedro Westphalen (PP) e Sandro Boka (PMDB).

CONTRÁRIOS

Daniel Bordignon (PT), Gilmar Sossella (PDT), Paulo Borges (DEM) e Stela Farias (PT).

Eu só peço a Deus...

Recebi por e-mail esse vídeo, não sei a autoria. Mas, aí vai...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

TURPILÓQUIO

Por trás dos discursos indignados com o palavrão discursado pelo Exmo. Sr. Presidente da República, se esconde a ideologia moralizadora que deseja confiscar as lutas sociais através de seminários de sociologia e mecanismos de constituição textual.

Vinculam a capacidade de governar com a oratória do erotismo semântico do realismo da burguesia.

A pobreza de milhões deveria ser mantida num canto escuro, para o equilíbrio e harmonia social, através de discursos preocupados com as formas de construção lingüística enquanto sequência de frases – não importando as intenções.

Mas esse palavrão aponta como critério de textualidade a coesão e a coerência porque o povo, pela primeira vez, está no poder, e ele, fala turpilóquios.

Foi quando a gente humilde, escrava dos desejos da burguesia, sentiu-se no exercício pleno do poder ao escutar o tal palavrão.

O apogeu do pensamento burguês foi que elegeu e manteve o governo FHC. Onde o trabalho e a mão-de-obra barata vestiam os corpos da burguesia com palavras de bom tom e figurinos de bom gosto.

Enquanto isso, o povo vivia na merda, com fome e esgoto correndo por pátios e calçadas de barro e poeira.

A linguística erótica burguesa controladora do decoro dos discursos, não pode apontar o desaparecimento dos pobres, canalizados para guetos de contenção, já que eles existem na base de qualquer trabalho capitalista, mas retoma os processos de ordenação para afirmar: a burguesia é a eternidade.

Parece-me que estamos caminhando, para uma época, em que as máscaras não serão necessárias, para o povo falar.

Por enquanto, se permite que fale baixo, para manter o equilíbrio do sistema e a burguesia possa dormir tranquila.

É a tática de permitir sem libertar.

Os preceitos de decoro e bom tom linguístico trabalham à favor da ordem e do progresso.

A moralidade e o bom gosto andam com a gente fina. Decorosos e austeros escolhem com cuidado o que falar ao povo, sem despertar-lhe a consciência.

O discurso não autorizado do Exmo. Sr. Presidente, que se negou a ficar no silêncio narrativo, se impôs como necessário e imprescindível, para se revelar claramente como ideológico.

Mostra que entre o que se diz e o que não se diz, a vida continua com mais ou menos hipocrisia.

Maromar

sábado, 12 de dezembro de 2009

Stédile


Stédile detona a Globo e o PiG(*) e enfrenta a CPI do MST

11/dezembro/2009 11:04

Clique aqui e assista!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A desumana burrice paulista

Depois que José Serra assumiu a prefeitura de São Paulo, em 2005, a cada vez que a cidade alaga a mídia põe a culpa em S. Pedro. Desde aquele ano, o que se apressam em divulgar quando o caos pluvial se instala é quão atípica foi a chuva, como se só tivesse acontecido a desgraça por um capricho da natureza.

Cobrança do prefeito? Zero. Cobrança do governador? Zero vezes zero.

Até 2004 era diferente. Em 7 dezembro daquele ano, a poucas semanas da posse do então prefeito eleito da capital paulista, choveu muito mais em São Paulo, mas, à diferença do que todos estão vendo nos meios de comunicação, eles culparam a então prefeita Marta Suplicy pela tragédia.

A ex-prefeita estava em Milão, naquele momento. A mídia aproveitou que ela participou de cerimônia de reinauguração de um teatro e divulgou fotos suas no evento, dando detalhes das roupas que vestia, do preço do hotel em que estava hospedada, praticamente atribuindo as chuvas à sua ausência da cidade.

E, só parar irritar mais o leitor, lembro do escarcéu que fizeram há pouco porque faltou luz de madrugada enquanto uma tragédia como a que aconteceu numa São Paulo submersa é relativizada.

É inacreditável o que está acontecendo. Os paulistanos não questionam nem o prefeito nem o governador por falta de providências quanto ao metrô colapsado, quanto à explosão de violência e criminalidade que se agrava a cada minuto, quanto às enchentes que torturam a cidade sem parar a cada vez que cai uma chuvinha.

Eu voltava do centro da cidade de metrô no começo da noite desta terça-feira e as pessoas, espremidas como sardinhas em lata dentro do vagão, reclamavam do caos num tom resignado, como se não houvesse alternativa, além de proferirem besteiras ininterruptamente.

Num dado momento, meti-me no meio da conversa de duas senhoras e um senhor:

-- Desculpem-me a intromissão, mas será que nenhuma autoridade tem culpa por tudo isso de que o senhor e as senhoras estão reclamando?

-- A culpa é desse “sem-dedo”, desse “baiano” desgraçado, claro. Mas não adianta nada reclamar, o povo é burro. O senhor assistiu o jornal ontem?

-- O Jornal Nacional?

-- Sim, a pesquisa... Não viu?

-- Vi, sim. O que tem ela?

-- Nossa, o senhor precisa se informar... Por isso as coisas não melhoram. O povo burro acha o Lula ótimo.

-- Perdoe-me, mas o que o presidente tem que ver com as chuvas?

-- Como assim, moço?! A obrigação de fazer alguma coisa é dele.

Adiantaria explicar? Talvez... Eu ia começar a explicação, mas a outra senhora entrou na conversa.

-- Ah, não adianta reclamar. Isto aqui não vai melhorar nunca. Eu já desisti há muito tempo.

-- A senhora desistiu do quê?

-- De votar, lógico. Não adianta. E muito menos reclamar. O jeito é a gente se virar como pode.

Finalmente, o senhor que as acompanhava abriu a boca.

-- Olha, não adianta culpar o “sem-dedo” desta vez. Quem cuida da cidade é o governador, o Serra, mas ele não tem culpa. Eu li na internet, antes de sair do escritório, que hoje foi a maior chuva da história.

Pensei em falar alguma coisa, mas não sabia por onde começar. E, além disso, o trem estava chegando à “minha” estação (Estação Paraíso) e ainda teria que tentar chegar à porta do vagão a tempo de desembarcar daquela lata de sardinhas.


Escrito por Eduardo Guimarães às 23h32 -
http://edu.guim.blog.uol.com.br/
"Cidadania.com"


Qualquer semelhança com o prefeito de Porto Alegre e a governadora do Rio Grande do Sul NÃO é mera coincidência.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Flamengo X Grêmio

O que sobrou aos jogadores do Grêmio Football PortoAlegrense, sentido esportivo do jogo que estava sendo disputado e a necessidade de fazer prevalecer as suas leis desportivas, faltou aos torcedores do Coritiba. A barbárie também começa a ser combatida pela postura digna dos jogadores do clube gaúcho. Parabéns aos atletas e técnico.